História Diário de uma Pop Star ⭐ - Tutorial: como tirar o seu amigo da bad

- Oi, Denise! - Xaveco me recebeu com um abraço, depois que abriu a porta para mim e eu entrei logo em seguida. Já fazia uma semana da morte da avó deles, e uma semana também que nós não nos víamos. Depois que tudo aconteceu, eu não tive coragem de ir ao enterro, nem ao cemitério, mas fui pegar a Eliza na escola. Quando fui deixa-la em casa, ele só agradeceu e fechou a porta. Não tentei falar mais nada depois, pois entendi que ele precisava de um tempo sozinho, só que já fazia uma semana que ele não ia à escola e eu sabia que não era só porque ele tinha que cuidar da Eliza, como ele disse.

 - E a Eliza? - perguntei, sentando no sofá da sala.

- Tá na escola - ele foi na cozinha, pegou um copo de suco de laranja e me entregou. É o meu preferido e ele sabe disso desde o primeiro dia que eu vim aqui, quando tive que dormir com a Eliza por causa da chuva. Peguei o copo mas não bebi.

- E você?

- Eu tô aqui com você - ele riu e eu revirei os olhos.

- Eu quis dizer como você tá, né - ele respirou fundo e se jogou no sofá, do meu lado.

 - Ah, tô indo...

- Ôh, mas que baixo astral, hein? Pelo amor de Deus! Sua avó daria tudo pra vim aqui dá um tapa na sua cara pra você abrir os olhos! - ele repirou fundo mais uma vez.

- Ah, Denise...

 - Vai dizer que eu tô mentindo? Ela tinha mais disposição que eu, e olha que eu tenho só 17 anos e faço show toda semana! Tenho certeza que ela não iria gostar de te ver assim - levantei do sofá e cruzei os braços, olhando pra ele. - Se você não levantar daí agora e der um sorriso, eu vou ter que ser obrigada a te arrastar pra fora dessa casa! - ele não se mexeu, então fiz o que falei.

Peguei ele pelo braço, tirei meu celular do bolso e puxei ele até a porta. Atravessei a rua com ele e liguei a câmera do celular.

 - O que você tá fazendo? - ele perguntou, me observando gravar nós dois com o celular.

- Um vídeo novo para o seu canal - e ele continuou sem entender. De longe, vi dois homens prestes a prenderem suas bicicletas em um tipo de poste. Abri um sorriso e gritei: - corre!

Tudo o que acontece agora é gravado por mim:

- CORREE! - gritei, quando chegava perto dos dois homens. Eles se assustaram e soltaram as bicicletas. Os homens começaram a correr quando nos viram fazer o mesmo, achando que estávamos fugindo de algo. Eu subi em uma das bicicletas e pedalei para a direção contrária que os homens corriam. - VAI, XAVECO!

- O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? - ele se desesperou enquanto eu continuei pedalando, agora mais rápido e rindo. Olhei pra trás e vi Xaveco me seguindo em alta velocidade na outra bicicleta. Ele me alcançou.

- No tutorial de hoje, vamos ensinar como tirar o seu amigo da bad! - falei para a câmera do celular.

- Ou como ser preso - Xaveco completou. Gravei o que estava acontecendo lá atrás que era basicamente dois homens correndo atrás de nós gritando.

- É uma pena não dar para entender o que eles falam, já que eles ficaram pra trás... - falei rindo. Xaveco também riu. - E o tutorial já está funcionando, meninas!

- Você sabe que eles podem ter te reconhecido, né? - Xaveco falou um pouco alto. - Já posso até ver a manchete: "A super estrela Denise é vista roubando bicicletas com seu cúmplice Youtuber, nem tão famoso assim, Xaveco" - dei uma gargalhada.

- E daí se eles me reconheceram? Todo mundo vai saber de qualquer jeito quando eu postar esse vídeo aqui! - virei o celular para ele, que fez uma careta para a câmera. - E nós não roubamos. Só pegamos emprestado... - ele balançou a cabeça negativamente e seguimos em frente.

***

Paramos em frente a um parque de diversões abandonado.

 - Denise, eu pensei que a gente tinha roubado bicicletas pra ir num lugar divertido e não macabro... - ele olhava os arredores com uma expressão de repreensão e medo.

- Ih... Tá com medo é?

- Eu? Medo? - ele riu forçadamente. - Medo é o meu nome do meio.

- Parece que o nosso amigo aqui tem medo de cavalos que giram ao som de música infantil, galera - falei para o celular, enquanto entrávamos no lugar.

- Se o carrossel realmente fizesse isso eu não reclamaria... Mas o máximo que ele deve fazer aqui é cair aos pedaços quando subimos nele. - ele apontou para o brinquedo que estava bem na nossa frente, com uma aparência nada chamativa. Gravei tudo.

- É? Então vamos testar! - subi em um dos cavalos e ouvi um barulho de coisa quebrando.

 - Pronto, agora desce! - ele subiu no carrossel mas não montou em nenhum cavalo, só ficou do meu lado me puxando, pra eu sair logo dali.

