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História Diga-me quem és - Você é mais forte do que imagina.


Escrita por: SraLopez

Notas do Autor


Oi gente, turubom??? Demorei né?? Eu sei, mais enfim voltei. Terminei o capitulo a alguns dias, meu celular morreu, eu perdi o que já tinha pronto e tive que refazer, mas aí acabei tendo que viajar e a internet não ajudava muito na hora de postar. Mas cá estou eu, um pouquinho do passado da Pipes agora, pra gente poder entrar na fase de tretas que eu tanto queria que chegasse logo 😈😈. Olhem as notas Finais, tenho um recadinho pra vocês. Enfim, desfrutem a leitura. 🤗🤗

Capítulo 14 - Você é mais forte do que imagina.


Fanfic / Fanfiction Diga-me quem és - Você é mais forte do que imagina.

Os últimos dias foram difíceis para ambas. Alex preocupada com a situação da empresa e a sociedade futura, Piper insatisfeita com o pai tentando tomar decisões por ela, tudo estava de pernas pro ar, mas tinham uma a outra e isso bastava. Alex sempre dedicada ao escritório e Piper fazia o seu melhor na cafeteria.
  
        Era sexta feira, o cansaço tomava conta de Alex, eram muitas preocupações, pessoas para comandar, trabalhos e projetos para entregar. Tudo o que mais queria naquele momento era sua cama, ou melhor, a cama de Piper, com ela nua em cima de preferência. 
  Já passavam das 17h, seu expediente já estava chegando ao fim, na verdade já havia chegado, mas a morena simplesmente não via o tempo passar quando estava em seu escritório. O celular em cima da grande mesa de vidro vibrou insistente, se aproximou o pegando. Era uma mensagem de Piper. 

 


   "Al, Tenho uma surpresa pra você. Por favor, não demore a voltar pra casa.  Te amo. "
  
   
   "Voltar pra casa". Sorriu como uma boba relendo a mensagem. Era assim que a loira falava, agia como se sua casa também fosse de Alex, e de certa forma era, a morena queria que fosse assim, amava tanto aquela mulher que não podia se quer imaginar como seria a vida sem ela dali pra frente. Se torturava em pensar que ainda não havia aberto o jogo com todos e assumido que Piper era o amor de sua vida, que queria casar com ela, ter uma  casa só delas, ter filhos, um cachorro chamado spock, entre outros mil planos que fazia em pensamento.
    Se apressou desligando o computador, alcançou  a pasta na bancada  a esquerda, pegou as chaves do carro e saiu sorridente quase correndo.

   -Ei Vause, onde vai com tanta pressa assim?? - perguntou a mulher de estatura baixa e cabelos  acobreados, sentada na mesa na entrada da sala. -Tirar o pai da forca que não é, pois ele acabou de sair daqui e parecia tudo bem. - riu encarando e caminhado em direção a Alex. 
    
    -Doggett, hoje não, a dias meu humor anda péssimo, hoje estou feliz, você não vai conseguir mudar isso. -abraçou a amiga rindo.  Alex e Doggett fizeram faculdade juntas, a garota era filha de um dos funcionários mais antigos e fies de seu pai. Augustos era o motorista de  Richard Vause desde que Alex se entendia por gente. As duas, Nick e George cresceram juntos. 
 
   -Ora, ora. Vause coração de gelo está apaixonada??? -continuou o deboche.
 
   -Cala boca garota, preciso ir, se papai procurar por mim diga que estarei no celular. - se afastou mandando beijos no ar para a amiga.

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    Piper estava no apartamento arrumando suas malas, já havia ligado para Nick e Lorna comunicando sobre o plano, a cunhada já estava preparando as coisas de Alex. 
     -Maritza. -Piper chamou pela Latina do corredor. -Já terminou??
   -Calma Pipes, não são nem 18h, e a sua Deusa do sexo ainda nem chegou. 

 -Vai começar?? Além do mais, a Nick já está trazendo a mala dela. Você deveria se apressar, sabe como meu irmão fica irritado quando fazemos ele esperar. - Piper havia incluído todos os amigos mais próximos e o irmão  para aproveitarem o final de semana juntos, em um lugar muito especial.

  -Tá Pipes, já falei com John, ele está a caminho, eu já terminei, se quer tanto saber.  

