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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo sessenta e quatro


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 64 - Capítulo sessenta e quatro


O relógio da parede parecia ter parado no tempo enquanto as horas se arrastavam me torturando. Quando finalmente meu celular tocou, senti meu coração dar um solavanco e disparar no meu peito.

— Estava dormindo? – Ele perguntou.

— Não.

— Então você poder vir logo? Está frio e escuro aqui.

— Estou indo. – Disse sorrindo. Desliguei o telefone e desci as escadas correndo, como sabia que ele viria não havia nem colocado o pijama. Saí de casa me sentindo tão ansiosa para vê-lo que mal pude acreditar quando virei a última esquina e o vi sentado no mesmo banco. Respirei fundo e andei o mais rápido que podia, ele se levantou assim que ouviu meus passos abrindo os braços para mim. E eu me joguei neles só então percebendo o quanto estava com saudades do seu abraço.

O apertei com toda força que tinha, tentando segurar as lágrimas que insistiam em querer sair. Como era reconfortante estar em seus braços, ele fazia todos os problemas desaparecerem, ou pelo menos se minimizarem até você não conseguir mais enxergá-los. Aquele era o lugar a onde eu gostaria de poder habitar para o resto da vida, o lugar a onde morava a minha felicidade e me fazia acreditar que finais felizes poderiam existir. Ele me deu um beijo na bochecha e se afastou.

— Tudo bem? – Eu assenti. – Mesmo? – Ele perguntou me puxando novamente para os seus braços e encostando o queixo na minha cabeça.

— Mesmo. – Eu afirmei. – E você?

— Eu estou bem, não se preocupa.

— Você não precisava ter vindo.

— Mas eu queria vir.

— Que bom que veio então. – Eu admiti, ficando na ponta do pé e lhe dando um beijo na bochecha. – O que é aquilo? – Perguntei reparando que em cima do banco havia uma bolsa e um tubinho com uma planta dentro.

— Ah. – Ele respondeu se sentando e me puxando junto. – Lembra quando disse que precisávamos compensar o tanto de água que havíamos desperdiçado em Paulínia? Não podemos plantar uma floresta, mas uma árvore nós conseguimos.

— Você é inacreditável! – Eu disse sorrindo e lhe dando um beijo na bochecha novamente. Ele pegou meu rosto entre as duas mãos, seus olhos castanhos queimando nos meus, fazendo meu coração derreter.

— Sabe que faria qualquer coisa por você, não sabe? – Eu assenti tentando identificar pela sua voz o que ele queria dizer. – Eu prometo nunca te fazer mal, Luiza, nunca.

— Eu também. – Sussurrei. Então seus lábios tocaram os meus delicadamente, se movendo com cuidado, quase tão sutil quanto uma brisa suave. Uma de suas mãos escorregou para a minha nuca e a outra me puxou pela cintura para o seu colo, enquanto o beijo se tornava mais intenso. Assim que nossos rostos de separaram eu tentei voltar para o banco, mas senti seu abraço firme me envolver. Eu estava parecendo uma criança no seu colo, mas não me importava o quão constrangedor isso podia ser, apenas encostei a cabeça no seu ombro e fiquei ali sentindo o seu perfume doce me entorpecer.

Assim que ele me soltou eu voltei a me sentar no banco, pegando o tubinho com a planta e analisando-a.

— O que é?

— Um ipê rosa.

— Ah, ipês são lindos. E a onde conseguiu?

— Eu tive show em Curitiba esses dias atrás e estava tendo uma feira de flores e plantas, então eu resolvi comprar a nossa árvore.

— Você foi comprar?

— O Rober comprou para mim, mas o que vale é a intenção. – Ele disse sorrindo lindamente.

— É verdade. E a onde vamos plantá-la?

— Estava pensando em algum lugar por aqui.

— Aqui na praça?

— É.

— O que acha daquele canteiro? – Perguntei indicando um canteiro há uns sete passos de nós.

— Parece bom.

— Então será lá. – Disse empolgada. – E como vamos fazer?

— Aqui tem algumas instruções. – Ele pegou a bolsa de cima do banco. – E alguns materiais. – Tirou de lá um papel, uma pá pequena, uma garrafa vazia e duas luvas.

