Digimundo – Floresta da Morte – Fim de Tarde
Gabriel terminava de falar com Aquino, ouvindo as ordens de seu amigo. Ele se vira para o resto do grupo que ainda estavam abalados com a morte de Gabe. Gabriel caminha até eles.
- Falei com o Aquino – Gabriel fala mantendo o rosto sem expressão – Ele acha melhor a gente acampar e deixar para atacar o castelo amanhã de manhã.
- Não! – Lillymon fala furiosa – Temos que atacar agora! Temos que destruir esses malditos agora!
- Ele disse que não estamos em condições físicas e mentais de lutar agora – Gabriel fala para Lillymon – E ele está certo. Eu sei que dói Lillymon, mas ir lá agora é suicídio.
- Isso mesmo – Kelvi fala se aproximando de Lillymon – Todos nós passamos por lutas e momentos que nos abalaram seriamente, Myotismon vai tirar proveito disso. Temos que descansar para atacar com tudo o que temos.
- Não deixe que o sacrifício do Gabe seja em vão Lilly – Angewomon fala se abaixando até a altura da Digimon – Venha descanse um pouco.
O grupo caminha de volta até a floresta para armar acampamento. Os digimons ficam em volta de Lillymon, que estava sentada no chão e não tirava os olhos do digivice sem cor de Gabe em suas mãos, e da Toxina que agora estava em seu dedo. Gabriel estava escorado em uma arvore, mas em frente ao grupo como se estivesse de guarda. Paula se aproxima dele aos poucos.
- E aí gatinho? – Paula fala assim que chega bem ao lado dele – Tudo bem?
- Tudo bem – Gabriel fala ainda mantendo seu rosto sem emoções.
- Eu não deixei de perceber que desde que a gente encontrou a Lillymon tu ficou diferente. Tu não demonstrou nenhuma emoção. Nem tristeza, nem sofrimento, nem raiva. Nada. Isso não é bom.
- No momento eu não posso me deixar demonstrar minhas emoções – Gabriel fala friamente – eu tenho que ser forte, pro grupo ser forte. Aquino ta contando comigo, todos estão contando comigo. Não posso demonstrar fraqueza. Não agora.
- Ter sentimentos não é ser fraco Gabriel – Paula fala rindo levemente – Tudo o que aconteceu até aqui devia ter te mostrado isso. A gente passou por muita coisa nesses últimos dias. Não somente nos relembramos de todo o passado como descobrimos um mal ainda maior que imaginávamos. Mas mesmo assim nós fomos ficando cada vez mais fortes, não por reprimir nossos sentimentos, mas por senti-los cada vez mais forte, por expressar eles cada vez mais. Ser sem sentimentos não te torna forte, te torna frio.
- Como tu virou de uma mosca morta a alguém que dá conselhos sobre demonstrar sentimentos? – Gabriel pergunta sarcasticamente.
- Idiota – Paula ri levemente do deboche de Gabriel – Mas sarcasmo já é alguma coisa. – Ela fica em silêncio por alguns segundos e fala num tom mais acolhedor - Sei que dói, e que reprimir é mais fácil, mas não se deixe tornar frio seu Gabriel. Tu tem que permanecer quentinho pra Leona.
- Não se preocupa Paula – Gabriel sorri levemente – Eu vou estar quentinho pra ela. Eu só quero acabar com eles de uma vez. Assim que a Tríade cair teremos tempo pra ter sentimentos.
No acampamento, Cauê estava em frente a fogueira observando as chamas sem ver nada, a expressão no rosto do garoto chamou a atenção de Kelvi.
- Tá tudo bem? – Kelvi pergunta se sentando ao lado de Cauê.
- Tudo ótimo – Cauê responde sendo extremamente sarcástico – Eu estou num mundo diferente do meu que eu já visitei quando criança, estamos lutando contra 3 demônios que querem e ao mesmo tempo não querem nos matar, sem contar que uma das pessoas que eu mais gosto morreu, então sim, eu tô bem!
Cauê olha para Kelvi e se vira para a fogueira e começa a chorar. Kelvi segura as lagrimas e abraça Cauê de lado.