   A campainha tocou, a loira pensou que fosse Alex, mas se tratava de Nick, Lorna e George, que trazia consigo uma morena alta de quadris largos e lábios carnudos. 
   
    -E aí cunhadinha. -Nick disse agarrando a loira e entrando de uma vez porta a dentro, sendo seguida pelos demais. -Ah, esse aqui é o meu irmão, George. - apontou para o rapaz.  
Piper ainda não havia tido a oportunidade de conhecê-lo.

  -Pode me chamar de Mendez, e essa é Dayanara minha namorada. -essa a olhou esboçando um sorriso e abraçando-a.  George era alto, um pouco mais do que Alex, cabelos castanhos batidos, e um bigode meio antiquado que o deixava com a aparência mais velha. 
 
  -Sejam bem vindos. -sorriu- E então Nick, tudo ok?? Onde estão as coisas da Alex?? 
   -Estão no carro. Cadê aquela vaca?? Ainda presa na central de tortura Vause?? -Todos riram, Piper sabia que os irmãos de Alex não gostavam assim como ela de se envolverem com isso.  Ficou sabendo através da morena que o irmão gostava das lutas, tinha vontade de se tornar um profissional da área, mas lutava com a resistência dos pais, principalmente de Diane.
    
  -Olá pessoal. - um rapaz de cabelos claros adentrou o apartamento. 
  -John. -Maritza saiu correndo agarrando o rapaz, antes mesmo de Piper dizer alguma coisa. -Você demorou. -disse beijando-o.
  -Fiquei preso no trânsito amor. -ele disse abraçando e beijando a garota.

  -Gente, quero que conheçam meu irmão, John Chapman. -Piper apresentou.
 -Uall, que prazer em conhecê-lo  John. -Nick rodeou o rapaz engolindo-o com os olhos, o que deixou Lorna irritada. 
    -Auuu. -Nick reclamou com o cutucão que recebeu da namorada. Mesmo gostando muito e preferindo sem duvida as mulheres, não era cega e sabia reconhecer quando um homem era atraente, e o irmão de Piper realmente era um desses, contudo, fez o elogio apenas para irritar Lorna. -Isso doeu.
  -Isso é pra você aprender a olhar pra onde está andando benzinho. -Todos riram.
     Apesar da relutância de Alex em assumir seu amor por Piper pra família, não conseguiu esconder dos irmãos a quem tanto amava e dos amigos. Depois de conversarem, chegaram a conclusão  de que  os amigos e irmãos precisavam saber, afinal de contas viviam saindo juntos e era terrível ter que se conter quando a vontade de compartilhar beijos e caricias surgia. Essa decisão deu a Piper a liberdade de se aproximar dos herdeiros Vause. Nick já era figurinha carimbada nas baladas, Mendez era a primeira vez que via, mas havia gostado muito dele. Se dariam bem. O mesmo pensaria Alex a respeito de Jhon.

 
  Mais ou menos 20 minutos depois, escutaram um barulho de porta destrancando. Era a morena.
 
  -Pipes, desculpe a demora, vim o mais rápido que pude, o trânsito está uma loucura... -pausou olhando espantada para todos que estavam na sala a encarando.-O que... O  que está acontecendo?? -Parecia confusa.
   
 -Sua festa de casamento Alex, corra e vá colocar seu vestido, já está atrasada. -Nick debochou fazendo Alex arquear as sobrancelhas. 
     -Sua surpresa meu amor. -disse a loira.
-Vamos casar??- questionou Alex surpresa com as palavras da irmã.
-Não. - a loira riu se aproximando para abraça-la.- A não ser que você queira. -riu de novo com expressão da morena.  -Amor andamos muito estressadas na última semana, então resolvi te levar pra passar um final de semana incrível em um lugar muito especial pra mim. E eu não vou aceitar um não -deu um beijo em seus lábios. E sentiu a morena relaxar. Para Alex não era ruim a ideia de se casar com a namorada, se casaria com ela agora se assim quisesse, só fora pega de surpresa. Então Piper continuou -E achei que seria uma boa ideia levar nossos amigos pra curtirem com a gente. O que acha?? Não ficou brava, não é?? - observava a morena ainda muda.

   -Pipes isso é... -Olhou pra todos na sala e se virou pra loira a abraçando forte e sussurrou em seu ouvido. - perfeito. E é claro que não estou brava. Mas saiba que você não vai ter um minuto de sossego. -riu de maneira sexy.
   
