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História Diga que eu, sou seu! - Minha dança


Escrita por: Rannael96

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 1 - Minha dança


Fanfic / Fanfiction Diga que eu, sou seu! - Minha dança

Acordei com o despertador do meu celular tocando, estava frio mais nada alarmante. Morava minha mãe e eu sozinhos, pois meu pai havia separado dela e ido morar com uma mulher mais nova em outra cidade, desde então eu não o vi nunca mais, e assumi o papel de protetor da casa. 

 Não era um trabalho difícil, minha mãe estava passando por um tratamento com um psicólogo por causa de sua depressão. Eu levantava todos os dias às 6:30, preparava o café da manhã, e ia para a escola.

 A escola era aquele problema de sempre, eu não era um mauricinho, e nada popular, passava maior parte do meu tempo sentado com a cara enfiada em um livro estudando, " um dia irei me formar no curso superior de medicina, e poder dar uma vida melhor à minha mãe "... 

 Minhas duas únicas amigas, Brenda e Julia, me faziam companhia na hora do recreio, elas eram do 3° ano médio, e eu do segundo pois, tinha repetido a série por causa de dois míseros pontos em matemática, e como eu odiava essa matéria, nunca conseguia entender o que raios Logaritmos iria acrescentar em minha vida " Aff ". Era um aluno exemplar, tirava boas notas em outras matérias e os professores me adoravam, sinceramente isso era muito chato, porque sempre ficava aquele clichê de que, pessoas pobres são educadas e estudiosas, eles zoavam muito...

 Mais se tem uma coisa que eu amava na escola era as aulas de dança, aquilo me deixava tão mais leve. A turma era de 6 pessoas, nós fazíamos apresentações na escola em vários eventos... Mais um motivo pra eu ser bem zoado, os meninos do futebol, ate os do vôlei não se davam bem com o povo da dança, era mesmo aquela guerra de preconceitos... 

... 

 Bateu o sinal do 5° horário, e eu fui para o salão onde agente ensaiava uma dança contemporânea, para o último dia de aula de julho, antes das férias. 

 Me troquei no vestiário masculino, que eu dividia com apenas um garoto, o Matheus. Ele estava no 9° ano, era baixinho como eu e tinha uma franja cobrindo o rosto, era bem caladinho, só conversava comigo nas horas de ensaios. Chegando no salão novamente já me encontrei com a Lisa, Carol, e a Julia, que eu custei convencer a fazer dança com a gente.

 Sentamos no chão como sempre e começamos a falar coisas idiotas um com o outro, ate que a professora de dança e educação física, Pâmela, chegou... ela cobrava muita disciplina de nós, então já nos levantamos e nos preparamos para o alongamento, enquanto ela colocava o CD com a nova música que iríamos coreografar.

_ Bom pessoal, falta apenas duas semanas para as férias e agente vai ter que trabalhar duro pra fazer uma apresentação bonita. - Eu adorava o jeito dela, era uma negra alta, toda malhada, e tinha muita postura. 

_ Pãh, qual a música que vamos dançar? - Perguntou Carol, a melhor dançarina de nós, era filha de ricos então tinha curso de balé fora da escola. 

_ Vamos dançar " Partition" da Beyoncé. _ Mais essa música não é meio pornô? - Eu perguntei. 

_ Claro que se você for olhar o clipe sim Vini, - Sim, meu nome é Vinícius. _ Mais sera algo em dupla, vamos brincar com o corpo, algo sensual, mas relaxem nada pornográfico, não estou afim de perder meu emprego! - 

Todos rimos dela. Depois que nos alongamos, ela ligou a música baixinho, e pediu pra gente ficar em silêncio, e ouvi - la com atenção, uma dinâmica que ela sempre fazia. Enquanto isso ela andava no meio de nós que estava - mos espalhados pela sala, eu sentia seus passos sorrateiros.

 _ Ok! Agora irei repetir a música, quero que vocês fechem os olhos e sintam a sonoridade, dancem, se movimentem, como seus corpos mandarem. 

 Eu já imaginei todo mundo fazendo um strip - tease, porque aquela música só me remetia ao clipe, quase ri em voz alta. 

