História Different but equal! - Alguns Desentendimentos.

 

FERNANDO 

 

- Depois que Omar foi embora passei o resto da tarde trabalhando, e perto de terminar o expediente resolvi ir ver Letícia e fazer um convite, a empresa dela já estava vazia apenas Alice estava no Hall, passei cumprimentei ela e bati na porta da sala da Leticia, ouvi um "Entre" e assim fiz. 

 

- Oi não esperava que fosse você - tirei meu óculos e coloquei a caneta na mesa. 

 

- Esperava que fosse quem em Senhorita Padilha ? 

 

- Sorri - Achei que fosse Alice se despedindo já. 

 

- Hum sei - sentei na cadeira de frente pra ela - Tenho um convite pra lhe fazer. 

 

- Estou a todo ouvidos. 

 

- Se viu como ta chovendo ? E segundo a meteorologia irá fazer frio o fim de semana todo. 

 

- Semicerrei os olhos pra ele - Onde quer chegar com tudo isso ? 

 

- Bom eu estava pensando e assim como minha casa é grande e eu moro sozinho, e tenho uma cama enorme que cabem perfeitamente duas pessoas, tenho cobertor também. 

 

- Fernando vai direto ao ponto. 

 

- Então como estava dizendo, estava pensando que assim você iria querer passar o fim de semana comigo, porque não quero que você fique resfriada e nem sinta frio é só por isso - sorri de canto pra ela. 

 

- Só por isso você quer que eu fique contigo ? 

 

- Sim e por nada mais - Segurei a mão dela - me preocupo com seu bem estar e só. 

 

- Como você é cínico - sorri pra ele - Mais só topo se me deixar cozinhar dessa vez pra você. 

 

- É claro que pode, então isso é um sim ? - perguntei empolgado. 

 

- Sim, porem tenho que ir em casa pegar meus pertences. 

 

- Não me importo se você quiser dormir com as minhas camisas ou até mesmo sem nada. 

 

- Muito engraçadinho, mais é sério tenho que ir em casa. 

 

- Tudo bem te levo lá como você esta sem carro mesmo. 

 

- Então vamos ? Já terminou o horário de trabalho - soltei minha mão da dele e peguei minha bolsa, e meu óculos me levantando. 

 

- Me levantei também e ela parou perto de mim - Você deveria usar mais óculos, fica linda e sexy - puxei ela pela cintura e sorri. 

 

- Fico sexy ? Não mesmo Fernando - me desvencilhei dele abrindo a porta e saindo e só então percebi que só havia nós dois na Empresa - Me dá medo essa empresa vazia desse jeito. 

 

- Sorri - É realmente estranho - entrelacei minha mão a dela e caminhamos até o elevador, apertei o botão e não demorou muito e chegou ao andar, descemos e a chuva tinha aumentado - Fica aqui que paro com o carro na entrada. 

 

- Tabom te espero então - ele saiu correndo na chuva para pegar o carro enquanto eu aguardava, sem demora ele parou o carro perto de mim e entrei - Nossa não sabia que estava chovendo tão forte. 

 

- Viu por isso te chamei pra ficar comigo fim de semana, vai que tenha medo ne ? 

 

- Ah claro muita bondade de sua parte. 

 

- Sorri e dei partida com o carro indo até o apartamento dela, o transito estava horrível por conta da chuva, cheguei ao prédio dela e estacionei, descemos e pegamos o elevador subindo para o seu andar. 

 

- Abri a porta de casa e joguei as chaves na mesa de centro - Fica a vontade já volto, se quiser alguma bebida tem na cozinha. 

 

- Sem pressa te aguardo aqui - fui até a cozinha dela e me servi de uma taça de vinho e voltei a sala observando mais atentamente os detalhes tinha alguns certificados e diplomas que decoravam a parede dela, havia algumas fotos com Márcia, com os pais dela, Carol e uma me chamou muita atenção éramos pequenos estava eu, Lety, Márcia, Ana Letícia e Omar, peguei o quadro em minha mão na foto todos olhavam para a câmera menos eu e Leticia que estavamos nos encarando rindo de algo, isso me arrancou um sorriso involuntário.  

