História Diary of a Dead Girl - Protect

Harry POV

O único problema nesses 16 anos que passaram, foi o comportamento de Maya. Ainda não consigo digerir tudo o que ela fez ou ainda faz, bebendo e se drogando e talvez mais do que isso, eu a eduquei tanto, para que ela crescesse e vira-se uma moça qualquer, que se destrói com coisas alcoólicas e ilícitas.

Suas notas de quatro anos pra cá estão caindo, mesmo eu a ajudando, mesmo dando o máximo de mim para ajudá-la, anda chegando tarde em casa e sempre da a mesma desculpa de que estava fazendo trabalho, mas não sei se posso acreditar no que ela diz, Maya está tão distante e acabo me assustando por estar perdendo a minha filha para o mundo. Eu não aceito perder a única pessoa ligada a mim, meu único bem precioso, por mais que seja difícil lidar com suas implicâncias, ela ainda é minha filha.

Maya POV

Mais um dia de aula, af. Não vejo a hora de sair desse lugar e nunca mais voltar, a única coisa que me faz vir aqui de segunda à sexta, são meus amigos. Camila, Kendall e Logan, porque se não fosse por eles, nem aqui eu estava mais. Desde que entrei na escola, virei amiga do Logan, falo sem hesitar, ele é maravilhoso e bem... Eu já fiquei com ele mais de cinco vezes, ficamos sempre quando da vontade e foi com ele que perdi minha virgindade. Virgindade foi uma coisa que eu nunca quis segurar, quanto mais eu crescia e via esse mundo, eu sempre ficava com mais vontade de experimentar isso. Então quando a oportunidade bateu na porta – literalmente – eu apenas abri e deixei as coisas acontecerem. Saio dos meus devaneios quando Camz me chama.

― Maya... – Camilla chamou-me e eu a olhei. ― Acho que aquele homem maravilhoso ali está te olhando demais. – ela apontou nada discreta para o rapaz que ela diz estar me olhando. Moreno, olhos marcantes, aparenta ter seus 37/38 anos de idade, mas seu corpo por baixo de uma blusa preta e um jeans surrado o fazia parecer ter menos do que imaginei.

― Ele não está me olhando, pode ser qualquer pessoa que está na visão dele. Não há só eu aqui Camz, vamos entrar antes que nos fechem pra fora! – a puxo pelo braço e a levo para dentro da escola.

As horas passavam e eu ainda não parava de pensar naquele rapaz que Camz diz que me olhava, ele não me é estranho, já vi ele em algum lugar que agora não vem em mente, ou pode ser só coisa da minha cabeça.

Nunca fui fã de Matemática ou nada da área de exatas, tudo aquilo me deixava com um tédio extremo e uma vontade enorme de sair correndo para longe de tudo aquilo. Ainda mais quando seu professor da pior matéria do mundo é um velho de cabelos grisalhos que quer dar um de pai dos alunos. Considerado pelos professores e bajuladores o melhor professor do colégio, e o Senhor Irritante pelos alunos que tinham a brilhante sorte de tê-lo como professor. Só que não. Paro de viajar nos meus pensamentos quando o Senhor Sabe Tudo chamou minha atenção, aliás, ele só me via na sala desde quando comecei a ter aula com ele, há três anos.

― Seus pensamentos devem estar interessantes para você não prestar atenção na aula, quer compartilhar com a sala? – revirei os olhos e preparei minha mente para não dizer besteira e ser expulsa da sala, como sempre.

― Meus queridos amigos não estão interessados em saber meus pensamentos Sr. McCordy, vai por mim. – sorri forçado, esperando que ele revidasse, mas não, ele simplesmente virou de costas pra mim e voltou a dar sua aula. Ok, ele não está bem.

Depois da aula do Sr. McCordy, tive duas aulas, história e geografia, que também não são meu forte, na verdade nenhuma matéria é meu forte, o que faz meu pai ficar um pouco chateado por veres vermelhos no meu boletim. Eu deixava a desejar nesse quesito, e ver meu pai chateado por causa disso, faz com que eu fique triste comigo mesma. Andando pelo corredor avisto Camz, Kendall e Logan, eles vêm andando a minha direção.

