“ E as trevas subjugarão a luz, quando o sangue do primogênito for derramado. O que antes amava, já não amará mais, lançando-se por inteiro nos braços ensanguentados da morte.
Mas há uma maneira de restituir-lhe o amor.
No tempo um ser de luz deve voltar, para sanar a dor que consome os olhos negros. Uma mulher que traga no peito o vermelho e o dourado.
Dentre todas, enviem a mais inteligente, aquela de sangue impuro. Só ela pode tocar o coração do Sonserina, mudando assim, o destino do mundo bruxo.
Quando os planetas se alinharem, uma fenda temporal será aberta, uma única chance é tudo o que se tem. Ela deve atravessá-la e trazê-lo para o bem. ”
Diga, parte 2
“Tira a maquiagem pra que eu possa ver
Aquilo que você se esforça pra esconder
Agora somos só nós dois, já podes parar de fingir”
Fresno
Os olhos negros esquadrinharam o salão principal, até que encontraram os longos cabelos vermelhos. Como se sentisse o olhar sobre si, a bruxa virou o pescoço e cravou os olhos verdes nele, aqueles malditos olhos verdes que sempre foram sua perdição.
Severus não pode deixar de notar o quão linda ela estava naquela noite. O vestido branco era delicado, quase virginal, transmitia uma ideia de pureza, mas a maquiagem pesada não deixava duvidas de que Lily Evans á muito tinha se tornado mulher. Detalhe irritante era a aliança prateada na mão direita, mas ele ignorava aquele brilho ou o significado que ele tinha.
Falando nisso, onde estava o Potter? Desviou os olhos da mulher e procurou por James, não demorou á localizá-lo perto da mesa, fartando-se de comida gordurosa, ladeado por seus fiéis seguidores pulguentos.
Sorriu intimamente. James Potter tinha a incrível habilidade de deixá-la sozinha, totalmente á mercê de seus olhos cobiçosos e, quase sempre, algo á mais.
Voltou a encará-la, desejando escutar o que ela cochichava á Marlene McKinnon, desejando saber o porquê dos risinhos alegres.
– Você não aprende mesmo, não é, Severus? – Lucius Malfoy perguntou ao se aproximar do amigo.
Snape fingiu não ouvi-lo, nem ao menos desviou os olhos dos fios ruivos, como se estivesse hipnotizado, e pensando bem, talvez estivesse mesmo.
Lily o fascinava, capturava seu olhar e sua alma sempre, o resto do mundo perdia o sentido quando ela estava em seu campo de visão.
– Quando vai entender que ela não é mulher pra você meu amigo? – Lucius perguntou com certa preocupação.
– Pare de me perturbar, Lucius. – murmurou friamente, os olhos ainda cravados na grifana.
– Venha, vamos achar algo para beber. – convidou Lucius.
Beber seria bom. Deixar os sentidos nublados com álcool barato seria uma distração bem vinda, enquanto ele esperava uma chance de falar com Lily á sós.
A festa do dia das bruxas correu solta noite á dentro. Era verdade que grande parte dos estudantes, os menores principalmente, já tinham voltado para os dormitórios, mas a maioria dos veteranos ainda estava ali.
Lucius e Snape tinham batizado o ponche com conhaque e se mantinham ali por perto, junto com um pequeno grupo de bruxos mal encarados, impedindo que qualquer outro aluno se aproximasse da bebida sem o consentimento dos sonserinos. Os professores pareciam não prestar atenção nisso.
Ele preparou um copo de bebida forte e ordenou que uma aluna do sexto ano entregasse a Lily. Observou ela aceitar a bebida e acenar a cabeça em sua direção como agradecimento.
Conhecia a ruiva como a palma de sua mão, sabia que ela tinha um fraco por bebidas destiladas, sua Lily apreciava o álcool como ninguém.
Bufou com desgosto quando o Potter se aproximou, envolvendo-a em seus braços e selando os lábios aos dela.
– Dance comigo, Severus. – uma setimanista aspirante á bruxa das trevas convidou.
Severus, mesmo não lembrando-se do nome da bruxa, aceitou. Arrastou-a pela pista de dança, colocando-se perto de Lily e James, para então começar a dançar lentamente com a bruxa nos braços.
Pela visão periférica, viu sua ruiva crispar os lábios com raiva, os olhos verdes faiscaram com ciúme mal disfarçado. Não podia negar que vê-la enciumada acariciava seu ego, mas não gostou da provocação que se seguiu, quando ela puxou James para um beijo cheio de paixão e desejo. Merlin sabe o quanto teve que se controlar para não pular sobre o casal.
Viu de relance, enquanto rodopiava com a moça loura, Lily partir sozinha do salão principal. Era a sua deixa.
Esperou alguns minutos, dispensou a jovem com quem dançava de maneira mal-educada e se pôs a procurar por Lily. Sabia aonde ela ia quando estava irritada e seguiu nessa direção primeiro.
Como suspeitava, lá estava ela, parada perto do lago outra vez. O vento brincava com os cabelos ruivos e balançava o vestido fino.
Sabia que ela o ouvira chegando, ela sempre sabia quando ele estava próximo, como se sentisse sua presença, por isso, sem aviso, á envolveu com os braços.
– Pensei que não viria atrás de mim hoje. – ela disse em tom frio.
– Eu sempre venho. – ofereceu num sussurro rouco.
Enterrou o nariz nos cabelos ruivos e inalou profundamente, sentindo como a bruxa relaxava contra seu corpo. Ceninhas de ciúmes eram comuns entre os dois. Sempre foi.