 

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LETÍCIA 

 

- Assim que cheguei ao meu quarto parece que tinha passado um furacão havia roupas minhas e de Fernando espalhada por conta da pressa de manhã, e uma mistura de perfumes no ambiente,  fui para o meu closet peguei uma bolsa e algumas peças de roupa, peguei meus cosméticos também, e tudo que eu precisaria, vi se não estava esquecendo nada e Fechei minha bolsa e desci para o primeiro andar, Fernando estava sentado com um quadro na mão e uma taça que identifiquei que era de vinho, caminhei até ele e sentei ao seu lado. 

 

- Queria lembrar o porque éramos os únicos rindo. 

 

- Analisei a foto e sorri - Quem sabe ? Nessa época éramos muito amigos e quem me deu essa foto foi minha mãe. 

 

- Vou roubar pra mim. 

 

- Não mesmo adoro essa foto. 

 

- Ah é ? Porque ? - Olhei no fundo dos seus olhos. 

 

- Porque sim oras. 

 

- Você ta vermelha - coloquei uma mecha de cabelo para trás da orelha dela, segurei em sua nuca a trazendo pra Mim, encostei meus lábios no dela iniciando um beijo calmo e suave, terminei o beijo com vários selinhos. 

 

- Acho melhor irmos para não ficar tarde. 

 

- Sim, vamos - peguei a bolsa dela e entrelacei nossas mãos e saímos. 

 

(°°°) 

 

- Optamos por pedir comida já que estava um pouco tarde e nenhum dos dois tinha mais vontade de cozinhar, lá fora a chuva caia e estava um vento gelado, Fernando acendeu a lareira para nos aquecer. 

 

- Hey mocinha pode largando o celular - Disse pra ela que estava sentada no chão concentrada com o Celular em mãos. 

 

- Estou falando com a Márcia. 

 

- Ela é mais importante que eu ?  

 

- Sorri pra ele e arqueei um sobrancelha - deixe me pensar. 

 

- Muito engraçadinha. 

 

- Pronto já me despedi dela - coloquei o celular na mesa de centro, e ele sentou atrás de mim, e me puxou para os seus braços enquanto admiravamos o fogo. 

 

- Já conversou com seus pais ? 

 

- Sobre os exames ? 

 

- Sim 

 

- Ainda não e nem quero prefiro não saber o que é. 

 

- Letícia - falei em tom de repreensão. 

 

- Mais é a verdade Fernando. 

 

- Você não é assim e sei que eles são tudo pra você, apenas esta sem coragem. 

 

- Suspirei - desde quando passou a me conhecer tão bem ? 

 

- Desde sempre, nos conhecemos uma vida Letícia. 

 

- É verdade. 

 

- Mais não muda de assunto, vá conversar com eles. 

 

- Não é tão fácil assim Fernando. 

 

- Claro que é, para de complicar. 

 

- Tabom tabom - ficamos em silêncio apenas curtindo a presença um do outro. 

 

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FERNANDO 

 

- Ela encostou a cabeça em meu ombro, e apertei mais meus braços em torno de sua cintura, encostei meu nariz em seu pescoço sentindo seu doce aroma, e iniciei uma trilha de beijos, mordisquei o lóbulo de sua orelha, e a senti se arrepiar. 

 

- Fechei meus olhos sentindo os beijos dele, apertei minhas mãos em seus braços conforme a intensidade de suas leves chupadas em meu pescoço - Se me deixar marcada juro que dessa vez te Bato. 

 

- Sorri contra seu pescoço - Você acabou com o momento. 

 

-  Sorri junto com ele - Mais é verdade Fernando não quero ter que ficar usando lenço. 