   -Ela não vai me matar gente. -Piper gritou em comemoração sendo acompanhada pelos risos de todos.
  
   -Porque achou que eu te mataria??- arqueou as sobrancelhas.
   -Bom Alex, digamos que você não seja tão adepta a surpresas. -Nick se intrometeu. Alex lhe lançou um olhar de reprovação. 
    
   -Preciso passar em casa pra pegar algumas coisas então, roupas, não sei o qe levar, pode me ajudar com isso?? Já que vamos...
 
  -Não vai ser preciso maninha. -Mendez disse a interrompendo.- Nick e Piper já cuidaram disso. 
   -Isso mesmo, já está tudo no meu carro, agora anda, não gosto de pegar a rodovia durante a noite. -a garota de cabelos bagunçados disse agarrando o braço da namorada. Alex observava tudo impressionada como a irmã e  a namorada tramaram juntas por suas costas. Riu com o pensamento. 
 
   Depois de um tempo de conversa, cada um pegou seu carro e seguiram Piper que dirigia em direção a casa de veraneio dos Chapman, o único imóvel que ela possuía em seu nome. Fora parte da herança deixada pela avó. 
   Algumas horas depois lá estavam eles. O lugar era lindo, uma casa à beira mar, cercada de grandes varandas cobertas, janelas de vidro por todos os lados, um verdadeiro sonho. Piper fez uma anotação mental de levar a morena ali em uma outra ocasião, só as duas, para poder aproveitar cada canto daquele lugar com a mulher que amava.
Alex também observou o lugar, ficando totalmente encantada, e já imaginara o que poderia fazer com a loira naquela praia.
 Logo que chegaram foram descendo as malas e todas as outras coisas, Alex estava realmente impressionada com o lugar. 

 

    -Meu amor, eu amei isso aqui. Amei ainda mais saber que você planejou tudo isso só pra me alegrar. -A pegou pela cintura e a beijou. 
   - Você ainda não viu nada, vai ter o melhor final de semana da sua vida. - usou um tom de provocação, deixando Alex toda atiçada. 
   
   -Ei casal, podem nos ajudar a arrumar as coisas?? - Daya interrompeu o momento.
   -Claro Cunha, já vamos. -Alex saiu do abraço, mais antes se virou para Piper. - Sobre ter o melhor final de semana da minha vida?? Eu vou cobrar com muito juros.- Saiu sendo seguida pela loira. 
   
     Um tempo depois com seus quartos escolhidos e as malas guardadas, praticamente todos caminhavam em direção à praia, Mendez havia feito uma fogueira e carregava consigo um violão para uma espécie de Luau improvisado. Alex e Piper estavam abraçadas no deck observando a movimentação das pessoas e o balanço delicado do mar, que estava mais calmo naquela noite.
     
 De repente Alex ficou surpresa e  endureceu, seu corpo paralisou quando percebeu Maritza e John caminhando em direção aos outros. O rapaz usava um moletom e uma bermuda, o que deixava parte de seu corpo a mostra, especificamente as  pernas. Ela já tinha percebido que ele mancava, mas nunca imaginou qual seria o real motivo. Alex notou que uma delas na verdade se tratava de uma prótese. E pensou no porque Piper nunca havia citado algo sobre isso??  - a loira notou a mudança na morena e se virou.
 
    -Al, o que foi?? -perguntou notando o olhar fixo de Alex no irmão. -Ouh, John! - pareceu assimilar.
   -O que houve com ele?? - perguntou comovida ainda observando o rapaz, mas logo se virando para Piper.
   -Isso...?? Isso foi culpa minha. - baixou o olhar. Alex sentiu o peso daquelas palavras. - É uma longa história. - Piper dizia com pesar.
   -Culpa sua?? Do que está falando??- a morena questionou preocupada.
  -Al... - ponderou, criando coragem para entrar naquele assunto dificil. Mas devia isso a ela, a morena havia confiado nela e contado seus segredos. Tinha que fazer o mesmo. - Al...isso aconteceu a uns 2 anos, pouco antes de eu sair definitivamente de casa. -olhava para o chão.
  -Ei. -Alex segurou seu queixo e levantou seu rosto. - Olhe pra mim, estou aqui, pode confiar em mim. 

