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História Dias De Verão - Dia 14 de Agosto


Escrita por: Lady_Roche

Capítulo 2 - Dia 14 de Agosto


[Josh Pov's]

Acordei me sentindo sufocado, minhas mãos tremiam e meu rosto estava molhado, meu peito doía como se fosse um sinal de que algo ruim estaria perto de acontecer. Me lembrei do sonho, tão violento e recente, as imagens em minha mente ainda eram nítidas.

O vermelho vivo respingado no vidro do carro, seu corpo no chão sem vida e flácido, o calor e desconforto, só de relembrar eu voltei a chorar, tenho pesadelos frequentes mas nunca eles foram tão realistas e assustadores, talvez seja um efeito dos vários remédios que tomo ou apenas a minha imaginação me mostrando mais do que posso aguentar.

Passei a minha mão no rosto para secar as lágrimas e me sentei na cama, a escuridão do meu quarto me dizia que ainda era de madrugada, o silêncio nessa hora da noite me incomodava, é como se os meus pensamentos estivessem se revirando em minha mente no último volume.

E eu não conseguia ignorar então fiz o que sempre faço quando acordo no meio da noite, fiquei de joelhos na cama e abri a minha janela, a brisa gelada e sútil da madrugada batendo contra o meu rosto me acalmou um pouco, eu olhei para as estrelas tão solitárias lá em cima mas elas são as únicas com quem eu posso contar, são as únicas que sabem dos meus problemas, gosto de pensar que quando eu morrer vou me tornar uma estrela também e assim poder guardar o segredo de alguém.

Eu dei uma última olhada para as minhas amigas celestes e fechei a janela, me deitei de novo na cama e peguei meu celular que estava debaixo do meu travesseiro, desbloqueei a tela e fui ver as horas, eram exatamente 23:59 da noite, apaguei a tela e botei o celular de volta aonde ele estava, me virei para o lado e fechei os olhos esperando a minha mente apagar.

Acordei com o som de um despertador ao pé da minha cama, era um barulho irritante e me levantei logo para o desligar, ele dizia que já era meio dia e meia, logo minha mãe apareceria pra me acordar então resolvi que era melhor me levantar da cama e iniciar o meu dia, abri meu armário e peguei a roupa mais próxima da porta, uma camiseta preta do Green Day e uma bermuda cinza bem grossa, não estou com vontade de escolher nada em especial, me vesti e calcei meu chinelo, antes de sair do quarto arrumei minha cama e peguei meu celular debaixo do travesseiro, ele estava cheio de notificações que ignorei sem nenhum remorso.

Abri a porta e sai sem a fechar, passei pelo quarto da minha irmã e ela estava deitada na cama cercada de bichos de pelúcia escutando alguma banda teen famosinha enquanto mexia em seu notebook sorrindo para a tela.

Desci as escadas saltando os degraus de número par, e finalmente cheguei na sala, a televisão estava ligada em um plantão de notícias aleatório e meu pai assistia com um olhar de tédio o jornalista falar das últimas novidades na vida dos famosos.

Pelos barulhos de vasilhas batendo na bancada da cozinha eu já sabia aonde minha mãe estava, parei de andar e peguei uma vasilha que caiu no chão sem ela perceber, observei ela ir de um lado para o outro enquanto reclamava que a Abigail nunca lavava a louça direito e quando lavava não guardava as coisas no lugar certo, vi que tinha uma cesta com frutas no meio da bancada mas ignorei, logo vai ser hora do almoço mesmo.

Fiquei ali esperando ela notar a minha presença, o que demorou um pouco.

:- Bom dia filho, dessa vez não precisei te gritar pra acordar, já é um progresso em.

Ela disse sorrindo enquanto pegava utensílios nos armários.

:- É que dessa vez o despertador me acordou mas eu não lembro de ter o ativado, bom de qualquer jeito eu só passei pra dizer que vou na casa do Tyler...

:- Sabe Josh o Tyler não é seu único amigo, e tenho certeza que seus outros colegas sentem a sua falta.

Ela me cortou antes que eu pudesse terminar de falar

:- Mas mãe ele é o meu melhor amigo e faz dias que eu não falo com ele.

Eu respondi sem saber o porquê dela ter dito isso, o Tyler não é meu único amigos mas é o meu melhor amigo, o quê o põe á vários patamares acima dos outros.

:- Tudo bem, eu só estou tentando dizer que talvez você devesse passar menos tempo com o Tyler meu filho.

Eu preferi fingir que não escutei o que ela disse, passei pela minha mãe sem olhar para ela e fui em direção a porta da frente, a abri e desci os curtos degraus de entrada, mal sai de casa e os filhos do Gerard vieram me importunar.

Esses gêmeos são mais irritantes que animadores de festa infantil.

:- Hey Alex olha isso o Josh está saindo de casa, não vai voltar chorando de novo vai?

Os dois riam de mim enquanto eu passava com pressa por eles, não vou perder meu tempo ligando para o que eles falam, até porque eu não faço ideia do que eles querem dizer com isso.