 

- Tabom. 

 

- Omar sabe de nós dois não é? - Perguntei mudando de assunto. 

 

- Porque ? 

 

- Não me responde com outra pergunta Fernando. 

 

- E porque você surgiu com isso do nada ? 

 

- Sim Omar sabe da gente. 

 

- Me levantei irritado por ela se preocupar com coisa pouca - Se você já sabe a resposta porque ta perguntando? 

 

- Me levantei olhando firmemente pra ele - Eu vou pra minha casa. 

 

- O que ? Não Leticia esta tarde e chovendo é perigoso. 

 

- Não tem problema peço um táxi. 

 

- Letícia - disse mais alto. 

 

- Não adianta não há nada que você fale que me faça mudar de ideia. 

 

- Faça o que bem entender então já é bem grandinha e sabe o que faz. 

 

- É isso realmente não vai dar certo por mais que a gente tente. 

 

- Perai isso o que ? 

 

- Esse lance de ficar juntos. 

 

- Então esta terminando comigo? 

 

- Terminando o que se nem começamos ?  

 

- Ainda bem que foi antes de ter qualquer coisa com você. 

 

- Isso porque você é infantil e não custa responder uma simples pergunta. 

 

- Sim Omar sabe da gente satisfeita ? 

 

- Agora não faz diferença não temos mais nada mesmo. 

 

- Como você é difícil Leticia por Deus. 

 

- Olha to perdendo tempo aqui melhor eu ir. 

 

- Vá Leticia. 

 

- Eu vou chamar um táxi não se preocupa - peguei meu celular e documentos. 

 

- E eu não vou mesmo - ela saiu pela porta e eu menti assim que não a vi mais fiquei preocupado pensando que poderia acontecer alguma coisa e eu não me perdoaria jamais, apaguei as luzes e subi pro meu quarto e estava a bolsa dela com suas coisas tirei de cima da minha cama colocando na cadeira que havia perto da janela, e vi Leticia entrando em um táxi e se distanciando, o meu fim de semana foi por agua a baixo. 

 

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LETICIA  

 

- Não me permiti chorar, não mesmo nem era um relacionamento sério ainda e foi melhor assim, o taxi parou em frente ao meu prédio paguei a corrida e desci do carro e imediatamente subi para o meu apartamento, abri a porta me sentindo sozinha, fui para o meu quarto e vi algumas peças de roupa dele em cima da minha cama tirei colocando na poltrona e senti seu forte perfume amadeirado, levei a camisa até meu nariz inalando o cheiro, e logo a joguei em cima da cadeira e me troquei indo deitar e esquecer de tudo que passou ou pelo menos tentar. 

 

(°°°) 

 

- Estava tomando meu café quando meu celular tocou, bateu uma ponta de esperança em ser o Fernando, mais era minha mãe, respirei fundo tentando disfarçar o desapontamento afinal ela me conhecia muito bem. 

 

- Olá Mamãe. 

 

- Bom dia meu amor, como vai ? 

 

- Bem e a senhora ? 

 

- Estou bem, apenas morrendo de saudade de uma filha que faz tempo que não almoça aqui. 

 

- Sorri - Ah mamãe sabe que vivo ocupada com o trabalho. 

 

- Sim eu sei e sei tambem que hoje é sabado e provavelmente você ficará em casa então pode vindo almoçar aqui e passar a tarde comigo e seu pai. 

 

- Nossa Dona Julieta me intimou, mais ta bom mamãe pode deixar que irei sim, vou me arrumar e ja chego ai. 

 

- Isso mesmo, ou eu mesmo te busco ai. 

 

- Dei uma curta risada - Te amo mamãe até já. 

 

- Te amo também até. 

 

- Desliguei e dei um longo suspiro, eu estava com saudade deles mais não estava pronta para encara - los depois de ter visto os exames, me levantei da bancada e coloquei minha xícara na pia e subi para o meu quarto a fim de me arrumar, como o inverno tinha chegado optei por um Sobretudo na cor creme, uma calça colada preta e uma botinha sem salto tambem preta, entrei no banheiro e comecei a me banhar. 

