1. Spirit Fanfics >
  2. Diário de uma fã (versão Luan Santana) >
  3. Capítulo cinquenta e oito

História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo cinquenta e oito


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 58 - Capítulo cinquenta e oito


Luan estacionou o carro no acostamento improvisado que havia ali, desligou o GPS, pegou a mochila no banco de trás e pediu o meu celular, guardando junto com o dele dentro do porta luvas. Assim que desceu do carro ele tirou a blusa de frio e jogou no banco, pois o sol já estava forte e eu fiz o mesmo.

— Pronta? – Ele perguntou. Eu assenti, apesar de não ter certeza. Eu não estava mais tão desesperada, não deveria ser assim tão ruim. Afinal, estava com Luan e qualquer coisa na sua companhia se tornava maravilhoso. Ele colocou a mochila nas costas e me puxou num abraço caloroso. – Não vamos nos perder. – Ele disse me dando um beijo na testa.

— Eu sei. – Disse respirando fundo o seu perfume doce. Fiquei na ponta dos pés e lhe dei um beijo na bochecha, e então ele me puxou pela mão até a entrada da trilha. Assim que entramos na mata pude entender o porquê dá risada do homem da mercearia, o caminho de terra cobertos por folhas secas e galhos era amplo e iluminado, impossível de se perder, a menos que se saísse da trilha. Passamos quase todo o caminho conversando sobre várias coisas, falamos sobre o futuro, nossos sonhos, ideias e até mesmo sobre filhos. Não fizemos planos como mais cedo, apenas conversamos.

Nós dois tínhamos total consciência de como era bom fazer planos, mas também o quanto estávamos longe de realizá-los. Pelo menos naquele momento. Com Luan aprendi a viver o presente e valorizar os momentos que a vida te proporciona, pois no futuro Deus sabe o que é melhor para você. Após andar por um bom tempo, concluí que já deveria ter se passado uns dois quilômetros e não havia sido tão ruim assim. Na verdade, havia sido muito prazeroso caminhar ao lado de Luan, conversando tão intimamente com ele, como nunca poderia imaginar ao vê-lo em cima do palco naquele primeiro show.

— Está ouvindo? – Luan perguntou após alguns passos em silencio, do qual eu estava absorta em meus pensamentos.

— Não. — Respondi intrigada. Então ele colocou a mão no meu ombro me parando.

— Fecha os olhos e escuta. – Ele pediu, e assim eu fiz. Deixei os pensamentos de lado e me concentrei apenas em escutar o barulho da natureza ao nosso redor. E então pude ouvir um chiado ao longe. Era o barulho de… água!

— Uma cachoeira! – Disse abrindo os olhos, surpresa e eufórica ao mesmo tempo. Luan assentiu sorrindo. – Não acredito! – Balbuciei irrompendo em passos, quase o deixando para trás. À medida que íamos nos aproximando o barulho ficava ainda mais intenso, e quando já estava alto o bastante, tive certeza que havia chegado aos dois quilômetros e meio, entendendo o que o senhor da mercearia quis dizer com “você vai saber”. Adentramos no meio das árvores, e após alguns passos lá estava ela. A cachoeira era fascinante não havia outra palavra para descrevê-la.

— Nossa! – Luan disse parando ao meu lado. Havia grandes pedras e cascalhos por quase todo o local. A queda d’água deveria ter cerca de uns dez metros de altura por sete de largura, dando para uma vasta piscina natural. Luan me ajudou a descer até a margem, me segurando para que eu não escorregasse, e ficamos olhando aquela beleza exuberante sem conseguir pronunciar nenhuma palavra.

— Como soube? – Perguntei tentando recuperar a fala.

— Um rapaz ontem na rádio estava contando sobre a excursão que havia feito aqui. – Ele contou sem tirar os olhos da cachoeira. – Ele me disse que era lindo, mas não imaginei que fosse tanto. — Me aproximei, colocando a mão naquele manto de águas cristalinas para senti-lo, a temperatura estava perfeita, categoricamente irresistível.

