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História Dias de Desespero - O inicio do caos (Season Premiere)


Escrita por: Roger64

Notas do Autor


Bem, olá, acho que vocês irão gostar da historia, me esforcei bastante nela e dei o meu melhor, boa sorte e entre nessa profunda trama.

Capítulo 1 - O inicio do caos (Season Premiere)


15 de Março de 2015

09h30min PM

Reese Wood é uma cidade do interior da Austrália, pouco era falado sobre o lugar nas outras regiões. Era pequena e bastante civilizada, talvez uma das mais seguras cidades do país.

O vento batia nas inúmeras árvores em volta da estrada. Rua calma e pouco movimentada, várias casas residiam ali, a maioria dos moradores era de classe media, ou aparentavam a ser.

A noite havia começado a uma hora.

Um rapaz de aproximadamente vinte anos andava normalmente pela rua, vestia um casaco preto com uma mochila nas costas e fones nos ouvidos, bastante distraído. Provavelmente voltava pra casa após um cansativo trabalho, já que seus olhos estavam cansados e quase dormentes.

Um som alto de motor foi ouvido por ele, vinha de suas costas. Era um automóvel desgovernado que seguia em direção ao jovem.

Ele pulou para o lado, caindo de peito no chão, conseguiu desviar e viu a morte passando ao seu lado.

Ele presenciou o carro branco sem freios tentando dar uma impossível curva no meio da rua, pensou que o motorista só podia estar bêbado ou algo do tipo.

O movimento inesperado se resultou em um acidente.

O carro perdeu o controle e virou bruscamente, as janelas do carro se quebraram e as portais laterais foram esmagadas no chão.

O som escandaloso foi ouvido por todos na vizinhança, que até então, permanecia silenciosa.

***

A família Jacob era uma das mais antigas da cidade, conhecidos por todos, também moravam na pacata cidade de Reese Wood.

Sua casa não era das maiores, mas o suficientemente confortável para os quatro membros do clã. Na sala de jantar, o maior cômodo, a mesa estava recheada de comidas típicas da Austrália.

Drake Jacob acaba de terminar sua refeição, a criança de apenas 11 anos era menor do que os outros de sua idade. Tinha uma expressão de felicidade no rosto, seu cabelo arrepiado estava molhado, o que indica que acabara de sair do banho e vestia um pijama quente naquela noite gelada de sexta feira.

Na cadeira ao lado, ali estava Alice Jacob, irmã mais velha, de 17 anos, vestia uma camisa vermelha que no seu centro continha um número 8. A camisa era de seu pai, mas não se importava. Um prato cheio de comida estava posicionado em sua frente. Não deu nenhuma garfada sequer, apenas olhava constantemente para a janela, balançando o colar dourado em seu pescoço.

E no outro lado da mesa estavam os pais do clã, Josh e Susan Jacob, ambos trabalhavam como cientistas na base de defesa da Austrália, onde tiravam DNA e faziam amostras de sangue importantes. Poucos sabiam disso, Alice e Drake já tinham conhecimento sobre.

- Minha carona está demorando demais. – Disse Alice, verificando seu relógio de pulso.

- Se acalme filha. Logo eles chegarão e você poderá sentir o ar fresco da mata. – Josh abriu um sorriso.

- Acampar deve ser o máximo – Disse o irmão caçula em tom estridente, enquanto cutucava o ombro da irmã. – Me deixa ir junto, POR FAVOR!

A garota magra dos cabelos loiros encarou o irmão com seus olhos verdes por alguns segundos.

A expressão no seu rosto estampava negação.

- Acampar não é para crianças. – Susan advertiu, enquanto tomava um gole da taça de vinho.

- Mas eu não sou criança!

- É sim! – Josh confirmou.

Todos riram.

Alice rolou os olhos pela comida e empurrou levemente o prato para trás.

- Estou sem fome. – Disse Alice

- Você está sempre sem.. – O pirralho se afogou com sua própria comida.

Um estrondo incrivelmente alto ecoou pela casa dos Jacob e isso fez com que uma série de acidentes e situações inusitadas ocorresse ao mesmo tempo:

Drake abriu a boca e cuspiu sua comida mastigada na mesa.  Susan se assustou e perdeu o equilíbrio da taça de vinho, deixando-a cair no chão e se repartir em minúsculos pedaços de vidro.

- Jesus, o que foi isso? – Alice quase pulou da cadeira.

- Acho que vomitei – A fala de Drake soou em fora de momento

O pai da família se levantou da cadeira e garantiu que Susan estivesse bem:

- Alice, ajude sua mãe a limpar esses cacos de vidro, vou lá fora ver o que aconteceu.

- Foi um acidente de carro? – Drake perguntou com olhos arregalados.

Ninguém soube responder. O senhor Jacob foi em direção à porta principal e se dirigiu imediatamente até a rua, para ver o que havia causado o barulho.

Muita neblina predominava o local, Josh deu algumas olhadas em todas as direções até avistar o carro capotado, completamente destruído.

Ficou com receio de ir até lá, já que um acidente desses podia ser seguido de uma explosão.

Tirou o celular de seu bolso e rapidamente ligou para a polícia.

- Meu deus, quem está lá dentro? Temos que ajudar! – Os seus ouvidos escutaram a voz de sua esposa.

- SUSAN! – falou em tom firme. – Eu pedi para vocês ficarem lá dentro.

Josh também avistou sua filha em pé de frente a porta, angustiada.

- Droga, a polícia não está atendendo. – Josh entregou o celular nas mãos de sua esposa. – Tente ligar mais uma vez, irei ver se tem alguém vivo.

- Está bem, tome cuidado! – Alertou.

O homem de cabelo grisalho caminhou com cautela até o acidente, a alguns metros de distância.

Ao se aproximar mais, se agachou no chão e abriu a porta.

Para sua surpresa, um homem ainda estava vivo, totalmente ferido em sua face e provavelmente em todo seu corpo.

A única coisa que Josh percebeu era que o homem tinha pele morena, idade de aproximadamente trinta anos e ainda estava se contorcendo dentro do carro, preso no cinto de segurança de ponta a cabeça.

- Você está bem? – Perguntou.

O rapaz acidentado virou sua cabeça e lançou seu olhar para Josh. Deu um sorriso no canto da boca e fez um movimento inesperado.

Josh reconheceu aquele rosto.

- Você era justamente de quem eu precisava. – Disse o ferido.

Levantou seu braço, um objeto desconhecido estava em sua mão, era similar a um controle e em sua ponta estava um botão vermelho.

- Não faça isso! - Aquelas foram às últimas palavras de Josh ao perceber que aquele controle era um detonador.

O homem pressionou o botão e o carro explodiu em menos de um segundo.

A explosão fez um impacto gigantesco.

Josh desapareceu entre as chamas antes que pudesse fazer qualquer coisa.

- NÃO! – A esposa gritou.

Susan presenciou a explosão e desesperadamente tentou correr para sua casa em disparada.

Infelizmente não conseguiu correr mais rápido do que o fogo que se expandia no local em uma velocidade surpreendente.

Sentiu suas costas queimando, logo depois o seu corpo inteiro, caiu sobre o chão.

Alice não teve tempo de reação.

Ela protegeu seu rosto com os braços e foi empurrada para trás pelo impacto. Caiu de costas no tapete vermelho da sala.

Uma forte pancada na cabeça se tornou um desmaio.

A visão de Alice escureceu.

***

O jovem de casaco preto presenciou o terrível acidente a alguns metros de distância, ainda estava sobre o chão. Ele conseguiu ver o carro explodindo e duas pessoas foram atingidas que com certeza morreram ali.

De um segundo para o outro, vários carros começaram a surgir em disparada pela rua.

Milhares de pessoas correndo de um lado pelo outro pedindo ajuda, helicópteros sobrevoando a área com uma forte luz na direção da cidade, barulhos de tiros e gritos eram fáceis de ser ouvidos.

