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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo seis


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 6 - Capítulo seis


Fiquei sentada na cama esperando-o. Não demorou muito para ele voltar ao quarto, carregando um violão.

— Vou cantar para você. – Ele avisou, se sentando ao meu lado. Eu sorri e me ajeitei na cama para ficar de frente para ele. – Essa música não é minha, é um pouco antiga, mas eu gosto muito. – Acenei com a cabeça para que ele prosseguisse, e então ele começou a tocar. A melodia era familiar, era uma das minhas preferidas. – Seus olhos e seus olhares, milhares de tentações… – Ele olhava dentro dos meus olhos enquanto cantava, parecia que estava lendo a minha alma. E a cada letra eu arrepiava um pouco mais. Havia ali uma conexão muito grande, algo que eu nunca achei possível acontecer. -… Garotos não resistem aos seus mistérios, garotos nunca dizem não. Garotos como eu sempre tão espertos, perto de uma mulher são só garotos… – Como era difícil sustentar aquele olhar, tão intimidante e tão cheio de segurança ao mesmo tempo. As lágrimas paralisaram nas minhas pálpebras, eu não poderia estragar aquele momento com choro. Mas ver aquele garoto me olhando daquele jeito e cantando para mim, era difícil segurar a emoção. Quantas vezes eu já havia imaginado aquela cena na minha cabeça. Mas em nenhum dos meus pensamentos mais intensos eu havia sentido o que eu estava sentindo agora. Ele parecia algo tão irreal, uma combinação de traços perfeitos, como se alguém o tivesse pintado ali na minha frente. Enquanto olhava fixamente seus olhos castanhos, aqueles olhos rasos que me passavam tanta segurança, ele se aproximou, diminuindo o espaço entre nós. E naquele curto espaço entre nossos rostos continuei perdida em seus olhos. Estávamos tão perto que podia sentir sua respiração na minha. Quando finalmente senti seus lábios roçarem os meus de leve, ouvimos uma batida na porta, e nos afastamos bruscamente.

— Espera um pouco. – Ele colocou o violão em cima da cama e foi atender a porta.

— Luan, o Anderson está te chamando. – A voz era de um homem.

— Há essa hora?

— Parece que é urgente, ele mandou chamar todo mundo.

— E ele não podia ter ligado?

— Ele disse que você não estava atendendo.

— Ah, esqueci o celular no carro.  — Luan disse batendo as mãos nos bolsos.

— Eu estou atrapalhando alguma coisa? – O homem perguntou tentando espiar para dentro do quarto. Luan saiu para o corredor, fechando a porta atrás de si. Não ouvi mais nada do que eles conversavam. Pouco tempo depois ele voltou sozinho e agachou na minha frente, ao pé da cama.

— Você confia em mim? – Ele perguntou olhando em meus olhos.

— Confio. – Respondi de imediato.

— Meu empresário quer me ver com urgência. Então eu pedi para o meu segurança de confiança te levar para casa.

— Não dá para ser você? – Eu fiz uma careta.

— Não vai dar. Mas confia em mim, eu estou me responsabilizando por você chegar segura em casa.

— Tudo bem. – É claro que eu poderia confiar na equipe dele, afinal eles faziam parte indiretamente da minha vida há muito tempo.

— Se ele não fosse de confiança eu nem pediria para ele te levar, eu sei que você passou por um trauma hoje, e que… – O interrompi colocando o dedo indicador sobre os seus lábios.

— Já disse que confio em você!

— Obrigado. – Ele levantou me dando um beijo na testa. Levantei em seguida tirando a sua jaqueta, ele me interrompeu colocando a mão sobre meu ombro.

— Fica com ela, está frio lá fora. – Não discuti, não gostava de frio. Coloquei a jaqueta de volta, enquanto ele pegava algo dentro de uma bolsa no canto da suíte.

— Para você. – Ele me entregou uma pulseira de plástico azul celeste. – A pulseira para poder entrar no camarim amanhã. – Soltei um grunhido de felicidade e o abracei rapidamente. Eu já tinha ouvido falar da pulseira do camarim, que normalmente é sorteada pelo escritório, mas eu esperava conseguir entrar no camarim mesmo sem ela. Afinal, esperança nunca havia me faltado. Mas agora ele estava parado na minha frente, me entregando a prova concreta de que eu o veria novamente, que por mais um dia eu poderia abraçá-lo e sentir o seu cheiro doce.

