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História Diga. - Snamione (Short-fic Song-fic) - O Que Eu Fiz Que Te Fez Mudar?


Escrita por: BellaLuna-SSHG

Notas do Autor


Gente, eu sei que o Lucius não é da mesma idade que o Sev, mas isso é uma fanfic e aqui ele é! Tinha esquecido de avisar isso no primeiro >.
Obrigada pelos comentários lindos!Me animaram bastante o/

Here we goooo...

Boa leitura!

Capítulo 2 - O Que Eu Fiz Que Te Fez Mudar?


Fanfic / Fanfiction Diga. - Snamione (Short-fic Song-fic) - O Que Eu Fiz Que Te Fez Mudar?

Diga, parte 2

"Mas cala essa boca e me diz com o olhar.
Quem era você até me encontrar?
Se agora és diferente, o que eu fiz que te fez mudar?"

Fresno

 

Snape estava sentado em frente á lareira, fazendo anotações em seu livro de poções, quando Lucius entrou.

– Outra sangue-ruim na escola. – ele reclamou ao sentar-se na poltrona mais próxima á Severus.

– É? – perguntou Snape sem entusiasmo.

– Transferida da França, foi selecionada para a Grifinória, acabei de ver o Lupim com ela no corredor. É uma menina estranha, se quer saber.

– Todos os grifos são estranhos, Lucius. – disse entediado. "Menos Lily." Acrescentou mentalmente.

– Tem razão. – concordou o loiro.

No café da manhã do dia seguinte, Snape á viu.

A menina sentava-se ao lado de Lily e Marlene, mas parecia extremamente desconfortável por algum motivo que ele desconhecia.

Ela tinha os cabelos encaracolados e olhos grandes e castanhos, os lábios eram avermelhados e carnudos e, mesmo sentada, podia se notar que era um pouco mais baixa que Lily.

Potter e a sua gangue pulguenta chegaram á mesa, e se sentaram ao lado das garotas. Sirius Black se meteu entre Lily e a novata, bombardeando-a com sorrisinhos sedutores e palavras sussurradas ao pé do ouvido.

"Francamente, de onde saiu esse garoto? Não consegue ver carne nova sem atacar á primeira oportunidade!" pensou ele.

Sem motivo aparente, Snape irritou-se com a proximidade dos grifanos. Mas logo empurrou esse pensamento para trás, dando total atenção a sua ruiva de olhos verdes.

Lily estava radiante, como sempre. Ele passou longos minutos observando a ruiva, e negligenciando quase que completamente seu café da manhã, até Lucius o arrastar para a primeira aula.

*

Hermione encaminhou-se para a primeira aula ao lado de Sirius e Marlene, apenas semiconsciente da conversa despreocupada e fútil que os dois mantinham pelo caminho, sua mente vagava longe dali. Vinte anos longe dali.

Algo tinha saído errado no plano da ordem. Não era para ela estar em 1978, era para ela voltar á 1938, época em que Tom Riddle estudou em Hogwarts, era sobre isso que a profecia falava, não era?

Então por que ela tinha voltado para a época dos pais de Harry? Não fazia sentido!

Grande tolice acreditarem que Sybill Trelawney teria acertado outra profecia! Sybill devia estar apenas delirando, só isso. Mas tinha que delirar justo sobre ela? Era inegável que a suposta profecia se referia á Hermione, todos concordaram nisso. E agora, aqui estava ela, presa em um tempo que não era o seu, para cumprir uma missão que sequer existia.

– Hermione? – Sirius á chamou e apertou seu ombro.

– Sim. – respondeu ela.

– Nossa, onde você está com a cabeça? Estou te chamando há eras! – Sirius tinha um tom brincalhão e jovial, exibia um sorriso cafajeste que deixaria qualquer uma suspirando. Pelo menos Marlene suspirava.

– Desculpe. Estou nervosa, só isso. – não era totalmente mentira, ela estava mesmo nervosa, mas não pela aula que teria, e sim pelo fato de não saber o que fazer nesse tempo.

Não havia Tom Riddle ali, não havia nada que devesse ser mudado. Havia? E se a profecia estivesse certa, á quem ela se referia? Quem Hermione deveria encontrar? Quem Hermione deveria iluminar?

