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História Digimon: Two Digital Worlds - Ben, Yerik e Zeki: bem-vindos ao Digimundo!


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 4 - Ben, Yerik e Zeki: bem-vindos ao Digimundo!


Fanfic / Fanfiction Digimon: Two Digital Worlds - Ben, Yerik e Zeki: bem-vindos ao Digimundo!

Aqui a história irá mostrar como, exatamente, Ben, Yerik e Zeki encontraram seus Digivices e chegaram no Digimundo, onde conheceram todo o restante e seus digimons. Há um pouco mais de um mês atrás, nos Estados Unidos, na Califórnia, em um dia ensolarado e quente Ben acordou cedo, como costumava, vestiu sua roupa favorita e, quando abriu sua gaveta para pegar suas meias, ficou confuso ao encontrar um dispositivo estranho, seu Digivice, ali.

- Ué... O que é isso? Eu nunca vi essa coisa antes...ainda mais aqui dentro. – Disse Ben, pegando o Digivice e o olhando de todos os ângulos, confuso.

- Ben! Está demorando por que? Desça aqui logo, temos de deixar a padaria pronta para os clientes!

- Ah, já estou indo pai! – Disse Ben, guardando o Digivice em seu bolso, apressado e vestindo suas meias e seu sapato logo em seguida.

Benjamin saiu de seu quarto e, com muita pressa, desceu as escadas de sua casa e chegou na padaria de sua família, que ficava na parte debaixo do andar superior de sua casa. O garoto logo começou a limpar o estabelecimento e a organizar as estantes e o balcão, arrumando os doces e os pães que seu pai fazia.

- Bom, mas logo os clientes vão chegar. Filho, me ajude aqui a tirar esses pães do forno e a coloca-los no balcão, por favor. – Disse o pai do garoto, suspirando.

- Certo! – Disse Ben, sorrindo. – Tenho que fazer os sanduiches e alguns bolos também, esses últimos foram encomendas.

Ben lavou as mãos e vestiu um avental branco, cobriu seus cabelos com uma toca e então ajudou seu pai a tirar todos os pães, quentinhos, do forno; após arrumar todos no balcão, o rapaz foi para a cozinha e começou a preparar os sanduiches e os doces. Logo as pessoas começaram a chegar e Ben e seu pai tiveram um dia bem trabalhoso na padaria, como sempre; após a hora do almoço, Ben tirou seu avental e toca e começou a subir as escadas.

- Não vai almoçar? Estou para fazer alguma coisa agora... – Disse seu pai.

- Ah, eu não estou com fome agora! Vou pegar minhas coisas e então vou pra escola, lá eu compro alguma coisa. – Disse Ben, sem graça. – Não se preocupe comigo pai.

- Certo... Eu vou visitar sua mãe no hospital no período da tarde, e acho que vou ter que voltar logo para fazer as encomendas de amanhã... – Disse o senhor, aparentemente desanimado.

- Eu volto sozinho, pode deixar. Planejo ir ver a mamãe amanhã, que é sábado, mas mande um beijo pra ela por mim! – Disse Ben, que subiu apressado logo em seguida.

Ben voltou para o seu quarto e imediatamente sentou na cama e tirou seu Digivice do bolso.

- Hum...será que isso é algum brinquedo meu antigo? Tenho a leve impressão de já ter visto em algum lugar... – Disse Ben, pensativo.

O rapaz tentou apertar os botões do dispositivo para tentar liga-lo, mas nada acontecia.

- Não liga... Parece que está quebrado. – Disse Ben, suspirando. – Bom, isso até que é maneiro, acho que vou usar de acessório. Agora tenho que ir para a escola!

Ben guardou de novo o Digivice em seu bolso, dessa vez o prendendo e o deixando à mostra, pegou sua mochila, seu celular e suas chaves, então ele desceu outra vez e foi até a porta da frente.

- Estou indo! – Disse Ben, acenando para o pai.

- Certo, tome cuidado na volta para casa e estude bem. – Disse o pai do rapaz, sorrindo gentilmente.

Assim ele foi para sua escola, que estava perto de entrar nas férias de verão, e passou a tarde inteira até o início da noite lá. Depois de voltar para casa, Ben encontrou seu pai sentado na cama de seu quarto, ele parecia bem preocupado.