A casa do Tyler não era tão longe da minha, apenas há algumas viradas de esquina e eu já estava lá.

Fiquei alguns segundos parado olhando a casa, meio que tomando coragem para ir lá, andei até a entrada e bati na porta, demorou um pouco mas vieram me atender.

A mãe do Tyler abriu a porta, mas no instante em que me viu ela a fechou de novo, eu não entendi o porquê disso e bati na porta de novo várias vezes até ela me atender.

Kelly abriu só metade da porta e gritou para mim.

:- Vai embora menino! O que você quer aqui em?! Não se cansa de me ver sofrer?

Eu fiquei em silêncio sem saber o quê dizer, comecei a me sentir desconfortável com o olhar dela fixo em mim.

:- Já basta as cartas que recebo no nome dele, que me lembram todo o dia...

A mãe do Tyler começou a chorar e eu a suar, não sei se corro ou choro junto com ela, eu escolhi correr e a deixei sozinha chorando na entrada de sua casa.

Eu corri sem perceber aonde estava indo, só parei quando o ar começou a faltar e meu peito doer me lembrando da vida sedentária que levo, coloquei as mãos no joelho e respirei fundo várias vezes tentando me acalmar e desacelerar as batidas do meu coração.

Escutei um barulho de algo enferrujado rangendo e olhei na direção que o som estava vindo, e para minha surpresa eu estava perto de um parque, e era o Tyler em uns dos balanços se balançando sozinho acariciando um gatinho preto em seu colo.

Respirei fundo mais uma vez e andei até ele mas me sentei no balanço vazio ao seu lado e comecei a me balançar no mesmo ritmo que ele, devagar e sem ânimo.

:- Essa cigarra bem que podia explodir de uma vez você não acha?*

Tyler disse enquanto sorria e me olhava, eu não respondi nada só observei seu sorriso com o irritante cri cri da cigarra como trilha sonora.

Tinha tanta coisa em minha mente e eu simplesmente não sabia o que falar, então comecei com o que mas estava me atormentando no momento.

:-Tyler está tudo bem entre você e a sua mãe? Quase agora eu fui na sua casa te chamar e ela surtou, começou a chorar e tudo.

Ele ficou um bom tempo sem dizer nada, pesando em algo ou em nada, sinceramente eu não sei.

:- Sabe Josh as coisas entre mim e a minha mãe não vão bem já faz tempo, ela não me escuta e finge que não me vê e é difícil.

Ele olhou para mim e pude ver o quão triste e magoado ele estava com toda essa situação.

:- Quando eu não estou em casa na maior parte do tempo eu fico andando por ai sabe, sem rumo só por não poder voltar pra casa e ver ela daquele jeito.

Tyler falava tudo isso olhando para o chão, como se fosse difícil admitir a sua realidade para mim.

:- Ei não fique assim, você devia ter me falado antes, eu posso falar com a minha mãe e ver se você pode dormir na minha casa alguns dias.

Eu disse sorrindo e botando gentilmente minha mão em seu ombro.

:- Você não entende Josh, de qualquer jeito eu estou perdido, sua mãe também não me escutaria.

Ele me disse enquanto sorria fraco como se prendesse o choro.

Eu ia falar algo mas o gatinho preto pulou de seu colo e o Tyler se levantou indo atrás do gato, eu corri atrás do Tyler e segurei seu braço com força antes que ele pudesse atravessar a rua.

Isso me lembrou do meu sonho e eu me senti mal instantâneamente.

:- Vamos pra outro lugar, e você me conta porquê acha que a minha mãe não ia querer você dormindo junto comigo. OK?

Tyler concordou e começamos a andar por ai.

:- Não é como se ela não quisesse eu dormindo com você, a questão não é essa.

Eu ia responder ele mas notei que as pessoas a nossa volta pararam de andar e começaram a olhar fixamente para cima e eu olhei também.

Várias vigas de metal caíam e uma acabou perfurando o Tyler.

O seu grito violento machucou os meus ouvidos e ecoou por entre as árvores, as pessoas ao meu redor me puxavam pra longe de você.

A cor do sangue espalhado em minha blusa refletia nos seus olhos, eu olhava o seu corpo petrificado e manchando de vermelho, o cheiro metálico do seu sangue estava impregnado em mim.

Enquanto a minha visão escurecia eu juro que ti vi sorrir, mas tudo ficou escuro antes que eu pudesse ter certeza.

 


Notas Finais


⣧Notas da Loly ~<3⣼

* acho que muita gente já ouviu falar que as cigarras explodem de tanto cantar mas isso não passa de uma lenda que todos reproduzem sem saber se é verdade, igual a famosa junção letal de manga com leite.

O fato é que as cigarras são artrópodes, e esse grupo tem por característica a troca de "pele", então alguém viu as casquinhas que elas deixaram por ai e pensarem q o bichinho explodiu, soq não rsrsrsr.

Link para wattpad

http://my.w.tt/UiNb/nn40jP412y


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