– Fique tranquila, o professor Horace é meio irritante ás vezes, mas não chega a ser totalmente desagradável. – Sirius envolveu a castanha pelos ombros, demonstrando uma intimidade que eles não tinham, não nesse tempo ao menos.

Chegaram ao laboratório de poções, e Hermione descobriu que todos já tinham seus lugares pré-definidos. Lily sentava-se com Marlene, Sirius com James, Peter com Remus, e os outros lugares rapidamente foram tomados por duplas grifinórias e sonserinas. Havia apenas um lugar vago, ao lado de um garoto alto de cabelos negros e longos, um sonserina que rabiscava furiosamente em um livro.

"Ótimo!" pensou ironicamente ela, ao sentar-se ao lado do bruxo.

– Bom dia. – sussurrou por educação.

O garoto, entretanto, não respondeu. Apenas olhou para ela com as sobrancelhas erguidas e nariz empinado, avaliando-a de cima. Ela não precisou de mais que alguns segundos para reconhecer aquele garoto, conhecia muito bem aquele arquear de sobrancelhas e os olhos negros profundos.

Olhos que pertenciam á Severus Snape.

Seu queixo caiu e seus olhos se arregalaram. Só agora percebeu que não estava apenas no tempo dos pais de Harry, estava no tempo de seu ex-professor de poções, do assassino de Dumbledore. Claro que estava! Por que não tinha lembrado disso antes?! Ela sabia que os pais de Harry tinham estudado junto com Snape em Hogwarts, e não só com ele, mas Lucius Malfoy também... E outros futuros comensais da morte.

Era á época da ascensão do lord, época em que ele ganhou inúmeros seguidores, e Snape estava entre eles.

– Perdeu alguma coisa? – ele perguntou friamente.

Hermione se sobressaltou e virou a cabeça bruscamente para a mesa do professor.

O Snape jovem era tão assustador quanto o Snape adulto. Talvez mais.

Sentiu um frio na espinha e um ódio no peito, aquele garoto estranho era o maior traidor do seu tempo. Estava sentada ao lado de um comensal da morte, o pior de todos eles, provavelmente.

– Ora, ora... O que temos aqui... – começou professor Slughorn sorridente. – A senhorita deve ser a aluna transferida da França. Qual o seu nome?

– Hermione Granger, senhor. – respondeu tímida.

– Seja bem-vinda Srta. Granger! Espero que esteja gostando da escola, embora me atreva a dizer, a torre da Grifinória não é tão aconchegante quanto as masmorras Sonserinas. – Hermione meio que tossiu, meio que engasgou, tentando disfarçar o riso que lhe subira a garganta.

Pois ela sabia que as masmorras podiam ser tudo, menos aconchegantes.

Slughorn deu inicio á aula, instruindo-os sobre a poção do sono sem sonhos, e pedindo que respondessem um questionário sobre as propriedades da poção, pois na aula seguinte iriam prepará-la.

Pela visão periférica, ela via Snape rabiscar as respostas rapidamente, tão rápido quanto ela. Foram os primeiros a acabar e entregar o questionário, o que fez com que Slughorn os elogiasse e os comparasse. Snape se contentou em bufar ao comentário do professor e voltar ao lugar.

Hermione tamborilou os dedos nervosamente sobre a bancada, pensando sobre o que faria para voltar ao presente, já que a profecia era falsa.

Ela devia ter previsto a profecia era falha, afinal, ninguém seria capaz de colocar um pouco de amor dentro do peito de Tom Riddle! O destino do mundo bruxo estava selado, e ela tinha que voltar para ajudar seus amigos á vencer Voldemort. Não tinha nada que ela pudesse fazer nesse tempo, nada que mudasse a história no futuro.

– Pare! – murmurou Snape e colocou a mão pesada sobre a dela, para fazê-la parar de tamborilar.

O contato com a mão fria de Snape, era algo, surpreendentemente, reconfortante.

Ele pareceu notar algo diferente também, pois permaneceu com a mão sobre a dela por alguns segundos á mais do que o necessário.