― Como foi a melhor aula de todas com o Senhor Irritante? – perguntou Camz, mordendo uma barra de cereal.

― O de sempre, atrapalhando meus pensamentos achando que devo compartilhar com os alunos da sala. E acredita que não fui expulsa? Ele deve ter usado o brinquedo debaixo na noite passada. – rimos.

― Hoje você não pode esquecer a festa hein? – Logan alertou-me.

― Vou ver se o Senhor Styles me libera hoje, mas não garanto nada gente... –respondi.

Saindo do colégio, despedi-me deles e fui em direção a minha casa, que não era consideravelmente perto. No meio do caminho sinto alguém me seguir, apertei os passos, mas logo fui impedida de seguir em frente.

― Ei espera... – senti uma mão segurando meu pulso, virei-me e dei de cara com o rapaz que Camz insistiu em dizer que me olhava, me prendi naqueles olhos que com a radiação do sol, pareciam castanho claro.

― Quem é você? – perguntei com medo da resposta.

― Sou alguém que precisa estar perto de você. – que papo é esse?

― Eu não te conheço e não sei do que você está falando. – exclamei soltando meu pulso de sua mão.

― Maya, por favor.

― Como você sabe o meu nome? Quem é você e o que quer comigo?

― Quero que você seja minha!

― Do que você está falando? Não vou ser sua porra nenhuma! – virei-me e comecei a andar a caminho de casa. Logo alguém me puxa pelo pulso, fazendo-me virar e encostar-me na parede, era ele de novo. Quando abri a boca para pronunciar alguma coisa, ele selou nossos lábios, tentei de todos os modos o afastar de mim, só que ele era bem mais forte do que eu, e sem querer, acabei me entregando. Ao sentir a falta de ar, nos separamos e ele passou seus dedos pelo meu rosto.

― Só seja minha.

Andei ainda pensando nas palavras daquele rapaz que insistia para que seja dele, pensei também no beijo, e esses pensamentos quase fizeram que eu fosse atropelada. O motorista gritava para que eu prestasse mais atenção e como sou delicada, mandei um dedo do meio pra ele que revirou os olhos e exclamou um palavrão.

Chegando em casa, joguei minha mochila em qualquer canto da sala e como sei que meu pai ainda trabalhava, fui até a cozinha fazer meu almoço, e lá encontro meu pai, encostado no balcão e olhando fixamente para o relógio na parede.

― Pai, você não tinha que estar no trabalho?

― Posso saber por que você demorou? – perguntou olhando para mim.

― Desde quando quer saber por que demorei pai? – pergunto ainda não o respondendo.

― Maya, não fale assim! – ele disse com olhar magoado, mas uma vez, eu estava o magoando.

― Pai, eu só estou cansada de ver você tomando conta da minha vida, que saco! – exclamei, e eu estava dizendo a verdade, estou cansada de ver meu pai cuidando da minha vida como se eu ainda fosse um bebê.

― Eu só estou cuidando de você May... – eu odeio quando ele me chama assim, de May. Como se não soubesse realmente o meu nome.

― Maya pai, eu me chamo MAYA! – gritei fazendo-o me olhar chateado. ― Aposto que a mamãe entenderia o que quero, e que ela seria bem melhor do que você! – sai da cozinha e subi as escadas indo para meu quarto, ouvi papai gritar por mim, mas ignorei.

Eu odeio quando ele é assim, tomando conta da minha vida, eu tenho 16 anos e já sei o que é certo e o que é errado, mas parece que ele não entende, que saco, ele acha que tem o direito de me tratar como uma criança. Ele me irrita e sempre faz com que eu o odeie, e depois eu que sou a culpada de deixá-lo triste e ter que tomar remédios para controlar sua depressão.

Às vezes tenho vontade de sumir de casa e nunca mais voltar, o fato de não ter mamãe aqui sempre o afeta e eu sempre imagino como seria mais fácil ter ela aqui ou simplesmente meu pai arrumar outra mulher, não vou o julgar, pelo menos ele esqueceria um pouco de mim.

Hoje tenho uma festa para ir, e infelizmente preciso da autorização de Harry. Desço as escadas à procura de meu pai e o encontro na cozinha, onde discuti com ele minutos atrás. Preparo-me mentalmente para falar as coisas corretamente e o convencendo de me deixar ir.

