História Diferentes - Mari é Salva - 2022

PARTE I - SOB A LUZ DO SOL

- É... Este lugar é muito bonito. Tão pacífico. - Mariana falou.

- Sim... - Laura concorda.

Estamos num descampado lindo, com árvores altas em volta, bem cheias e bem verdes, com diversas flores rosadas. Também há algumas flores violetas e azuis, espalhadas por todo o descampado. A luz do Sol brilha forte, mas não me importo. 

- Queria que a nossa vida fosse assim, para sempre. Ficar aqui, neste descampado lindo, seria incrível. - Jéssica afirma.

- É, seria. Pena que não é. Não podemos nos dar o luxo de pensar que estamos seguras aqui, pois não estamos. Passaremos a noite aqui, nada mais. 

- Ah, Mia! - Mari exclama.

- Ah nada. Vocês querem sobreviver? Então não façam birra. Não estamos seguras em nenhum lugar. Temos que nos manter o mais longe do perigo. Alias, estou com um pressentimento ruim hoje. Quem vai ficar de guarda comigo essa noite?

Ninguém respondeu.

- Tá... Eu fico. - Mari exclama, fazendo que não para Laura.

PARTE II - SEGREDO SOBRE MIM

A lua brilha alto no céu, muitas e muitas estrelas. Já devem passar da meia-noite. Creio que Laura e Jéssica já estão dormindo. Tivemos um dia agitado, como sempre. 

- Por que você é assim? - Mari sussurra, se aproximando e sentando ao meu lado.

- Sou como?

- Ah, Jéssica disse que reza a lenda que você já foi menos mal humorada. 

- Agora estão inventando lendas sobre mim?

- Obvio, você é um mito. Você nos mantém vivas, a salvo e sem passar fome. Qual é, hoje faz três anos que estamos juntas! 

- Você contou?

- Claro que sim! Se não fosse por você, estaríamos mortas. Ei, não mude de assunto. Por que você é assim?

- Por que eu conheço o ser humano. Sei que somos perigosos, preconceituosos e a primeira chance que temos de fazer o mal, fazemos em dobro. Eu tinha uma prima, não que eu esteja defendendo ela nem nada, mas ela sofria muito naquela cidadezinha. Nem me lembro o nome. Enfim, ela matou algumas pessoas que a fizeram sofrer, e depois foi morta pela população.

- Me desculpe... Mas o que ela fez foi errado também, ela matou aquelas pessoas sem piedade. Acho que ela deveria ter morrido mesmo.

- Você acha que eu devo morrer?

- Obvio que não! - Ela parecia indignada.

- Bom, em batalha, eu mato quantos soldados, pessoas comuns que tem filhos, esposas, que precisar. Isso não me faz diferente dela. Não te faz diferente dela. Nós também matamos, diariamente. Pessoas que as vezes podem estar ali contra a vontade delas. Minha prima ainda por cima matou menos, apenas as pessoas que as magoavam e as faziam se sentir inferior, que a fazia chorar e querer morrer. Nós sim, matamos sem piedade. Não ligamos para sua história, apenas matamos. E apesar que me corroa por dentro, não posso deixar isso subir a cabeça. Sabe por quê? Pois sempre que eu penso nisso, nas pessoas que eu matei... Eu lembro que poderia ser elas a matar uma de nós. Lembro que elas não são diferentes de nós. E que se estivessem no nosso lugar, fariam o mesmo. 

Mariana me encarou, com lágrimas nos olhos. Não sabia o que dizer, nem o que pensar.

- Uou... Mia, isso foi... - Então ela berrou enquanto era levantada no ar.

PARTE III - NEM UMA NOITE EM PAZ

- LAURA, JÉSSICA! - Berrei, enquanto jogava um disco e pulava em cima dele e ia em direção ao Cyclon. Chegando perto de seu tronco, me soltei do disco e pulei em seu braço.

O Cylcon estava três vezes maior do que era antes, e totalmente silencioso. Uma versão evoluída. Como que eu não percebi antes. Me concentro e jogo três discos no braço do Cyclon, fazendo-o quebrar e deixando Mari despencar de 5 metros de altura. Merda!

Um portal aparece em baixo dela, eu pulo junto e quando vejo nós duas estamos ao lado de Jéssica e Laura.

- MARI! - Berrei, Jéssica pegou em meu pescoço e começou a correr em volta do Cyclon, enquanto eu jogava diversos e diversos discos, que depois de um segundo, uma bola de fogo aparecia e o incendiava. Enquanto isso, Laura abria diversos portais em volta dele, e aparecia em tantos lados que parecia que estava se multiplicando, deixando o Cyclon sem saber para qual lado olhar, esquecendo de mim, Jéssica e Mariana.

Um tempo depois, ele explodiu. Respiro fundo quando Jéssica me solta.

- Eles estão cada vez mais fortes. - Mariana sussurra. - Eu nem senti ele se aproximando. 

- Parece que esse lugar não é tão pacífico agora. - Falo, enquanto nos levantamos e nos adentramos na floresta ampla e pegando fogo em algumas partes.