Fiquei algum tempo tocando a água imóvel, até sentir Luan me abraçar por trás e beijar de leve o meu pescoço, ao me virar notei que as suas roupas haviam sumido. Não totalmente, ele ainda estava de short. Mas seu peito nu me causou uma estranha sensação de frio na barriga. O abracei apertado, sentindo meu coração bater acelerado. Eu sabia que ele também sentira, mas realmente não me importava mais. A única coisa que me importava era estar ali com ele. Só tive tempo de tirar a sandália para Luan me puxar devagar para dentro da água. Ele soltou a minha mão e mergulhou, enquanto eu o olhava hipnotizada. Então em um movimento repentino ele jogou água em mim propositalmente, me despertando daquele transe e me fazendo sorrir. Avancei para cima dele, pulando nos seus ombros, fazendo-o afundar, mas então ele me puxou junto, se enroscando em mim. Cada toque da sua pele na minha fazia meu coração palpitar, havia sensações múltiplas passando por todo o meu corpo, junto com aquele tão conhecido fio de eletricidade que sempre me deixava maluca. Passamos um bom tempo brincando feito duas crianças naquela cachoeira, e pode-se afirmar que a minha felicidade naquele momento disputava o brilho do sol.

Luan me puxou para baixo da água e segurou as minhas mãos, senti seus lábios tocar os meus em um longo selinhos e emergimos juntos a superfície, ainda com os copos colados. Ele deslizou sua mão até a minha nuca, enquanto a outra abraçava a minha cintura. Seus lábios encontraram o meu pescoço e subiram pela minha pele molhada até meus lábios entreabertos. Então Luan me beijou delicadamente, como se eu fosse de vidro e pudesse quebrar. Meu coração parecia querer saltar do meu peito, e eu já não sentia mais o chão sob meus pés, era como se estivesse flutuando entre as nuvens do céu. Então sua mão apertou a minha cintura, me puxando para mais perto, enquanto seus lábios se tornavam cada vez mais urgentes. Passei os braços pelo seu pescoço e entrelacei as minhas pernas na sua cintura. Eu me apertava contra ele como se quisesse tê-lo dentro de mim, mais do que já tinha naquele momento. Luan caminhou devagar, comigo ainda no colo, sem desgrudar os lábios dos meus, e o senti abaixar, me colocando com cuidado em uma das pedras a onde a água corria fraca e se debruçando contra mim. Seus lábios trilharam o caminho da minha boca até o espaço atrás da minha orelha, mordiscando de leve o meu pescoço, por onde desceram devagar até os limites da minha blusa. Luan levou as mãos até os pequenos botões, abrindo-os com facilidade, enquanto seus lábios continuavam a traçar um caminho em chamas pelo meu corpo.

— Luan, e se alguém aparecer? – Perguntei com a voz entre cortada.

— Ainda é muito cedo, ninguém vai aparecer. – Ele disse, e então seus lábios subiram até os meus ouvidos e ele sussurrou. – Tudo bem se você não quiser. – Ele disse e meu corpo todo estremeceu. Em um movimento totalmente tomado pela paixão e o desejo que me invadiam naquele momento eu o beijei ferozmente, apertando-o contra mim e entrelaçando as mãos nos seus cabelos macios. Aquilo era o que eu mais queria na vida, senti-lo novamente em mim, como se fizéssemos parte um do outro. Então as mãos de Luan que ainda estavam na minha blusa, a puxou de uma vez, fazendo os botões saltarem para longe. E ali naquela pedra, sentindo a água correr entre os nossos corpos e a sua respiração ofegante na minha eu me entreguei para ele pela terceira vez, como alguém que se entrega a um sonho sabendo que será a melhor coisa da sua vida.

Meus olhos estavam fechados, mas eu não estava dormindo. Estava apenas sentindo a brisa leve nas minhas bochechas e o sol dançando sobre a minha pele descoberta. Havia água também. Ela escorria pelo meu cabelo, descendo pelo meu corpo, como se lavasse a alma e fizesse resplandecer aquela felicidade que mal cabia em mim. Eu sentia como se fogos de artifício de todas as cores estivessem estourando dentro do meu peito, e uma orquestra de violinos e bandolins tocassem em uma linda sinfonia no meu coração.

Respirei fundo e abri os olhos, encontrando o rosto de Luan a poucos centímetros dos meus. Tão lindo que até parecia ter sido esculpido ali na minha frente. Uma estátua de Adônis projetada minuciosamente para retratar a beleza e a magnitude que nenhum ser humano poderia ter. Ele estava deitado ao meu lado na pedra, mas ainda debruçado sobre mim, envolvendo a minha cintura com um dos braços. A pele molhada, os cabelos pingando e o sorriso torto cintilando nos lábios. Luan me olhava de uma forma intensa e carinhosa, e eu sabia que a eternidade seria pouco para estar ao seu lado.

— No que você está pensando? – Perguntei.

