PARTE I - O DIA ANTES DO FIM
- Então, confirmado. Este será nosso plano. Repassando, Mari você vai fingir que desistiu, Jéssica vai ir junto para memorizar todas as senhas, mas fique correndo para não te verem. Então você volta, e nós vamos na surdina até onde está Mari. Provavelmente o líder e mais alguns soldados vão estar juntos. Matamos todos eles e fugimos. Não ligo quantos, apenas matem. - Exclamei.
- Sim. Mas ninguém ainda me disse o por quê disso. - Mari perguntou.
- Para abalar eles. Mostrar do que somos capazes.
- Mostrar que somos fortes. - Jéssica falou.
- Mostrar que não temos medo da morte nem do fim. - Laura completou, poeticamente, como sempre ela tenta ser.
- Certo... Enfim... Temos que nos preparar. Uma boa noite de sono vai ser o suficiente. Alguma pergunta? - Disse.
Elas fizeram que não com a cabeça.
Todas começaram se arrumar para deitar. Estamos no meio de um bosque, na mata fechada. Apaguei a fogueira e me deitei.
A lua e as estrelas estavam lindas e brilhantes nesta noite. Pensar que algo poderia dar errado amanhã pode ser considerado pessimismo, mas eu não consigo deixar de pensar nesta opção.
Fechei meus olhos e tentei dormir. Apesar de eu não mostrar, estou muito ansiosa por amanhã. Sempre estou. Todos os dias para mim, para nós, são dilemas. Nunca sabemos o que pode acontecer, o que nos deixa hiperativas e ansiosas.
Exceto Jéssica, que quase roncava.
Não sei como ela consegue.
PARTE II - ACORDADA NO MEIO DA NOITE
- Mia... Ei... - Mari me acordou.
- O quê? - Levantei em um salto, já preparada para lutar, como sempre.
- Calma, relaxa... Não aconteceu nada. - Ela conteve um riso.
- Hum... E por que me acordou? - Falei, já me sentando. Olhei no meu relógio de pulso roubado: Duas horas da manhã.
- Não consigo dormir.
- Já tentou contar carneirinhos? - Brinquei com ela, já que ela é a mais nova do grupo. Poucos anos mais nova, mas mais nova.
- Ha ha.
- Estou brincando.
- Me desculpe por te acordar. Jéssica está num sono profundo e Laura sempre briga comigo.
- Tudo bem. Estou aqui para isso. Você... Quer me falar algo?
- Estou com medo. - Ela jogou.
Franzi a testa. - Medo? Do quê?
- De amanhã. Tenho medo que dê algo errado. Tenho medo de te perder. Tenho medo de perder a Laura, ou a Jéssica. Vocês são como uma família para mim. Não quero perder vocês.
A abracei. - Calma. Isso não vai acontecer.
PARTE III - NÃO IREI TE PERDER.
- Como você pode saber? - Mari perguntou, depois de um minuto de silêncio.
- Não sei. Realmente não sei. Mas eu tenho fé. Tenho fé que não vou te perder. Tenho esperança de que amanhã vai dar tudo certo. Não se preocupe, ok?
- Como? Eu sei que eu tenho que acreditar em você, você está sempre certa. Mas eu ainda tenho medo.
- Por quê eu não quero te perder. E vou lutar até o fim por você. - Olhei ela nos olhos, bem no fundo, quase vendo sua alma. - Se eu fizer algo, você promete não ficar brava comigo?
- O quê...?
- Promete?
Ela me deu o mesmo olhar penetrante. - Prometo.
Então eu a dei um beijo. Sei que é um tabu, mas eu cresci tendo influencia de garotas. Só garotas. O que esperava? Pensei que ela ia morder meu lábio, se afastar e brigar comigo. Mas ela retribuiu. E ficamos daquele jeito por um tempo, uns trinta segundos, no minimo.
- Eu te prometi que não iria ficar brava. - Ela deu um sorriso de lado.
- E eu não tinha como saber. Assim como você não tem como saber o que vai acontecer amanhã. Mas tenha fé de que tudo vai dar certo. Agora tente dormir, ok?
- Ok.
Ela se deitou ao meu lado e eu deitei também. Ficamos um tempo assim.
- Mia? - Ela quebrou o silêncio.
- Sim?
- Eu não te amo... Como irmã. Eu te amo de verdade.
Sorri. - Eu também.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.