Camila POV Rio de Janeiro, 2011, 10:22 PM
Perigosa, assim eu poderia me definir. Eu me tornei uma bomba e posso explodir a qualquer momento, machucando todos a minha volta. Porém, se longe, eu não causaria danos a eles, certo? Certo. É por isso que decidir fazer algo a respeito, vai doer, mas estou fazendo isso para o bem daqueles que eu amo.
Meu celular vibra como louco em cima da cama, e eu sei que são as meninas, a partir de hoje eu não posso ter mais nenhum tipo de contato com nenhuma delas. Eu não queria, eu sei que a Ally é sensível e eu vou a fazer chorar mas eu não posso coloca-la em risco, nem Dinah e Normani.
Decidi responde-las pela última vez.
Cheechee: Camila
Cheechee: Para de palhaçada e responde, Walz
Cheechee: Eu to preocupada
Cheechee: Vá Chanchoo, tenha dó, responde.
Mila: Desculpe DJ eu estou ocupada e... Até. -
KordeiManiaca: CAMILA CABELLO
KordeiManiaca: O que foi aquilo?
KordeiManiaca: Por favor Mila, conta pra gente o que se passa
KordeiManiaca: Nós somos amigas, poxa...
Mila: Me perdoa, Mani. -
Allycat: Mila, meu amor, por favor
Allycat: Não esconde as coisas
Allycat: Nós somos suas amigas, era pra você confiar na gente...
Allycat: Eu sei que você tem seus motivos, não sei quais, mas sei que tem
Allycat: Mas Mila, se eu puder ajudar, por favor, não esconde
Mila: Obrigada Allycat, e me perdoa. -
Havia uma mensagem de desconhecido, eu entrei no chat já me cagando por achar que era o maldito de sempre. Infelizmente eu estava certa.
"Huum. Você entendeu o recado. Parabéns heroína, suas amigas estão a salvo, mas você não."
Uh, eu já esperava por isso. Virei de lado na cama e bloqueei o celular o colocando no criado-mudo. Respirei fundo. - Eu devo ter jogado pedra na cruz pra merecer tanta merda na minha vida. E logo em seguida cai no sono.
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Que música é essa?
...
Ah, é meu despertador. Tateei todo criado mudo buscando o objeto, quando o toquei procurei por seu botão e desliguei. Hoje é sexta-feira, obviamente eu não vou a escola. Virei para o lado contrário tentando pegar no sono novamente, passou-se um tempo e eu já havia me virado para todos os lados mas não consegui dormir. Decidi levantar de uma vez para fazer minha higiene matinal e logo após descer para comer algo. Após sair do banho e me vestir eu saí do quarto fechando a porta trás de mim e atravessando o extenso corredor em direção às escadas, desço os degraus um por um, chegando na sala e dando de cara com as meninas em pé me olhando.
- Desculpa Mila, eu tentei dizer a elas que... -Ally falava quando foi interrompida.
- Ela não precisa de tempo nenhum, Ally! -ralhou Dinah. - Eu posso estar sendo muito egoísta Camila, mas nós somos suas amigas, por que você não conta logo o que está acontecendo? -enquanto dizia ia se aproximando mais de mim, tendo Normani segurando seu braço para tentar acalma-la. - Por favor Mani, me solta. -vi ela respirando fundo tentando manter o controle. Normani soltou seu braço logo em seguida. - Anda, eu não saio daqui enquanto você não falar.
Desviei meu olhar ao chão, analisando toda situação. Não, eu não poderia falar nada! Voltei a olha-las. - Não. -surpreendentemente soou firme. - Meninas, por favor, deem licença da casa.
- O que? -Dinah disse, incrédula. - Camila? Você está se ouvindo?
- POR FAVOR, DINAH! -gritei. -Por favor. -me mantive firme, porém meus olhos lacrimejaram, eu não as olhava.
- Não Camila, porque você..?! -Dinah deu um passo em minha direção, e eu dei um para trás. - Camila... -sussurrou assim que viu lágrimas rolando por meu rosto. Peguei meu celular do bolso e disquei o número da Polícia na emergência.
- Saíam, por favor. -pedi em um fio de voz.
- Não, não vamos sair. -Dinah continuava resistindo. Normani acompanhava tudo cabisbaixa e Ally chorava, essa cena me destruiu de todas as formas.
Vendo que Dinah continuaram persistindo, toquei para realizar a chamada levando o aparelho a minha orelha. Solicitei a presença de alguma ajuda enquanto as meninas me olhavam assustadas e sem entender. Ficamos cerca de dez minutos nos olhando, Sem dizer nada.
- Polícia! -ouvi batidas na porta. Logo eles entraram. - Meninas, vocês tem que sair.
- Mas...!
- Não existe 'mas'. A senhorita deixou claro pelo que entendemos que não quer a presença de vocês na casa. Então por favor, saiam por bem. -o homem fardado, alto de cabelos loiros disse firme. Seu companheiro ao lado apenas observava preparado para qualquer ato repentino. Dinah suspirou e logo se rendeu, me olhando uma última vez e saindo pela porta. Normani saiu logo depois inexpressiva. Ally me olhou com seus olhinhos inchados e se aproximou de mim. Um dos policiais quis avançar, mas eu neguei com a cabeça, deixando Ally se aproximar, ela rodeeou seus braços em minha volta apertando forte. Após alguns segundos se afastou, e, antes de sair pela porta, sussurrou.
- Eu entendo. -se virou de costas e saiu da casa.
- A senhora está bem? -o que estava calado se pronunciou.
- Sim, obrigada.
- É o nosso trabalho. Tenha um bom dia. Os dois saíram fechando a porta, e quando ouvi o clique da fechadura, literalmente desabei. O que eu faria agora? Para completar, meu celular vibrou, e a tela acendeu mostrando a mensagem desconhecida.
"Acompanhei tudo. Parabéns, é assim que se faz. Só espero que não pense em chamar a Polícia pra mim, porque não sabe do que sou capaz."
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