História Diferentes - As Irmãs - 2019

PARTE I - ESCONDIDAS

- Meu Deus, mais que chuva. - Reclamei.
- Diga graças a Deus pela chuva, se não fosse por ela não teríamos despistado os Cyclons. - Jéssica afirmou.
- É... Eu ainda não entendo qual é a desses Cyclons. 
- Como assim?

Pulamos dentro do buraco no chão, perto de uma árvore. Era bem espaçoso para um buraco, deve caber umas quatro pessoas. Jogamos nossas mochilas num canto e Jéssica pegou um lençol marrom, tapou o buraco.

- Sério? Isso não vai enganar ninguém, muito menos um Cyclon. - Afirmei.
- Mas vai nos dar tempo. - Ela faz essa piadinha sem graça todas as vezes.
- Ha, ha. - Ri sarcasticamente.

Jéssica é Diferente, que nem eu. Sim, Diferente. Prefiro Diferente do que Aberração, Mutante, entre outros sinônimos. Ela tem dezenove anos, começou a fugir com onze. Ela está nas ruas a muito mais tempo que eu. Se não fosse por ela, eu jamais teria sobrevivido ao ataque do meu primeiro Cyclon.

- O que você não entende dos Cyclons? - Jéssica perguntou, pegando uma maçã de sua bolsa e a mordendo. 
- Tudo. Você nunca me disse o que eles são.
- Você nunca perguntou. - Ela deu outra mordida.
- Bom, por que eles tentam nos matar? Imaginei que os governos nos queriam vivas.
- Eles não nos querem precisamente vivas.
- Como assim?
- Eles tem medo de nós. Não temem guerras com outros países, nem revoltas... Se duvidar, nem um apocalipse zumbi. Mas de nós? Ah, eles morrem de medo. Se já é difícil nos pegar, e só somos duas... Imagine dez? Vinte? Cinquenta? - Engoli seco. Até eu tenho um pouco de medo. Somos muito imprevisíveis. - Eles adorariam ter alguns de nós vivos, ao lado deles, lutando em seus exércitos. Mas e quanto aqueles que não são leias? E aqueles que podem querer tomar o poder deles em um simples pensamento? Então, se o exército chegar antes e conseguir pegar um de nós, beleza. Se o Cyclon chegar antes, bom, menos uma ameaça a eles.

PARTE II - AMANHECER

- Pst, Mia. - Jéssica sussurrou, me chacoalhando.
- Hum? O que?
- Tem um Cyclon se aproximando.

Acordei em um salto.

- Quão longe ele está de nós? - Me levantei, guardando rapidamente minhas coisas.
- Vai estar exatamente aqui em dois minutos. - Ela já estava pronta.
- Ah. - Relaxei. - Que bom. Vamos então.

Saímos de nossa toca e começamos a correr até eu sentir minha barriga doer.

- Para, para ai... - Reclamei, ofegante.
- Boa ideia. - Jéssica riu, ofegante também. 
- Por que você não podia simplesmente me pegar no colo e sair correndo na velocidade da luz? - Falei, quase sem folego.
- Eu já falei, eu não quero me esgotar. Nem todos são tão fortes quanto você.

Eu nunca entendi isso, mas sempre que tenho a chance repito essa pergunta, pois gosto muito de ouvir essa frase, principalmente quando me ouço fraca.

Um grito estridente penetrou em meus ouvidos.

PARTE III - LAU E MAH

Eu e Jéh se escondemos atrás de uma árvore grande. Eram duas garotas entre onze e quinze anos contra quatro Cyclons. Uma delas, a mais velha, jogava portais para lá e para cá, quando dois Cyclon ficavam entre ela, ela abri um portal, passava por ele e ia para ao lado de outra garota, assim os Cyclons pulavam um em cima do outro ou atiravam raios neles mesmos.

Enquanto isso a outra garota lançava chamas para os Cyclons que se aproximavam dela, mas não parecia ter muito efeito.

- Nós devemos ajuda-las? - Perguntei.
- Não. Elas estão se virando.

Olhei quando um Cyclon transformou um de seus braços em uma lâmina gigante e foi em direção da mais nova.

Foi tudo em câmera lenta. Gritei: JÉSSICAAAAA, enquanto a Jéssica desaparecia e apenas uma luz branca ficava por onde ela passava, ela pegou a mais nova e a deixou ao meu lado. A garota parecia traumatizada. Ela gritava:

- Alguém salve LAURAA. - Ela berrava e chorava.
- Cala a sua boca! - Eu berrei, estressada.

Sai correndo em direção à Laura, Jéssica atrasava alguns Cyclons, mas dava para ver que ela estava meio fraca, já era possível ver por onde ela passava, ainda que estivesse muito rápida. Comecei a lançar ondas de força em alguns Cyclons, mas eles só cambaleavam e logo voltavam a me atacar.

- LAURA! - Berrei.
- OI? - Ela gritou, sem se desconcentrar.
- VOCÊ VAI PRECISAR CONFIAR EM MIM! NÂO ABRA NENHUM PORTAL ATÉ EU DIZER, OKAY? 
- VOCÊ ESTÁ LOUCA? 
- SÓ CONFIE EM MIM.

Joguei dezenas, centenas, milhares de ondas de força para cima dos Cyclons, Laura estava lá, parada, apenas esperando meu comando, assustada, mas também determinada.

Jéssica conseguiu pular em cima de um dos Cyclons, se enrolou em seu pescoço e colocou suas mãos na cabeça dele, até que ele explodiu.

Enquanto isso, eu joguei milhares de ondas de força violetas na cabeça de um Cyclon, ele começou a tremer e caiu no chão.

Dois Cyclons foram em direção à Laura. Fiz um sinal para que Jéssica não se movesse.

Ambos Cyclons transformaram seus braços em lâminas e foram em direção à Laura.

- AGORA! - Falei no momento certo.

Laura desapareceu e reapareceu ao meu lado, os Cylcons enfiaram as lâminas um no outro e ficaram presos, rapidamente, joguei milhares do ondas em ambos enquanto a garota mais nova jogava bolas de fogo.

Ambos explodiram.