       Piper a encarou seria, levou a mão até seu abdômen e levantou levemente a blusa, seguiu um dos dedos até uma cicatriz quase imperceptível que possuía do lado direto. Alex já a havia notado antes, mas nunca perguntou, Piper também nunca se mostrou disposta a falar sobre ela. 
   
    -Essa cicatriz... Ganhei essa cicatriz no dia em que John perdeu a perna.
  
 -Meu bem, eu sinto muito, mas não acredito que a culpa tenha sido  sua. Não sei o que houve, mas você é uma pessoa tão incrível, seja o que for, não foi culpa sua, você tem saber disso -falou se direcionando as poltronas trazendo Piper consigo. A loira se sentou, recebendo forças da namorada e então começou a contar a longa e dolorosa historia.

         2 anos antes.
   

   Era um sábado de manhã, Piper e a família se preparavam para uma viagem até a casa do lago para passar o feriado de 4 de julho. A discussão  entre a loira e Carol, sua mãe, era acalorada, quase insuportável de se aguentar. 

     -Eu já disse que não Piper, não quero aquela garota misturada com a nossa família. Esta fora de cogitação e não insista. -Carol dizia irredutível caminhando pelo quarto terminando de fazer as malas.
    
   -Ela é minha namorada mãe, eu a amo, quero passar esses dias com ela. Stella não tem família, não quero que ela fique sozinha, vc não entende. - a loira tentava argumentar sem sucesso com mãe.
  
   -Ela não vai, e não discuta mais comigo.
    -Então eu vou ficar. - disse cruzando os braços e encarando a mãe em tom de desafio. -Vou passar o feriado na casa dela. -Piper estava decidida. Carol arregalou os olhos prestes a reacender a discussão.
  
   -Já chega! - Bill, entrou no quarto já com os nervos a flor da pele, cansado daquela discussão que já durava mais de uma seguida sem descanso para seus ouvidos e os de Jhon.  -Piper, ligue para ela, mande-a ficar pronta que passaremos para pega-lá em meia hora. E você Carol - apontou para a mulher. - Pare de dar escândalo, não aguento mais ouvir você gritar. Está decidido, a garota vai conosco. -Bill se sobrepôs tirando todos os argumentos da mulher. Piper do outro lado do quarto a olhava com ar vitorioso. Carol deu as costa a filha e saiu batendo os pés.

 
 Como planejado, meia hora mais tarde estavam em frente à pequena casa simples no subúrbio de nova york, onde Stella vivia. Piper havia ligado dando a noticia. A principio a jovem ficou temerosa, conhecia Carol Chapman muito para saber que aquela ideia não fora bem vista aos olhos da mulher, mas ficou feliz em poder passar esses momentos com a namorada.
      
Quando se aproximou do carro, cumprimentou  a todos e beijou Piper, o que deixou Carol furiosa e fez John rir baixo da irritação que a irmã provocara na mãe. 
      
     -Coloquem o cinto. -Bill pediu. Com todos acomodados pegaram a estrada.
 A viagem ocorreu regada a um silêncio medonho. Ninguém falava nada, ninguém fazia nada. Horas mais tarde já estavam instalados na grande e bela casa. Piper e Stella depois de muita insistência e discussões com a mãe acabaram ficando juntas em um dos quartos. 
 O feriado seguiu em seus dias como esperado. Hora brigas, hora silêncios profundos, mas conseguiam se divertir a medida do possível. Carol implicava com Piper, o marido apaziguava a situação e John ria e se divertia assistindo a tudo. 
    O feriado graças aos céus chegou ao fim, Piper estava tão aliviada por poder se livrar daquela tortura. A família se preparava para deixar o local, John jogava vídeo game na sala, Bill estava no bar bebendo seu uísque  e Carol estava subindo pra se certificar de que a filha e a namorada já estavam prontas. 
 Sem bater ou avisar de sua chegada, (como era sempre seu costume) abriu a porta de uma vez, surpreendendo as garotas nuas sobre a cama se beijando. Os olhos da mais velhas se arregalaram de uma forma que assustou o jovem casal. Uma mistura de surpresa, nojo e raiva. Não tiveram tempo de nada antes que ela começasse a gritar feito louca.
   
