História Diário de uma Garota em Seul - Duas retardações mentais em Seul

Estávamos eu e Malu no aeroporto. Parecia que nós duas estávamos levando o Brasil inteiro para Coreia e com Pedro Álvares Cabral em uma de nossas malas( Sim, a gente tava levando muita coisa mesmo). 

Nossos pais nos ajudaram a levarmos a bagagem pro aviam. Minha mãe deu um leve selar na minha bochecha, enquanto que meu pai me abraçou.

- Juízo minha filha! Pelo amor de Deus!

Disse minha mãe sempre sendo cuidadosa.

- Pode deixar mãe eu vou ficar bem, Thau!

Falei aquilo tentando conter minhas lágrimas. Aquilo estava sendo muito difícil pra mim e acho que pra malu também.

Se despedimos dos nossos pais, e  embarcados no avião. Sentamos nas poltronas do meio. Iríamos viajar na Econômica, (Por que a vida não tá fácil pra ninguém). 

Sentei na janela( Por que faço questão de sentar lá). Malu comia uns salgadinhos. Ela nunca para de comer e tem um corpão!

  - Hanzel eu descobri que o BTS volta pra Seul hoje, como tu sabe, eles tavam na turnê.

Fala Malu não tirando a comida da boca.
  - Tá, e daí?
   Perguntei
   - E DAI RETARDADA, QUE A GENTE PODE SE ENCONTRAR COM ELES LÁ NO AEROPORTO DE SEUL! TU NÃO SABE RACIOCINAR NÃO?!
   Disse malu, sendo um pouquinho estérica.
   -Ta, pode ate ser, mas nunca que os seguranças vão deixar a gente falar com eles animal, pensa.
   - Tu acha que eu me importo com os seguranças? Se eu ver o Suga, eu pulo em cima dele, isso sim.
    (Sim, o utt dela é o suga, acho que isso ficou bem claro.)
   Depois de horas, horas e infinitamente mais horas , finalmente chegamos. Descemos do avião, e fomos pegar nossas malas.
   Estávamos na fila de desembarque, quando de longe, um homem me observava. Parecia ter mais de trinta anos. Olhava intensamente pra mim, com um olhar frio e perturbador, com um sorriso nojento no rosto. Nisso me virei para o outro lado, para não ter que ficar encarando ele. Olhei pra ele de novo, mas ele não estava mais lá. Foi meio bizarro. Não cheguei a comentar nada com a Malu.
     Pegamos um táxi para irmos até o nosso apartamento. Ainda não possuíamos móveis, só alguns do antigo morador. Iríamos comprar e decorar a casa aos poucos. Pelo menos temos um lugar que podemos chamar de nosso.
    - Agora que a gente chegou eu vou dormi tá? Thau e..... 

- O QUÊ?! TA BRINCANDO NÉ? Nada disso mocinha. Vem, vamo sair.

  Falei interrompendo Malu puxando a mesma pelo braço. 

Não acredito que ela realmente estava pensando em dormir. Gente, quem dorme quando acaba de chegar de viagem? Sim, muita gente mas não importa. Eu não vou deixar de passar uma noite divertida em Seul, só pra ficar dormindo.

    Queríamos ir a uma cafeteira mas, já estava meio tarde então pedimos uma Vodka mesmo. Só espero que a gente não morra de cirrose cedo.

 Depois disso não me lembro mais o que aconteceu, só sei que se minha mãe me visse assim, ela pegava aquele litro de Vodka e quebraria todinho na minha cara, e ainda sobraria pra Malu.( Minha mãe é muito meiga mesmo.) É mãe, acho que o papo de " Vou ficar bem" não deu muito certo.

 Acordei em casa deitada em um colchão improvisando, já que ainda não tínhamos nada no apartamento. Acordei bastante sonolenta e cansada. Acho que no final, não deveria ter saído pra beber. Ainda mais hoje que seria nosso primeiro dia na faculdade.

   Malu e eu se arrumamos, pegamos o ônibus e chegamos no prédio onde iria acontecer as aulas. Mesmo nossas aulas sendo no mesmo prédio, tínhamos cursos diferentes. Malu cursava psicologia, e eu Artes, como já falei anteriormente. Entramos na faculdade e fomos para nossas devidas salas.

(...)
    A aula acabou umas cinco horas. Os professores até que são legais aqui. 

 Sempre que possível, tinha um caderno e um lápis para desenhar. Eu realmente tenho paixão e prazer de fazer isso, então quero trabalhar duro e ser uma grande artista. Empregar-se em uma empresa de jogos ou desenhar para animes, talvez. Na volta pra casa, peguei um atalho pelo Hangang Park, que era um dos mais famosos aqui de Seul.

     Percebi que não muito distante, um homem me observava. Tinha um aspecto familiar pra mim. Na verdade.....ERA O MESMO HOMEM DO AEROPORTO!

 Ele estava encostado em uma árvore e ainda não havia me visto. Estava com medo e suando frio. Infelizmente teria que passar por ali, não tinha como voltar. Apertei forte alguns livros que carregava contra meu peito. Segui adiante, sem encarar o tal homem.
   Passei por ele apreensiva. Ele notou minha presença rapidamente e me olhou com o mesmo olhar nojento e maldoso de antes. Nesse momento só continuei andando. Fechei meus olhos, estava prevendo o pior.
    Ele me agarrou pelo braço. Simplesmente gelei.
   - Aonde você está pensando em ir?