- Esse mundo era pra ser um sonho, uma aventura – Cauê fala entre as lagrimas, num tom de raiva – Mas tudo o que ele foi até agora foi sofrimento. Chegamos sem memorias, enfrentamos monstros, caçamos armas, perdemos amigos, pra quê? Pra salvar um mundo que nem é nosso?
- Cauê... – Kelvi tenta acalmar o amigo.
- Não Kelvi – Cauê fala limpando as lagrimas – Não importa o que a gente passou de positivo aqui, nosso sofrimento foi muito maior. Nossas perdas foram muito maiores. E tu sabe que isso é verdade.
- Cauê, tu não pode se focar só no que aconteceu de ruim com a gente. Se tu achar que tá tudo perdido que esperança tu vai ter de voltar pro Mundo Real? De que isso tudo possa acabar?
- Talvez eu não tenha essa esperança mais – Cauê fala olhando friamente para Kelvi.
Cauê se levanta e se afasta de Kelvi que fica sem saber o que fazer. Tailmon se aproxima de seu parceiro.
- Você consegue sentir, não? – Tailmon fala para seu parceiro.
- O quê? – Kelvi pergunta sem entender.
- A luz do Cauê se apagando, as trevas tomando conta dele – Tailmon olha para Cauê ao longe – Ele está se deixando dominar.
- O que a gente pode fazer pra ajudar ele? O que eu posso fazer pra ajudar ele? – Kelvi pergunta com esperança.
- Essa é uma batalha dele Kel, ele tem que lutar sozinho. Você só pode é acreditar que ele vai lutar e conseguir vencer as trevas.
- Sabe – Kelvi fala num tom triste – Ele meio que tem razão. Foram poucos os momentos felizes que tivemos aqui. Mas mesmo assim, te ter do meu lado todo esse tempo valeu a pena.
- Kelvi – Tailmon abraça seu parceiro. De repente o tom de alegria da digimon muda para tristeza – eu não consigo imaginar o que a Lilly ta sentindo agora.
- Pois é – Kelvi olha para a digimon que não saía de seu lugar.
A noite passa lentamente. Assim que amanhece o grupo parte na direção do castelo de Myotismon. Gabriel ia na frente com Guilmon a seu lado, logo atrás vinha Paula e Keramon, Kelvi e Tailmon e Cauê e Turuiemon. Lillymon andava no fundo do grupo ainda com o digivice em mãos. Eles vão se aproximando mais e mais do castelo, quanto mais perto mais Lillymon levantava sua cabeça e seguia em frente, como se aproximar do castelo a enchesse de vontade. O castelo era ao mesmo tempo lindo e sombrio, tinha um estilo medieval, mas suas paredes eram negras e ele emanava uma energia pesada e poderosa. Assim que chegaram a grande porta de entrada do castelo Lillymon se pôs na frente do grupo. Antes que alguém pudesse falar algo ela ataca a porta do castelo.
- Flower Cannon! – Lillymon ataca com seu canhão e destrói a porta.
Com a porta destruída Lillymon voa rapidamente para dentro do castelo. O grupo corre atrás dela.
- Lillymon espera! – Gabriel gritou para a digimon.
Assim que todos entram o castelo eles percebem Lillymon parada de frente para um trono. Aquela era a sala do trono, tão sombria quanto o exterior do castelo, eles olham em volta para ver se tem alguém. A única que não se move é Lillymon que encara o trono como se soubesse que alguém estava ali.
- Sinto em desaponta-los – Uma voz sinistra falas das sombras na direção do trono – mas o mestre não se encontra. Mas querem deixar algum recado?
Devimon se mostra saindo por de trás do trono, a visão de Devimon fez Kelvi e Tailmon cerrarem os pulsos e os dentes.
- Onde está Myotismon? – Gabriel fala seriamente.
- E Lucemon? – Lillymon pergunta com raiva em seus olhos – Onde Lucemon está?
- Que coincidência vocês perguntarem de ambos – Devimon fala sarcasticamente – Eles estão reunidos nesse momento. A palhaçada que o garoto fez ontem forçou os mestres a adiantarem seus planos.
- Palhaçada? – Lillymon fala furiosa – PALHAÇADA?! Gabe deu a vida dele! E você age como se fosse apenas um empecilho para seus mestres?!
