História Digimon Adventure: Chronicles of the New Era - Escola com Problemas!

Brooklyn, 11 de setembro de 2016, 17h

Lucas e Bianca, junto de Terriermon e Lopmon, estavam ainda na cafeteria onde foram comer. Lucas lia com atenção o documento que havia desbloqueado. Informações complicadas, perigosas e assustadoras invadiam a mente do garoto, que se surpreendia mais a cada palavra. Sua nova amiga o observava assustada com o jeito que ele olhava para a tela do notebook. Lopmon e Terriermon, no entanto, estavam sentados no colo de seus parceiros, dormindo; afinal, haviam feito grande esforço ao derrotarem os exércitos de Pawnchessmon e Knightchessmon.

— Lucas — proferiu Bianca — o que diz o arquivo?

— Coisas terríveis... Aparentemente, estão planejando usar Digimon como armas... Quer dizer, estavam, porque esse documento é de 2010...

— O quê?!

— Exato... Até já devem estar usando, considerando o que eu vi no armazém... 

Assustada, Bianca desviou seu olhar para seu parceiro. Não podia imaginar pessoas usando Digimon como armas... Eles são seres vivos, que pensam, sentem, até falam... Como podem ser tão desumanos? Lucas sentia o mesmo, porém, estava estupefato. Só após alguns segundos conseguiu voltar a realidade. Desligou seu computador, guardou-o na mochila, junto com os outros aparelhos, e reclinou-se na cadeira. Os dois adolescentes permaneceram em silêncio por alguns minutos, até seus Digivices apitarem; uma nova brecha.

— Onde fica essa brecha? — perguntou Bianca, olhando o aparelho, porém não reconhecendo o mapa.

— Nossa escola...

— Será que tem alguém lá? — perguntou, já levantando, pegando sua mochila e se dirigindo à porta com Lopmon em seu colo.

— As aulas já acabaram, mas as pessoas que participam de clubes podem ainda estar lá... — Lucas fez o mesmo que Bianca, e correu para o caixa para pagar — Vamos, não podemos perder tempo, vidas podem estar em jogo!

Os dois correram o máximo que puderam até sua escola, e lá encontraram um Digimon em frente à entrada da escola. Ele era pequeno, parecia uma bolinha de metal com duas luvas de boxe. Ele olhava fixamente em direção a porta, parecia que observava algo, mas os garotos não podiam ver, porque o Digimon estava na frente. Lucas retirou o notebook e montou seu setup de identificação de Digimon. O resultado foi que o monstro em questão era um Mamemon, um Digimon no nível Perfect, mais forte que qualquer outro que Lucas ou Bianca já enfrentaram. Terriermon e Lopmon, quando viram com quem tinham que lidar, se assustaram. Por mais que o Digimon fosse pequeno, deveria ser muito poderoso.

Terriermon digivolve para... Galgomon!

Lopmon digivolve para... Turuiemon!

Com seus parceiros digievoluídos, Lucas e Bianca foram para um canto de onde poderiam observar Mamemon e, quem sabe, entrar na escola para retirar os que estivessem lá dentro quando o Digimon não estivesse olhando. Mas, quando ele não estava mais bloqueando a visão da porta, viram duas pessoas. Uma era um garoto, aparentava ser um pouco mais alto que Lucas, tinha a pele morena, olhos castanho-escuros e cabelos pretos, usados em uma espécie de topete; vestia uma camiseta preta, um casaco de moletom amarelo, jeans escuros e um tênis preto. Em suas costas, carregava uma mochila cinza. Ao seu lado estava uma garota, baixa, de pele um pouco pálida, com cabelos loiros, amarrados aos lados da cabeça por fitas brancas, e olhos turquesas; ela vestia um vestido violeta de mangas longas, um cachecol amarelo-claro e botas de couro marrom. Em seu ombro esquerdo carregava uma bolsa de couro da mesma cor que as botas.

Os dois pareciam assustados, porém não surpresos com a aparição do ser. Lucas e Bianca estavam preocupados com a segurança dos dois, então pensaram em um plano para salvá-los. Seus Digimon distrairiam Mamemon enquanto os dois correriam para os garotos. Então, levariam-os para dentro da escola e voltariam para enfrentar o Digimon que estava atacando. Então, armariam uma armadilha com um portal para o Digimundo e empurrariam Mamemon para dentro dele. O plano perfeito. Bem, teoricamente...