— Ótimo. Vamos. – Eu disse pegando a planta e as luvas enquanto ele pegava o resto. – O que precisamos fazer agora? – Perguntei agachando ao lado do canteiro.

— Cavar um buraco. – Ele disse lendo o papel. – Deixa que isso eu faço.

— Mas eu quero ajudar.

— Então nós dois vamos fazer. – Ele agachou do meu lado e nós colocamos as luvas de jardinagem. – Não pode ser tão difícil plantar uma árvore! — Luan cavou a maior parte do buraco, enquanto eu só remexia na terra. Retirei a planta do tubinho e a coloquei lá dentro com cuidado e nós dois cobrimos com várias camadas de terra, dando tapinhas para firmar.

— Acho que está bom, agora só precisa molhar. – Eu disse verificando o papel.

— Tem torneira por aqui?

— Acho que tem. Vou pegar a água. – Disse me levantando e levando a garrafa vazia atrás de uma torneira, achando-a rapidamente ao lado de uma árvore. Enchi a garrafa e voltei a agachar ao lado de Luan, me ajoelhando e sentando sobre os pés. Peguei um pouco da água com a mão e joguei com cuidado em volta da planta e Luan ameaçou a me sujar de terra. – Não Luan! – Protestei desviando e ele apenas riu. – Bobão. – Disse infantilmente.

— Eu sou o que?

— Bobão.

— Ah é? Eu sou bobão?

— É, e muito. – Ele passou os dois braços pelos meus ombros tomando cuidado para não relar as mãos em mim e se aproximou, pousando os lábios no meu pescoço e subindo devagar.

— E agora?

— Bobo. – Ele subiu os lábios para a minha clavícula até o espaço atrás da minha orelha.

— E agora?

— Bobinho. – Ele mordiscou de leve minha orelha, me causando profundos arrepios.

— E então?

— Esqueci. – Eu disse e uma gargalhada gostosa ecoou da sua garganta enquanto ele se afastava. – Isso não é justo! – Protestei, minha voz saindo menos indignada do que gostaria, pois, o som a dá risada havia feito meu coração disparar compulsivamente.

— É bom saber que ainda posso causar efeitos sobre você.

— O tempo inteiro. – Admiti. Ele sorriu timidamente voltando a mexer na terra e respigando água nas folhas da planta. Desenhei de leve um coração em volta dela enquanto ele observava. – Vai ser a nossa plantinha do amor, e eu prometo sempre regá-la para que nunca morra.

— E irá sempre florescer, um pouco mais a cada dia. – Sorri maravilhada e ele me deu um rápido selinho. Levamos as coisas até a torneira para lavar e Luan espirrou água em mim de propósito.

— Luan! – Disse jogando água nele, que tentou sair da frente, mas ficou com vários respingos no rosto.

— Acho melhor não começarmos, ou não há floresta que resolva.

— Concordo. Eu sabia que iríamos acabar causando um impacto ambiental! – Disse séria, fazendo-o rir. 

Voltamos para o banco, observando a distância a nossa futura árvore, um dia ela seria um lindo ipê rosa no meio daquela praça.

— Eu tenho outra coisa para te entregar, só não sei como. – Ele disse cauteloso.

— O que?

— É constrangedor, nunca tive que fazer isso. – Ele disse fazendo uma careta.

— Só me entrega, não precisa falar nada se não quiser. – Eu disse incentivando-o.

— Luly, as coisas estão ficando sérias e não podemos ficar fugindo o tempo inteiro. Não sei como te pedir isso, mas eu gostaria de ter certeza. – Ele tirou uma sacola de dentro da bolsa e me entregou.

— Eu já imaginava. – Disse abrindo-a e encontrando um teste de gravidez.

— Eu não quero te forçar a nada, mas o que tiver que acontecer vai acontecer cedo ou tarde. Eu só gostaria de ter algum tempo para me preparar e preparar as outras pessoas. – Ele disse parecendo escolher as palavras cuidadosamente. Gostaria de poder dizer a ele o quanto estava com medo, queria pedir o seu abraço, me prometendo que tudo iria ficar bem. Mas o instinto de tentar protegê-lo de qualquer tipo de preocupação falava mais alto. Poderia acontecer o que fosse, se ele estivesse bem eu também estaria.

— Tudo bem. – Disse concordando. – Mas você acha que pode dar certo?

