Acordei no outro dia pronto para a escola, estava bem disposto.
Passei um café para minha mãe, que sempre dormia ate mais tarde um pouco, por causa dos remédios, hoje (Terça feira), ela iria a mais uma consulta com seu psicólogo e eu aproveitaria o dia pra ouvir uma música bem alta, e arrumar a casa como sempre.
...
Cheguei 10 min atrasado na sala de aula, quando entrei todos me olhavam muito, passei a mão na boca, no caso de ser pasta de dente em meu rosto.
Ao olhar para o quadro, a professora de história já havia escrito algumas coisas. Abri meus materiais, e quando fui escrever o que estava no quadro me assustei.
" Trabalho avaliativo de recuperação, Harry e Vinícius, sobre a 2° Guerra mundial e seus impactos. "
Não consegui acreditar que iria ter de fazer trabalho com o Harry, um dos meninos mais irritantes da sala. Olhei pelo ombro para trás, e ele la do fundão me olhava - eu vi seu olhar de ódio -, me abaixei sobre a mesa e me dei uns beliscões, estava nervoso. Então ouvi alguem dizer " se fudeo ", me senti ofendido ...
_ O trabalho é para semana que vem na minha última aula, talvez eu peça antes não sei ainda... - Disse a megera da professora.
Sendo assim eu estava destinado a fazer o trabalho todo sozinho, porque ele nunca aceitaria estudar comigo, e iria me xingar todo se eu não fizesse tudo para ele...
No recreio me sentei com Brenda e Julia, contei a elas sobre a novidade.
_ Vini, mais ele é lindo! - Disse Brenda.
_ E dai que ele é lindo Brenda!? Ele vai me massacrar...
_ Para de pensar assim Vini, você vive se protegendo de mais. - Júlia estava certa nesse ponto.
_ Tipo, no final da aula, tenta chegar perto dele, e pergunta o que ele vai fazer, se vai ajudar mesmo a fazer o trabalho...
_ Você está certa! Odeio quando vc tem razão... Se ele me xingar, não vai ser nada de novo.
Dei uma mega mordida no meu sanduíche, e imaginei a cena, de eu chegando perto do Harry, e puxando assunto... Não foi nada agradável.
_ Bom eu vou para a sala agora, tenho que conversar com minha amiga la, sobre uns lances ai, beijo gatas! - Disse Brenda se levantando.
Não nos despedimos dela, eu estava ocupado roendo as unhas, o sanduíche, ate a caixinha do suco de uva com gosto de xarope que a escola dava.
Revezar entre as conversas da Julia, o trabalho de história, a aula de dança, e cuidar de casa ainda, não estava sendo fácil para minha mente.
O sinal bateu e eu fui entrar para a sala. Assim que entrei trombei com o Allef, o maior menino da sala, devia ter uns 1, 80 m de altura. Ele me deu um empurrão e me chamou de bixinha, sem dar muita importancia, continuei andando para minha carteira de cabeça baixa.
Quando me sentei olhei rapidamente para trás e vi que Harry estava me olhando, " Porque ele me olha? " - pensei. -, esses garotos eram tão machistas, apesar de Harry nunca ter me atacado diretamente como os outros, ele mexia com as meninas da sala, era muito escroto, e ficava mais era observando mesmo, falando pelas costas. " Riquinho arrogante "
Duas sofridas aulas de matemática, e olha que legal... fiquei de recuperação, mais não tenho tempo para estudar. O professor passou uma folha como trabalho de recuperação, valendo 12 pontos, eu precisava de 7.
Depois de me perder no tempo, me toquei de que o sinal tinha batido, juntei minhas coisas rápido e sai da sala para o salão de dança. Entrei para o vestiário, me troquei, e quando ia saindo alguem entrou de uma vez, quase me dando uma portada na cara.
_ Ei! Calma Mathe... Congelei quando vi que não se tratava do Matheus, e sim de Harry Smidtch.
Ele entrou rápido como se escondesse de algo.
_ Oi cara.
" Meu Deus ele disse 'oi' comigo, como proceder? "
_ Oi - saiu baixo demais, tive de repetir -, oi!