– Precisava dançar com a Willians? – quis saber a ruiva, mas a voz não soou ríspida como pretendia.
– Precisava beijar o Potter daquele jeito? – rebateu ele com amargura.
– Você provocou. – defendeu-se Lily e girou nos calcanhares para ficar de frente ao jovem bruxo.
Ela lançou á ele um daqueles olhares hipnotizantes, Severus não gostava dos olhos delineados com maquiagem escura, isso fazia com que ela parecesse diferente da menina que amava.
Libertou-se da magia dos olhos verdes, para passar a fitar a boca rosada, subitamente sua garganta secou. Inclinou o rosto e matou a sede nos lábios de Lily Evans.
Ouviu-a gemer contra seus lábios, totalmente rendida ao desejo. Ele sabia que teria dela o que quisesse naquele momento. Aprofundou o beijo e desceu as mãos pelo corpo definido, apertando com vontade o quadril feminino junto ao seu, Lily serpenteava os dedos finos pelos cabelos negros, como se daquilo dependesse sua vida, sua sanidade. Até que largaram-se ofegantes em busca de ar.
– Largue-o. – pediu o bruxo suavemente.
Não precisava especificar de quem falava, ela sabia que ele se referia á James Potter.
– Negue-o. – pediu a bruxa no mesmo tom.
Ela também não precisava especificar de quem falava, Severus sabia que ela se referia ao seu senhor.
Lily sabia, todos sabiam, que ele e Lucius estavam ansiosos para se tornarem comensais da morte. E que, provavelmente, já estavam sendo iniciados.
Ela não o entendia, não conseguia ver como ele, não podia enxergar a honra em carregar a marca negra no antebraço esquerdo. Ele ambicionava poder e isso era tudo o que o lord das trevas possuía. Se ao menos Lily entendesse... Mas ela nunca entenderia, nunca largaria o Potter, nunca seria completamente sua. E aquilo o machucava, sufocava.
Não adiantava discutir, nenhum dos dois se renderia esta noite.
A brisa noturna beliscava lhe a pele, mas não era desagradável. Lily alcançou seus lábios finos, beijando-lhe avidamente uma outra vez, sua ruiva era sempre assim com ele. Entregava-se completamente, para depois fugir arrependida, jurando que nunca mais tornaria a tocá-lo. Mas ele sabia que ela voltaria. Sempre.
Beijar os lábios já não era suficiente, então ele provou o pescoço alvo, deixando marcas que ela teria dificuldade em explicar ao namorado.
– Sev. – gemeu ela suavemente. – Não podemos, não aqui fora.
Severus sorriu minimamente e á ergueu nos braços. Lily se debateu contra ele, quando percebeu que ele os levaria para dentro do lago, mas Snape não á soltou.
A água encharcou a roupa de ambos e a temperatura gélida o fez tremer, mas ele sabia que logo seu corpo esquentaria pelos movimentos que pretendia realizar com a ruiva.
– Meu vestido, Sev. – lamentou ela.
– Acredite em mim Lily, ficou bem mais interessante molhado. – disse roucamente, descendo os olhos ônix para os seios, que agora eram visíveis sob o tecido molhado.
A ruiva lhe sorriu sedutoramente e enlaçou as pernas á sua cintura, movimentando os quadris sugestivamente contra o sexo do bruxo.
– Alguém ainda pode nos ver. – insistiu Lily.
– É mais emocionante assim, Lily. – disse roucamente.
Severus lavou o rosto dela, livrando-a da maquiagem. Precisava ver com clareza os olhos verdes que amava.
– Você o ama? – quis saber ele.
– Claro que amo, é meu namorado. – respondeu sem encará-lo.
– Não precisa fingir Lily, não pra mim.
Viu a ruiva olhar para o lago e morder o lábio inferior com força, lutando com as palavras que não queria proferir. Por fim ela levantou os olhos para ele, capturando os olhos escuros como só ela conseguia fazer.
– Você sabe que meu coração é seu, Sev. – confessou com a boca e com os olhos verdes brilhantes.
Ela o amava e ele sabia disso. Mesmo que ela se esforçasse para esconder o sentimento, Severus sabia que seu coração lhe pertencia.
Ele não precisava ouvir mais nada, só precisava do corpo dela, do cheiro dela e dos gemidos luxuriosos que agiam como uma droga em seu corpo.
Com certa dificuldade, ele livrou-se das roupas de Lily, enquanto ela lutava contra os inúmeros botões de sua camisa. Abocanhou os seios com desejo e Lily conseguiu por fim, abaixar suas calças, contentando-se em deixar a camisa negra aberta.
Lily se segurou á ele com força, para que ele pudesse usar as duas mãos para guiar o membro ereto em seu sexo.
Era quase sobrenatural a maneira como se encaixavam perfeitamente. Ela arfou ao senti-lo penetra-la rápida e profundamente, os fechados e o queixo erguido enquanto sentia a sensação de ser preenchida. Ele esperou até que ela abrisse os olhos e o encarasse, para então tornar a se mover dentro dela. Entrava e saía do sexo quente de Lily de maneira rítmica e lenta.
Seu ego inflou-se por ser o único á possuir o corpo da ruiva, pois sabia que ela só tinha feito amor com ele, que ela nunca tinha se entregue á James Potter. Ainda não.
Lily gemia descontrolada em seu ouvido, agarrando-se em seus cabelos dolorosamente, estremecendo com cada movimento que o bruxo fazia em seu corpo.
E assim, tendo por testemunha as estrelas, a lua e o lago, o casal se amou uma vez mais.
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