 

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FERNANDO 

 

- A noite foi péssima, a madrugada inteira virando de um lado para o outro sem conseguir dormir, fiquei tentado em mandar uma mensagem para Letícia e saber se ela tinha chegado bem em casa e se ela estava bem, mais é obvio que eu seria ignorado, decidi me levantar e fui ao banheiro, quando terminava de escovar os dentes meu celular começou a tocar, sai correndo ao quarto e peguei em cima da cômoda. 

 

- Oi Papai. 

 

- Olá filho como está ? 

 

- Bem e o senhor ? A Mamãe ? 

 

- Estamos bem. 

 

- Algum problema ? 

 

- Não filho, só liguei para saber como esta já que você esquece dos pais não é mesmo. 

 

- Ah papai não é verdade, só tem muito serviço ultimamente na empresa. 

 

- E fico feliz por isso mais tire um tempo para vim nos ver. 

 

- Hoje mesmo vou para ai então. 

 

- Nós vamos almoçar nos Padilha hoje, sua mãe ta perguntando se quer nos acompanhar. 

 

- Fiquei em silêncio alguns segundos - Pode ser. 

 

- Então nos encontramos lá filho, até já. 

 

- Até papai - desliguei pensando o porque havia aceitado aquele convite, na esperança de talvez me encontrar com Letícia, eu precisava conversar com ela e dizer o quão idiota eu fui, eu sabia que um relacionamento com Leticia era difícil pois nosso gênio é bem parecido, mais fazer o que me apaixonei por ela desse jeito, e alguem precisava ceder, ou nossas brigas constantes voltariam e dessa vez pior.

 

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LETÍCIA  

 

- Cheguei a casa dos meus pais e já estava um cheiro maravilhoso da comida sendo preparada. 

 

- Oi Filha chegou - Erasmo veio caminhando. 

 

- Olá papai - Ele beijou minha testa e eu beijei sua bochecha. 

 

- Como vai ? - fomos indo para a cozinha. 

 

- Bem e o senhor ? - Ele parecia bem realmente muito bem. 

 

- Bem como sempre meu amor principalmente com você aqui agora. 

 

- Também fico muito bem quando estou com vocês - passei o braço pela cintura dele e ele em volta do meu pescoço. 

 

- Olá filhinha. 

 

- Olá Mamãe - ela limpou as mãos no avental e veio em minha direção me abraçar, aquele abraço era tudo pra mim. 

 

- Que bom que já chegou. 

 

- Também depois de receber aquela intimação. 

 

- Sorri pra ela - Eu só sinto sua falta. 

 

- E eu a de vocês. Mais me diga quer ajuda aqui na cozinha ? 

 

- Não meu amor tudo sobre controle. 

 

- Então vamos Lety sair pra comprar uns vinhos enquanto sua mãe fica ai cozinhando. 

 

- Okay então vamos papai - ele ofereceu o braço e saimos, não importava a idade que eu tinha meu pai andava segurando minha mão e com todo cuidado do mundo como se eu tivesse apenas 5 anos, e eu particularmente adorava isso, chegamos a loja de vinhos e ele veio pra Mim pedindo ajuda para escolher. 

 

- Qual deles meu amor ? - Apontei para os quatro vinho em cima da bancada. 

 

- Gosto desses dois. 

 

- Então vou levar esse dois meu rapaz - disse para o vendedor.

 

- Olhei para o meu pai vendo pagar os vinhos e não conseguia imaginar minha vida sem ele, sem sua extrema proteção, meus olhos lacrimejaram e com pressa limpei. 

 

- Vamos filha ? 

 

- Sim - grudei no braço dele e fomos em direção ao carro. 