Hermione entendeu que, o sentimento de conforto, devia-se ao fato de Snape fazer parte da sua vida no presente. Ele não era só parte desse tempo, mas parte do seu tempo á vinte anos. Era um elo com o futuro.

Snape prendeu o olhar ao dela, e ela não se sentia forte o suficiente para quebrar o contato visual.

Permitiu-se analisar as feições do jovem Snape pela primeira vez. Não haviam rugas na pela alva, os cabelos negros estavam cortados á altura dos ombros, os lábios eram finos e rosados, e o nariz adunco era o mesmo que conhecia. Não era completamente desagradável, talvez um pouco magro demais.

O sinal tocou em algum lugar e Hermione piscou repetidas vezes quando Snape se levantou abruptamente, quase derrubando a cadeira no processo.

– Ow! Você mordeu o ranhoso ou algo assim? – perguntou Sirius momentos depois, aproximando-se dela e lhe ajudando a guardar os materiais.

– Ranhoso? – perguntou Hermione.

– O garoto que estava sentado ao seu lado. Snape.

– Ah, não mordi não. – Hermione franziu as sobrancelhas, os pensamentos ainda rodando em sua mente.

– Eu sei que não Hermione.– Sirus disse divertido. – Mas você parece estranha... Ele te disse alguma coisa ruim? – Sirius tomou a mochila da mão de Hermione e lançou sobre o ombro. De relance ela viu Marlene fazer uma careta desgostosa para isso.

– Nós não falamos nada, pra falar a verdade.

– Na próxima aula de poções você pode se sentar comigo, James que se sente com o ranhoso, ele sabe se defender. – ofereceu o grifano, e outra vez, lançou os braços possessivamente sobre os ombros de Hermione.

Era impressão dela ou Sirius Black á estava paquerando?

– Não acho que seja necessário, Sirius, mas obrigada mesmo assim. – disse educadamente, desvencilhando-se do bruxo e indo em direção á Marlene e Lily. Tudo o que ela não precisava era do padrinho de seu melhor amigo dando em cima dela.

As meninas foram ao banheiro e Hermione as acompanhou, percebendo tardiamente que tinha deixado a mochila com Sirius, e que não o veria no próximo tempo de história da magia, já que, segundo Lily dissera, o grifano pretendia cabular essa aula.

Correu para procurar Sirius, mas não fazia ideia de onde o garoto podia estar, então decidiu ir até a sala comunal da Grifinória, rezando para que ele estivesse lá.

Mas na pressa, a castanha esqueceu-se de pular o degrau que desaparecia no meio da escada, o que fez com que ela ficasse com a perna presa na altura da coxa. E para ajudar, sua varinha tinha rolado escada abaixo.

Gritou por ajuda, mas não havia ninguém passando por perto, todos deviam estar em aula.

Ela já estava pensando que aquilo não poderia ser pior, quando ouviu alguém subir os degraus calmamente.

Seus olhos foram subindo lentamente até encontrar o rosto do aluno que se aproximava com sua varinha na mão.

– Problemas, Granger? –a voz rouca de Severus perguntou.

Ele tinha um sorriso no canto dos lábios, completamente satisfeito em vê-la naquele estado vergonhoso.

– Não, problema nenhum. Apenas devolva minha varinha para que eu possa sair daqui! – exigiu a grifana com o queixo erguido.

– Onde foram parar as boas maneiras grifinórias? – perguntou Snape sarcasticamente.

– Por favor. – murmurou Hermione com a mandíbula travada.

– Não. – ele disse simplesmente.

– Não o que?

– Não vou devolver sua varinha. – o sorriso do sonserina curvou-se ainda mais.

Hermione pestanejou. Então ele iria ficar ali, rindo da cara dela enquanto ela implorava? Não mesmo. Cruzou os braços e ignorou a dor que sentia na coxa, decidida á esperar que outra pessoa aparecesse, sem dar á Snape o gostinho de vê-la implorar.

– Grifinórios.– murmurou Snape, suspirando teatralmente.

O bruxo guardou a varinha de Hermione no bolso e puxou as mangas da camisa branca para cima, revelando braços limpos e imaculados.