— O farmacêutico disse que cinco dias após ele já é capaz de detectar com precisão. – Ele disse apontando para a caixinha do teste em minhas mãos.

— Cinco dias após a fecundação ou a ovulação? – Perguntei me lembrando de todas as coisas que Cristina havia me dito.

— Não sei. – Ele respondeu parecendo confuso. – O Rober só me disse isso.

— O Rober?

— Sim, ele que comprou.

— Você contou para o Roberval? – Perguntei assustada.

— Contei Luly, eu não sabia o que fazer. E ele e a Dagmar acabaram percebendo que eu estava estranho.

— A Dagmar também sabe?

— Sabe. – Ele disse fazendo uma careta.

— E o que ela disse? – Nesse momento eu já estava no ápice do meu desespero.

— Ela está surtando, mas disse a ela que não era certeza. Acho que ela comentou alguma coisa com o Anderson, porque ele já me ligou três vezes.

— E ele está muito bravo?

— Não sei. Sabe, eu confio bastante nele, mas não sei como ele reagiria a algo assim. E não gostaria de testá-lo sem ter certeza do que está acontecendo.

— Eu entendo. – Disse me sentindo completamente culpada e egoísta por não querer fazer um teste por medo, enquanto ele estava tendo que lidar com tudo isso. Respirei fundo e levantei, iria tirar essa dúvida o quanto antes.

— Vamos ter certeza então. – Disse firmemente.

— A onde você vai? – Ele perguntou confuso.

— Fazer o teste. – Então ele sorriu aquele sorriso lindo, derretendo meu coração.

— Luly, você não precisa fazer agora. Eu ainda tenho alguns minutos e gostaria de ficar aqui com você. – Ele disse me puxando para ele, me fazendo cair em seu colo mais uma vez.

— Me desculpa por isso. – Disse abraçando-o apertado e acostando o queixo no seu ombro.

— Não há o que desculpar, a culpa não é sua. – Ele disse envolvendo a minha cintura com seus braços calorosos. Fiquei algum tempo calada, até que decidi fazer a pergunta que estava me sufocando, seria mais fácil sem ter que encará-lo.

— Luan. – Comecei.

— Oi? – Ele disse como se estivesse sido interrompido em meio há algum pensamento distante.

— E se der positivo?

— Se der positivo nós teremos que assumir as nossas responsabilidades. – Fiquei quieta, apenas abraçando-o enquanto pensava em como seria isso. Então ele se afastou, pegando meu rosto entre as mãos. – Nós passaremos por isso juntos Luly. – Ele disse olhando dentro dos meus olhos, fazendo meu coração martelar no peito. – Se o resultado for positivo, se você estiver realmente grávida tenho certeza que será uma linda criança, fruto de um amor imenso e que terá um pai que vai amá-la demais. – Senti as lágrimas escorrendo pelos meus olhos e ele as enxugou rapidamente. – Não precisa ter medo minha menina. – Ele disse baixinho e eu o abracei ainda mais forte, como se estivesse agarrando um único fio de esperança e uma última possibilidade de ser eternamente feliz.

Luan me afastou mais uma vez depois de algum tempo, colocando suas mãos novamente no meu rosto e encostando seus lábios nos meus suavemente. Sua boca se movia tão delicadamente na minha como se com um simples toque pudesse quebrá-la. Mas foi quando seus braços me puxaram para mais perto, me apertando contra si que o beijo se tornou mais intenso. Fora maravilhoso como sempre era beijar Luan, meu coração batia compulsivamente e a sensação de fogos de artifício estivera presente, mas dessa vez havia algo diferente. O beijo estava mais urgente, mas sufocado, quase doloroso. Luan me apertava em seus braços cada vez mais e eu não queria soltá-lo por nada, mesmo quando o ar já estava me faltando. Eu senti a relutância de Luan ao me soltar e eu arfei, sentindo minha cabeça girar. A encostei novamente no ombro de Luan e ele me embalou como se eu fosse uma criança em seu colo.

— Canta pra mim? – Pedi baixinho e pude ver seu sorriso torto, o meu sorriso, aquele que iluminava toda minha vida. Então sua voz de anjo invadiu meus ouvidos e a minha mente, entrando por todos os poros e chegando ao coração. Aquela era a voz que eu levaria para sempre na memória, do qual poderia passar a vida inteira escutando sem me cansar.



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