- Claro que não, a gente nem começou a diversão! - vi um botão vermelho bem ao meu lado, na "parede" do carrossel, e apertei. O brinquedo começou a girar bem devagar e com dificuldade, fazendo um barulho estranho.

- Denise, o que você fez!? - ele segurou em mim e ficou falando que íamos morrer.

- Xaveco, é só um carrossel e deve tá a menos de um quilômetro por hora. - virei a câmera para ele. - Todo mundo tá vendo o seu vexame!

- A gente vai morrer! A gente vai morrer! A gente vai morrer! A gente vai morrer! - ele continuou.

- AAAH! - gritei e segurei nele também.

- AI MEU DEUS DO CÉU! Eu sou muito novo pra morreeeeer! - ele me abraçou mais forte.

- Eu tô te zoando - gargalhei alto. - Você devia ter visto a sua cara!

- Ah, não! Não acredito! - ele se recompôs e voltou a ficar em pé sem me segurar. - Não teve graça!

- Ainda bem que eu gravei isso. - pulei para fora do cavalo, rindo. - Vem, vamos embora antes que você tenha um ataque do coração e morra na minha frente. Imagina ter que explicar pra sociedade que você morreu em um carrossel!? Você perderia o respeito que nem tem! - ele revirou os olhos e eu ri mais.

Quando saímos do parque, gravei a fachada do lugar. - Caso os donos da bicicleta ainda queiram elas de volta... Elas tão aqui ó!

- Isso vai dar uma merda...

 - Eu sei

 ***

Andamos até o shopping mais próximo.

- Qual crime viemos cometer? - Xaveco perguntou enquanto entrávamos na praça de alimentação.

 - Se for crime uma pobre garota se alimentar... -  pedimos um clichê hambúrguer com batata frita e Coca-cola e escolhemos nossa mesa. Quando comecei a comer, ouvi a voz de uma mulher cantando. Olhei para o lado e vi que a voz vinha de um palco instalado no meio da praça de alimentação. - Xaveco, você conhece a música Here's to never growing up, da Avril Lavigne?

 - Uhum, por que? - ele respondeu com a boca cheia de batata frita. Sorri.

- Ótimo. - levantei, puxei ele da cadeira e segui até o centro da praça.

- Ei! Eu nem terminei meu lanche! Foi caro, tá bom?

- Oi, senhora, tudo bom? - olhei para uma mulher de idade que estava em uma mesa bem ao lado do palco; entreguei meu celular para ela. - Tá aí sem fazer nada, né? Então segura aí esse celular rapidinho pra mim que depois eu te pago um sorvete sem açúcar.

- Não tô entendendo nada, Denise. - Xaveco coçou a cabeça e olhou para a nossa mesa, agora ocupada por duas crianças que comiam nosso lanche.

- Ah, essa senhora só vai gravar a gente - ri com a expressão de confuso dele e o puxei para o palco, que ele nem tinha percebido que estava lá até agora. Joguei ele no banco atrás da bateria, coloquei duas baquetas na mão dele, peguei uma guitarra e fui até o microfone. - E esse é o último passo do tutorial de hoje, meninas!

Singing Radiohead at the top of our lungs
With the boom box blaring as we're falling in love
I got a bottle of whatever, but it's gotten us drunk
Singing here's to never growing up

Call up all our friends, go hard this weekend
For no damn reason, I don't think we'll ever change
Meet you at the spot, half past ten o'clock
We don't ever stop, and we're never gonna change

Say, won't you say forever stay
If you stay forever hey
We can stay forever young

Singing Radiohead at the top of our lungs
With the boom box blaring as we're falling in love
I got a bottle of whatever, but it's getting us drunk
Singing, here's to never growing up

We'll be running down the street, yelling "Kiss my ass!"
I'm like yeah whatever, we're still living like that
When the sun's going down, we'll be raising our cups
Singing, here's to never growing up

Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up
Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up

We live like rock stars, dance on every bar
This is who we are, I don't think we'll ever change
They say just grow up, but they don't know us
We don't give a fuck, and we're never gonna change

Say, won't you say forever stay
If you stay forever hey
We can stay forever young

Singing Radiohead at the top of our lungs
With the boom box blaring as we're falling in love
I got a bottle of whatever, but it's getting us drunk
Singing, here's to never growing up

We'll be running down the street, yelling "Kiss my ass!"
I'm like yeah whatever, we're still living like that
When the sun's going down, we'll be raising our cups
Singing, here's to never growing up

Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up
Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up

Say, won't you say forever stay
If you stay forever hey
We can stay forever young

Singing Radiohead at the top of our lungs
With the boom box blaring as we're falling in love
I got a bottle of whatever, but it's getting us drunk
Singing, here's to never growing up

We'll be running down the street, yelling "Kiss my ass!"
I'm like yeah whatever, we're still living like that
When the sun's going down, we'll be raising our cups
Singing, here's to never growing up

Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up
Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up
Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up
Oh whoa, oh whoa, here's to never growing up