Luan me acompanhou até o saguão do hotel, seguido de Wellington, um moreno alto, que eu já havia visto em algumas fotos ao lado de Luan. Ele entregou a chave do carro ao segurança.

— Até amanhã então. – Ele disse ao me abraçar. Encostei a cabeça no seu peito, tentando absorver um pouco mais do seu cheiro, para gravá-lo para sempre na memória.

— Até amanhã. – Disse soltando-o, e dando um beijo de leve no seu rosto.

Acompanhei Wellington até o carro estacionado na calçada, enquanto Luan voltava para o elevador.

— Você vai ter que me guiar até lá. – Wellington disse enquanto entrávamos no carro.

— Sabe chegar até a rodoviária? Só sei ir por lá.

— Acho que sim, passamos por lá hoje de manhã. Qualquer coisa é só pedirmos ajuda.

— Está bem. – Concordei, apesar de achar que não haveria mais quase ninguém nas ruas àquela hora da noite. O carro começou a andar, e novamente eu voltei a olhar para fora da janela. A sensação de déja vu foi horrível, porém não queria ficar encarando-o.

— Luan me disse o que houve com você mais cedo. Não se preocupe, você chegará inteira em casa. – Ele riu.

— Que bom! – Eu sorri timidamente. – Sem problemas, eu sei disso.

— Você vai ao show?

-Vou sim.

— Legal! – Esse foi o nosso maior diálogo durante o trajeto. Não precisamos pedir ajuda, Wellington achou a rodoviária rapidamente. Mostrei para ele a onde teria que virar, e em poucos minutos já estávamos em frente à casa do meu pai.

— Obrigada. – Dei um meio sorriso para ele e desci do carro.

— As ordens! – O ouvi dizer antes de bater a porta do carro e entrar pelo portão.

Tentei fazer o mínimo de barulho possível ao abrir a porta, retirei a sandália e fui direto para o quarto. Roberta ainda não havia chegado, olhei no relógio e eram duas e quinze da manhã. A cama já estava arrumada quando entrei no quarto, provavelmente tinha sido Lílian. Tirei a jaqueta de Luan, eu já havia visto ele com ela em um programa na televisão. Fiquei observando por algum tempo, ela era linda, e ainda estava com seu cheiro doce, queria poder dormir sentindo aquele cheiro. Abracei a jaqueta por alguns instantes e a guardei no fundo da minha mala de viagem.

Quando finalmente consegui colocar a cabeça no travesseiro, tudo que havia acontecido naquela noite passou pela minha mente como num filme, e eu tentei absorver cada imagem, ainda tendo dificuldade para acreditar que era real.

A mesa do café da manhã ainda estava posta quando eu acordei. Roberta não havia se levantado ainda, e Lílian estava na sala assistindo a um programa de culinária.

— Cadê meu pai? – Perguntei a ela assim que voltei da cozinha.

— Está no jardim. Você quer alguma coisa?

— Não, é que não o vi quando levantei. – Disse saindo em direção ao jardim.

— Bom dia!

— Bom dia Luiza, nem vi que você já tinha acordado.

— Levantei agora a pouco. Essas rosas estão lindas, pai. – Eu disse olhando as roseiras que ele estava apodando.

— Estão sim. Da um pouco de trabalho, mas o resultado é satisfatório.

— Você finalmente conseguiu o seu jardim!

— É verdade. Ter uma casa com um jardim na frente sempre foi uma vontade, mas sua mãe achava que tomava muito tempo, e preferia tudo mais simples.

— A mamãe nunca gostou de coisas muito tradicionais mesmo.

— Mas sabia que no começo do casamento nós tínhamos um jardim de inverno no quarto?

— Não, vocês nunca falaram.

— Não era grande coisa, mas foi nessa época que surgiu meu amor pelas plantas. Mas logo depois que o Frederico nasceu nós mudamos de casa, e eu tive que esquecer o jardim.

— Mas eu me lembro das suas orquídeas.

— As orquídeas sempre foi uma paixão. Não sabe como foi difícil trazer todas elas para Araçatuba!

