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História Different Souls - Margaret


Escrita por: giiottenio

Capítulo 5 - Margaret


Passei o resto do dia em meu computador, verificando as próximas cargas e organizando planilha dos gastos e lucros que teria com as mesmas. Além dos 800 pacotes de cocaina que chegariam da fronteira de Coton, viriam 50 kg de maconha do México, não havíamos decidido o dia ainda. Não podia dar brecha e os intervalos para envio dos produtos precisavam ser de no mínimo 5 dias, envolvia muito dinheiro e apesar de subornar alguns políciais, tinham outros que fariam de tudo para pegar as drogas nas rotas. Falando em rota, troquei algumas, nunca podemos usar a mesma para transportar mais de 4 cargas se não podemos ser pegos. Mandei as planilhas para o Ryan e deixei ele informado sobre as próximas reuniões. O dia foi bem produtivo pra mim, mas não saia da minha cabeça que havia um pau no cu me rodeando e eu queria encontrar ele nem que fosse preciso procurar no inferno. 

Sai do escritório e já estava anoitecendo, lembrei que toda quinta-feira Cassie vinha me visitar. Ela é minha melhor amiga, a conheço desde o tempo do orfanato. Quando fugi de lá, prometi a ela que voltaria para buscá-la, assim que me estabilizei financeiramente essa foi a primeira coisa que eu fiz. Ela morou comigo durante 4 meses, ajudei ela a abrir o próprio negócio de jóias e hoje somos ocupadas demais para nos vermos tanto quanto queríamos. 

Subi pro quarto, tomei um banho rápido coloquei um vestidinho simples, deixei meu cabelo solto e desci para esperar a Cassie. Ouvi a campainha tocar quando cheguei na sala, Rose abriu a porta e já começou a gritaria. 

— FAAAAALA SUA GOSTOSA – Disse Cassie, me abraçando enquanto apertava minha bunda.

— Sai vagabunda, não é qualquer um que pode ter o prazer de pegar aí. – Tirei a mão dela da minha bunda, recebi um dedo do meio em troca. 

— Já pediu a pizza? Tô morrendo de fome –Ela sentou no banquinho que havia perto da bancada de mármore encostada na parede da cozinha.

— Ainda não, liga aí que eu vou ir pegar meu celular lá em cima – Sai da cozinha bem rápido antes que Cas me fuzilasse por não ter pedido a pizza ainda.

Cheguei no quarto e meu celular estava tocando, olhei na tela e era número desconhecido. Apesar de não atender ligações desconhecidas, pensei que podia ser Ryan, ele sempre troca de número. 

— Alô? – Ouvi alguém cochichar do outro lado da linha. 

— Olá, é a Amber? – Era uma voz doce, parecia ser de uma pessoa idosa. 

— Sim, quem é? – Ja estava desconfiada. 

— Meu nome é Margaret. Sei que já é meio tarde para entrar em contato – Ainda era 21:00 da noite, conclui que era alguém um pouco mais velho. — Mas estou te procurando a anos, sou sua tia minha querida - Gelei ao ouvir aquelas palavras.

— Ti....ti...tia? Que tia? – Não acreditava no que estava ouvindo.

— Sim, sua tia! Desde que você nasceu não sabíamos onde te encontrar, mas graças às tecnologias atuais nós finalmente conseguimos – Ela parecia bem animada.

— Como conseguiu meu número? 

— É uma longa história minha filha, pretendo te contar em breve. Estou te ligando para convida-lá para passar uma semana em minha casa. Quero muito conhecer você, agora que te achei não podemos perder o contato – Eu não sabia o que dizer e acho que ela percebeu. — Vou te dar um tempo pra pensar, semana que vem seus primos estão vindo pra cá, me de uma resposta no domingo. Beijos fique com Deus. 

— Ok, pode deixar. – Desliguei o telefone e tratei de salvar o número dela imediatamente. 

Cai sentada na cama, fiquei parada olhando fixo para a janela pensando em como aquilo sempre foi meu sonho e finalmente esse dia chegou. Eu passava todos os dias naquele orfanato torcendo para que alguém me buscasse alegando que era da minha família. Um tempo depois de fugir eu tentei procurar alguém, mas nunca encontrei. Não sabia nem o sobrenome da minha família, Mike que me registrou com o dele. Após um certo tempo, acabei me conformando de que não ia encontrar minha família verdadeira e aprendi a lidar com esse problema, mas agora tudo veio à tona novamente. Não sabia o que estava sentindo, felicidade, medo, não consigo pensar em nada. Desci as escadas correndo para contar pra Cassie o que tinha acabado de acontecer, ela estava na sala assistindo TV. 

— CARALHO CASSIE, VOCÊ NÃO SABE O QUE ACONTECEU! – Ela deu um pulo de susto.

— O que mulher? Tá querendo me matar?                      
Expliquei tudo pra ela, que ficou tão animada quanto eu, pois sabia que aquilo era meu sonho. Ficamos eufóricas por um tempo e não parávamos de falar sobre o assunto, era incrível demais pra mim, mesmo me deixando um pouco aflita. Assim que a pizza chegou Kenny veio nos entregar e comemos igual loucas, continuamos falando sem parar. Assistimos alguns filmes e chegou a hora dela ir para casa. 

— Mas já? Tá cedo ainda – Falei fazendo beicinho.

— Já são quase 5:00 da manhã, para de ser louca – Cassie foi indo em direção à porta. 

— Nos vemos na outra quinta, essa semana irei para minha TIA – Dei um ênfase na palavra, nós duas rimos. Dei um beijo estalado na bochecha dela, sabia que ela odiava. 

