PARTE I - ENCONTRADA
A rua está cheia. Tão cheia que eu já furteii duas carteiras.
Passo rápido ao lado de um homem que está com a carteira quase saindo e passo a mão rápido, mas ele ainda consegue pegar meu pulso. Mas me solto e saio correndo. Ele vem logo atrás de mim.
- EI! AQUELA GAROTA ROUBOU MINHA CARTEIRA!
Todos olharam para mim, mas ninguém fez nada. Entrei num beco, tentando despistá-lo, mas acabou que o beco é sem saída. Droga.
- Te encontrei, Mia.
- Fique longe de mim... Ou terei que machuca-lo! - Então me dou conta. - Mia? Como você sabe de meu nome?
Ele se aproxima de mim. Faz só alguns dias que descobri que tenho poderes. Não sei usá-los direito. Ele me pega e me algema.
- Eu sei que você é perigosa. Mas não tanto, ou eu já estaria morto.
Olhei que no cinto dele tinha o distintivo da policia estadual.
- O diretor do CDEDM vai adorar meu achado. - E riu.
Então me levou entre as pessoas que antes apenas me olharam e me pôs dentro do carro da policia, que eu não sei como não vi antes. Me sentei no banco da frente.
- Sabe, não sei como você sobreviveu todos esses dias na rua. Uma garota fraca e indefesa como você... Não entendo como você ainda não se entregou.
Não respondi, fiquei olhando para o lado, tentando descobrir como eu usei meus poderes naquela vez...
- Mia Hatcher, 11 anos. Uma Mutante, certo?
Cala a boca, estou tentando pensar! O que foi que eu senti? Olhei e vi que a identidade dele estava a mostra. Iago Jeremias. Que nome estranho. Eita, concentra, Mia!
- Você não vai falar, não?
Ele pegou um tipo de walkie talkie e falou Código 0000.
- Bom, vamos ter que fazer uma parada antes. Se você for boazinha, não será a sua última. - Ele deu um sorriso maligno e voltou seus olhos para a estrada.
PARTE II - UMA GAROTA BOAZINHA
Estamos há uns dois minutos parados na frente de uma casa no meio do nada. Minha curiosidade de saber o que estamos esperando é enorme, mas não quero quebrar meu pacto de silêncio. Ainda não consigo me lembrar do que eu estava sentindo, ou pensando, naquele dia.
É como um trauma bloqueado, me lembro de todos mortos, mas não me lembro das sensações.
Vi muitos carros vindo em nossa direção. Muitos mesmo, umas duas dezenas. Eles cercaram o nosso e diversas armas apareceram para fora das janelas, mirando em mim.
- Chegou sua hora garotinha.
- O que é isso? - Perguntei, apavorada.
O policial começou a abrir a porta, mas então uma voz ecoou:
- SE MANTENHAM DENTRO DO CARRO!
Então ele fechou a porta novamente.
- Bom, eu poderia te entregar para o CDEDEM, e não receber nada em troca, ou para a EDM e receber dez mil dólares de recompensa.
- O que é EDM?
- Exterminação de Mutantes.
Então eu lembrei do que eu senti. Medo.
PARTE III - UMA CABEÇA A MENOS
Me concentrei no celular do Iago que estava a vista. Me concentrei e o explodi.
- Mas que mer... - Ele falou e me encarou, perplexo.
- Sabe, senhor Iago... Eu posso ser apenas uma garotinha, mas não sou fraca. E você muito menos vai ganhar dez mil dólares.
Ele tentou sair correndo e gritar pro Socorro. Me concentrei, o máximo que pude.
A cabeça dele explode e me encharca de sangue.
Então os tiros começaram, todos em direção a mim, o vidro a prova de balas me salvou por um tempo, mas então eu me apavorei. Tento ligar o carro com meu poder bizarro. Resultado: Explodo o motor.
Gritei e tentei criar um campo de força em volta de mim.
O carro em chamas, mas nem uma faísca chegava em mim. Explodi a porta e saí do carro.
Todos atiravam em mim, vi um deles chamar por reforços.
Me concentrei, e explodi todos os carros que estavam presentes, uma luz violeta saiu de mim, acertando todos e os derrubando. O fogo foi aumentando. Corri para dentro do carro e peguei a chave das algemas, me soltei.
Muitos começaram a fugir, outros continuavam atirando, mas mais devagar.
Me aproximei do que pediu reforços, ele estava tentando alcançar sua arma. Pisei em seu pulso e aproximei meu rosto do dele.
- Diga a eles para não virem. E para me deixarem em paz. Agora que sabem quem eu sou, se vierem atrás de mim... - Sorri. - Matarei a todos.
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