When I lay, with you
I could stay there, close my eyes
Feel you here forever
You and me together, nothing gets better
Sob a fraca chuva, uma música tocava baixa e animada. Longe da civilização, duas garotas se mexiam risonhamente, não se importando que estavam se molhando, ou que estavam parecendo loucas. Apenas dançavam. As mãos enluvadas se mexiam, indo e vindo. Os braços cobertos por grossos casacos ondulavam conforme a música. Ambas não diziam uma sequer palavra, não era necessário. Seus olhares diziam tudo, conversavam sem precisar falar.
Dentre toda aquela animação, jazia corações inseguros. Corações magoados de pessoas boas. A falsa ruiva, tímida e incomum, se auto intitulava Alzirr. Suas unhas descuidadas e o cabelo em juba enganavam qualquer um, que assim que a viam, tiravam conclusões precipitadas e se afastavam. Tornando-a aparentemente solitária.
A loira, pouco vista e muito falada, se auto intitulava Altair. Os cabelos ralos, raspados a tempos, participavam de uma estranha combinação com os óculos grandes – que escondiam olhos tristes e esverdeados- e as roupas feitas à mão. Em sua mente criativa o sonho de cursar a carreira aeronáutica não lhe abandonava.
Ambas tinham segredos, ambas escondiam inseguranças. E era exatamente aquilo que as fez o que são hoje, era aquilo que havia formado a relação amistosa que tinham. Se entendiam sem precisar perguntar, se sentiam confortáveis ao se abrir uma para outra, desde o começo se sentiam assim.
A falsa ruiva fixou os olhos castanhos nos esverdeados, sentindo até mesmo sua alma ser exposta, porém não se incomodando com o ato em momento algum. Estava na hora. Alzirr parou de dançar, fazendo sua companheira estranhar a interrupção de movimentos repentina. A dança foi substituída por passos, que se aproximavam cada vez mais de Altair. Passos esses que eram lentos, mas não deixando de ser determinados.
As mãos cobertas por luvas de lã escura foram para o pescoço claro, trazendo desconforto a ruiva por não sentir a pele, provavelmente, arrepiada da outra. Os trêmulos lábios foram em direção a boca alheia. Perto de seu destino, desviaram-se para o pescoço, trocando de lugar com as mãos, mas não se atrevendo a tocá-lo.
Sob a música, que agora estava esquecida, um murmuro baixo de interrogação pôde ser ouvido, mãos curiosas foram para as costas de Alzirr, querendo trazê-la mais para perto. Altair se surpreendeu quando sua boca fora capturada, não esperava aquilo. Mesmo tendo sido uma completa surpresa, não deixou de corresponder com o mesmo nível de avidez.
As mãos enluvadas, que antes acariciavam as costas bem protegidas, foram para o cabelo ruivo, puxando-os gentilmente. A pele escura de Alzirr se arrepiou com o agrado, aprofundando o então desejado beijo. Após segundos as bocas se desencostaram com desgosto. Sem palavras, as mãos distintas se encontraram, enlaçando com delicadeza os dedos finos e curtos. Traçando, ali, o início de um novo e belo relacionamento.
I let it fall, my heart
And as it fell, you rose to claim it
It was dark and I was over
Until you kissed my lips and you saved me
My hands they were strong
But my knees were far too weak
To stand in your arms
Without falling to your feet
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