— Sai fora Amber – Ela limpou meu beijo — Tchau até qualquer dia. – Saiu mandando beijinhos no ar e foi indo pro carro dela. 

— Subi pro meu quarto, coloquei meu pijama e tentei dormir mas sem sucesso. Não conseguia parar de pensar na minha tia, estava elétrica. 

Já havia amanhecido, estava um dia lindo lá fora. Resolvi aproveitar a sexta feira e ir me exercitar, faz tempo que não vou na academia. Levantei, tirei meu pijama e coloquei um conjunto de malhar da Nike, era um shortinho curto e um top, ambos da cor cinza. Coloquei meus tênis de corrida e desci, não estava afim de comer algo pesado então peguei uma maçã na cozinha só pra enganar o estômago. Fui comendo em direção à academia, coloquei meus fones de ouvido, joguei o caroço da maçã fora e comecei a correr. Fiquei 40 minutos na esteira, corri 5 km na velocidade média. Antigamente conseguia bem mais que isso, mas virei sedentária e agora já estou sentindo minha morte chegar de tanto que cansei com essa corridinha. Sai da esteira pingando suor, parecia que tinha tomado um banho de chuva, credo. Meu telefone tocou, era o Ry. 

— Fala tormento da minha vida – Atendi ofegante. 

— Fico lisonjeado com esse amor que você sente por mim – Percebi o tom de ironia em sua voz.

— Vai sonhando baby. O que você quer? – Fui indo em direção à casa. 

— Vai ter uma festa no Warung hoje, Cameron já reservou seu camarote – Amava ir no Warung, era a boate mais frequentada de Atlanta, por conta das atuais demandas não estava conseguindo ir mais. 

— Hmmm, e o Cameron vai estar lá também? – Cameron é o dono da boate, além de ser lindo fode bem pra caralho. Ficamos uma vez e agora ele não me esquece nunca, não vou negar que adoro isso. Não podia recusar, precisava sair e extravasar um pouco, ultimamente foi só estresse. 

— Sim, disse que vai estar te esperando. Meia noite passo aí pra te buscar, quero que vá no meu carro – Ryan desligou, até porque ele sabia que eu iria resmungar. Odeio sair no carro dos outros, mas ia dar uma chance. 

Fui pro meu quarto e joguei o celular na cama, liguei o som no ultimo, deixei tocando uma playlist de música pop do Spotify e fui tomar banho. Lavei meu cabelo e fiquei enrolando um bom tempo, até que resolvi terminar. Fui direto para o meu closet, decidi de ultima hora que ia pro shopping comprar uma roupa pra festa de hoje. 

Coloquei um body bem cavado com as inicias "GRL POWER", vesti uma calça jeans clara e larga, rasgada no joelho e dobrada até o tornozelo, combinei com um scarpin nude e uma bolsa da mesma cor. Deixei meu cabelo solto natural, fiz uma maquiagem bem leve, coloquei alguns acessórios, passei perfume e desci para pegar meu carro. Encontrei Kenny na porta de casa, precisava verificar se ele já havia montado o esquema de escolta. 

— Kenny, vou precisar sair, estão todos prontos? – Me aproximei dele. 

— Sim, senhora. Ryan trocou as placas de seus carros e pediu para que tenha cuidado nas ruas – Ele me entregou a chave da minha Range Rover Evoque preta — O pessoal vai ser bem discreto.

- Ok, obrigada. - Sorri pra ele e fui para o carro.                                                        

Sai de casa e dirigi rumo ao shopping, disfarçadamente haviam dois carros em minha frente e mais dois atras, se algo acontecesse eu conseguiria me livrar numa boa. Cheguei no shopping, entrei em várias lojas e provei vários vestidos, me apaixonei por um um nude, o tecido dele era veludo e tinha dois cortes no cotovelo, ficava tomara que caia e realçou as curvas do meu corpo. Comprei uma bota preta maravilhosa, ela chegava até o meu joelho e tinha umas cordas trançadas na parte de trás, com um salto alto e não muito fino. Aproveitei para passar no salão e fazer minhas unhas e cabelo.                        

Cheguei em casa e já era quase oito da noite, lembrei que não havia comido nada ainda. Entrei e estacionei meu carro, fui direto para a cozinha, Rose não estava ali mas havia uma torta salgada e um bolo de chocolate em cima do balcão, comi um pedaço de cada. Do que adianta correr igual uma cadela e comer igual uma porca? Nada! Subi pro meu quarto e fiquei assistindo um pouco de TV, comecei a me arrumar algumas horas antes da festa. Tomei um banho de banheira bem longo, não queria estragar meu cabelo. Sai e tinha marcado com Samantha para fazer minha maquiagem, ela sempre me salvava. Me enrolei em um roupão e esperei ela chegar. Optei por uma maquiagem marrom com um esfumado discreto, acompanhado de um delineado um pouco mais grosso, passei um batom nude com efeito matte e ela deixou minha pele bem iluminada. Assim que a Samantha foi embora comecei a me trocar, terminei de me arrumar e já estava quase no horário combinado com Ryan. Passei perfume e coloquei meu relógio cravejado de diamantes Rose Gold, para combinar com o tom do vestido. Dei uma olhada no espelho e porra, estava gostosa pra caralho, me pegaria muito fácil mesmo. Comecei a rir sozinha e desci para esperar Ryan. Logo Kenny me avisou que ele já havia chegado, andei em direção ao carro e adentrei o mesmo, chegamos bem rápido no Warung.



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