- Vidas humanas são inúteis Lillymon – Devimon fala sorrindo – Eles vivem e morrem e só. Nós podemos morrer e reviver quantas vezes forem possíveis. Somos infinitamente superiores a eles. Não deveria se importar com a morte daquele idiota. Na verdade, foi graças a ele ter morrido que você está viva não é mesmo?
Lillymon avança explodindo de raiva acertando vários socos em Devimon, o Digimon demônio consegue se livrar dela e foge, voando pelas paredes do castelo.
- Flower Cannon! Flower Cannon! FLOWER CANNON!
Lillymon atira várias vezes seguidas em Devimon que desvia dos golpes por pouco.
- Não gaste sua energia com ele Lillymon – Gabriel fala seriamente – Temos que encontrar Myotismon e Lucemon.
- Mas não vão – Devimon fala se colocando em frente a porta por onde o grupo entrou no castelo – Eu tenho ordens do mestre para derrotar vocês, e se for necessário matar vocês também. Vocês não devem se intrometer nos planos dos mestres.
- Se você acha que consegue no impedir – Gabriel fala com a Digisoul brilhando em seu punho e se espalhando lentamente pelo corpo – Vai ser divertido ver você tentar.
- Carregar Super Digisoul! Evolução!
Guilmon Super Digivolve para >>> Growlmon >>> WarGrowlmon
Tailmon Super Digivolve para >>> Angewomon
Turuiemon Super Digivolve para >>> Antylamon
Keramon Super Digivolve para >>> Chrysalimon >>> Infermon
Antes mesmo que Devimon pudesse se mover Lillymon voa rapidamente seguindo o ataque no digimon, ele desvia, mas quase é acertado por WarGrowlmon que atacava com suas laminas. Gabriel o ataca, mas novamente o digimon desvia, Angewomon voa até ele e o chuta o lançando contra uma parede do castelo. O digimon se recompõe e desvia de uma flecha lançada por Kelvi. O garoto dispara várias flechas em sequência, mas Devimon desvia voando. Infermon corre pela parede na direção de Devimon que assim que percebe a aproximação voa para longe da parede, Infermon pula e tenta agarrar Devimon com seus membros, mas novamente Devimon desvia. Ele desce ao chão e por pouco não recebe um ataque de katana de Paula, ele se esquiva e Antylamon aparece em sua frente, o digimon voa por cima dela, mas recebe um forte soco de Cauê que o lança longe novamente. Antes que ele pudesse se recompor Lillymon já estava em cima dele.
- FLOWER CANNON!!! – Lillymon concentra muita energia criando um enorme canhão em suas mãos e disparando na direção de Devimon.
O ataque acerta em cheio o inimigo levantando uma nuvem de fumaça. O grupo se prepara pois sabia que não seria tão fácil derrotar Devimon. Assim que o vulto do digimon aparece eles se preparam para atacar.
- Não adianta Devimon – Gabriel fala – Você pode se esquivar, mas não tem poder o suficiente pra derrotar todos nós.
- É aí que você se engana – Devimon fala com um sorriso em sua voz – antes de ir, o Mestre me deixou um presentinho.
O corpo de Devimon começa a brilhar em uma luz de energia negra.
Devimon Super Digivolve para >>> NeoDevimon
A evolução de Devimon lança uma rajada de energia que dissipa completamente a fumaça, o grupo olha espantado para a nova forma do monstro. Ele estava maior e mais intimidante, suas asas eram vermelhas como sangue, uma máscara dourada cobria seu rosto, seus cabelos estavam compridos, de seu ombro esquerdo até sua cintura havia uma linha de esferas vermelhas fixadas em seu corpo.
- Contemplem meu poder – NeoDevimon falou lançando calafrios ao grupo.
Lillymon atira com seu canhão, sem surtir muito efeito, mas fazendo que o monstro de alguns passos para trás.
- Não importa quantas vezes você evoluir – Lillymon fala confiante – Nós vamos te destruir! Custe o que custar!