— Eu me lembro do senhor brigando com o homem que trouxe a mudança, para tomar cuidado com as orquídeas. – Eu ri.

— É verdade, ele estava quase colocando uma caixa em cima delas. Vem aqui na estufa ver, consegui várias outras mudas. – O acompanhei até o pequeno orquidário que ele mantinha ao lado do jardim.

— Nossa! Como elas estão lindas! – Disse ao ver as várias orquídeas que ele plantara lá, eram todas separadas por cores, que iam de brancas a rosas, amarelas e azuis.

— Essa aqui foi a mais difícil de conseguir. – Ele disse pegando com cuidado a orquídea sem flores que estava no canto. – Ela é um pouco rara, só floresce a cada cinco anos. Mas praticamente caiu na minha mão.

— E que cor ela é?

— Ainda não sei! – Ele sorriu.

— Você cuida muito bem delas pai. As samambaias que você deixou em casa morreram todas.

— Foi uma pena não ter trazidos elas. Mas devo dizer que elas sobreviveram por muito tempo. Achei que sua mãe fosse jogá-las fora no primeiro minuto. – Nós dois saímos rindo da estufa.

— Oi Sophia! – Disse me abaixando para pegar a cachorrinha poodle do meu pai que havia acabado de pular nas minhas pernas. Meu pai era veterinário, e adorava animais. Na casa dele tinha dois cachorros e um gato peludo, que mais parecia um ursinho de pelúcia. Em casa nunca tive muitos animais de estimação, e recentemente só restaram o Harry e o Rony, meus dois peixinhos de aquário, batizados com esses nomes em homenagem a minha série de livros favorita. Passei o resto da tarde ajudando meu pai com o jardim, e ouvindo suas inúmeras histórias sobre plantas e animais.

Estava arrumando o cabelo quando Roberta apareceu na porta do meu quarto.

— O Pedro me disse que o Eduardo apareceu com o rosto todo machucado, e que a culpa é a sua. Como assim Luiza?

— Minha culpa? Ele que é um canalha, e a culpa a minha? – Perguntei indignada.

— Eu não sei o que você fez, mas agora eu é que fiquei mal na história!

— Eu estou pouco me importando, porque a culpa disso é sua, que praticamente me empurrou para aquele cara!

— Eu não te empurrei para ninguém, mas se você deu a entender que queria algo não é minha culpa! – Ela disse irônica.

— Eu dei a entender? Eu sei muito bem o que você falou para ele. Aquele sujeito tentou me agarrar Roberta. – Gritei. Não era possível que ela estava a favor daquele cafajeste.

— Não se faz de santa Luiza, porque eu sei que você não é.

— Já o papel de piranha te cai muito bem, não é? – Disse enquanto passava por ela, saindo do quarto.

Me sentei na calçada em frente à casa, olhando as pessoas que passavam na rua. Não demorou muito para que meu pai me seguisse e sentasse do meu lado.

— Tem um pouco de paciência com a Roberta, ela é meio complicada. – Ele pediu.

— Meio? Eu sinceramente não sei como o senhor aguenta!

— Quer uma confissão? Nem eu! – Nós dois rimos.

— Sinto a sua falta! – Disse olhando nos seus olhos.

— Eu também sinto a falta de vocês querida.

— Por que o senhor veio morar tão longe?

— Não é tão longe assim, e eu sempre vou te visitar no Natal e no seu aniversário como eu prometi.

— Mas é muito pouco! – Eu disse fazendo bico.

— Eu sei que é pouco, filha, mas pode ter certeza que meu pensamento e o meu coração estarão sempre com você e o Frederico. – Encostei a cabeça o seu ombro e ele me abraçou.

— Preciso me arrumar, quero chegar cedo no show. – Disse enquanto me levantava da calçada. – Tem certeza que não quer ir?

— Tenho sim, vai se divertir! – Ele respondeu também se levantando.

A roupa para o show já estava separada há muito tempo. A saia de cós alta florida e o top azul estavam em cima da cama, ao lado da sandália de tiras preta. Em pouco tempo eu já estava pronta. Sem ter outra opção, fui com Roberta até o local do show, não trocamos nenhuma palavra durante o caminho, e ao chegar lá ela me disse que nos encontraríamos no final. Não respondi, apenas segui direto para trás do palco a procura da produção do Luan.



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