 

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FERNANDO 

 

- Quando estacionei na casa dos Padilha meus pais também chegavam, cumprimentei os dois e tocamos a campainha e logo Dona Julieta mesmo nos recebeu, cumprimentou meu pai e minha mãe e se direcionou a mim. 

 

- Fernando que prazer em vê-lo, não sabia que viria. 

 

- É sempre um prazer ver a senhora também Dona Julieta. 

 

- Fiquem a vontade. 

 

- Onde esta Erasmo ? 

 

- Saiu com Letícia para buscar vinho. 

 

- Quando ouvi aquele nome meu corpo tremeu por inteiro. 

 

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LETÍCIA 

 

- Cheguei com papai e o carro dos Mendiola estava estacionado em frente, olhei do lado e vi um carro que conhecia bem, aquele conversível vermelho. 

 

- Ah Humberto já chegou. 

 

- Não sabia que eles iriam vir. 

 

- É típico de fim de semana ou almoçamos na casa deles ou eles almoçam aqui, ou comemos fora, já que nossos filhos nos abandonam. 

 

- Como o senhor é dramático papai - sorri pra ele. 

 

- Talvez um pouco, vem vamos entrar. 

 

- Entramos em casa e logo avistei Fernando nossos olhares se cruzaram e rapidamente desviei. 

 

- Letícia toda vez que te vejo esta mais linda. 

 

- Ah bondade sua Tia Terezinha - abracei e beijei ela. 

 

- Como vai Leticia ? 

 

- Bem e o Senhor Tio Humberto - abracei e beijei ele. 

 

- Estou bem obrigado. 

 

- Isso é ótimo - sorri e olhei para Fernando que se levantou e andou até mim. 

 

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FERNANDO 

 

- Desde o momento que a vi parece que minha voz tinha sumido, como sempre ela estava linda e com aquele maldito óculos que causava tantas coisas em mim, quando fui cumprimentar minha voz saiu mais grossa que o normal. - Olá Letícia. 

 

- Oi Fernando - Ele beijou minha bochecha e pude sentir melhor o seu perfume na qual eu adorava, minha vontade era puxar ele e agarra-lo, mais me contive - Se me dão licença vou guardar essas garrafas de vinho e já volto - Rapidamente sai de perto ou meu corpo traiçoeiro iria me fazer puxar ele e o resto só Deus sabe.

 

(°°°) 

 

- A hora do almoço não podia ter ficado pior Fernando puxou a cadeira pra mim e se sentou ao meu lado, suspirei e ele olhou pra mim. 

 

- Algum problema ? 

 

- Não Mendiola. 

 

- Precisamos conversar Letícia. 

 

- Não, não precisamos - olhei para baixo e então todos se juntaram a nós e começamos a comer, nossos pais falavam e permanecemos quietos durante toda a refeição. 

 

- O que vocês dois tem ? Estão calados - disse Terezinha. 

 

- Não é nada mamãe. 

 

- Sim Fernando tem razão - sorri tentando parecer convincente.

 

- Vou pegar a sobremesa. 

 

- Pode deixar mamãe eu pego - disse pois queria sair logo do lado de Fernando. 

 

- Eu te ajudo Leticia. 

 

- Não precisa se incomodar Fernando. 

 

- Não sera incômodo nenhum. 

 

- Percebi que nossos pais nos olhavam, então sorri me levantei e peguei minha taça de vinho que estava pela metade, e segui para cozinha e Fernando atrás de mim. 




 

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FERNANDO 

 

- Quando chegamos ela pegou uma garrafa de vinho e preencheu sua taça e virou metade na boca - Porque esta nervosa ? 

 

- Não estou nervosa. 

 

- Você sempre vira o conteúdo do copo de vez na boca quando esta nervosa com algo ou alguém. 

 

- Peguei a torta de maçã que minha mãe tinha feito e o encarei - Já que sabe tanto de mim então sabe do motivo para estar assim. 