As palavras de Lillymon lançam coragem pelo grupo e eles avançam novamente. Gabriel e Paula tentam um ataque duplo com suas armas, mas NeoDevimon segura seus golpes com facilidade. Infermon chega voando como um míssil e acerta o estomago de NeoDevimon o afastando dos humanos. O monstro tenta atacar Infermon com suas garras, mas o digimon desvia. WarGrowlmon avança e tenta acertar NeoDevimon com suas laminas. O inimigo para o ataque com suas garras e disputa forças com o dragão vermelho. Apesar de WarGrowlmon ser maior que ele, NeoDevimon parecia vencer na disputa de forças. Antylamon pula por de trás de WarGrowlmon e acerta um golpe com seus longos braços na cabeça de NeoDevimon, fazendo o digimon cair no chão. Antes que ela atacasse de novo ele abre suas asas e voa escapando dela. Kelvi e Cauê lançam flechas e raios, tentando acertar o inimigo no ar que desvia, Angewomon e Lillymon tentam o acertar em conjunto, mas apenas acertam o ar. NeoDevimon passa voando por uma vidraça saindo para fora do castelo.
- Atrás dele! – Gabriel grita.
Angewomon e Lillymon voam atrás do digimon e o alcançam do lado de fora. Ele se vira e acerta um forte chute na digimon fada a lançando ao chão da Floresta da Morte. Angewomon ataca com chute, mas NeoDevimon segura sua perna e a lança contra Lillymon no chão. Antylamon pula alto e surpreende NeoDevimon e o soca com força o fazendo ir ao chão. Ele diminui sua velocidade de queda e para no ar poucos centímetros do chão. Antes que ele pudesse atacar Antylamon que descia de seu pulo, Infermon aparece novamente como um míssil, mas dessa vez o inimigo desvia. Infermon se vira no ar e começa a atirar de sua boca. O inimigo voa e Gabriel ataca com seu machado, Gabriel usa as chamas e mesmo não acertando o inimigo com a lamina do machado as chamas o acertam. NeoDevimon soca Gabriel e o lança alguns metros longe. Uma flecha acerta o ombro dele e ele olha e Kelvi se prepara para lançar outra, mas dessa vez NeoDevimon segura a flecha e voa na direção de Kelvi com as garras prontas para ataca-lo, mas Paula e Cauê se colocam na frente do garoto e o defendem acertando o inimigo, NeoDevimon voa a alguns metros e, sem perceber fica bem em frente a WarGrowlmon que preparava um ataque.
- Atomic Blaster! – WarGrowlmon lança seu poderoso ataque acertando o oponente em cheio.
Após o impacto NeoDevimon se levanta com dificuldade e estala o pescoço para os dois lados.
- Realmente – o demônio fala – vai ser difícil com tanta gente, eu estou em desvantagem aqui.
Ele olha para todos os seus oponentes como se tentasse ver além deles, até que ele enxerga algo interessante.
- Você – Ele fala olhando para Cauê – é perfeito. Guilty Claw!
NeoDevimon estica seu braço rapidamente e acerta em cheio o peito de Cauê, o garoto deixa sua cabeça cair e assim que levanta seus olhos estão vermelhos e seu rosto fica sem expressão. Aos poucos ele abre um sorriso maligno. O grupo olha sem saber o que fazer. Até que Cauê olha para Paula e a soca para longe. Ele olha para Kelvi atrás dele e o soca também.
- Cauê! – Antylamon não conseguia acreditar no que via.
Sem que ela percebesse NeoDevimon a acerta com o Guilty Claw, fazendo com que os olhos de Antylamon ficassem vermelhos também. A digimon pula por entre seus amigos e pousa ao lado de NeoDevimon. Cauê se junta a eles.
- Agora sim – NeoDevimon fala se sentindo vitorioso – agora parece que estamos mais equilibrados.
- O que a gente faz agora Gabriel? – Paula pergunta se levantando.
- O Aquino me disse que o Oliver foi corrompido – Gabriel fala preocupado – Angewomon? Consegue curar eles como o MagnaAngemon?
- Eu tenho poderes curativos, - Angewomon fala – mas o Magna é melhor que eu para isso. Precisamos dele.
- Entendi – Gabriel pega seu digivice e tenta contatar seus amigos – Aquino! Precisamos de Ajuda! As coisas não estão bem! Venham pra cá! Rápido!