Hermione ficou um pouco surpresa quando ele estendeu as mãos em sua direção, mas ainda mais surpresa por não ver ali a marca negra.

"Claro que não há marca negra, ele ainda não é um comensal." Sua mente lembrou.

– Eu sei que tenho braços bonitos, mas se você pretende sair daí, para de admirá-los e estenda os seus. – disse ele impaciente.

Hermione bufou e estendeu as mãos em direção á ele, Snape inclinou-se um pouco e agarrou os pulsos da castanha com firmeza, para então puxá-la para cima sem cuidado.

– Ai! – exclamou Hermione quando sentiu a coxa ser arranhada pelo mármore da escada.

Snape fez menção de largá-la, mas quando viu que a grifana não conseguia firmar á perna direita, passou um braço pela cintura fina e ajudou-a a subir o restante dos degraus.

– Acha que consegue andar sozinha agora? – ele perguntou em tom baixo, mas sem a frieza habitual.

– Sim.

Hermione tentou dar um passo sem o apoio de Snape, mas seu calcanhar doeu agudamente, com certeza ela tinha torcido o tornozelo. Droga.

Mas antes que ela caísse, Snape já tinha os braços em volta dela outra vez. Hermione arfou com a proximidade do corpo de seu antigo professor. Ele estava com o peito prensado ao dela, os dois braços segurando-a firmemente contra si, de forma protetora e meio possesiva.

Ela levantou os olhos castanhos e afundou-os nos olhos negros. Os olhos de Snape não eram frios como ela se lembrava, eram quentes, vibrantes, olhos completamente apaixonantes. Não pareciam pertencer á alguém mal, cruel... E não pertenciam.

Ela percebeu, ao mesmo tempo em que Snape afastava uma mecha de cabelo cacheado que lhe caíra sobre a face, que era ele á quem a profecia se referia.

Era Snape quem ela tinha vindo encontrar. Mas por quê? Que poder tinha ele sobre o destino do mundo bruxo?

Suas pupilas dilataram quando ela compreendeu; Se Snape não se tornar-se um comensal da morte, então não mataria Dumbledore... Isso! Dumbledore estaria vivo e lutando. E isso sim, garantiria a queda de Voldemort. Só podia ser isso.

Mas o que ela poderia fazer para fazê-lo mudar de lado? E quanto ao primogênito? Onde entrava nessa história?

– Vou te levar para a enfermaria. – a voz de Snape tirou-a de seus pensamentos confusos.

O bruxo ergueu Hermione no colo, e começou a andar com passos largos para a enfermaria.

– Não precisava me pegar no colo, sabe?– ela disse enquanto tentava arrumar a saia no lugar certo.

– Ir com você mancando demoraria muito, e eu tenho mais o que fazer.

– Estou te fazendo perder a aula...

– Está. Mas eu saberei como cobrar esse pequeno favor, Granger. Pode esperar. – prometeu ele.

Hermione franziu as sobrancelhas, tentando imaginar que tipo de coisas Snape poderia querer dela, com certeza não seria nada de bom.

– Seboso! – Sirius gritou á certa distância. – O que você fez com a Hermione?! Coloque-a no chão!

– Como quiser Black! – murmurou entre dentes e ameaçou largar Hermione.

– Não! –a grifana gritou.

Snape sorriu minimamente quando ela jogou os braços em volta do seu pescoço e afundou o rosto em seu peito. Em parte, por que era ótimo ver Sirius Black tremendo de raiva, mas também, por que gostou do modo que Hermione parecia confortável no colo dele.

– Eu torci o tornozelo, Sirius. Snape está me ajudando.

– Eu posso carregá-la...

– Não será preciso, Black. – Snape disse satisfeito. – Eu cuido da Hermione.

A bruxa arqueou a sobrancelha para ele, mas não questionou o porquê da informalidade repentina. Ao que ele ficou intimamente grato. Só tinha á chamado pelo primeiro nome para provocar Sirius, e a julgar pelo modo que o projeto de cão cerrou os punhos, tinha conseguido irritá-lo.

Sirius, que trazia consigo a mochila de Hermione, os seguiu com a cara amarrada até a enfermaria.

 



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