O início do plano correu perfeitamente. Galgomon e Turuiemon distraíram Mamemon, levando o Digimon para um beco próximo à escola. Lucas e Bianca correram para a entrada do prédio, onde os outros dois estavam. Porém, quando estavam quase na porta, ouviram disparos em sua direção. Olhando para onde o tiro veio, viram um exército de Commandramon. Em questão de segundos, uma nova rajada de disparos foi direcionada a eles; o garoto moreno ia ser atingido, porém, Lucas se lançou em sua frente, recebendo o tiro em seu braço.

— Lucas! — exclamou Bianca, correndo até o amigo que havia caído no chão — Você tá bem?

— Vou sobreviver... — respondeu o garoto com um sorriso amarelo no rosto — Mas agora não é a hora de nos preocuparmos com isso, precisamos encontrar um lugar para nos escondermos.

— Vamos entrar — sugeriu a garota loira — Podemos ir para a enfermaria, podemos tratar do seu machucado lá e resolver as duas coisas.

Levantando, Lucas fez pressão no ferimento que já começava a sangrar. Os quatro correram para dentro da escola e em direção à enfermaria, que ficava na parte de trás da escola, bem distante dos Commandramon e do Mamemon. Chegando no aposento, trancaram a porta e o garoto moreno, junto de Bianca, empurraram uma cômoda para a frente da porta. Todos largaram seus pertences no chão e cada um sentou em algum lugar.

— Uou... Essa foi tensa... — suspirou Lucas — Já tinha enfrentado algo assim? — perguntou à Bianca.

— Nunca... Só Digimon no nível Adult, e sempre sozinhos... Como está seu braço?

— Doendo... — riu fracamente — Isso me lembra, tá tudo bem com você? — perguntou ao garoto moreno.

— Tudo sim... Muito obrigado por ter me salvado... Você nem me conhece, mas se arriscou por mim... — o garoto estava muito envergonhado; não sabia como agradecer.

— Ah, não foi nada de mais! Aliás, me chamo Lucas, e essa é a Bianca — apontou para a amiga — Estamos no terceiro ano. E vocês?

— Me chamo Oliver, estou no segundo ano — respondeu o garoto.

— E eu me chamo Thea, primeiro ano. Muito obrigado por terem nos ajudado, creio que poderíamos ter morrido lá se não fosse por vocês...

— O importante é que estamos todos bem! — exclamou Lucas — Bom, quase todos... — deu um sorriso amarelo.

— Deixa que eu cuido disso... — disse Bianca.

A garota foi até uma maleta que se encontrava em um balcão da enfermaria e de lá tirou alguns antissépticos, algumas ataduras e vários pedaços de algodão. Depois, foi até o amigo; Lucas tirou a camisa de flanela que usava e arregaçou, com leve dificuldade, a manga da camiseta cinza que usava. Bianca molhou um pedaço de algodão no remédio líquido e limpou a ferida; o garoto franziu o cenho ao sentir a ardência do produto em seu machucado. Depois, colocou outro algodão na ferida, para estancar o sangue, e envolveu o bíceps do garoto com gaze.

— Então... O que são aquelas criaturas? — perguntou Oliver. Lucas olhou para Bianca, perguntando com o olhar se deviam falar; a garota apenas assentiu com a cabeça.

— Bem... Elas são Digimon; monstros digitais. São seres feitos de dados que vivem no Digimundo, um mundo paralelo à Terra.

— Se eles vivem nesse mundo paralelo, porque estão aqui?

— É uma longa história...

— Logo descobrirão... — sussurrou uma voz etérea, que não pertencia a nenhum dos presentes naquela sala. De repente, em um flash, a tela do computador da enfermaria emitiu uma forte luz e dela dois feixes de luz coloridos saíram, indo em direção aos dois mais jovens. Um deles, laranja, foi até Oliver; o outro, cinza, foi até Thea. Lucas e Bianca, reconhecendo o fato que já haviam vivido, sabiam o que estava por vir.

— Parece que vocês realmente vão descobrir logo...