 

- Eu sei e sinto muito Letícia. Foi realmente imatura da minha parte. 

 

- Sim mais agora não importa mais Fernando. 

 

- Importa claro que importa, vai me dizer que não esta apaixonada por mim mais ? 

 

- Não o respondi e comecei a cortar a torta. 

 

- Eu te fiz uma pergunta. 

 

- O silencio continuou. 

 

- Letícia - aumentei um pouco a voz. 

 

- Eu tenho todo o direito de não te responder Fernando Mendiola, ou apenas te responder com outra pergunta igual você fez ontem - Nós dois estávamos alterados e a essa altura nossos pais ouviam nossa discussão mais não liguei. 

 

- EU JÁ DISSE QUE SINTO MUITO, MAIS QUE DROGA LETÍCIA - Massageei a têmpora. 

 

- SENTE MUITO PELO QUE ? POR ME FAZER SE APAIXONAR POR VOCÊ E DEPOIS AGIR FEITO UM ADOLESCENTE NA PUBERDADE? 

 

- EU DUVIDO QUE MÁRCIA NãO SAIBA DE NÓS. 

 

- QUE NÓS FERNANDO ? VOCÊ COLOCOU UM PONTO FINAL ANTES DE EXISTIR ALGO. 

 

- VOCÊ ME OUVE ? EU ESTOU AQUI TE PEDINDO PERDÃO PELO QUE FIZ. 

 

- Agora não importa mais Fernando. 

 

- Ela me olhou magoada e uma lagrima solitária escorreu por seu rosto e imediatamente ela limpou aquilo me desarmou completamente - Leticia por favor me escuta. 

 

- Não, é melhor pararmos por aqui. 

 

- Ela pegou os pratos e talheres e a sobremesa e levou para nossos Pais, os mesmos estavam paralisados ouvindo tudo, ela apenas deixou tudo na mesa e apressou em se retirar da Casa, a observei sair e bater a porta. 

 

- Olha rapaz não vou permitir que fale assim com a minha filha, mais qualquer um nota que isso é uma briga de pessoas que se gostam, então vai atrás dela antes que eu mude de ideia e te dê uns tapas - Erasmo se pronunciou quebrando o silencio.

 

- Erasmo - Julieta o repreendeu. 

 

- Sorri fraco pra eles e sai correndo atrás dela cheguei lá fora e ela estava dando partida em seu carro, entrei no meu e comecei a seguir foi um tanto difícil pois ela corria muito, ela parou em seu prédio e entrou na garagem do mesmo, procurei por uma vaga por perto e estacionei e caminhei depressa passei pelo segurança que já me conhecia e subi de escadas, quando cheguei ao andar dela ela destrancava sua porta - Leticia me espera. 

 

- Vai embora Fernando. 

 

- Ela tentou fechar a porta e travei com o pé e empurrei, a mesma simplesmente virou as costas e subiu para o seu quarto - Dá pra você parar e me escutar ? 

 

- Não - entrei em meu closet e peguei duas malas e comecei a encher de roupas. 

 

- Hey hey, onde vai ? O que você esta fazendo ? 

 

- Embora Fernando vou embora para o lugar onde nunca deveria ter saído. 

 

- Ela insistia em tirar as roupas do closet - Vai voltar pro Reino Unido ? 

 

- Olha não é tao burro como eu imaginava - sorri sarcástica.

 

- Leticia me ouve e depois você faz o que quiser - supliquei.

 

- Não Fernando te dei a oportunidade ontem e você desperdiçou. 

 

- Peguei ela pelos braços e a segurei com força - Dá pra calar a boca e parar tudo que esta fazendo e me escutar ?  

 

- Ele passou os braços em torno de mim me deixando imóvel. 

 

- Tem noção do porque estamos brigando? Por conta de besteira Leticia só foi um mal entendido e estamos agindo feito duas crianças. 

 

- Isso não é verdade. 