— Em nada. Estava apenas te olhando. – Eu sorri timidamente e levei a minha mão até o seu rosto, contornando-o delicadamente com a ponta dos dedos. Luan fechou os olhos e eu fiquei admirando-o sob a luz solar que brilhava tanto quanto a sua áurea resplandecente. Acariciei devagar a sua pele lisa e macia como seda. Como ele podia ser tão perfeito? Meus dedos correram gentilmente pelas suas têmporas, sobrancelhas, pálpebras e pousaram nos seus lábios rosados que sempre me encantava. Contornei-os cuidadosamente, como se fossem frágeis ao meu toque, como se tivesse medo de estragar algo tão lindo. Senti os lábios de Luan abrir alguns milímetros e beijar carinhosamente a ponta dos meus dedos.

Coloquei as mãos dos dois lados do seu rosto e ele abriu os olhos. Aqueles olhos castanhos profundos que sempre me causavam tanto topor, que sempre me envolviam a ponto de me fazer esquecer o resto do mundo. Aqueles olhos naquele momento transpassavam os meus e lia no fundo da minha alma. Mas eu sabia que a única coisa que ele poderia enxergar era sua própria imagem, não pelo seu reflexo, mas porque ele estava cravado em mim e em toda a minha essência. Luan se aproximou devagar, ainda me olhando intensamente.

— Luiza. – Ele sussurrou, e eu senti meu corpo todo estremecer. Sempre gostava de quando Luan me chamava de Luly, mas ouvi-lo dizer o meu nome havia me causado uma sensação diferentemente maravilhosa. Foi estranho para os meus ouvidos, mas fez-me sentir emocionada e feliz. – Eu amo você. – Senti algo criar asas dentro do meu peito. Seria meu coração querendo voar de tanta felicidade? Aquele garoto… o meu garoto, havia olhado dentro dos meus olhos e sussurrado as três palavras que me fizeram tele transportar-me ao paraíso, e eu desejava nunca sair de lá.

— Eu amo você, Luan. – Repeti as palavras na mesma intensidade de sentimentos, e um sorriso se formou em seu rosto. Ah Luan… meu Luan, como podia mexer tanto comigo? Como podia me enlouquecer de tal forma? Como podia despertar coisas tão maravilhosas em mim? Eu não sabia a resposta a essas perguntas, mas talvez essa fosse a mágica dos anjos, você não precisava entender para senti-los. Luan se aproximou ainda mais, e seus lábios tocaram os meus, dando início a um beijo longo e delicado.

E naquele momento eu senti um novo tipo de esperança se instalar no meu coração, como se eu pudesse acreditar que a partir daquele momento tudo poderia dar certo. Que aquele amor tão incerto, que às vezes parecia tão errado e improvável poderia suportar qualquer obstáculo somente por existir. Éramos como o sol e a lua, tão diferentes, tão opostos, um amor aparentemente tão impossível. Mas Deus em sua magnitude, na intenção de provar que nenhum amor seria impossível, havia criado o eclipse, dando assim a oportunidade para o sol e a lua serem felizes por raros instantes de fossem. E eu senti como se Deus estivesse nos dando essa oportunidade, como se estivesse iniciado um eclipse nas nossas vidas, nos provando que nem mesmo os sonhos mais altos são impossíveis de se realizar.

Assim que nossos lábios se separaram, eu abracei Luan o mais forte que pude, queria ficar ali quietinha, sem precisar dizer nenhuma palavra, somente sentindo-o em meus braços, sabendo que ali estava todo o meu mundo, meus sonhos e a minha vida. Após algum tempo abraçados em silêncio, já estava me sentindo desconfortável e dolorida por ficar na mesma posição, mas não queria ter que soltá-lo. Então Luan tirou a cabeça do meu ombro, me dando um beijo na testa e se levantou, me puxando junto. Passei a mão pelo cabelo, tentando enxugá-lo e ajeitei minhas roupas, só então me lembrando de que minha blusa não fechava além dos dois primeiros botões.

— Acho que estou te devendo uma blusa. – Luan disse sorrindo.

— Aceito uma das suas. – Dei com os ombros. Não conseguiria ficar brava nem se quisesse, aquele havia sido um dos momentos mais incríveis da minha vida, e não estragaria por míseros botões. Ele sorriu e me ajudou a chegar até a margem do rio sem me desequilibrar. Luan pegou sua mochila que estava em um canto sobre as folhas secas, a onde estava também amontoados a sua camiseta, seus óculos e o boné. Ele estendeu a toalha azul no chão e eu o ajudei a tirar as coisas das sacolas. Assim que já estava tudo pronto, nos sentamos um em cada beirada e ficamos olhando para a cachoeira em silêncio.