O que estava acontecendo? Era o início do caos?

Vários moradores esbarram no rapaz enquanto corriam, desesperadamente.

Uma senhora de idade gritou:

- Socorro! Estão tentando nos matar.

A rua que parecia tranquila agora era um verdadeiro inferno.

O rapaz largou sua mochila e os fones de ouvido. Estava determinado a correr para a casa do Jacob.

***

- ALICE! – A voz chamou. - Acorda Alice!

Alice ainda estava viva, sua camisa estava rasgada na parte de seus braços e estavam com leves queimaduras, mais ainda sim estava inteira.

A jovem garota começou a ter consciência aos poucos, escutava uma voz chamando-a.

- Mãe, pai? – Alice perguntou, com esperanças.

Mas ao recobrar a consciência, avistou uma pessoa de joelhos em sua frente, o mesmo rapaz que quase havia sido atropelado anteriormente.

- Marcos? – Alice o reconheceu.

- Ainda bem que você está bem.

Marcos ajudou a Alice a se levantar. A garota, por sua vez, percebeu que a porta estava fechada.

- Eu preciso sair daqui, preciso ver o que aconteceu com os meus pais! – A voz era trêmula.

- Onde estão seus pais?

- Eles... eles... – Começou a chorar. – Estavam perto do carro quando explodiu.

Marcos segurou o braço direito de Alice, impedindo-a de sair da casa.

- Eu sinto muito. – Marcos a encarou. – Mas não podemos sair agora, tem algo perigoso lá fora, um caos está acontecendo.

Alice nem sequer prestou atenção em suas palavras, ela tinha presenciado a cena mais horrível de sua vida, a possível morte de seus pais.

Ela colocou suas mãos no rosto enquanto chorava de tristeza e aflição, ajoelhada sobre o chão.

- Eu... Eu não entendo!  - Alice estava confusa.

- Precisamos sair dessa casa agora! Você viu o que está acontecendo lá fora? As pessoas estão malucas e centenas de helicópteros estão atirando em algum lugar aqui perto, não é seguro!

Alice estava mais perdida do que uma agulha num palheiro, centenas de pensamentos rodeavam sua mente e logo se lembrou de uma pessoa extremamente importante.

- Cadê meu irmão? – Olhou para todos os lados. – Onde está Drake?

Alice não podia perder seu irmão, ele era o único motivo pelo qual ela deveria continuar vivendo.

***

09h35min PM

Localização: Estados Unidos, Columbia, O.S.E

O.S.E são as siglas da Organização de Segurança dos Estados unidos.

Essa organização funciona em uma base chamada “Centro da O.S.E” que se localiza perto de Washington, na Columbia,  entretanto bem mais distante da cidade e de indústrias locais em uma avenida pouco movimentada e praticamente desconhecida, cercada por matagais e bosques.

Duas bandeiras ficavam nas laterais, cada uma representando Estados Unidos e Columbia.

A base tem quatro andares, sendo a primeira um extenso estacionamento e bastante grande por dentro. A parte da frente do local era pintado de preto com as siglas O.S.E estampadas no centro.

Uma caminhonete preta descia a pequena rampa do estacionamento em uma velocidade lenta.

Jefferson dos Santos manobrava o volante do automóvel.

Seus olhos castanhos eram tampados pelos seus óculos preto, mas isso não atrapalhava o rapaz na direção, pois já estava acostumado a usa-los constantemente.

Estacionou o veículo com facilidade até uma vaga vazia e saiu do carro com uma maleta preta.

Vestia um jaleco branco, abaixo de seus ombros estava escrito “Doutor Jefferson dos Santos”.

Era evidente de que seu cargo era a medicina. Também havia um crachá pendurado em seu pescoço.

Ao chegar a uma porta dupla de vidro, abriu-a e retirou seus óculos. Passou por uma rígida segurança de entrada.

Primeiro teve que mostrar seu crachá a dois seguranças.

Ambos tinham uma expressão inexpressiva no rosto.

No seu crachá estava escrito seu nome completo, nacionalidade natural de Brasil, idade de 30 anos, especializado em medicina profissional da O.C.T

O.C.T é outra base de organização contra terrorismo dos estados unidos.

Todos os funcionários de lá eram superiores a O.S.E em praticamente tudo, pois a unidade era mais antiga e contava com especialistas mais profissionais.

- Você foi enviado pra cá pela a O.C.T? – Perguntou o segurança negro.

- Isto mesmo. – Jefferson sentiu um ar de superioridade. – Vim substituir o medico superior daqui que no momento está fora de operação.

O segurança autorizou a entrada de Jefferson.

Mesmo assim teve que passar por uma segunda etapa segurança, onde foi revistado e teve que sentir um detector de objetos no seu corpo.

Sua maleta também teve de ser aberta. Apenas equipamentos de medicina foram encontrados.

- Posso entrar agora? – Ironizou.

O segurança principal o liberou e disse:

- A supervisora lhe aguarda no final do corredor.

- Valeu cara. – Jefferson se despediu, dando uma leve risada.

Dois seguranças que observavam tudo cochichavam entre si.

- Esses agentes da O.C.T são um pé no saco. – Disse indignado.

Jefferson com certeza conseguiu ouvir aquilo, mas ignorou e permaneceu calado, não tinha tempo para discutir com meros seguranças fúteis.

Ao avistar a mulher loira de coque no final do corredor, sentiu-se levemente atraído pelo seu corpo, mas nada a ponto de demonstrar rapidamente.

- Prazer, sou Ashley May, supervisora geral da O.S.E. Você é o médico especializado Jefferson dos Santos certo? – A mulher se aproximou de Jefferson

- Correto! – Abriu um sorriso sínico.

Ashley não retribuiu e continuou séria e profissional.

- Irei lhe apresentar o local rapidamente, precisamos de você na enfermaria o mais breve possível! – Disse enquanto caminhava para a porta dupla que seria a entrada da base.

Jefferson percebeu que o local era bastante aberto por dentro.

- Aqui é a parte onde a maioria dos nossos agentes especializados em informática ou até mesmo os outros trabalham. – Ela apontou para o lugar. – Duvido que você vá precisar entrar aqui algum dia.

Jefferson riu.

- Naquele lado temos nossas salas de reuniões e mais para frente temos salas de interrogamento, os andares de cima são as salas dos superiores e diretores – Apontou para a esquerda.

A supervisora Ashley tinha um passo apressado, Jefferson tentava acompanhar.

- Também na parte de trás da nossa base temos um extenso local de aeronaves e helicópteros.

- Uau... – Jefferson ficou surpreso.

Ambos chegaram na parte mais retirada da central, que era a enfermaria, um lugar fechado.

- Você sabe o porquê que você foi enviado até aqui, não é? – Questionou erguendo as sobrancelhas.

- Fui notificado que um dos melhores médicos da O.S.E ficou gravemente ferido e eu ficarei no lugar dele.

- Isso mesmo, ele está bem ali, hospitalizado naquela cama. – Fez um gesto com a cabeça para apontar para o médico.

- Como isso foi acontecer? – Ficou curioso.

- Na noite passada fomos informados pela agência secreta contra terrorismo do Canadá que eles haviam encontrado um terrorista que estava fazendo conspirações para tentar assassinar o presidente. Quando o terrorista foi pego, ele tentou se matar com um tiro, o desgraçado ainda estava vivo. Foi então que chamaram os melhores médicos para retirar a bala de seu peito.

- Porque diabos vocês iam querer salvar um terrorista? – A voz de Jefferson soou como um sussurro.

- Ele podia ter informações cruciais para entregar o resto de sua organização terrorista. Thomas Albert é o nosso melhor médico cirurgião, por isso foi mandado para comandar a cirurgia. Todos pensavam que o terrorista estava inconsciente mais ele conseguiu acordar, pegar um equipamento de medicina e atacar nosso doutor, mas logo depois foi morto. – Suspirou abalada.