     -Mas o que significa isso??? - a mulher esbravejou indo pra cima delas. Piper jurava que se não se colocasse em alerta, a mãe as agrediriam.
   -Mãe, calma. Eu posso explicar. -Piper se levantou cobrindo o corpo com um lençol, enquanto Stella tentava se vestir como podia. 
   -Vocês duas não tem vergonha na cara, vocês não respeitam a mim, não respeita sua família Piper. 
   Bill ouviu os gritos e subiu correndo, acompanhado do filho.
   
   -O que houve?? Porque tantos gritos?? -o homem questionou entrando no quarto observando o estado assustador da esposa.
  -Sua filha Bill... estava nua se esfregando com essazinha aí. -apontou para a garota de cabelos curtos. - Duas vagabundas, pervertidas desrespeitando a nós e nossa casa em baixo de nosso nariz. - dizia resignada, como se o fato de duas pessoas tanzarem fosse o fim do mundo.
   -Não estávamos fazendo nada de mais senhora. -Stella enfim falou, tenta defender a Piper e a si mesma das agressões da mulher.
  -Nada de mais?? Você fez a minha filha se perder sua vagabunda, antes de você aparecer Piper era uma garota normal. -sua voz trazia raiva e desprezo. Stella se quer se defendeu, estava na casa deles, o  que havia de fazer??
   -Eu sou uma pessoa normal mãe, trabalho, estudo e transo, como todo mundo faz. Ou a senhora não faz essas coisas?? -seu tom de voz trazia uma ironia latente. 
    Sentiu o impacto e o rosto arder com o tapa desferido pela mãe.
   -Não me afronte desse jeito menina, eu sou sua mãe, e me deve respeito. Piper agora trazia raiva queimando nos olhos, manteve a cabeça baixa, mas olhar direcionado a mãe.
   Bill segurou a mulher pelos punhos e a sacudiu. 
    -Chega Carol, você passou de todos os limites agora. Ela é nossa filha, não ouse erguer a mão pra ela novamente. 
A mulher saiu cuspindo fogo pelas ventas sem dizer uma só palavra.
    Piper ainda estava chocada com atitude da mãe. 
   -Amor, venha, vamos nos arrumar. -Stella a tocou. 
   -Filha, faça o que ela diz, estamos te esperando tudo bem?? -Piper assentiu e o pai foi em direção às escadas.
  
   -Pipes, não liga pra mamãe, sabe como ela é, daqui a pouco passa. -John consolou a irmã e lhe beijou a testa. -Estou lá embaixo, qualquer coisa é só me chamar. Ah, tranca a porta da próxima vez. Eu sempre tranco pra não correr riscos. -saiu rindo e fazendo a irmã sorrir também.
Enquanto se vestiam e arrumavam as coisas, Stella tentava consolar Piper, a loira por sua vez tentava se desculpar com a namorada, que dizia entender e pra que ela não se preocupasse com isso, pois entendia a situação.


   Minutos depois estavam todos novamente em silêncio dentro do carro. A noite seguia fria e nublada, a visão da estrada era assustadora, tudo muito escuro e coberto de névoa. 
   Quando Piper achava que estava enfim tudo bem, Carol resolve reacender a chama da discórdia e a briga recomeça, dessa vez Piper a ignora, o que deixa a mulher mais irritada ainda.
 
   -Não vai dizer nada Piper?? Vai fazer suas merdas e agir como se não houvesse acontecido nada.?? -a mulher tentava provoca-lá sem sucesso. John por sua vez não se cansava de rir.
    
    -Já chega, cale a boca Carol, eu não aguento mais ouvir sua voz. Deixe a garota em paz, ela é maior de idade, sabe o que faz. Meta-se com a droga da sua vida e deixe Piper fazer o que bem entende da dela. - Bill explodiu, estava farto de tudo.  Carol até tentou engatar uma nova discussão agora com o marido, ela parecia movida a desentendimentos, não era capaz de ver ninguém em paz que lá estava para discipa-la. Mas todos já estavam fartos e sequer deram atenção a ela.
  De repente nada se via na frente, exceto uma luz muito forte, uma luz que os cegava, Bill jogou o carro pro acostamento saindo da rodovia assim que percebeu a aproximação rápida daquela luz. 
     