- O que aconteceu? – Aquino pergunta pelo digivice extremamente preocupado ao ouvir o tom de voz de Gabriel.
- Não dá tempo de explicar! – Gabriel fala tentando controlar o pânico em sua voz – Corram! – Gabriel olha para os três a sua frente, dois amigos corrompidos e NeoDevimon – Paula e Infermon, vocês cuidam da Antylamon. Lillymon, WarGrowlmon, Angewomon e Kelvi, vocês cuidam do NeoDevimon. Digimons escutem o Kelvi, ele já enfrentou o Devimon. Entendeu WarGrowlmon?
- Gabriel? – WarGrowlmon parecia confuso com a decisão de seu parceiro.
- Não se preocupa comigo – Gabriel fala confiante – Eu vou cuidar do Cauê. Vocês não têm coragem de enfrentar um amigo ainda mais depois do que aconteceu com o Gabe, e se não forem com tudo vão acabar morrendo. Eu sei que eu consigo. Se preparem!
O grupo avança para recomeçar a batalha. Paula e Infermon avançam e Antylamon que salta por sobre eles, assim que ela pousa ela ataca com seus longos braços, Paula desvia rapidamente, Infermon faz o mesmo. Paula tenta um forte chute no estomago da digimon, mas ela desvia e pula novamente. Infermon tenta a garrar ela com suas pernas, mas acaba recebendo um soco de Antylamon que o lança longe, o digimon gruda seus pés em duas arvores paralelas e se impulsiona para frente como um estilingue e acerta Antylamon com seu corpo. Os dois digimon rolam em combate com Paula acompanhando de perto. Gabriel avança em Cauê que defende cada ataque com suas manoplas, a cada golpe faíscas são atiradas para todos os lados com o choque das armas. Cauê pula e gira no ar e acerta um forte soco em Gabriel o lançando a metros de distância. Gabriel rola no chão e se levanta se apoiando em um joelho.
- Vai precisar de mais que isso se quiser me derrotar – Cauê fala com um sorriso sinistro no rosto.
- Cauê – Gabriel fala ofegando – você precisa sair dessa. Tu pode derrotar as trevas. Não se deixe ser controlado.
- Do que adianta – Cauê fala ainda sorrindo – se derrotar ele logo outro aparece, esse mundo é um inferno Gabriel. E estamos presos aqui até morrer. Gabe é o único que conseguiu escapar daqui. Nós não temos salvação é melhor morrermos logo!
Cauê avança novamente. Gabriel se concentra em acerta o machado com força no chão. O chão começa a tremer e rachar na direção de Cauê. Grandes labaredas saem das rachaduras fazendo Cauê parar e desviar. Gabriel pula por sobre as labaredas e ataca Cauê com a Furia. Cauê se defende com as manoplas e se afasta.
- Agora sim tu está lutando de verdade – Cauê fala ainda sorrindo e avança novamente para cima de Gabriel.
WarGrowlmon tentava acertar NeoDevimon com o cabo em suas costas, tentando o acertar rapidamente. O grande Digimon demônio segura o cabo e puxa com força e soca WarGrowlmon o derrubando. Angewomon e Lillymon avançam com uma sequência de socos que o monstro desvia, mas não de todos os golpes. Ele recebe alguns impactos e se afasta voando. As duas digimons o seguem pelo ar. Kelvi atira flechas no inimigo a distância, fazendo difícil para o monstro desviar de todos os ataques. Angewomon sobrevoa o inimigo e o chuta no meio das costas em direção ao chão. Ele gira no ar mas para centímetros antes do chão. Lillymon avança com rapidez, mas NeoDevimon a pega pela cabeça e a lança com força no chão. Angewomon desfere outro chute do alto, mas dessa vez acerta apenas o chão, já que NeoDevimon escapa rapidamente. Ele gira no ar e chuta com força a digimon anjo a lançando longe. Uma flecha o acerta quebrando o chifre do lado esquerdo da máscara, NeoDevimon olha espantado para Kelvi que lança outra flecha que por pouco não o acerta no meio da testa. Ele avança na direção do garoto, mas WarGrowlmon se coloca na frente e usa suas laminas para atacar NeoDevimon e o lançar longe. O monstro sorri com os olhos.