Ele me olhava de baixo a cima, com certeza abismado com aquele Colan apertado que eu usava.
_ Bom. Só queria saber sobre o trabalho, você vai fazer mesmo?
_ Você vai mesmo fazer? Quer dizer, vai fazer o trabalho comigo mesmo?
Ele deu uma risadinha no canto da boca, e eu fiquei com medo da resposta.
_ Lógico que vou! Eu só estou de recuperação de história, se não fizer minha tia me mata!
Eu nem quis responder, já estava atrasado para a aula e fui em direção à porta para sair. Ele agarrou no meu braço e me puxou para perto dele com força, eu comecei a murmurar um choro.
_ Calma eu não vou te maxucar, desculpa fui meio bruto. - Ele me soltou e eu me afastei com a cabeça baixa de perto dele. _ Olha, quando for começar me avisa, la em casa não da pra fazer nada, vive cheio de gente... - Senti um tom de mentira.
Eu não quis responder, travei minha fala com o susto que tomei, nunca havia conversado com ele, e o garoto estava ate sendo simpático comigo, era bem surpreendente. Depois de um tempo, a porta se abriu de novo. Agora era Matheus. Ele entrou direto parece que nem nos viu, e foi para um box se trocar.
Harry foi saindo pela porta, com uma cara insatisfeita, fechei os olhos e gritei. " Vamos amanhã la pra casa, podemos começar o trabalho la! " Quando abri novamente os olhos, não havia mais ninguém, eu fiquei assustado, finalmente consegui me destravar " mais tinha que ser com ele?".
_ Relaxa, ele ouviu. _ Disse Matheus me dando tapinhas nas costas, então saimos e fomos para a aula.
A professora passou os passes iniciais pra gente, eu tive de fazer dupla com a Júlia - porque eu pedi -, ela estava morta de preguiça.
A música começava e tínhamos de ficar com os corpos colados, ela se torcia para trás e eu a trazia novamente para mim, as mãos dela descobriam meu corpo. Sinceramente era uma coreografia bem provocante, cheia de toques, mais eu gostei muito da ideia " quem sabe assim eles param de me chamar de " bixa "...
...
Fui ate perto da rua onde Julia morava que não era longe da escola, depois tive de voltar atrás e seguir o meu caminho, 10 min andando apé todos os dias ate em casa.
Quando cheguei em casa minha mãe já havia saido, deixou apenas um bilhete na geladeira:
" Amor, já estou indo para minha consulta, hoje acordei bem, preparei seu almoço. beijos, ate de noite. "
Realmente tinha um delicioso almoço preparado para mim, já estava com saudades do tempero dela, e comi bastante. Logo depois, liguei meu pen - drive no som, e aumentei ate no último volume, aproveitei para dançar um pouco pelado pela casa - doce liberdade -. Então comecei a faxina.
Quando deu 19:00 hrs aproximadamente, ela chegou, estava alegre, e já veio sentando perto de mim no sofá contando casos.
_ Acredita que vi seu pai hoje!?
_ Sério? _ Pois é! Ele estava entrando numa loja de moveis la, deve estar comprando móveis pra vaca...
_ Mãe! - Exclamei com ela, odiava as provocações...
_ Ai Vini, vou pedir pra ele aumentar sua pensão, já que ele tem dinheiro pra gastar com aquela... - Encarei ela para que não xingasse de novo. _ Aquela mulher... Muito ridículo isso tudo...
_ Ridículo mesmo mãe! A senhora devia estar feliz dele ter sumido daqui, melhor que ele ficar te traindo pelas costas e me batendo o dia todo...
Ela ficou em silêncio, e encostou a cabeça no meu ombro.
_ Ai filho... Você é meu único amigo, não sei o que seria de mim sem você.
_ Para mãe, você seria você mesma. Tem que superar essa separação, e a morte da vovó já tem tanto tempo...
_ Eu estou me curando.
_ É né! Aposto que esta " enrolada " com alguém e não quer contar...
_ Credo garoto! Nada haver! Ela me apertou todo rindo, deitou - se em meu colo, e ficamos assistindo o filme que passava. Ela estava feliz, e me orgulhava muito de ver ela bem assim.
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