     Piper só se lembrava da luz, do barulho alto  e do impacto de seu corpo contra as ferragens do carro enquanto o mesmo capotava ribanceira abaixo. 
     Sentiu uma força sobre-humana a arremessar pelo para-brisa. Sentiu a pontada cortando seu lado direito. Não conseguia ver muita coisa, estava muito escuro, mas assim que desceu a mão até o lugar que emanava a dor sentiu algo enorme cravado sobre seu abdômen.  Olhou mais à frente e pode ver o irmão caído com parte do corpo debaixo do carro. O desespero tomou conta dela. Queria sair dali, não conseguia, precisava pedir ajuda. John percebendo o desespero da irmã tentou acalma-la.
    
    -Ei, Pipes, está tudo bem?? -sussurrava, não tinha forças pra gritar. 
   -John, estou presa, tem alguma coisa enfiada na minha barriga, está doendo muito. Não consigo me mexer. Buscou forças para perguntar por seus pais, por Stella, mas não consegui mais, tudo estava se apagando, o som da voz do irmão ficando mais longe... mais escuro, mais silencioso. Lembrava de ter ouvido bem ao longe e quase inaudível o irmão dizer...
   -Calma, nós vamos sair daqui.
     De repente tudo sumiu, uma escuridão terrível cegou Piper. Ela havia perdido a conciêcia ou morrido. Não se sabia ao certo.
    
   

     Não sabia o tempo exato que permaneceram lá, tudo havia sumido de sua mente, como se apagado por uma borracha. Agora ela ouvia sussurros, vozes ao longe, não conseguia abrir os olhos. 
    
Três dias depois, acordou e se deparou com toda a família ao seu lado,  Stella também estava lá, com alguns hematomas e pontos pelo rosto. John estava lá também, sentado em uma cadeira de rodas, se lembrou da posição vulnerável a qual viu o irmão antes de perder a consciência. A mãe segurava suas mãos e apertava. Ela estava no hospital. Levou a mão ao ponto da dor e sentiu um enorme curativo.
     -O que aconteceu?? Eu... Não consigo me lembrar. O carro, aquele barulho...
   -Calma amor...Nós sofremos um acidente. -Stella falou.
     -Você precisou ser operada querida. -Bill explicava. 
    -Operada?? 
   -Sim meu bem, você caiu sobre uma montanha de galhos e pedras, um desses malditos galhos atravessou seu abdômen e dilacerou parte do seu fígado. -Carol tentava explicar de forma a não assustar a filha. -Você foi submetida a uma cirurgia difícil pra conter a hemorragia e a um transplante. 
- Transplante, o que ??? Eu não...
- Fique calma querida, não pode ficar nervosa. - Bill a acalmava e tentava lhe passar segurança.
A loira não conseguia assimilar as informações na velocidade em que as recebia. Fora explicado a ela que foi empalada por um galho com o impacto de ser arremessada carro a fora durante o capotamento, teve uma hemorragia severa e perigosa, seu figado havia sido totalmente despedaçado, o  que resultou na necessidade imediata de um transplante.
Piper fora colocada como prioridade na lista, mas uma atitude heroica de seu irmão, que se pôs como o primeiro a fazer o  teste de compatibilidade, lhe salvou a vida, e seria grata pra sempre a ele por isso.
     -É maninha, e adivinha quem fez isso por você? - John se aproximou deslizando sua cadeira. -Isso mesmo, euzinho aqui. Quero que saiba que me deve pelo menos uns 6 meses da sua sobremesa por isso.  -John era um cara alto astral, nunca estava triste apesar de qualquer coisa. Mesmo após a terrível noticia, conseguia estar ali para animar Piper, que sabia que estaria muito mal por tudo que aconteceu.
   -Eu...eu nem sei o que dizer. -Piper balbuciou já com lagrimas teimando em cair de seus olhos.
 -Basta dizer que tenho a sua palavra de que vai me dar a sobremesa sem nenhum questionamento. -todos riram.
 
   Piper então  percebeu algo estranho no irmão, ele tinha as pernas cobertas por uma manta.
  -O que houve com você?? Se machucou muito?? - perguntou a ele.
  -Nada demais, só um probleminha com a perna. -disse em tom sereno.
   