- Agora sim essa batalha está interessante – NeoDevimon fala satisfeito.
A batalha se alonga e fica cada vez mais difícil para os Destinados. Antylamon parecia estar levando a melhor de Paula e Infermon. Cauê estava conseguindo atingir Gabriel, mais do que o contrário. E NeoDevimon estava se sobrepondo ao restante do grupo. A batalha estava difícil. Antylamon chuta com força Infermon na direção de Paula os dois parceiros caindo ao chão. Antes que eles pudessem se defender ela ataca.
- Treasure Axe! – Antylamon levanta seus braços em forma de machado e descia ele com toda força em Paula e Infermon.
Antes que ela acertasse os dois MachGaogamon e Baalmon a acertam lançando ela para longe dos parceiros.
- A cavalaria chegou! – Oliver fala sorrindo.
Ana ajuda Paula a se levantar.
- Que bom que vieram – Paula responde sorrindo para Ana.
- Não íamos deixar vocês na mão – Ana retribui o sorriso.
MagnaAngemon pousa em frente a Antylamon e suas asas brilham.
- Magna Antidote – O brilho das asas de MagnaAngemon envolve Antylamon expulsando as trevas do corpo dela.
Guto pousa ao lado de seu parceiro e juntos ajudam Antylamon a se levantar.
- Com tu ta se sentindo? – Guto pergunta para a grande digimon.
- Melhor – Antylamon responde meio tonta – Onde está o resto?
- Pelo jeito a luta de vocês se espalhou – Ana fala analisando os sinais de luta em volta – Assim que percebi que tinham diferentes áreas de luta eu instrui Aquino que era melhor nos separarmos para ajudar ambos os lados.
- Temos que correr então! – Antylamon fala se movendo na direção onde lembrava que Cauê estava.
Cauê socava mais uma vez Gabriel o lançando ao chão e o fazendo soltar a Furia. O garoto pega o machado do chão e ri novamente.
- Gabriel, Gabriel. Tu disse que conseguiria lutar comigo, mas pelo jeito nossa “amizade” ficou no meio. Tu não conseguiu me ferir, nem me tocar na realidade. Mas é uma pena que eu consigo. Mande lembranças ao Gabe por mim por favor.
Cauê levanta o machado no ar e corre na direção de Gabriel que não conseguia se mover direito. Antes que ele pudesse acertar o garoto um vulto se coloca na frente dele fazendo Cauê parar de repente. Cauê solta o machado o deixando cair atrás de seu corpo. Ele olha nos olhos cheios de lagrimas na sua frente, o vermelho dos olhos dele sumindo. Cauê cospe sangue e vê uma espada enfiada em seu estomago, ele pode sentir ela saindo por suas costas. Segurando a espada estava Aquino que tinha lagrimas em seus olhos por perceber o que havia feito. Por instinto Aquino se colocou na frente de Gabriel para o defender, mas sem pensar acabou ferindo Cauê. Aquino tenta falar algo, mas não consegue emitir nenhum som por entre as lagrimas. Cauê sorri.
- Não fala nada – Cauê fala com um sorriso sincero – foi minha culpa. Eu deixei as trevas me dominarem. Eu desisti de viver. Eu desisti desse mundo. Tu fez o que devia fazer e protegeu um de nós – Cauê cai de joelhos junto de Aquino, ele segura o rosto de Aquino com as mãos – Me perdoa? Por eu não ter sido o príncipe encantado que tu merecia?
- Eu... eu... eu.... – Aquino tenta falar novamente, mas seu olhar de culpa é o suficiente para Cauê entender.
- Não se culpe – Cauê fala novamente, agora lagrimas rolam pelos olhos dele – Eu te obriguei a fazer isso. Sei que em outras condições tu não o faria. Mas eu me deixei ir muito antes disso. Ta na hora de tu me deixar ir.
Cauê beija Aquino e seus olhos fecham. Aquino abraça o garoto que caiu em seus braços, sem vida.