— Gostou da surpresa? – Luan perguntou alto pelo barulho da água, já que estávamos um pouco mais distantes um do outro.

— Muito, é lindo. – Disse. Como ele ainda podia ter dúvidas de que eu havia gostado? Havia sido incrível, completamente incrível! Peguei uma das maças na toalha e a mordi devagar, enquanto Luan optava pelo pão de queijo. Estávamos mais silenciosos do que o normal, mas não me incomodava com isso, eu poderia passar a vida inteira apenas olhando-o, sem dizer uma única palavra. Ficamos algum tempo ali, apenas comendo. Eu fiquei apenas na maçã, pois não sentia fome, estava extasiada demais. Nem mesmo a torta de chocolate me despertara interesse, e como havia presumido, Luan tinha comprado coisas demais. Ele sorriu e admitiu ser um pouco exagerado enquanto voltava a embrulhar as coisas que ficaram intactas e as guardar de volta na sacola.

Alguns minutos se passaram até decidirmos que deveríamos voltar para o hotel, não tínhamos dormido e já estávamos exaustos. Aquela havia sido uma noite e tanto, umas das melhores da minha vida, diga-se de passagem. Guardamos as coisas, Luan vestiu sua camiseta e o tênis, dizendo que sua mãe o mataria pela cor da sua meia e eu calcei a minha sandália ainda rindo quando voltamos para a trilha. Não foi difícil achá-la, pois ficava logo atrás das samambaias.

O trajeto de volta até o carro pareceu bem mais curto. Luan ainda não falava muito, mas sorria sempre e de vez em quando me surpreendia com um beijo inesperado entre as árvores. Tentei segurar a parte de baixo da minha blusa que insistia em esvoaçar pelo vento fraco, e em poucos minutos já estávamos de volta ao pequeno descampado. Luan abriu o carro, colocando a mochila no banco de trás e pegando seu casaco cinza que eu havia deixado sobre o banco. Ele o colocou sobre os meus ombros e eu terminei de vesti-lo enquanto ele fechava o zíper.

— Melhor assim. — Ele disse, e eu sorri balançando a cabeça, mas agradecida por não precisar mais segurar as pontas da blusa. Ele tirou meu cabelo de dentro do casaco e pousou sua mão delicadamente no meu rosto, se aproximando. Senti seus lábios na minha clavícula, subindo devagar até a minha boca. Num movimento repentino, ele me prensou contra o carro, e a sensação de deja vu me invadiu, e vindo junto com ela o desespero. As lembranças daquela noite em Araçatuba quando Eduardo havia tentando me agarrar, prensando-me contra o carro, voltaram a minha mente como um filme, me fazendo sentir medo. Não medo de Luan, apenas o medo que havia sentido naquela noite, e eu não sabia por que não conseguia controlá-lo naquele momento.

Empurrei Luan e ele me olhou confuso. Meu coração martelava, mas não era um martelado bom como sempre acontecia quando estava com Luan, era um martelado agoniado. Por que aquilo estava acontecendo comigo? Luan ainda me olhava confuso, e eu me joguei em seus braços, abraçando o mais forte que conseguia. Não seja ridícula Luiza, o Luan nunca te faria mal! Uma voz dizia na minha cabeça. Eu sabia disso, por isso o apertava com tanta força. Eu não havia ficado com medo dele, foram apenas reações e lembranças passadas que eu não consegui evitar.

— O que foi? – Luan perguntou confuso, senti seu tom de voz preocupado e me senti completamente tola.

— Deja vu. – Foi a única coisa que consegui pronunciar, enquanto enfiava a cabeça no seu peito tentando controlar a respiração. Mas Luan pareceu entender o que eu queria dizer, pois me apertou num abraço quase sufocante.

— Está tudo bem… está tudo bem – Ele repetia. E aos poucos fui acalmando-me, sentindo seu abraço tão seguro e confortável. Após algum tempo ele me soltou e segurou o meu rosto entre as mãos, olhando dentro dos meus olhos. – Eu estou aqui, não vou deixar nada acontecer com você. – Ele disse calmamente.

— Me desculpa, não consegui evitar. – Disse envergonhada.

— Eu sei. – Ele disse acariciando meu rosto com as costas da mão. Fiquei na ponta dos pés, lhe dando um longo selinho, antes de voltar a abraçá-lo apertado, sentindo-me eternamente protegida.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...