   -Eu quero ver.  -foi direta. - Eu vi você embaixo do carro. -as memorias do acidente voltando. 
   -Pipes, não é necessário. -tentou desconversar.
  -John, eu quero ver. Eu me lembro de você preso, eu preciso...
     Ele então tirou a manta e Piper se aterrorizou com o que viu.
   -Irmão... - a essa altura a loira já chorava descontrolada.
 -Pipes, tá tudo bem, isso é só um detalhe.- dizia de forma tranquila, segurando e acariciando delicadamente a mão da irmã. Todos no quarto observavam a cena preocupados e comovidos. Jhon não queria que Piper ficasse nervosa demais, afinal o caso dela era muito mais grave que o seu. Jhon perdeu apenas uma perna, poderia viver sem ela, Piper poderia ter morrido, e isso ela jamais conseguiria superar.
    -Você perdeu uma perna, eu ... Eu não sei o que dizer ... -não controlou as lágrimas que caíram.
O irmão a abraçou com carinho, transmitindo todo o amor que poderia passar pra ela. Então, de repente os dois choravam e abraçavam, gratos por terem tido uma segunda chance.


Dias atuais ...


 -Porque nunca me contou isso antes Piper?? - Alex estava surpresa e triste pelo que a loira já havia passado. 

  -Não achei que fosse necessário Al, é um peso, uma culpa que eu carrego a tanto tempo. Ninguém precisa carregar isso junto comigo.   -Alex sentia a responsabilidade que Piper pensava carregar pela tragédia familiar. 
   -Ei, você não tem culpa nisso Pipes, olha pra mim, foi um acidente. Ninguém  é culpado. -tentava fazer aquilo não parecer tão ruim.
   -A culpa é minha Alex, se eu não tivesse insistido tanto pra levar a Stella comigo naquela viagem,  minha mãe não teria provocado a briga, meu pai teria se concentrado na estrada ao invés de tentar fazer a gente parar de discutir. -já não conseguia manter as lágrimas nos olhos e elas rolavam pelo rosto sem controle. - Essa droga de acidente nunca teria acontecido, e meu irmão hoje seria completo. 
    -Piper... As coisas acontecem porque tem que acontecer, se culpar por isso não vai mudar o que aconteceu, isso só vai te causar mais dor e sofrimento. -Alex sempre tinha as melhores palavras pra acalmar a loira. - E tem mais, John alguma vez culpou você??? 
   -Não, na verdade ela brinca com a situação hoje em dia. - direcionou o olhar a praia onde estavam todos, inclusive o irmão.
   -Então? Qual o problema?? Nós duas sabemos que não foi você, ele sabe, o que importa é que vocês dois estão vivos, estão bem e felizes. 
   
    -Eu preferia mil vezes que tivesse sido eu Alex. -pausou. -John jogava beisebol, ele era o melhor... O sonho dele era ser profissional, ficar famoso.- riu sem humor. -Ele nunca mais jogou, ele perdeu uma perna, e eu ganhei uma maldita cicatriz. Só uma cicatriz. É injusto. 
   -Porque acha injusto?? Tinha que ser assim. 
  -Não Alex, não tinha. Enquanto eu estava desacorda ele teve que decidir sozinho pela amputação. -secava o rosto. -Ele estava consciente o tempo todo, sabia o que ia acontecer com ele, e mesmo assim quando soube do meu estado, que eu precisaria do transplante ele não hesitou. Ele me deu parte do fígado dele. Você intende o que isso significa??
     -Significa que ele te ama, e que agora vocês tem mais ligações ainda do que tinham antes. -segurou o rosto dela entre as mãos . -Significa meu amor, que você faria exatamente o mesmo se fosse preciso. Não faria ???
     -Sim. Mil vezes se fosse necessário. E  por você também. 
     Se olharam, Alex não conseguia acreditar  que a vida tinha sido tão boa com ela, colocando a loira em sua vida. Sabia que a melhor escolha que fez na vida foi ter terminado tudo com Larry no dia em que se conheceram. E com esse pensamento tomou Piper em seus braços e juntas se entregaram a um beijo quente e apaixonado. 
    

    -Ei moças. -John se aproximou sem que elas notassem. -Vão demorar muito??? Sugiro que deixem pra fazer isso mais tarde, no quarto quando estiverem sozinhas. - o rapaz era engraçado e divertido. 
   -Não seja bobo. -Piper arremessou  uma toalha contra ele. 
   -Pode deixar cunhadinho, nós vamos deixar a parte boa pra mais tarde. -riu espantando todos os resquícios de tristeza que as cercavam minutos antes. 
   -Alex, olha o que você está falando, não precisar ser tão direta assim. -cutucou a morena com o cotovelo. 