 Fechei os olhos, e ela soltou a música. As batidas eram profundas. Uma das coisas boas desse curso era principalmente aprender a ser sensível, mais sensível do que eu já era... 

 Ouvi uns passos. " Sera que eu devo me movimentar? " Comecei a estalar os dedos, logo meu pé deu um giro e eu já estava no chão, não sabia o que estava acontecendo, eu queria agradar a professora mais estaria sendo em vão. Subi meus braços para cima e ,de repente veio uma força me levantando, eram mãos delicadas mas fortes. 

 _ Solta essa verdade que esta em você. - Sussurrou em meu ouvido a professora. 

 Em pé não consegui me mexer, então a música acabou, e eu abri os olhos. 

 _ Ótimo! todos foram bem, com exceção do Vini, está tudo bem?

 _ Sim Pãh, só me travei um pouco sei la... Me senti um idiota por ter travado, mais a batida não era nada alem de uma música sensual pra mim.

 _ Vini, vá até o espelho, agora de olhos abertos, e dance! Vamos ser sua plateia.

 Me deu uma leve vontade de dizer não, mais fui andando ate um grande espelho que cobria metade de uma das paredes da sala e me posicionei. "1, 2, 3." Novamente a música. Encarei meu corpo, e comecei a me namorar, minhas mãos percorriam por minhas poucas curvas, seguido de olhares atentos, o que me deixava incomodado por estar naquele colam apertado...

 Queria me morder, voar, talvez um sexo com aquela imagem ali na minha frente. Estava sendo intenso. 

Minha sensualidade cobriu toda a atmosfera à minha volta. Uma mão para cima, uma perna mais alongada, e foi assim que terminei a música. Ouvi algumas palmas, e um assovio.

 _ Meus parabéns Vini! - disse a professora. - Você foi incrível, mais isso me pareceu uma falta de alto confiança, você não conseguiu se soltar, sem estar vendo ao seu redor...

 _ Me desculpa Pãh. _ Bom por hoje é só, amanha continuamos...

 - Todo mundo fez um " Aaahh ". Sai da escola primeiro que as meninas e o Matheus. 

Estava passando por uma esquina, quando me encontrei com três garotos da minha sala e um outro qualquer, já sabia que eles iam mexer então apertei o passo. 

 " Bixinha, viadinho, baitola..." Sinceramente isso já não me incomodava tanto, eu assumi minha homossexualidade com 14 anos, minha mãe me atormentou muito, meus familiares se afastaram, e perdi muitos amigos de classe, mais me sinto a vontade com o que sou, e isso que mais importa, ate porque hoje em dia, minha mãe me aceita numa boa, e ela tem orgulho de seu filho, gay ou não... 

 _ Oi mãe.

 _ Oi Vinícius, ta bem!? 

 _ Sim, sim. Comprei uns pães pro café da manhã, de amanhã.

 _ Onde conseguiu dinheiro? 

 _ Acredita que achei uma nota de 2 reais jogada no chão quando vinha para casa? 

 Ela riu e passou a mão na minha cabeça, bagunçando meus cabelos desgrenhados e oleoso. Entrei para o meu quarto tirei o uniforme, e liguei uma música calma no celular, comecei a olhar o céu pela janela, deitado em minha cama...

 Ele parecia distante, e aquelas poucas nuvens me agonizavam " Mais calor, bacana... " Comecei a me lembrar da dança, eu ali em frente ao espelho, pensei comigo " seria bom alguem me tocando como me toquei hoje: com fervor ".

 Nunca namorei em minha vida, sempre sozinho, fiquei com um único garoto ate hoje e ele se mudou da cidade. Minhas amigas as vezes, me olham com pena, " tadinho dele, só fica segurando vela da gente ", isso corta meu coração... 

 Mais também, não havia nenhum gay interessante na cidade, todos individualistas, sempre exibindo uma vida alegre e divertida, " não ha nada de divertido em ser xingado em cada esquina que passa " - pensei comigo -, não que não me sentisse bem, acho que é só essa maldita carência me consumindo de novo.  


Notas Finais


Primeiramente obrigado pela leitura.
Tenho muito orgulho dessa minha história, e acredito que pouco a pouco vocês iram se apaixonando pela vida de Vinícius, e sua paixão inesperada.


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