- Nossa. – Jefferson se sentiu mal ao ouvir as palavras da loira.

- É por isso que a nossa base está em correria nessa última noite, estamos trabalhando desde então. Enfim sua nova equipe está te esperando para iniciar a cirurgia. Dê o seu melhor para salvar o nosso médico. Você receberá novas instruções em breve, caso algo estiver errado, me procure.

- Até mais! – Jefferson disse animado enquanto abria a porta da enfermaria.

- Babaca... – Ashley sussurrou consigo mesma.

Ashley iniciou a carreira de agente do governo á quase nove anos, em organizações menores. Atualmente está em seu auge como supervisora geral da O.S.E.

Foi promovida pelo seu chefe e diretor da O.S.E Michel Bryans. Ele a descreve como uma agente exemplar e profissional, capaz de dominar qualquer situação que for necessária, sem emoções ou remorsos. Pois a mesma já teve experiência de comandar uma operação bem sucedida contra o estado islâmico em 2012.

Desde então Ashley vem crescendo cada vez mais em sua carreira.

- Ashley! – Escutou uma voz chamando-a por trás de seus ouvidos.

- Senhor? – Ashley estava frente-a-frente com seu chefe. – Aconteceu algo de errado com nossa operação secreta na França?

- Não! – A voz de Michel era firme. – Está acontecendo algo muito pior nesse momento, venha comigo!

- Mas... senhor?

Michel começou a correr apressadamente para a parte principal da base, ela acompanhava seu ritmo.

Nos seus pensamentos Ashley tentava deduzir o que causou a urgência.

Eles entraram pela porta dupla

Ashley estranhou que todos os agentes e funcionários da O.S.E pararam de fazer suas obrigações para olhar um noticiário na TV.

A TV ficava acima de todos e era bastante exposta.

O jornal nacional dos Estados Unidos, o mais importantes de todos, interrompeu a programação do canal para apresentar uma noticia urgentemente e preocupante.

- Mas o que está havendo?  - Ashley perguntou em voz alta.

- Vejam isso! Está passando em todos os noticiários americanos nesse momento! – Ordenou o chefe, mesmo que todos já estivessem com os olhos grudados na TV.

O noticiário estava a se passar dentro de um helicóptero em voo, uma jovem repórter chamada Lesha, que estava no centro da imagem começou a falar com a voz angustiante:

- NESTE EXATO MOMENTO ESTAMOS SOBREVOANDO NO PAÍS DA AUSTRÁLIA PARA MOSTRAR Á VOCÊS O QUE ESTÁ ACONTECENDO LÁ EMBAIXO.

A câmera mudou de foco e começou a gravar fora do helicóptero, em direção na cidade de Sydney.

Todos arregalaram os olhos.

Uma parte da cidade pegava fogo nas ruas, carros, indústrias e prédios altos.

Pessoas civis desesperadas correndo sem rumo, provavelmente tentando fugir de alguma coisa.

Não eram cem ou duzentas pessoas, quase milhares de pessoas com pavor e medo.

Sydney estava vivendo o caos.

- Mas que droga está acontecendo lá? – Um agente falou em um tom alto, quase como um grito.

O foco da câmera mudou novamente para a repórter Lesha.

- Nós ainda não sabemos o que causou as chamas e o porquê dos moradores de Sydney estão tentando fugir de algo ou alguma coisa... – A repórter parou de falar por um minuto para recuperar o fôlego, seus olhos estavam vermelhos e tudo indicava que ela estava com vontade de chorar.

- Todas as cidades vizinhas de Sydney estão sofrendo o mesmo problema, isso está se espalhando em todo o local, alguém precisa fazer alguma coisa! – Lesha falou como um desabafo.

Um som alto de tiros foi escutado pela TV, o helicóptero estava sendo atacado e baleado.  Um último grito e o rosto de pavor da repórter foi à última imagem que podia ser vista.

A tela ficou preta e fora de ar.

Mais ainda sim podiam ser escutados vários sons de explosões e tiroteio.

Todos os agentes da O.S.E ficaram transtornados e espantados.

Tudo indicava que o helicóptero foi atacado por algo ou alguma coisa.

Foram dez segundos de silêncio.

O diretor Michel arriscou:

- Precisamos aguardar informações da casa branca e do presidente, não há nada que possamos fazer agora, não temos noção do que está acontecendo no momento na Austrália. - Ele falava como se não tivesse certeza do que estivesse fazendo.

***

Austrália

09h55min PM

A aflição de Alice aumentava dentro de si. Ela não estava preocupada só em achar Drake, mais sim como ela iria explicar o que havia acontecido com os seus pais.

Ainda estava com lágrimas nos olhos, não superou tudo isso ainda.

Cada segundo procurando pelo seu irmão na casa parecia eternidade.

As pernas e mãos de Alice tremiam, não conseguia controlar o próprio corpo.

Enquanto percorria o corredor que levava aos quartos, simplesmente não conseguiu continuar, os pés pareciam imóveis. Ela queria se mexer, mais algo a impedia.

Alice estava fora de si.

- Alice, você está bem? – Marcos surgiu de uma das portas.

- Não está nada bem! MERDA! – Alice colocou as duas mãos sobre a cabeça. – Precisamos achar Drake agora!

- Alice se acalma. Nós vamos encontra-lo.

Marcos puxou Alice pelos braços e a abraçou lentamente em um gesto de amigável.

Ambos tinham uma diferença de idade de três anos, mais isso nunca impediu deles serem amigos. Se conheciam desde a infância e brincavam juntos na vizinhança, são vizinhos próximos.

Alice e Marcos escutaram um barulho misterioso vindo do quarto ao lado.

- Precisamos ter cuidado, não sabemos quem está lá.... – Disse Marcos

Alice esbarrou em Marcos, abrindo o caminho.

Abriu a porta em um ato de impulso e seus olhares rolaram para debaixo da cama.

Lá estava Drake, sozinho, aflito, com medo.

- Jesus Drake, você está bem, o que você tá fazendo ai embaixo? – Disse Alice, se aproximando.

- Os nossos pais... Eles estão mortos não é? – Drake a perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

Alice se ajoelhou para olhar profundamente nos olhos verdes-escuros do garoto assustado.

- Estão.

Alice segurou as lágrimas

Um estrondo de porta foi ouvido pelo trio, alguém tinha entrado pela porta da frente.

- Vamos sair daqui agora, me sigam! – Ordenou Marcos.

Drake rapidamente saiu debaixo da cama e Alice segurou sua mão direita, puxando-o para fora do quarto.

Marcos estava mais na frente do que os outros dois, abriu a porta da garagem próxima dali e garantiu que Alice e Drake passassem na sua frente.

- Não temos as chaves dos carros! – Alice lembrou desesperada.

- Teremos que abrir de outro jeito.

Marcos socou a janela, fazendo-a quebrar.

Drake pulou de susto.

O alarme de roubo do carro foi acionado e isso fez com que Alice, Marcos e a criança Drake se apressassem.

Esse som atraiu o invasor da casa e a porta da garagem foi aberta com um chute forte.

Um homem completamente deformado e monstruoso surgiu daquela entrada.

Sua pele era áspera e queimada, seu rosto era poluído pelas marcas vermelhas e quase impossível de ser visto.

Usava uma roupa normal, mas estava toda rasgada e suja. Movia-se com dificuldade, estava fora de si.

Queria matar.

Em sua mão estava um enorme machado, coberto por sangue e entranhas, provavelmente tinha sido utilizado anteriormente.

As luzes do carro foram ligadas e o barulho de motor iniciou.

O automóvel saiu em disparada do pátio dos Jacob.   