  -Andem logo, o Mendez terminou de assar as pizzas e já levou as cervejas pra fogueira. Deixem o namoro pra depois. -notou que Alex as vezes olhava pra sua prótese. -Curtiu?? -perguntou a ela divertido, deixando a morena bem bem sem graça.
   
   -Ouhh, não, quer dizer...- Alex achou que estava sendo inconveniente. 
   -Relaxa Al. Posso te chamar de Al não é?? -ela assentiu.  -O nome dela é KarryAnne. - disse como se fosse a coisa mais normal do mundo. 
   -O que ?? Deu um nome pra sua prótese?? - parecia estranho demais, a morena estava confusa e surpresa, segurava o riso.
   -Bom, já que vamos passar o resto da vida juntos, acho que posso ter essa intimidade. É praticamente um casamento. -riu, arrancando gargalhadas das outras duas. 
 
   -Mano, nós já vamos. Nos dê mais uns minutos. - Piper disse espantando o irmão pra ter mais um momento a sós com sua linda e morena namorada.
  -Ok, se a cerveja acabar, não quero reclamações. -saiu.

   

     - Ele é tão... 
   -Feliz?? -Piper completou.
    -É, feliz. Quem o vê assim não imagina que passou por tanta coisa. 
   -Ele é um homem forte. Porém mais frágil do que aparenta ser. Sempre fez tudo pra não me deixar cair, eu era a mais velha, eu tinha que consola-lo, mas era ele quem o fazia. 
   -Você também é forte Pipes, passou por tudo isso ao lado dele. 
   -Eu sei, mas durante o tempo de recuperação, peguei John chorando incontáveis vezes. Quando estava sozinho ele desabava. Uma vez escutei minha mãe conversando com ele, e dizendo que aquilo não deveria ter acontecido com ele, que preferia que tivesse sido comigo, já que eu era a filha rebelde que mais dava trabalho e desgostos a ela -Alex arregalou os olhos, não acreditava que a mulher pudesse ter sido tão cruel com  a própria filha. 
   -Pipes...
   -Eu já  me sentia culpada, isso só me fez ter a certeza. Achei que morreria com a tristeza. Meu irmão estava inválido. 
   -E você quase morreu.
   -Mas não morri. -encarou a morena. -Minha mãe jogava isso na minha cara todos os dias. John sentia dores quando começou a usar a perna, caiu várias vezes. Eu o ajudava. Quando ele estava quase adaptado resolvi sair de casa. Precisava me libertar daquilo.  Minha mãe cortou minha mesada, tive que abandonar a faculdade e arrumar um trabalho pra me manter. 
     -Isso mostra que você também é forte e guerreira tanto quanto seu irmão. Não precisa passar pela mesma dor que ele pra saber disso, você teve suas próprias dores e as venceu.  -acariciou o rosto de Piper avermelhado pelo choro. -Já pensou que se você não tivesse vencido todas essas batalhas nós não teríamos nos conhecido??
    Piper sorriu, e balançou a cabeça concordando com a morena, se beijaram. 
    -Eii, não lésbicas. Podem se apresar aí, estamos com fome e esperando só vocês para começarmos a comer. -Nick gritou do meio da praia. 
     Levantaram-se rindo e foram caminhando em direção aos outros de mãos dadas.
    Se sentaram ao redor da fogueira onde os outros comiam e cantavam enquanto Mendez tocava violão.  Depois de cantarem e se divertirem muito com as piadas de John e as gracinhas de Nick, Piper se levantou pedindo a atenção. 
    
     -Pessoal, eu queria a tenção de vocês um minuto, tenho algo muito importante a dizer. -todos a olharam. Piper procurava algo dentro do bolso. Quando encontrou começou a falar:
    -Alex... 


Notas Finais


Gente, eu queria muito agradecer de coração a todos que acompanham minha fic e comentam. Eu estou muito feliz de verdade, tava olhando os favoritos e tal, são 45 pessoinhas que leem o que eu escrevo, pode parecer até bobagem, tendo em vista que tem pessoas aqui que tem mais de 300, 400 favoritos. Mas pra mim, esse 45 que eu tenho são especiais, quando comecei aqui, não imaginei que alguém se interessaria em ler minha história, então toda vez que vejo um comentário novo, isso me enche de alegria e vontade de escrever mais, enfim gente 😂😂😂 chega. Obrigada mais uma vez.


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