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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo cinquenta e um


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 51 - Capítulo cinquenta e um


Assim que entrei no elevador uma mão segurou a porta antes que ela fechasse, me surpreendi ao ver que era Roberval.

— Oi. – Disse tirando os óculos quando ele entrou apertando o número dez no painel.

— Você por aqui! – Ele disse surpreso. – Veio para o show?

— Não exatamente. – Fiquei me perguntando o que diria para ele, pois não sabia até que ponto Luan o informara.

— Por quê?

— Longa história. – Disse sorrindo, tentando ser simpática, mas deixando evidente que não daria muitas explicações.

— O Luan sabe que você está aqui?

— Ele está no hotel? – Perguntei meio que fugindo da pergunta dele, mas eu realmente queria saber se ele havia chegado.

— Sim, ele deve estar descansando agora. Acabamos de chegar de Campinas.

— Ah sim. Está indo para lá? – Perguntei deduzindo.

— Sim, mas vou só pegar alguns papeis.

— Hum. Diga que mandei um beijo.

— Eu digo. Estava pensando em chamá-lo para dar uma volta pela cidade mais tarde, não quer ir com a gente?

— Claro, adoraria. – Disse reprimindo um risinho em pensar que já teria outros planos para aquela noite.

— Então eu peço para o Luan te ligar. – Ele disse assim que a porta do elevador abriu no sexto andar.

— Ok. Até mais então. – Disse sorrindo ao sair.

— Até mais. – Ele respondeu antes que a porta fechasse novamente. Entrei no quarto, coloquei o livro e o óculos em cima da mesa, peguei meu nécessaire e fui direto para o banheiro.

— Nossa! – Disse surpresa assim que abri a porta, era tão magnífico quanto o quarto. Todo azulejado em branco e preto, cheio de vasos, arranjos e quadros de flores. A pia parecia ser de porcelana com várias luminárias e um lindo espelho. Havia algumas prateleiras com pequenos enfeites e toalhas brancas, um box de vidro a onde ficava o chuveiro, cortinas de renda nas venezianas e uma grande banheira redonda no centro, a onde havia alguns sais e óleos na sua borda de mármore.

Coloquei a nécessaire em cima da pia e liguei a torneira da banheira regulando a temperatura. Na minha casa o único quarto que tinha banheira era o da minha mãe e eu não ia muito lá, mas havia resolvido aproveitar cada segundo da minha viagem e seria ótimo para me preparar para ver Luan. Se bem que a maior preparação teria que ser psicológica, pois sempre que via Luan e sentia todos os efeitos que ele me causava parecia que meu coração ia se romper de tanto amor e felicidade.

Escolhi um óleo de açaí, sais de morango com chantilly e um sabonete líquido e rapidamente meu banho já estava pronto. Entrei na banheira sem me preocupar com o tempo que demoraria ali, eu precisava acalmar meu coração antes de qualquer coisa. Encostei a cabeça na borda e fechei os olhos. Logo meus pensamentos vagaram para um lugar muito conhecido, para perto dele. Havia desistido de tentar evitar o inevitável, pois em cada parte minha havia muito dele e isso era impossível controlar. Mas decidi que não pensaria em nada que me deixasse nervosa ou ansiosa.

Então comecei a lembrar em como seu sorriso era arrebatador, capaz de me deixar completamente sem ar. Em como seus olhos brilhavam tanto que até pareciam dois faróis me guiando na escuridão, e tão profundos que costumava me perder facilmente neles. Em como seu rosto era perfeito, como se tivesse sido esculpido tão minuciosamente e delicadamente pelo maior e melhor artista plástico já existente, a fim de retratar a verdadeira imagem dos anjos. Em suas mãos tão macias e carinhosas. Como eu adorava aquelas mãos! Seus braços quentes e confortáveis, o lugar perfeito para mim, a onde nada e mais ninguém parecia importar. O seu sotaque fofo do interior. Aquele jeito de me olhar que só ele sabia fazer, pendendo a cabeça alguns centímetros para o lado e sorrindo o meu sorriso torto preferido. Ou quando ele olhava para baixo e depois para mim através dos cílios me deixando completamente tonta. Era muito injusto todas as reações físicas e emocionais que Luan causava sobre mim. Eu era apenas uma garota comum e tinha total consciência que nunca conseguiria causar nele nem metade de tudo aquilo que eu sentia na sua presença.

Abri os olhos, não gostava do rumo que meus pensamentos havia tomado e decidi afastá-los, pelo menos naquele momento. Resolvi tomar banho logo e acabar de vez com a minha aflição. Peguei a esponja na borda da banheira e notei uma cestinha com várias bolinhas cor-de-rosa, resolvi colocar uma na água e pulei de susto assim que ela começou a rodar e efervescer. Dei risada de mim mesma e voltei a me sentar, notando que aos poucos a água e a espuma adquiriram uma cor rosada e um agradável aroma adocicado. Não demorei muito tempo no banho já que não tinha o cabelo para lavar e em alguns minutos já estava no quarto tentando vestir o meu vestido, mas sem obter sucesso, pois não conseguia amarrar direito as tiras das costas. Após tentar pela vigésima vez sentei na cama totalmente derrotada, precisava de ajuda. Mas de quem? Não podia ir pedir para Luan, na verdade não queria ir lá pedir para ele, queria encontrar ele apenas quando estivesse tudo pronto, pois sabia que seria mágico depois de uma espera quase dolorosa. Então me lembrei de Marla. Ela havia sido tão gentil comigo mais cedo, acho que não se importaria de me ajudar com o vestido. Calcei os sapatos, saí do quarto e entrei no elevador torcendo para não encontrar ninguém pelos corredores, pois deixaria para terminar de me arrumar após ter conseguido colocar o vestido decentemente.

