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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo nove


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 9 - Capítulo nove


Acordei meio atordoada com o celular tocando ao meu lado, olhei no identificador de chamadas, e era um número que eu não conhecia.

— Alô. – Disse sonolenta.

— Bom dia! Te acordei? – Minha respiração falhou ao ouvir aquela voz, e por pouco não caí da cama.

— Para você estar me ligando, parece que não! – Percebi que estava deitada com o rosto no diário aberto na cama.

— Sua boba. Liguei para te fazer outro convite! – Pude ouvir a risada de Luan pelo telefone.

— Qual? – Perguntei enquanto sentava na cama, vendo que ainda estava usando a roupa do show. Provavelmente havia dormido enquanto escrevia.

— Eu estou indo passar o dia em uma fazenda aqui perto. Você não quer ir comigo?

— Eu… Fazenda? – Disse atropelando as palavras enquanto tentava raciocinar o que ele estava me dizendo.

— Não gosta de fazenda?

— Desculpa, eu ainda estou meio sonolenta. Tenho que ver se eu vou poder ir. Pode me ligar daqui a dez minutos?

— Claro, até daqui a pouco então. – Eu deveria realmente estar sonhando. Tentei pensar em uma desculpa para meu pai enquanto tomava banho. Decidi dizer que ia para a fazenda com Nayara, já que ele não tinha nem um contato com ela, e eu não conhecia mais ninguém dali.

Olhei no relógio, eram oito horas, como era domingo de manhã, meu pai ainda estava dormindo. Entrei no quarto dele na ponta dos pés, ainda ensaiando o que precisava dizer, e me ajoelhei ao lado da cama, o chamado baixinho.

— Que susto Luíza! – Ele disse ao abrir os olhos e me ver.

— Pai a Nayara me chamou para ir a uma fazenda aqui perto com a família dela. Tudo bem se eu for?

— Luíza você não conhece ninguém lá.

— Não tem problema pai. Eu conheço a Nay, além disso, eu posso fazer amizades por lá. – Eu era péssima com mentiras.

— Tudo bem. É melhor do que você ficar trancada aqui dentro de casa o dia inteiro.

— Obrigada! – Dei um beijo no rosto dele animada.

— Que horas que você volta?

— Não sei, mas acho que a noite. Qualquer coisa eu ligo.

— Está bem. Divirta-se!

— Obrigada! – Disse saindo do quarto. Quando Luan me ligou estava revirando minha mala atrás de uma roupa adequada.

— Eu vou. – Disse assim que atendi o celular.

— Então me explica a onde você mora que daqui a pouco passo aí para te pegar. Expliquei para ele como chegar até a casa do meu pai pelo caminho que eu lembrava que Wellington havia passado ao me trazer em casa. Decidi colocar um short jeans, uma blusa branca, e uma camisa xadrez azul por cima, que eu havia trazido como segunda opção para o show. Lamentei ter deixado minha bota em casa, pois não imaginei ter nenhuma ocasião para usá-la. Resolvi optar por uma sandália rasteira, já que ir de salto para a fazenda estava fora de cogitação. Coloquei umas peças de roupa dentro de uma bolsa, juntos com algumas outras coisas que achei necessário. Quando Luan chegou, eu já estava esperando-o na calçada, dessa vez ele estava dirigindo um carro prata elegante.

— Bom dia, dorminhoca! – Ele disse assim que entrei no carro.

— Bom dia! – Respondi animada enquanto o cumprimentava com um beijo no rosto. — Dorminhoca? Você que madrugou!

— Gosto de ir para a fazenda cedo, para aproveitar mais.

— Ah sim. Que carro é esse?

— Aluguei.

— Você gosta de dirigir?

— Adoro! Se eu pudesse, pegaria o carro e sairia dirigindo sem rumo.

— Quem sabe um dia você possa fazer isso!

— Qualquer dia desses! – Ele deu com os ombros.

— Para que fazenda nós vamos?

— É uma fazenda de um amigo, que há um tempo atrás me contratou para fazer um show aqui perto.

— E é longe?