 

- Estou falando ainda então quieta, só porque te respondi com outra pergunta você se estressou e simplesmente terminou comigo e não quis me ouvir mais. 

 

- Você disse que eu era grande o suficiente e sabia o que estava fazendo. 

 

- Se me interromper mais uma vez vou tampar sua boca - Ela semicerrou os olhos pra mim - Ótimo continuando, eu quero estar com você os últimos dias tem sido bom muito bom mesmo e não quero acabar com isso por causa de uma briga boba, Leticia eu realmente gosto muito de você consigo imaginar uma vida ao seu lado - ela deu um meio sorriso mais rapidamente desfez - Mais precisamos começar a acalmar os ânimos se não num vai dar certo nunca estou disposto a me arriscar. E me desculpa ter sido infantil com você. 

 

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LETICIA

 

- Agora me solta, você falou pra mim te escutar e depois eu faria o que quisesse, já te escutei me larga. 

 

- Você me desculpou já? 

 

- Fernando - por fim ele me soltou - Ótimo - Voltei ao closet peguei uma caixa de lá e vim com ela na mão e me sentei na cama abri.

 

- O que é isso ?

 

- Isso é todas as lembranças de viagens, passeios e datas especiais. - Bati a mão na cama e ele sentou ao meu lado - Eu tenho todos os seus cartões de natal, aniversário de todos os anos que passei fora.

 

- mais minha mãe me obrigava e te escrever nem era de coração.

 

- Eu sei que não - sorri.

 

- Então porque tem ?

 

- Eu também me pergunto isso, mais nunca consegui pegar seus cartões e simplesmente jogar fora, então comecei a guardar numa caixa a parte porque eu pensava ” Ele não é especial e não merecem estar com os outros cartões, e merece estar sozinho ” - sorri - Então chegou uma época que você não mandou mais.

 

- Foi quando fui morar sozinho.

 

- Sim, e eu abria a caixa que sua mãe me mandava a primeira coisa que procurava era seu cartão e ficava meio brava com isso até o dia que comentei com Carol que você parou de enviar, e ela me disse Talvez ele parou de ser trouxa e sabe que você nem ao menos abre, mais não era verdade eu abria sim e lia com toda atenção por mais que só tivesse ” Feliz Natal ” ” Feliz Aniversário e muitos anos de vida ” e só agora eu percebo que você sempre foi o mais especial pra mim Fernando, que minhas brigas com você é porque eu  gostava de ter sua atenção mais não ia dar o braço a torcer e simplesmente puxar um assunto com você.

 

- Eu preciso admitir que tinha ciumes dos meus pais e na verdade minha familia toda com você porque onde chegava era o centro das atenções, e ficava contando o que conseguiu e tudo e aquilo me dava raiva  por dentro, mais ai quando você foi embora não tinha mais ninguém pra eu ouvir se gabando e confesso que senti falta disso daquele jeito marrenta e amostrada.

 

- E eu não consigo mais me afastar de você Fernando Mendiola - Olhei nos olhos dele - E eu não quero me afastar, me desculpa também sei que foi imaturo da minha parte e prometo que vou tentar melhorar e me controlar.

 

- Então vamos melhorar e evoluir cada dia mais juntos - Segurei em seu rosto.

- O empurrei na cama e subi por cima do seu corpo, joguei as coisas que estavam na cama no chão e me inclinei ficando proxima a seu rosto, e matei meu desejo que habitava em mim  desde quando o tinha visto, mordi seu labio inferior e senti suas mãos em meu casaco desabotoando o mesmo e rapidamente tirando, me virou na cama ficando por cima e tirou um tempo para me admirar.

- Olha usar essa calça colada e esse oculos é covardia Leticia.

 

- Sorri e ele tirou meu óculos e se deitou sobre mim novamente.


(°°°)

 

- Voltamos a casa dos meus pais e entramos de mãos dadas, os quatro estavam sentados conversando na sala e assim que nos viram pararam de falar no encarando - Oi voltamos.