Concluí que o quarto dela ficava no andar de cima e felizmente não havia ninguém por ali. Logo achei a porta de trezentos e vinte e toquei a campainha um pouco envergonhada.

— Oi. – Ela disse sorrindo assim que abriu a porta, parecendo um pouco surpresa.

— Preciso de ajuda. – Disse sem graça, abrindo os braços deixando evidente o vestido.

— Nossa, ficou lindo.

— Mas não consigo fechar. – Fiz uma careta e ela sorriu.

— Eu imaginei isso. Entra aqui, eu te ajudo. – Entrei no quarto me sentindo mais aliviada, era fácil se sentir bem com Marla. O quarto dela era exatamente como o meu, exceto pela cama que estava desarrumada. Então notei que ela vestia roupas de dormir.

— Te acordei? – Perguntei ficando imediatamente constrangida.

— Não, estava só assistindo televisão. Esse vestido é lindo, mas é realmente complicado de colocar. – Ela comentou parando atrás de mim e começando a arrumar as tiras.

— Eu que o diga. – Disse me lembrando de todo o esforço inválido que havia tido.

— Mas o Luan queria esse de todo jeito.

— Foi ele que escolheu? – Perguntei surpresa. Não havia pensado muito sobre isso.

— Foi. Na verdade, eu que fui à loja, mas levei três opções para ele escolher. Esse, um azul e o outro lilás. Os três eram lindos, mas ele já gostou desse imediatamente.

— Ah. – Disse sentindo borboletas no estômago.

— Mas o sapato foi eu. Lindo, não é?

— Demais. – Disse sinceramente.

— Me apaixonei por ele a primeira vista e nem levei opções.

— Eu amei, obrigada.

— De nada. Está ficando muito apertado? – Ela perguntou se referindo ao vestido.

— Não, está ótimo. – Disse enquanto surgia uma dúvida na minha cabeça. – Como vocês sabiam o meu número de roupa e sapato? – Ouvi a risada dela atrás de mim. – O que foi? – Perguntei sem entender nada.

— Vou deixar o Luan te responder isso. – Continuei intrigada, mas percebi que ela não me diria mais do que aquilo. Armazenei mentalmente a pergunta, não esqueceria de fazer a Luan, e ele me responderia querendo ou não. – Pronto. – Ela disse me tirando dos meus pensamentos. Me virei de frente para ela, olhando o vestido e alisando devagar o seu tule cor-de-rosa rodado.

— Obrigada. – Disse sorrindo.

— De nada. Ficou perfeito – Ela retribuindo o sorriso. – O que vai fazer no cabelo?

— Ainda não sei, estava pensando em deixá-lo solto. — Ela pendeu a cabeça para o lado e ficou analisando o meu cabelo que ainda estava preso em um coque. Antes que eu pudesse protestar ela já estava me empurrando para uma das cadeiras da mesa e soltando o meu cabelo. Como já era de se esperar, vários cachos largos haviam se formado ao efeito do coque.

— Você fez babyliss? – Ela perguntou.

— Não. É só prender que ele fica assim.

 — Ah sim. — E então ela começou a mexer no meu cabelo, jogando para lá e para cá e prendendo em pequenos grampos que havia pego em sua bolsa. Enquanto me penteava como se eu fosse a Barbie salão de beleza ela tagarelava sobre roupas e cabelos enquanto eu sorria e contava o pouco que sabia. Após algum tempo ela parou na minha frente me olhando e parecendo gostar do resultado.

Já estava me levantando para olhar no espelho quando ela colocou as mãos nos meus ombros me fazendo sentar de novo. E antes que pudesse protestar novamente ela já estava arrastando uma cadeira, colocando um lindo estojo de maquiagem em cima da mesa e me maquiando como se eu fosse uma boneca, enquanto me dava várias dicas e truques de beleza.

 — Pronto! – Ela disse sorrindo após passar gloss nos meus lábios. Já ia me levantar quando ela me impediu novamente. – Espera, só está faltando algo. – Ela pareceu pensar por alguns segundos e então se levantou indo até a sua bolsa e vasculhando uma caixinha. Voltou trazendo um colar de coração e um brinco de pedrinhas brilhantes.

 — Marla, não precisa! — Disse sinceramente.

 — Não discuta e me deixa terminar. – Ela protestou sorrindo enquanto terminava de colocar os brincos. Ergui o cabelo e ela colocou o colar, se virando para me olhar de frente. — Perfeito! – Ela disse por fim.

Fiquei receosa em levantar, mas dessa vez ela não me impediu. Caminhei devagar até o grande espelho na parede e congelei assustada, não reconhecendo a garota que me encarava ali.

Eu estava completamente irreconhecível. Meu cabelo estava preso de lado, caindo em cascatas de cachos pelo meu ombro. A maquiagem que quase nunca passava estava bem mais forte que o normal – os olhos pretos esfumaçados e os cílios perfeitamente arqueados – e os acessórios de pedrinha havia dado um brilho especial. Tudo estava perfeito, o cabelo, a maquiagem, o vestido, os sapatos. Devo confessar que estava me achando bonita, mais bonita do que vira em dezessete anos.

— Obrigada. – Disse me virando para ela e sorrindo abertamente.

— Não precisa agradecer, você está linda. — Tive vontade de apertá-la, mas só a abracei rapidamente. Ela me desejou uma ótima noite e eu saí do quarto radiante. Encontrei uma mulher no elevador que ficou me olhando intrigada. Talvez pela minha roupa ou talvez porque eu sorria sem parar. 



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