― Pai... – o chamo, ele se vira para mim, fazendo com que eu olhe seus olhos vermelhos, obviamente causados pelo choro, eu o fiz chorar, de novo. ― Hoje tenho uma festa para ir, e vim perguntar se posso ir... – suspirei.

― Eu conheço as pessoas que estarão lá? – ele perguntou me fitando desconfiado.

― Não, você não conhece. – falei a verdade, pois se eu mentisse, ele descobriria depois e seria bem pior.

― Então você já sabe minha resposta. – ele se virou, voltando a arrumar os armários.

― Pai, que droga! Você nunca me deixa sair. – exclamei totalmente nervosa.

― Primeiro você respeita a minha decisão. Segundo, eu não conheço seus amigos. Terceiro e último, sempre que deixo você sair, você volta bêbada ou cheirando a cigarro. E eu não te criei para ser esse tipo de pessoa e prefiro mil vezes te ver trancada aqui do que perdida e se drogando em festas.

― QUE DROGA PAI, PUTA QUE PARIU! – gritei jogando um copo longe e acertando na parede.

― Maya, não fale palavrão quando está na minha frente. E trate agora de limpar o que você acabou de fazer. – exclamou ele apontando para os cacos no chão, causados por mim.

― Sabe de uma coisa Harry... Eu odeio você! – gritei soltando as palavras que com certeza o machucaram.

― Me odeie também quando estiver atrás das grades, porque ai, eu não vou estar lá para te ajudar e bem... Você vai estar me odiando mesmo!

― Pai, eu só estou cansada de sempre ter que te obedecer. Quero sair, ir para as festas com meus amigos, ser livre.

― Você acha que deve ser diferente Maya? Que você não deve me obedecer? Eu só tento te proteger das coisas erradas porque eu não quero ver minha filha ai no mundo, morando na rua e morrendo de overdose. Ser livre e voltar cheirando a cigarro e completamente bêbada, não falando coisa com coisa? – perguntei.

― Só quero que você confie em mim! – comentei aflita e com as mãos suando.

― Como confiar? Você nunca me da confiança para acreditar em você. Sempre diz que vai se comportar e olha o que faz. Acaba com qualquer tipo de confiança que eu tenho te dar ou te dou! Quando você aprender o que é certo e o errado, eu deixo sair, eu não te proíbo. Mas enquanto se comporta assim, pode esquecer. – falei.

― Desculpa pai, por favor! Mas me deixa ir. – implorei juntando as mãos.

― Eu quero você volte para o seu quarto, vá fazer suas tarefas. Vou dizer apenas uma vez e quero que essa seja a última vez que falo isso. Não! – esbravejou.

― Depois você não quer que eu te odeie. – falei como um sussurro, andando para o meu quarto.

Horas depois...

Como tive que ficar nesse quarto totalmente no tédio e com uma fome enorme, acabei escrevendo algumas pequenas histórias, na qual eu era a protagonista, maior de idade e morava bem longe de Phoenix. Meu sonho sempre foi sair daqui, viajar para outro lugar me desligar de todos daqui, mas com certeza levaria meus amigos, os únicos que me entendem.

Faltava apenas 2 horas para a festa começar, e ainda estou sem almoço e janta, mas já sei o que vou fazer. Peguei um jeans escuro rasgado, uma blusinha branca e roupas intimas. A única coisa boa que meu pai fez nesses anos, foi colocar um banheiro no meu quarto, então peguei minha roupa e fui tomar banho. Eu tenho que ir nessa festa.

Depois de demorados minutos, acabei e me troquei, fiz uma maquiagem não tão pesada, deixei meu cabelo solto e coloquei acessórios, procurei pelo meu celular e liguei para Kendall.

― E aí piranha... – Ken falou.

― Me erra senhorita Jenner, é sobre a festa... Meu pai novamente não deixou, mas vou fugir. Ás 23h30min que é daqui 30 minutos, quero que você esteja aqui na porta de casa, não atrasa se não meu pai vai me ver. – comentei.

― De boa Miller, ou Styles! – ela riu, mesmo aquilo não tendo a mínima graça.

― Você é ridícula... – comentei rindo e desliguei.