A aberração posicionou seu machado no alto com suas mãos, preparado para lançar.

Dentro do carro, Alice e Drake estavam abraçados no banco de trás, com medo.

 

 

- Quem entrou na nossa casa? O que tá acontecendo aqui fora?! – Alice gritou desesperada.

A cena á seguir soou em câmera lenta para os dois: A janela de trás do carro se quebrando e se partindo em minúsculos pedaços de vidro

- DROGA! – Alice gritou novamente.

Os olhos de Drake se fixaram no objeto sangrento.

O machado rodopiou dentro do carro até acertar a traseira do banco da frente, por sorte não era onde Marcos estava.

Drake estava em um estado de choque enquanto Alice quase teve um infarto. Marcos parecia manter o controle da situação

- Está tudo sob controle, todos nós estamos bem.

- Aquela coisa quase nós matou. – Alice olhou para trás, certificando-se que a criatura estava longe o bastante.

- Para onde nós vamos? – Perguntou Drake.

Alice não prestou a atenção no irmão e apenas focava seu olhar numa perseguição terrivelmente assustadora que estava acontecendo no meio da rua.

Duas criaturas com o corpo completamente deformado agrediam um garoto com uma pá e um martelo.

O garoto berrava de dor e não conseguia fugir, apenas agonizava.

Marcos teve que parar o veículo lentamente.

Olhou pelo retrovisor e avistou as mãos de Alice abrindo o carro.

- Não faça isso! – Marcos avisou.

- Temos que ajudar! Não podemos o deixar morrer! – Ela insistiu.

Abriu a porta.

- Aly, não! – Disse o irmão caçula.

A garota ficou de boca aberta ao ver que a mesma criatura que invadiu a casa segundos antes estava na sua frente.

De pé em frente á porta, o monstro agarrou o pescoço de Alice rapidamente.

Começou a aperta-la com os dedos e estava a sufocando.

- SAIA DE PERTO DELA, SEU DESGRAÇADO.

Marcos deu ré no carro e isso fez com que a aberração perdesse o equilíbrio caindo para trás, mas ainda sim estava segurando sua vítima.

Alice também estava saindo forçadamente para fora do automóvel. Seu corpo estava caindo.

Ela repentinamente sentiu duas mãos segurando sua blusa vermelha, salvando-a. Drake fez uma força inesperada para puxar sua irmã de volta para o carro.

Marcos continuou dando ré até atropelar o monstro completamente. Manchas e espirros de sangue podiam ser vistos.

Alice viu a cena enquanto recuperava sua respiração no colo do irmão.

- Vamos sair desse lugar. – Disse Marcos.

Drake mantinha uma expressão de medo no rosto, vendo o sangue marcado nas janelas laterais da caminhonete.

Marcos conseguiu conduzir o automóvel para longe das outras perseguições e destruições que aconteciam ao redor, passando despercebidos.

Milhões de pessoas morriam, milhões de pessoas matavam.

 ***

 

O.S.E – Centro de operações

10:20 PM

Um pequeno corredor da base era a ligação de várias salas de experimentos científicos e de pesquisas. As portas eram de vidro e pessoas do lado de fora conseguiam ver por dentro.

Entretanto, a última sala no final daquele corredor era diferente das outras, possuía uma porta simples de madeira e permanecia entreaberta.

Lá dentro era notavelmente um pequeno escritório particular, várias folhas bagunçadas estavam jogadas no chão de piso frio e nas bancadas de madeira, totalmente desorganizado.

No centro do escritório um computador bastante chamativo era a coisa mais incrível daquela sala. Bem melhor do que as outras máquinas da base, mais potente, mais bonita e com configurações bastante melhoradas.

Posicionada na frente do computador, uma cadeira de escritório era usada por um jovem rapaz branco e cabeludo, aparentava ter menos de 25 anos.

Os olhos de Mike Pitterson estavam fixados na tela da potente máquina, a visão chegava a ser vermelha de tanto arder; com a mão direita segurava uma xícara de café, seu segundo maior vício. Enquanto com a outra mão digitava constantemente no teclado.

A agilidade era surpreendente.

A porta entreaberta foi se abrindo aos poucos e Mike percebeu isso.

Ao olhar para trás, avistou sua prima e também colega de trabalho Ana Pitterson.

- O que você quer Ana? – Ele disse sem tirar os olhos da máquina. – Já disse que quero trabalhar sem ser interrompido.

- Você não tira seus olhos disso o dia inteiro. Olha pro relógio. - Ela apontou seu indicador para o relógio na parede. – Já são onze e meia da noite.

- Ainda não terminei meu serviço. – Falou em um tom alto.

- Problema seu. – Debochou, erguendo as sobrancelhas.  – O diretor Michel convocou uma reunião para agora na sala dele, vamos logo! – Ordenou e revirou os olhos.

- Droga, reunião para que? – Perguntou Mike

- Você irá ver.

Ambos saíram do escritório e se dirigiram até as escadas, que levava até o terceiro andar, onde era a sala principal de reuniões da base.

Ana foi quem abriu a porta e também observou todos os agentes que estavam sentados em volta de uma extensa mesa no centro da sala.

Michel Bryans comandava a reunião.

- Estava esperando justamente por vocês. Não querem sentar? – O diretor mostrou duas cadeiras disponíveis na lateral da mesa.

- Não senhor, estamos bem em pé. – Disse Mike sem rodeios.

Ana cruzou os braços e fez uma expressão de indignação.

- Quem disse que eu não queria sentar? – Sussurrou para Mike.

- Não comece... – Disse em tom baixo.

Havia pelo menos quinze agentes presentes na sala. O diretor careca iniciou seu discurso:

- Sei que todos nós estamos aflitos e preocupados com a situação na Austrália, temos confirmação sobre a morte de duzentas pessoas. – Ele suspirou. – E até onde sabemos todos os moradores australianos correm perigo.

O diretor olhou nos olhos escuros de Ashley May e fez um gesto de certificação, ela também presente na reunião, sentada ao lado dos outros agentes.

- Isso é uma terrível tragédia senhor Bryans. – Ashley se levantou e ficou ao lado de seu superior.

- Ainda não podemos mandar nosso exercito de militares até lá para evacuar a área sem a autorização do Presidente dos Estados Unidos, Kennedy Smith. – Ela falava enquanto ligava um grande monitor na parede.

Ana Pitterson virou seu rosto e olhou para Mike. Ele parecia estar bastante abalado e com sono. Coçava seu nariz constantemente.

- Mike? – Ela perguntou sussurrando.

Ele não respondeu. Estava bastante distraído.

- Presta atenção, seu surdo... – Disse Ana

O monitor ligou e o foco central da tela era um senhor de aproximadamente cinquenta anos, cabelo branco e vestia um terno bastante formal.

Estava sentado sobre uma cadeira de luxo e a sensação era de que ele morava em um palácio.

O presidente Kennedy Smith estava em contato com a O.S.E direto da casa branca.

- Presidente Kennedy Smith, aqui quem fala é Michel Bryans, diretor oficial da O.S.E, essa é Ashley May, supervisora geral e também a segunda superiora do departamento e na mesa temos mais quinze agentes de total confiança. – Apresentou.

- Olá Michel Bryans e todos os outros agentes da O.S.E, creio que estamos nos falando nesse momento por causa da situação de caos na Austrália. – Falou com a mão no queixo.

- Viemos aguardar sua ordem para nos dizer o que fazer ou não, estamos extremamente confusos aqui, não recebemos nenhum tipo de informação detalhada sobre o que está acontecendo lá.

- Temo dizer que no atual momento eu declaro que ninguém faça nada até minhas próximas ordens, estamos revendo a situação e quando eu decidir algo, eu contato a vocês.

A tela do monitor ficou preta.

Todos os agentes ficaram indignados com a postura do presidente.