— Não, estamos quase chegando. – E ele estava certo. Em poucos minutos estávamos estacionando ao lado de uma grande casa de tijolos.

— É lindo! — Eu disse quando descemos do carro. O céu estava num lindo azul claro, onde vários pássaros voavam. O sol ainda fraco proporcionava uma agradável sensação térmica. Apesar de estar próximo ao inverno, fazia bastante calor ultimamente.

— Muito! – Ele concordou enquanto colocava seus óculos escuros, me fazendo perder o ar, a cada vez que olhava tinha a impressão de que ele estava ainda mais bonito. Foi só então que reparei como ele estava vestido. Luan usava uma camiseta preta por baixo de uma camisa xadrez vermelha, um jeans preto e tênis branco com detalhes em preto. Eu quase não conseguia acreditar que não se tratava de um sonho, e que ele realmente estava ali na minha frente, mais bonito do que qualquer revista poderia mostrar. A beleza dele deveria ser um insulto aos anjos do céu, pois nem eles conseguiriam ser tão lindos assim. – Adoro o cheiro do campo! – Ele disse enquanto respirava fundo. Eu não era acostumada com a vida no campo, o único lugar fora da cidade que raramente ia, era o sítio do meu avô. Porém o cheiro de mato me parecia bem agradável agora. Segui Luan até dentro da casa, que provavelmente era a cede da fazenda.

A casa era bonita, as paredes brancas faziam contraste com os móveis antigos e de madeira. Na parede vários quadros e porta-retratos, em um deles havia uma jovem de sorriso largo segurando uma criança pequena no colo. Havia várias cômodas e uma estante com muitos enfeites pequenos. E um vasto sofá marrom a frente de uma grande lareira apagada. Parei em frente a um quadro que tomava um terço de uma das paredes. O desenho me chamou a atenção, era de um restaurante, com paredes escuras, toldos rosa, e o acabamento que parecia ser de madeira. Nele havia pessoas sentadas em mesas elegantes, uma das senhoras, vestida impecavelmente, segurava um pequeno cachorro pela coleira, enquanto uma florista vendia lindos ramos de flores em vasos espalhados pelo chão. Uma charrete passava pela rua, e o esboço de casas ao longe dava a impressão de um ambiente pitoresco, deixando aparente que a tela se tratava de um café parisiense.

— Sempre sonhei em conhecer um lugar assim! – Disse a Luan que havia parado um passo atrás de mim, com os óculos agora pendurados na gola da camiseta preta.

— É lindo, transmite muita tranquilidade. Parece até outra realidade.

— E é. É claro que na França existem muitos lugares assim, mas se você reparar bem, as roupas e a charrete, se trata de uma imagem de muitos anos atrás.

— É verdade. Ainda assim Paris continua muito elegante.

— Na minha concepção, umas das duas cidades mais elegantes do mundo!

— Vem, vamos deixar as coisas lá em cima. – Luan disse me puxando pelo braço escada acima. Chegamos a um pequeno hall, que dividia um estreito corredor ao meio. – Esse é o quarto de visitas, onde eu normalmente fico. – Ele disse enquanto entravamos na primeira porta a direita. O quarto parecia combinar com o restante da casa, havia uma grande cama de casal no centro, e um guarda-roupa que tomava uma das paredes por inteiro, ambos de madeira antiga, e longas cortinas amareladas davam um acabamento final. Apesar de passar a impressão de ser uma casa antiga, tudo ali era muito fino e elegante. Luan pegou a bolsa da minha mão, e colocou em cima da cama junto com uma mochila que ele estava carregando. Puxando-me, em seguida, novamente escada abaixo.

— Não tem ninguém na casa? – Perguntei.

— Os donos não moram aqui, somente o caseiro, a esposa e alguns outros empregados ficam para cuidar da fazenda.

— Entendi.

— Vem, vou te apresentar a dona Maria. – Entramos em um cômodo da casa, que logo pude ver que era a cozinha. Uma senhora baixinha, gordinha e de cabelos grisalhos presos em um coque, estava cortando batatas na pia. – Bom dia dona Maria! – Ele disse para ela, que se virou rapidamente, ajeitando os óculos no nariz.