23h28min

Pego meu salto e pulo a janela do meu quarto, sem querer ao cair, torci o tornozelo, ok, agora tudo dá errado. Corri meio devagar para frente de casa e vi o carro de Kendall estacionado ligado ali, uma Corvette Stingray preta, e sim Ken já tem 18 anos, carta e carro. Ela bombou um ano, por isso está no último ano comigo. Entrei correndo no carro e ela deu partida, atrás estava Camz e Logan, os dois sorriram ao me ver.

Chegando à festa – que por acaso estava muito lotada e com uma música extremamente alta, e dançante – fomos até o bar, cada um pegou uma bebida e eu optei por apenas uma vodka. Pedi mais uma e depois um Whisky, parei de beber ao sentir Logan me puxando para a pista de dança. Começamos a dançar normalmente, até que tudo foi ficando mais quente e eu já não estava mais em minha sã consciência. Cheguei mais perto de Logan, segurei sua nuca e o beijei. Ele passou sua mão por todo meu corpo, a passou nos meus seios cobertos pelo sutiã, até minha bunda dando um leve aperto.

Afastei-me quando senti uma enorme vontade de vomitar, pedi licença e fui atrás do banheiro feminino, ao chegar nele incrivelmente a vontade de vomitar sumiu, af. Respirei um pouco apoiando minhas mãos na pia, ao estar de olhos fechados e com a cabeça baixa, acabo me assustando ao ouvir a porta abrir e um homem entrar. Espera... Será que entrei no banheiro errado? Ao ver que não era um homem qualquer que entrou, vou me afastando da pia, encostando minhas costas no azulejo frio do banheiro.

― O que faz aqui? – perguntei ao moreno que hoje mesmo me beijou depois de eu sair da escola.

― Eu que te pergunto, o que você faz aqui? Você tem 16 anos, não pode ir a festas e beber bebida alcoólica.  – falou chegando cada vez mais perto de mim. ― E esqueceu que você é minha? – coloquei suas mãos no meu rosto e colocou sua testa na minha, fitando meus olhos. ― Mulher minha, não sai sem a minha permissão!

― Você não é nada meu, agora me deixa ir! – falei tentando sair pelo pequeno espaço que tinha ao nosso lado, mas a tentativa foi em vão, ele prensou meu corpo contra a parede e suspirei ao sentir mais uma vez o gelo que estava aquele azulejo.

― Fica quieta. – falou colocando um dedo em frente a minha boca para que eu ficasse quieta. ― Vou te levar pra casa. – comentou selando nossos lábios em um selinho. Segurou minha mão, me levando para fora do banheiro, algumas meninas que estavam entrando no banheiro estranharam um homem no banheiro feminino, mas depois desviaram o olhar, é comum isso acontecer em festas. Ele levou-me para fora, fazendo-me entrar em um Bugatti Veyron 16.4 Branco. Que estilo magnífico, pensei.

Ele deu partida e levou-me até minha casa, estacionou o carro em frente à mesma e desligou o carro.

― Eu não quero que você saia, sem eu deixar! A partir de agora, quero que você fique a maior parte do tempo em casa. – ordenou.

― Meus amigos vão me matar se souber que não estou na festa mais. E você está parecendo meu pai. – comentei.

― Depois você se resolve com seus amigos, e se seu pai também te pede isso, é porque ele quer te proteger. Agora entra, antes que ele perceba que você não está no seu quarto. – falou olhando para frente.

― Como você sabe que eu fugi? – perguntei.

― Se seu pai pede pra você não sair, com certeza ele não deixou você ir a essa festa e você deveria começar a obedecer ele, se ainda querer me ver. – disse.

― Querer te ver? Eu nem sei seu nome... – exclamei.

― Não seja por isso, meu nome é Zayn. E não conte sobre mim, para seu pai! – falou selando nossos lábios em um beijo calmo.

― Ok e prazer, Maya. – falei ao nos afastarmos por causa da falta de ar. ― Mas acho que você já sabe.

― É, eu já sei! E ande Maya, entre. Nos vemos amanhã, na porta da sua escola. – comentou.

― Okay, Zayn...

E então, meu coração começou a bater diferente a partir do dia em que te conheci.