- Esse é o exemplo de presidente que nós temos. – O agente Ian não segurou suas palavras.

Michel ignorou e disse:

- Infelizmente no atual momento não tem nada que possamos fazer pela Austrália sem a autorização do presidente. Sei que a comunicação foi rápida por que aposto que está uma confusão na casa branca depois de tudo isso que está acontecendo. Equipes de Reportagem que voavam por lá desapareceram e isso está sendo muito arriscado, muitos de nós podemos morrer.

A reunião acabou e todos saíram da sala, exceto Ian de Palma, um dos agentes de campo da O.S.E, conhecido por ser extremamente rápido e forte na suas batalhas e lutas. Também esteve presente no ataque ao estado islâmico em 2012.

- O que eu posso fazer por você Ian? – Ele perguntou.

Ian foi até a porta e a fechou naturalmente.

- Precisamos conversar em particular.

- Diga-me o que está errado. – Contraiu as sobrancelhas.

A conversa se iniciou. Enquanto isso, no outro lado da porta, um par de orelhas se escorava. Alguém escutava tudo sem ser notado.

***

10:45 PM

As luzes do poste alto piscavam sem parar, a iluminação não era segura, podia ficar escuro a qualquer momento. Um esquilo corria sobre a grama baixa de um campo extenso, escondeu-se em um buraco. A caminhonete cinza da família Jacob se aproximava.

- Meu celular não tá pegando, droga! – Alice desistiu da comunicação.

- A cidade não tem mais luz ou eletricidade, a internet também não funciona mais. – Marcos ficou preocupado.

A rua em que eles estavam era de terra e tinha vários buracos, estava deserta e a escuridão da noite deixava o clima assustador.

- Alice... – Drake a chamou no banco de trás. – Quando vamos voltar pra casa e quem era aquele monstro que a invadiu?

Alice disse a única coisa que sabia:

- Eu não sei, eu não sei. – Sua voz era desesperadora.

Ela segurava e mexia o colar do seu peito a todo o momento, estava apreensiva. No seu colar, uma foto de toda a família era a marca registrada ali.

Alice logo se lembrou de algo que seu pai disse dias atrás.

- Marcos, preciso te contar uma coisa. Eu não devia falar isso pra ninguém.

- O que? Pode me contar, nós conhecemos a praticamente vida inteira, eu sou confiável. – A convenceu.

- Meus pais são cientistas secretos do governo da Austrália... – Seu coração doeu ao lembrar-se dos pais.

Marcos fingiu uma cara de surpreso, mas já sabia disso a um bom tempo.

- Como assim? Sério isso?

Alice não percebeu isso e continuou a frase:

- Ontem, ele me falou que se alguma coisa estranha acontecesse e eu não estivesse com eles era pra eu ir até a base onde eles trabalhavam. Você acha que devemos ir pra lá?

A garota olhou profundamente nos olhos de Marcos esperando alguma resposta.

- Não temos mais pra onde ir, depois desse caos, a cidade esta uma confusão e um cenário de assassinatos cruéis. Essa é a única opção que temos.

A base de operações ficava a 1 hora e meia dali e o caminho que eles teriam que percorrer poderia ser longe da cidade e das ruas movimentadas.

O carro se direcionou para longe do campo, seguindo a estrada. Próximo dali, atrás de alguns arbustos, a criatura bizarra e monstruosa matava furiosamente o pobre esquilo indefeso.

***

Localização: França, Paris.

10h00min PM

O elevador de um alto prédio subia normalmente para o ultimo andar. Ao abrir, surgiram Erick Eichelwald e Helena Stanford, ambos de 34 anos, agarrados e beijos quentes e demorados saíam de suas bocas.

- Você sabia que relações amorosas entre colegas de trabalho não é permitido na Hydra né? – A moça dos cabelos ruivos e olhos claros avisou a ele, rindo.

- Sabia que eu não to nem ai pra essas regras idiotas? – Ele riu.

Ambos caminharam até uma das portas do andar, Helena foi na frente, pegou uma chave de sua bolsa e destrancou a porta.

Eles a recém tinham saído do restaurante mais chique de Paris, um encontro que ainda estava apenas começando. A face de Helena representava felicidade, mal ela sabia que as intenções de Erick não eram as mesmas.

Eles estavam vestidos formalmente e Helena estava com um andar desengonçado.

- Acho que eu bebi demais. – Disse ela com a mão na cabeça.

- Não, meu amor, a noite está apenas começando, vamos... – Ele apontou para o quarto.

Os olhos de Helena se fecharam e surpreendentemente  seu corpo caiu para trás no sofá, da sala de estar. Seu braço ficou por cima de seu rosto e tudo demonstrava que estava desmaiada.

Erick riu e olhou para o relógio, eram dez horas da noite.

- Na hora certa. – Sua voz era assustadora.

Ele se dirigiu até Helena e tirou o braço dela sobre o rosto. Uma maquiagem pesada cobria seu rosto.

- Tão bonita, mas tão burra... – Soltou sua risada maligna.

Ele a puxou e a colocou sobre seus ombros, levando-a até o quarto. Jogou a desmaiada cuidadosamente na cama de casal.

Saiu e fechou á porta, o plano estava apenas no inicio.

Ele tinha cabelos negros e pele escura, era de origem árabe.

Posicionou uma das mãos na cabeça e pensou:

- A onde estaria o Notebook de Helena?

***

11h00min PM

A supervisora descia as escadas da base enquanto conversava com um dos assessores do presidente. Ele se desculpava sobre a reunião anteriormente. Ashley May o questionou sobre o que fariam na Austrália e não obteve uma resposta concreta.

Após desligar o celular, avistou Mike Pitterson sendo seguidos por outros três homens de uniforme em um corredor, aparentavam ser técnicos de manutenção de informática.

A loira de óculos não tinha informações sobre o porquê de eles estarem na base. Chamou-o a atenção:

- Agente Mike Pitterson! – O tom de sua voz era alto para ele escutar.

Mike olhou para trás e avistou a colega, pediu para os técnicos esperarem e foi em sua direção.

- Sim senhora?! – Perguntou.

- Quem são eles e o que fazem aqui? – Ela dizia enquanto observava os rapazes com certa desconfiança.

Um dos técnicos parecia desviar o olhar, tentava fazer com que ninguém o percebesse. Ashley mantinha os olhos nele.

- Eles vieram para verificar a droga da rede de internet, que está com bastante problemas, tá atrapalhando o meu trabalho. – Ele bufou. – Fica tranquila, a Ana disse que já pediu a autorização pro chefe.

- Sério? Ele não me comunicou. – Disse Ashley.

- Talvez deve ter se esquecido. Ashley, você deveria tirar férias não acha? Você parece cansada e estressada.

Ele deu dois tapinhas no ombro da moça em um gesto de apoio.

Rapidamente retornou aos funcionários e mostrou-lhe o caminho para a sala das conexões de internet.

Ashley se sentiu completamente ofendida, mas preferiu não debater, até porque sabia que a maioria das coisas que foram ditas eram verdades, ou a maioria.

Ela lembrou que um dos funcionários estava com um comportamento esquisito, tinha meia-idade e usava um capacete preto e o uniforme era azul. Mas pensou consigo mesma que talvez seja coisa da cabeça dela.

A TV novamente foi ligada e o caos da Austrália era mostrado, desta vez tudo parecia pior e mais grave, ninguém tinha autorização para fazer nada até o instante e aquilo era motivo de preocupação não só para Ashley e sim a todos os agentes da base.

 

***

Sala de reuniões

- Agente Ian, não acho que essa seja uma boa ideia!

O diretor careca e alto de 40 anos estava pensativo, olhando para a grande janela da parede, observando o pátio da aeronáutica.