Gabriel se aproxima de Aquino e ao mesmo tempo Antylamon vem correndo e assim que vê a cena ela para. Em choque, assim como o resto do grupo que a seguia. Em um pulo ela estava do lado deles tirando Cauê dos braços de Aquino e de sua espada. Ela tocava o rosto de seu parceiro enquanto Aquino permanecia no mesmo lugar chorando em choque. LadyDevimon, Leona, Zephyrmon e Loweemon finalmente se aproximam após verem a cena a distância. Antylamon grita com raiva, um grito que faz todos tremerem.
Ela olha enraivecida para Aquino que olha para ela ainda em prantos. Ela pega as manoplas de Cauê e seu digivice que agora estava sem cor e guarda consigo. Ela se levanta e enxuga as lagrimas.
- Não é hora para chorar – Antylamon fala com seriedade em sua voz – Temos que destruir o demônio que causou isso! Antes que ele faça isso de novo!
Aquino começa a respirar novamente e se levanta com dificuldade. Ele olha mais uma vez para o rosto tranquilo de Cauê que ainda estava sorrindo. Ele olha para frente e limpa sua lagrimas.
- Tem razão – Ele finalmente fala tão sério quanto Antylamon – Vamos acabar com ele!
NeoDevimon socava Angewomon na direção de Kelvi, que estava caído. Perto deles WarGrowlmon e Lillymon também estavam caídos.
- Vocês se lembram quando eu destruí a cidade de vocês não? – NeoDevimon fala num tom debochado – Pois saibam que eu matei vários habitantes da cidade e destruí cada prédio, eu trouxe o mal a cidade de vocês. E o pior é que vocês não podem fazer nada para me deter. Porque eu vou destruir vocês também!
Ele avança com suas garras na direção dos parceiros, mas recebe um forte soco de Antylamon que o faz voar longe.
- Seu desgraçado! – Antylamon fala irada – SEU MALDITO! Por sua causa Cauê está morto!
O grupo que lutava contra NeoDevimon fica em choque ao ouvir essas palavras.
- Você vai pagar caro pelo que fez! – Antylamon num salto alcança NeoDevimon e o acerta com um forte soco.
A digimon enraivecida acerta uma sequência de fortes e rápidos socos no digimon demônio, que cada vez que tenta escapar recebe mais um forte golpe dela.
- BUNNY BLADES! – Antylamon gira como um tornado acertando NeoDevimon seguidamente com seus braços que eram como laminas.
NeoDevimon tenta escapar, mas recebe um duplo chute de LadyDevimon e Aquino, Oliver e Baalmon atiram na direção do monstro. Leona e Zephyrmon lançam rajadas de vento o atordoando. Ana corre e o acerta com a Besta o levantando no ar, MachGaogamon voa e o soca com força lançando de volta ao chão.
- Ta na hora de acabar com isso de uma vez por todas – Angewomon fala confiante – e dessa vez não há quem o proteja. Holy Air! – Angewomon cria um círculo de energia sobre ela, o círculo paralisa NeoDevimon em seu lugar – Me deem seus poderes.
- Darkness Wave!
- Atomic Blaster!
- Kamiuchi!
- Hurricane Gale!
- Treasure Axe!
- Flower Cannon!
- Soul Vanisher!
- Gaoga Tornado!
- Spider Shooter!
Os poderes se combinam e entram no círculo de poder de Angewomon. Ela transforma o círculo em uma flecha.
- Isso é por Holydra! – Angewomon fala – Pelo Gabe! Pelo Cauê! E por todos que você e a Tríade fizeram mal....
- Espere – NeoDevimon interrompe Angewomon – Antes de me matar tem algo que vocês precisam saber. Não posso morrer guardando isso.
- Por quê? – Aquino pergunta confuso.
- Porque ao dizer isso eu possa ter uma chance de retornar ao Digimundo. Se vocês derrotarem a Tríade, a Cidade do Princípio vai voltar ao normal. E eu quero poder voltar. Os mestres querem ir para o Mundo Real.
- Já sabemos disso – LadyDevimon fala – Matadormon nos contou.
- Mas o que ele não disse é que há uma forma de impedir os mestres. Existe um templo sagrado a leste daqui, o templo dos Destinados. Lá vocês podem fazer um ritual de selamento, isso impede que qualquer portal se abra, assim protegendo seu mundo dos mestres.