— Ah, Luan! – Ela disse animada. – Chegou faz tempo?

— Não, cheguei agora mesmo. Só subi para deixar as bolsas. – Ele respondeu enquanto a cumprimentava com um beijo no rosto. – Essa é a minha amiga Luiza. – Estremeci com a palavra amiga.

— Como vai? – Eu disse também a cumprimentando com um beijo no rosto.

— Vou bem, obrigada. – Ela disse simpaticamente. – Vou arrumar a mesa do café para vocês na sala de jantar.

— Não precisa dona Maria, podemos comer aqui mesmo. – Disse Luan.

— Você é quem sabe filho, para mim não é incomodo nenhum.

— Obrigado, a senhora é sempre um amor. Mas não precisa mesmo.

— Ele é uma graça, não é? – Ela disse sorrindo para mim, enquanto pegava copos no armário.

— É sim. – Respondi timidamente. Em poucos minutos ela encheu a mesa a nossa frente com pães, bolos e frutas.

— Esse bolo é de maça com canela, receita nova. Prova e me diz o que vocês acham. – Ela disse colocando um pequeno pedaço num prato e me entregando.

— Muito bom! – Eu disse ao provar, enquanto Luan pegava um garfo e me roubava um pedaço do bolo.

— Bom mesmo, dona Maria. – Ele disse ainda com a boca cheia.

— Se quiser depois te passo a receita, é bem simples de se fazer. – Ela ofereceu.

— Claro, quero sim! – Luan riu se engasgando com o suco, e eu dei uma cotovelada nele por debaixo da mesa. Não era preciso me conhecer muito bem para saber que meus dotes culinários não eram os melhores. Entretanto não era por falta de tentativas, a Julia sabia bem quantas vezes teve que comer bolo queimado ou duro por minha causa.

— Dona Maria, tem abacate? – Perguntou Luan.

— Tem sim, o Francisco colheu ontem de manhã. – Ela disse enquanto voltava a cortar batatas.

— A onde está? – Luan perguntou se levantando da cadeira.

— No cesto aí ao lado do armário.

— Com licença, vou usar a sua cozinha um pouquinho. – Ele disse levando o abacate até a pia.

— Fica à vontade. – Fiquei observando enquanto ele abria os armários e a geladeira em busca de um liquidificador e outros ingredientes, batendo tudo em seguida. Colocou a mistura em um pequeno copo de sobremesa que achou em umas das portas do armário, e levou o liquidificador a boca para beber o que havia sobrado nele, ficando com um fino bigode verde.

— O que foi? – Ele perguntou enquanto eu ria por ele estar raspando o fundo do liquidificador com uma colher.

— Nada não. Só acho que daqui a pouco você vai comer é o liquidificador!

— Adoro creme de abacate! – Ele deu com os ombros enquanto voltava para mesa trazendo o copo de sobremesa. – Quer?

— Não, obrigada.

— Experimenta, você vai gostar!

— Não quer… – Foi tarde demais, ele já havia enfiado a colher na minha boca, me lambuzando toda.

— Luan! – Reclamei enquanto limpava a boca com um guardanapo de papel.

— Gostou?

— É bom!

— Eu disse que você ia gostar!

— Mas não quero mais não, já comi demais. – Ele revirou os olhos.

— O seu Francisco já arrumou o barco dona Maria? – Luan perguntou.

— Arrumou. Assim que você ligou dizendo que vinha.

— Ah sim, vou lá daqui a pouco então.

— Barco para que? – Quis saber.

— Para pescar! – Ele disse como se fosse algo muito óbvio.

— Pescar? – Perguntei desconfiada.

— Sim. Hoje você vai aprender a pegar peixes! – Pensei que ele estivesse brincando, mas sua voz firme provava que ele falava sério. Lancei para ele um olhar assustado, mas ele estava absorto demais em seu creme de abacate para reparar na minha expressão de pânico. Eu já sabia que ele gostava de pescar, mas não conseguia me imaginar em um barco, puxando uma vara com um peixe na ponta.



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