- Senhor Michel, nosso presidente é um irresponsável. – O agente que usava o uniforme comum colocou as mãos sobre a mesa e se levantou de uma confortável cadeira. – Você sabe que ele não vai impedir o que está acontecendo na Austrália por medo que os nossos soldados sejam feridos.

- Eu entendo o medo dele, o presidente acha que o nosso exercito não seria capaz de parar a destruição ocorrida naquele país. Algo afetou metade das pessoas de lá e as deixaram loucas. Tenho pessoas de dentro da casa branca que me relataram que tem gente que está matando os outros que estão bem, pessoas inocentes.

- Você acha que isso aconteceu por causa dos terroristas que estamos procurando? – Ele o questionou.

- Isso é improvável Agente Ian, o governo da Austrália nunca se posicionou diante disso. Os terroristas nunca teriam motivos para ataca-los.

Ian escorregou suas mãos sobre o pescoço e falou firme:

- Temos que mandar um exército de nossos homens para resgatar os civis da Austrália ou TODAS AQUELAS PESSOAS IRÃO MORRER ANTES DO AMANHECER!

Michel contraiu as sobrancelhas de forma de indignação e soltou as seguintes palavras de sua boca:

- EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ TENTANDO SER SOLIDÁRIO, IAN, MAS VOCÊ SABE QUE NÃO PODEMOS VIOLAR AS REGRAS DO PRESIDENTE, ISSO DARIA A EXPULSÃO DE TODOS OS ENVOLVIDOS!

A discussão foi interrompida quando a porta de entrada da sala foi aberta rapidamente por Mike Pitterson.

Ele parecia ansioso e entrou na sala sem pedir permissão, dizendo ofegantemente:

- DESCULPE EM ENTRAR AQUI SEM AVISAR! MAS O AGENTE MOHAMMED ESTÁ TENTANDO SE COMUNICAR COM A GENTE, ELE DISSE QUE É SOBRE A NOSSA MISSÃO SECRETA NA FRANÇA E...

- Dá pra falar mais baixo? – Ian exigiu.

Mike ignorou e continuou a frase:

- ELE QUER FAZER UMA TRANSMISSÃO AO VIVO COM A GENTE AGORA.

Ele fez um gesto com as mãos:

- A-GO-RA!

O trio saiu do cômodo e percorreram até a sala de Mike com pressa.

***

11h30min PM

Alice, Drake e Marcos ainda continuavam dentro do automóvel com o destino á Base a onde os cientistas pais de Alice trabalhava, buscando respostas e segurança.

Por incrível que pareça, eles não haviam achado ninguém próximo a estrada, nenhum sinal de vida ou carros. Até mesmo os animais estavam sumidos. Eles queriam saber onde estaria a polícia e as forças armadas em uma situação dessas.

- Acho que Drake dormiu...– Drake estava sobre o colo de sua irmã.

Marcos olhava a amiga de infância pelo retrovisor, percebia que a preocupação tomava conta de Alice.

- Alice, eu sinto muito pela morte deles, muito mesmo! Eu também já perdi meus pais anos atrás e eu só queria te dizer que..

- Chega Marcos! Para por favor, eu... – Ela soltou uma lágrima de seu olho. – Só quero que esse pesadelo acabe o mais rápido possível tá bom?

- Nós vamos achar um lugar seguro, eu prometo.

Marcos se sentia na obrigação de deixar Alice e o pequeno Drake seguros.

O rapaz encapuzado olhou para trás, tirando a atenção do volante e disse:

- Nós vamos sair dessa.

Quando de repente, ao olhar para frente, gritou:

- MERDA!

O carro bateu em um cervo que passava no meio da estrada, passou por cima, matando-o. Marcos perdeu o controle do volante e o automóvel chocou-se contra uma árvore. Todos berraram.

Marcos sentiu o impacto, bateu com a cabeça no vidro e parecia estar gravemente ferido, ficou paralisado, desmaiado.

A jovem loira ficou atordoada por alguns segundos, ficou com apenas a testa arranhada. Ela olhou para o lado e viu que seu irmão não estava mais ali e que a porta ficou aberta.

O desespero e angustia dela voltaram a crescer dentro de si.

Alice rapidamente saiu do carro com dificuldade, pois sentia dores no joelho também.

- Drake? – Chamou por ele, com a voz trêmula. – Drake! – Disse mais alto.

Ao olhar ao redor, apenas viu o cervo desmembrado e a parte da frente do carro completamente destruída. Ela também viu Marcos inconsciente, mas apenas o ajudaria depois de encontrar Drake.

De repente escutou a voz de Drake vindo de dentro da floresta, bem próxima da estrada.

- SOCORRO, TEM ALGUÉM AQUI.

Antes que a garota pudesse fazer qualquer coisa, um revolver foi apontado e encostado na parte de trás de sua cabeça. Ela ouviu a voz grossa de um homem desconhecido:

- SE VOCÊ TENTAR FAZER QUALQUER COISA, EU MATO VOCÊ.

O corpo de Alice arrepiou e ela arregalou os olhos, assustada, sem poder olhar para trás.

Eles corriam perigo. Será que esses serão os últimos momentos de vida dessas pobres pessoas?

***

11h05min PM

No pequeno cômodo de conexões de internet, os três funcionários uniformizados faziam seu trabalho. Enquanto faziam seus deveres normalmente, um deles, chamado Louis Cooper, baixo e acima do peso, percebe algo bastante estranho nos fios de conexão da internet geral da base.

Ele faz uma cara de confuso e fica pensativo.

- Ei, cara, venha ver isso. – Fez um gesto com a mão para chamar o seu colega.

- O que tem de errado? – O rapaz jovem e inexperiente perguntou.

- Você é cego ou tenho que colocar uma placa na sua frente pra te dizer que esses fios foram cortados propositalmente por alguém aqui? – Resmungou e apontou.

- Por que alguém faria isso? Não tem sentido uma pessoa daqui cortar os fios da própria internet. – Opinou, mexendo a cabeça negativamente.

Um disparo agudo e veloz foi escutado pelo os dois homens e o mais jovem não mostrou reação, ficou paralisado, seu olhar era espantoso.

- Oh, mas que merda é essa?

Louis ficou horrorizado ao ver que seu parceiro estava com uma espécie de bala aguda e fina em seu pescoço. O rapaz caiu rapidamente no chão, no lado oposto a onde tinha recebido o disparo.

- Por-que vo-cê fez isso? Porque atirou nele!?

A frase soou como uma voz de horror de Louis.

Seu outro colega, Eugene Almeida, estava de pé em frente á porta, a uma distância média, segurava uma pistola pequena que não parecia ser igual as outras. Tirou a mira do rapaz desacordado. Mirou para o lado, apontando a Louis.

Louis abriu a boca surpreso e ficou chocado com o ato de seu colega.

Eugene disparou novamente.

A bala cravou no pescoço de Louis. O modesto técnico de internet sentiu uma dor insuportável, demorou mais tempo para cair no chão do que o outro.

Escorregou sobre a parede lentamente e soltou as seguintes palavras de sua boca antes de fechar os olhos:

- Por quê?

- Eu sinto muito Louis. – Se desculpou e parecia ter remorso por ter atirado nos dois colegas. – Isso é apenas uma bala de paralisia corporal, vocês ficarão bem.

A porta do local foi aberta por uma pessoa desconhecida, seu crachá entregava que era um(a) agente da O.C.T.

O agente agiu normalmente, eles cooperavam juntos, foi tudo uma armação.

Eugene caminhou até a porta.

- Eu estou pronto. – Disse com um suspiro de tensão.

Eugene era alto e magro, tinha uma barbicha no queixo e seus olhos eram pequenos e escuros, era de pele semiescura.

Ambos deixaram os desacordados ali mesmo, apenas fecharam a porta.

Quem era o(a) desconhecido(a) cumplice de Eugene?

Inúmeras pessoas corriam perigo dentro de um lugar supostamente seguro.