- Espero que YggDrasil tenha piedade da sua alma – Angewomon fala – CELESTIAL ARROW!!
Angewomon lança sua flecha acertando NeoDevimon no peito. Uma luz forte sobe até os seus com o poder de Angewomon destruindo NeoDevimon completamente.
- Ainda não acabou! – Aquino fala – Temos que ir até esse templo. Mesmo sendo arriscado é a única pista que temos.
- Antes disso – Antylamon fala – Loweemon, pode levar o Cauê até o templo da verdade? Por favor?
- Claro Antylamon – Loweemon responde.
- Vamos de uma vez! – Antylamon fala seriamente.
O grupo segue rapidamente até o templo dos Destinados e logo o avistam. Era como um antigo coliseu, não havia teto, mas várias colunas. No centro havia uma grande mesa de pedra com os brasões de cada um deles desenhados em círculo, e um espaço que parecia perfeito para colocar um digivice.
- Vamos fazer isso mesmo Lucas? – LadyDevimon pergunta.
- Sim – Aquino responde – É nossa única chance de fazer algo. Cada um coloque seu digivice junto a seu brasão. Lillymon, Antylamon façam também.
Todos acenam com a cabeça e colocam seus digivices junto a seus símbolos gravados na mesa. Assim que os dez digivices são colocados eles começam a brilhar e a soltar muita energia. Cada um cria um pilar de luz que sobe até a altura das colunas em volta do local, um grande círculo se forma sobre eles.
- Deu certo? – Leona pergunta confusa.
- Sim, muito certo – Uma voz sombria surge do outro lado do templo.
Myotismon e Lucemon caminham na direção do grupo.
- Seu plano já era! – Aquino fala confiante – Nós selamos os portais, não há como ir para o Mundo Real agora.
- Tolinhos – Lucemon fala com um leve sorriso no rosto – vocês acreditaram nas palavras de Devimon? Ele mentiu para vocês. Até o último momento se sacrificando pela Tríade.
- E Matadormon? – Oliver pergunta irritado.
- Ele não sabia de nada – Myotismon fala rindo – Ele era irritante demais na verdade, obrigado por se livrarem dele.
- Mas então o que é isso? – Gabriel pergunta olhando para o grande círculo acima deles.
- Isso é o portal para o Mundo Real que vocês acabaram de abrir – Lucemon responde com seu sorriso gentil.
- Para isso precisávamos de vocês vivos – Myotismon fala – somente os Destinados podem abrir um portal entre os mundos, e claro YggDrasil também, mas ela não está disponível no momento.
- Então o que pretendem? – Ana pergunta – Nos derrotar e ir para o Mundo Real?
- Não – Lucemon responde – Mesmo se matarmos alguns de vocês, ainda restarão alguns que insistem em sobreviver e iriam nos seguir até o Mundo Real. Na verdade, nós planejamos levar vocês com a gente, assim vocês não vão nos dar tanto trabalho.
- Só que vocês não vão se lembrar de nada – Myotismon fala e tira de dentro da sua capa um objeto dourado em formato oval – Esse é um digimental da memória. Ele rouba memórias de qualquer ser, mesmo assim elas podem voltar por algum motivo, mas assim que irmos para o Mundo Real vai ser difícil vocês sobreviverem por tempo o suficiente para lembrarem de algo.
- Um objeto semelhante a esse já foi usado com vocês antes – Lucemon fala – mas agora vocês não vão se lembrar de nada do que passaram aqui, nem da primeira vez, nem que conhecem uns aos outros, vocês serão simples humanos.
- E pensa que vamos deixar? – Aquino pergunta com raiva.
- Vocês não têm escolha – Myotismon fala e aperta em algo no objeto.
Uma luz forte sai do digimental e envolve os Destinados, aos poucos eles vão caindo desacordados, os digimons regredindo até a fase Rookie. Aquino luta contra o poder do digimental e Lucemon se aproxima dele.
- Você é forte meu caro Lucas, mas eu sou mais. Desista, pois seu mundo agora é nosso.
Aquino cai desacordado, enquanto a Tríade se prepara para dominar o Mundo Real.
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