 

- Sentem - se - Minha mãe disse sorrindo.

 

- Precisamos falar com vocês, não é Fernando ?

 

- É .. é sim.

 

- Pode falar Fernando - sussurrei pra ele.

 

- Tudo bem meu filho esta suando - Terezinha falou notando o nervosismo dele.

 

- Vou pegar uma água com açúcar pra você - Julieta saiu e logo voltou com o copo de agua bebi tudo em um só gole, Leticia riu de mim e a encarei bravo.

 

- O que quer falar rapaz.

 

- Segurei a mão de Fernando.

 

- Seu Erasmo vem pedir a mão da Leticia em namoro - soltei tudo sem nem respirar.

 

- Minha mãe e Terezinha se olharam mostrando contentamento com tal decisão, e meu pai respirou fundo, isso fez o Fernando apertar mais minha mão.

 

- Bom depois da discussão dos dois na qual eu espero que não se repita mais, porém só se eu for cego para nao ver o jeito que vocês dois se olham, e eu seria louco se não permitisse vocês dois namorarem, portanto haverá regras se magoar minha filha eu juro que te caço onde for e te dou um corretivo.

 

- Tio Humberto começou a rir.

 

- Não vou magoar Seu Erasmo pode ter certeza.

 

- Então a minha bença esta dada.

 

- Minha mãe e Dona Terezinha logo comemoraram.

 

- Até que enfim Julieta nosso sonho realizado, seremos uma familia só agora.

 

- Parabéns para os dois espero que sejam felizes.

 

- Obrigado - respondemos juntos.

 

- Isso merece uma comemoração não ?

 

- Concordo Humberto, podemos abrir uma das minhas garrafas antigas de vinho.

- Não vai beber mais hoje Erasmo.

 

- Olhei para os meus pais e os mesmos olharam sem graça pra mim e então eu tive a certeza que algo errado estava acontecendo.

 

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FERNANDO

- Leticia me olhou e apenas com aquele olhar entendi tudo então resolvi intervir - Que tal se fossemos jantar hoje a noite em familia ? Assim ligamos para Ana Leticia, Márcia e o Ariel também.

- Concordo com a ideia meu filho.

- Então nós já vamos se não nos atrasaremos - minha mãe disse.

- Passo pra te pegar ? - perguntei pra Leticia.

- Não precisa nos encontramos no restaurante, só manda mensagem quando decidir em qual restaurante fazer a reserva.

- Okay, fica bem ta ? Qualquer coisa me liga - beijei a testa dela e depois de me despedir de todos sai com meus pais.

 

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LETICIA

- O que estão me escondendo ? - perguntei para os dois que estavam sentados no sofá.

- Não é nada filha.

- Ora Julieta não minta pra ela, estou com arritmia filha não é nada serio estou  fazendo tratamento, tenho que maneirar na bebida, alimentação e tudo isso.

- E porque não me contaram ?

- Não queriamos te preocupar.

- Mais eu sou filha de vocês e preciso estar a par de tudo, não quero que me escondam mais nada me ouviram ?

- Tabom filhinha.

- Eu amo vocês demais - beijei os dois e demos por encerrado aquele assunto.

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FERNANDO 

- O jantar foi maravilhoso nunca vi duas pessoas tão animadas com um relacionamento como minha mãe e dona Julieta, me peguei rindo e foi assim que Leticia me encontrou ao adentrar o meu quarto.

 

- O que foi - me deitei na cama ficando de frente pra ele.

 

- Nossas mães ja estão pensando em netos.

 

- Nem me fala - sorri - eu tava surtando já.

 

- Não se preocupe, vamos viver nosso momento e um passo de cada vez.

 

- Eu realmente não me importo desde que você esteja comigo.

 

- Sorri e beijei ela - Boa Noite Minha Padilha.

 

- Boa Noite Meu Mendiola - deitei sobre o peito dele e dormimos.