***

11h45min PM

- Eu já encontrei o Laptop da Helena, o efeito de duração do remédio que eu dei pra ela irá durar por mais uma hora. – Mohammed diz para Mike, Michel e Ian numa transmissão de vídeo da França para os Estados Unidos.

- Helena ainda não desconfia de você? – Ian questiona.

- Ela ainda acha que meu nome é Erick.

O trio conversava sigilosamente na sala de Mike, pelo seu computador. Enquanto Mohammed usava seu celular.

Depois de muitos minutos que Mike digitava no seu computador, ele diz:

- Pronto, a senha do Laptop da Helena já foi hackeado. Nós já conseguimos ver todos os dados e informações dela pelo meu computador.

- Ok! – Mohammed completou sua missão.

Mike navegava dentro do Laptop de Helena com cuidado, ele é um hacker extremamente habilidoso para não deixar rastros que podiam fazer que Helena suspeitasse de algo.

Michel e Ian aguardavam silenciosamente atrás dele. Mohammed não aguentou.

- Achou alguma coisa? – Perguntou.

- Bem... Estou vendo algumas mensagens dela, tudo relacionado ao trabalho, oh, espera ai.. – Fez uma pausa na frase.

Michel olhou para ele.

- O que há de errado?

O hacker conseguiu encontrar uma pista de quem Helena estava trabalhando.

- Essa mulher conseguiu criar um sistema de defesa para uma das mensagens dela, não sei como ela fez isso. – Ficou confuso.

- Então deve ser algo importante Agente Mike Pitterson. – O diretor deu um palpite.

- Com certeza. – O hacker afirmou. – Eu não posso acessar as mensagens, mas minhas habilidades de hackeamento permitem de que eu descubra o nome, local e data de quando a outra pessoa se comunicou com ela.

Mike começou a utilizar seu computador novamente.

- Só levará alguns minutos até que eu faça isso... - Ele sorriu.

- Você se diverte com os computadores, não é? – Ian perguntou rindo.

- Claro, é o meu trabalho. – Abriu outro sorriso no rosto. – Já está pronto, foi mais rápido do que eu pensei.

- Conseguiu os dados? – O espião Mohammed estava ansioso no outro lado da tela.

O hacker competente se surpreendeu ao ver o nome e foto da pessoa:

- Jefferson dos Santos, nacionalidade natural de Brasil, idade de 30 anos, especializado em medicina profissional da O.C.T. – Esse é o cara que estava se comunicando com ela.

O trio ficou de boca aberta. O espião árabe perguntou:

- Quem é esse? Vocês o conhecem?

- Ele é o novo médico arrogante que veio da O.C.T para substituir o nosso doutor Thomas Albert. – Revelou o agente de campo.

Michel colocou a mão no queixo, se questionando se isso faria sentido.

- Temos que ser rápidos! Mike, você consegue ver a data e a hora da ultima vez que Jefferson dos Santos se comunicou com Helena?

- Hoje, á quatro horas atrás. – Respondeu.

- Droga! Isso foi pouco tempo antes dele entrar aqui.

As coisas estavam se encaixando.

- Então você tá dizendo que Thomas foi atacado propositalmente para aquele doutorzinho entrar aqui e entregar nossas informações para a França?! – Ian disse em tom alto, preocupado.

- Ele está dentro da Central, fazendo a cirurgia de Thomas, temos que encontra-lo agora..

Após as palavras do diretor, uma voz saiu de seu walkie talkie, era Ashley May.

- Diretor Michel?

- Ashley? Estou na escuta.

- Dois dos técnicos foram encontrados desacordados dentro da sala de conexões da internet, parece que levaram uma espécie de seringa no pescoço!

Ela conferiu para ver se estavam mortos, colocando a mão no pulso.

- Eles apenas estão inconscientes, o terceiro técnico não está aqui e não foi encontrado, ele só pode estar dentro da central, os seguranças não o viram saindo. O que vamos fazer?

As palavras de Ashley só fez as coisas se apressarem. Muitas noticias em poucos minutos fizeram com que o careca Michel saísse correndo da sala, pouco antes disso, ele disse:

- Agente Ian procure pelo técnico ao redor da central. Mike tente rastrear da onde veio as mensagens mandadas pelo Jefferson, temos que ter certeza se ele é mesmo um espião ou não. Mohammed, nós nos comunicamos mais tarde. Eu vou pegar Jefferson. VAMOS, VAMOS, TEMOS QUE SER RÁPIDOS, TUDO INDICA QUE TEMOS UM INFILTRADO NA NOSSA BASE!

***

Michel corria como se não houvesse amanhã, ele passou por meio de vários agentes trabalhando nos computadores.

A voz de Anna Pitterson ecoou pelo local:

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Michel não teria tempo para explicar. Se Jefferson fosse mesmo um espião mandado pela França, todos dentro daquela enfermaria corriam perigo, ele tinha que ser cauteloso, rápido e ágil. Ninguém poderia se machucar. Michel não poderia deixar ninguém morrer!

Ele esbarrou em pelo menos dois agentes e todos os outros mantinham a visão nele. Anna tentou segui-lo, por curiosidade, mais foi impedida quando seu braço foi puxado.

- Ninguém pode sair dessa parte da base antes de me responderem algumas perguntas. – Ian mantinha o controle da situação.

- Dá pra tirar as mãos meu braço? – A garota dos cabelos negros se soltou.

Michel virou em dois corredores até chegar na porta da enfermaria, ele estava ofegante.

Passou seu crachá pela porta de segurança. A permissão foi autorizada.

Michel mal sabia o que estava por vir.

Antes de chegar na enfermaria, teria que passar por um extenso corredor.

A primeira impressão que Michel teve foram dois rastros de sangue no chão. Ele colocou o dedo para verificar, estava fresco.

São sangue de pessoas.

Michel sentiu um aperto em seu peito, sua expressão era tensa. Retirou seu revolver de dentro do suporte da cintura e começou a aponta-lo para frente. O homem de 40 anos caminhava lentamente sobre o sangue jorrado daquele corredor.

- Tem alguém ai? – Ele gritou antes de entrar na enfermaria.

Ao chegar lá se deparou com a seguinte cena:

DOIS FAXINEIROS DA O.C.T ESTAVAM JOGADOS SOBRE O CHÃO, O PRIMEIRO ESTAVA COM UMA FACA CRAVADA NAS COSTAS E O SEGUNDO TINHA VARIOS EQUIPAMENTOS MÉDICOS AGUDOS EM SUA CABEÇA.

UMA ENFERMEIRA LOIRA ESTAVA COM O PESCOÇO RASGADO, SENTADA NA LATERAL DA ENFERMERIA, COM AS COSTAS ESCORADAS NA PAREDE. SUA CABEÇA ESTAVA LEVEMENTE CAÍDA PARA O LADO.

OUTROS QUATRO MÉDICOS FORAM BRUTALMENTE MORTOS POR TIROS NA CABEÇA. NENHUMA CHANCE DE TEREM SOBREVIVIDO. OS CORPOS JOGADOS ESTAVAM AO REDOR DA MESA ONDE A CIRURGIA DO DOUTOR THOMAS SERIA REALIZADA.

NA MESA, MICHEL ENCONTROU APENAS MARCAS DE SANGUE, NADA DE THOMAS.

O coração de Michel quase saia pela boca, sentia seu estômago se revirar constantemente, o cheiro era horrível, difícil de suportar.

A calma de Michel não existia mais. Pessoas inocentes estavam mortas e o culpado por isso iria pagar.

Entre os médicos mortos, nenhum dele era Jefferson dos Santos, seria ele o verdadeiro culpado? Era tantas dúvidas que ainda não podiam ser respondidas.

 Não, não, não... Isso não pode está acontecendo. (Pensamento de Michel)

Ninguém mais foi encontrado no primeiro campo de visão da enfermaria, Michel teria que seguir em frente para encontrar o assassino do crime.

Ele se dirigiu para a segunda sala da enfermaria.

O quarto extenso, composto por seis camas, elas eram cobertas por uma cortina branca em cada uma. Um pouco mais a frente uma pequena janela de vidro mostrava um cômodo onde eram mantidos       equipamentos médicos.

Michel permanecia calado, não poderia entregar sua posição para o assassino criminoso.

Tentava manter o controle da situação.

Já eram 7 mortos.

Um ruído com som inexplicavelmente baixo parece sair de trás da cortina de uma das camas.

O diretor não perde tempo e coloca sua mão direita sobre a cortina, pega o revolver e o posiciona a sua frente.

Havia estado pronto para atirar caso fosse preciso.

Ao abrir, se deparou com Thomas Albert no chão, sentado com o ombro escorado na parede. Havia sangue de sua cabeça aos pés. Com certeza estava ferido.

- Jesus cristo! Thomas, o que aconteceu aqui? Quem fez tudo isso? – Perguntou de olhos arregalados, ajoelhando-se sobre o chão.

Mesmo de olhos abertos, Thomas não mantinha uma completa consciência do que acontecia, atordoado.

- Você está bem? Consegue falar ou me ouvir? – Michel Insistiu, cutucando seu ombro.

Eugene, com o mesmo uniforme de antes, ensanguentado, com uma faca na mão, chegava perto de Michel aos poucos.

O assassino não iria parar.

Seu olhar era insano, sua mão ainda tremia. Silencioso.

Uma maquina de matar.

A única coisa que Thomas conseguiu fazer foi apontar o dedo lentamente em direção atrás de Michel.

Michel se virou e apontou o revolver.

 

Dois tiros foram disparados para o teto quando o assassino conseguiu desviar a mira. Um movimento rápido: Eugene tenta cravar uma faca em seu estomago sem dó nem piedade, mas Michel coloca sua mão na frente e ela é atingida.

Ele gritou

O técnico consegue tirar o revolver de sua mão, ela cai e rola para debaixo da cama.

Ele cospe sangue na sua face.

Michel usa toda a sua força e impulsiona seu corpo em direção ao de Eugene, pela barriga e peito, empurrando-o para trás.

O CHEFE DA O.S.E NÃO SE RENDERIA TÃO FACIL.

O empurrão em Eugene fez com que suas costas batessem no vidro da janela na parede, fazendo-a quebrar e ambos caíram na sala de equipamentos médicos.

Os cacos de vidro voaram e se expandiram até caírem no chão.

Michel sentiu sua bochecha sendo esmagada no chão ao cair, uma batida forte em sua cabeça fez com que um vermelhão aparecesse em sua testa.

Ao seu lado, se assustou ao ver que outro corpo de um enfermeiro japones morto estava ali, com uma tesoura em seu peito.

A dor que não sentia antes quando foi esfaqueado começa a aparecer. Insuportável, dolorosa, sofrível, eram tantas explicações de dor na mão de Michel que dificultava as coisas, ele tinha dificuldade tanto para se levantar quanto rastejar, mas sua consciência ainda estava boa.

Ele retira rapidamente a tesoura na barriga do enfermeiro, uma arma de defesa que poderia ser usada.

Mas ele logo sentiu duas mãos puxarem sua camisa rasgada, o levando para trás, até cair no chão. Um soco rápido e veloz foi atingiu seu nariz, começou a sangrar lentamente.

- VOCÊS NÃO ENTEDEM?! – O psicopata gritou com ódio e raiva.

Eugene de joelhos, cara a cara com seu inimigo, Michel no chão.

Uma luta lenta e demorada.

O homem mais velho viu e sentiu Eugene apertando seu pescoço, tentando o matar. O mocinho não hesitou em enfiar bruscamente a tesoura no ombro do vilão.

- NÃO! – Gritou e berrou de dor demoradamente.

Soltou as mãos de seu pescoço e se levantou, tentando tirar furiosamente a tesoura cravada de seu ombro. Uma veia de Eugene provavelmente foi atingida.

Ao tirar a tesoura com dificuldade, coloca suas mãos na ferida com a intenção de parar o sangramento e a dor. Ele lentamente começa a cair para o lado oposto da sala.

Dois lutadores caídos sobre o chão.

Eugene, um simples técnico de internet que agora se revelou um assassino brutal que matou 8 pessoas inocentes, um bom motivo para fazer tudo aquilo era desconhecido até então. Inexperiente na luta, usava a sorte e a surpresa ao seu favor, suas costas estava cortada por vários cacos de vidro, alguns deles até mesmo continuavam cravados e uma tesourada no pescoço faziam o gemer de dor.

Michel Bryans, chefe da O.S.E, experiente na luta e um ex-agente da campo, em seus pensamentos ainda se perguntava porque aquele rapaz alto de uniforme azul massacrou todas as pessoas daquela enfermaria, ele deveria pagar caro por tudo isso. Mesmo levando uma facada na mão, um soco no nariz, mais lento e fraco do que o adversário se mantinha consciente e sem demonstrar dor até então.

Eugene se levantou, quatro segundos depois Michel também e os dois mancavam.

Eugene chegou até o oponente antes que ele se levantasse completamente, socou sua bochecha direta e logo depois a esquerda, rapidamente.

Michel não sentiu nenhuma dor, riu da situação e revidou.

O golpe de Michel não poderia ser veloz ou rápido, mas mesmo assim foi o suficiente para o assassino não conseguir desviar.

Um soco em sua testa fez com que Eugene recuasse e caísse na saída da sala, ele rastejou rapidamente para fora.

- SEU DESGRAÇADO! – Xingou alto.

Não poderia perder tempo, ninguém mais poderia morrer, ele teria que detê-lo.

Michel tentou correr até a porta, conseguiu, mas sua velocidade estava afetada.

Ele voltou para a mesma sala onde avistou o Doutor Thomas anteriormente. Surpreendeu-se ao ver que Eugene estava segurando a sua arma, no meio do corredor, de cabeça abaixada, provavelmente conseguiu tirar debaixo da cama rapidamente.

Por um instante, Michel pensou que aqueles eram os últimos momentos de sua vida.

Em um ato de impulso, o psicopata aponta a arma para sua própria cabeça e diz:

- Vocês nunca irão me entender!

Ele apertou o gatilho.

Michel ficou horrorizado ao ver seus miolos se espalhando no ar, o sangue respingou em seu rosto e o suicida caiu com o peito de frente ao chão.

Um suicídio não explicado.

Os pensamentos de Michel quase explodiam sua cabeça: Porque ele se matou, porque ele matou essas pessoas, onde estava Jefferson dos Santos naquele instante?

Ao olhar para o lado, viu o doutor Thomas de olhos fechados na mesma posição onde estava antes, não tinha certeza se estava morto e foi conferi-lo. Ao checar seu pulso, confirmou a sua morte. Lamentou por não ter conseguido salvar sua vida.

- Me perdoe... – Sentiu-se culpado.

Ele lentamente caminhou todo o percurso até a porta de saída da enfermaria, ninguém havia aparecido até então.

Tentava ignorar todos aqueles corpos jogados pelo chão, aquilo não eram apenas alguns assassinatos, era um massacre em massa.

Ao se aproximar da porta, ela foi liberada e aberta por uma pessoa.

Uma expressão de espanto e choque surgiu da face de Jefferson dos Santos.

Ele era o único médico que não estava morto.

- QUE MERDA ACONTECEU AQUI? – Gritou alto.

Michel apenas o encarou com os olhos cobertos de sangue.

11h59min PM...

00h00min AM

 


Notas Finais


E aí, gostaram? Obrigado por terem lido até o final, comente tudo o que quiserem, teorias, personagens favoritos e tudo mais...


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