- O que aconteceu pai? – Perguntou Ben, preocupado.

- Ah filho... Estava te esperando, preciso conversar com você. – Disse o senhor, fazendo um sinal para que Ben sentasse ao seu lado.

- ...Aconteceu alguma coisa com a mamãe? – Disse Ben, receoso e já ao lado de seu pai.

- Não, não, ela não... Enfim, ela está do mesmo jeito, mas os médicos falaram que o estado de estabilidade dela não é para sempre... Ela precisa de um transplante de rim logo, se não ela vai... – Disse o pai, tentando se manter firme.

- Mas estamos na fila desde que ela foi internada... Não apareceu nenhum rim pra ela!? – Disse Ben, preocupado. – Eu devia fazer isso de uma vez, ninguém precisa de dois mesmo...

- Você não pode e já sabe. É muito jovem para isso, e eu sou incompatível... Não tem ninguém da família dela mais entre nós, então temos mesmo que esperar na fila... – Disse o homem, colocando as mãos no rosto. – Eu...acredito que alguém vai aparecer, e tenho certeza que sua mãe vai aguentar até lá, ela é forte.

- É...eu sei. – Disse Ben, suspirando.

- Mas eu estou muito preocupado com o custo dessa cirurgia... Ela é muito cara e tenho medo de não ter o suficiente para pagar quando o rim novo aparecer! Se eu não conseguir...então sua mãe pode não sobreviver por minha culpa...

- N-não diga isso! Não poderia ser sua culpa pai! – Disse Ben, nervoso. – Só precisamos conseguir mais dinheiro... Eu posso trabalhar mais junto com você! Semana que vem eu vou entrar de férias da escola, então vou me esforçar muito! Vamos conseguir!

- Ben...era isso que ia te pedir, mas sou um péssimo pai por isso... Você é uma criança e deveria brincar nas férias de verão com os amigos, mas...eu preciso de ajuda. – Disse o pai, com os olhos lacrimejados.

- Você não é um péssimo pai, eu te amo e vou te ajudar! – Disse Ben, abraçando o pai, que retribuiu o gesto com muita emoção. – Vamos ajudar a mamãe a melhorar!

Então, passando-se os dias e as semanas, em um fim de tarde bem quente Ben já estava de férias, ele havia já trabalhado muito com seu pai até aquele dia, fazendo mais encomendas e as entregando pessoalmente, além de ter começado a fazer uns bicos para os seus vizinhos. Ben deveria entregar uma encomenda grande de sanduiches, salgados e poucos doces, ele colocou tudo na mochila quadrada de entrega dele, colocou ela nas costas e partiu da padaria para fazer a entrega.

- Ufa, agora preciso checar onde fica o endereço de novo. – Disse Ben, que pegou seu celular e acessou a internet por ele, para pesquisar o endereço que seu cliente havia lhe dado por telefone.

Porém, no mesmo instante, o Digivice no bolso de Ben começou a emitir um brilho forte e isso assustou o rapaz, que pegou o dispositivo na hora; o celular dele também começou a brilha e, então, ele desapareceu da cidade: sentiu como se estivesse caindo de um precipício e, depois de um tempo desmaiado, ele acordou no Digimundo, na floresta da Ilha Arquivo. Quando começava a acordar, Ben percebeu que sua mochila estava caída no chão, ao seu lado, e uma criatura redonda e rosada tentava abri-la devagar.

- EI! NÃO MEXE AÍ! – Gritou Ben, instintivamente e se sentando logo, assustando o digimon.

Ao perceber que estava em um tipo de floresta, Ben ficou apreensivo e começou a olhar para todos os lados, ficando ainda mais nervoso ao não reconhecer aquela vegetação.

- Onde diabos eu estou!? Como vim parar aqui!? – Disse Ben, confuso.

- Hum...você está bem, Ben? – Perguntou o digimon, timidamente.

Ben encarou a criatura a sua frente e só aí, depois de analisa-la com cuidado, percebeu que era bem bizarro e havia acabado de falar.

- AAAHHHH! – Gritou Ben, assustado. – O que é você!? Está falando!

-Eu sou um digimon e-

- Sai daqui! Não quero ouvir mais nada! – Disse Ben, pegando a mochila que estava no chão rapidamente e se levantando, se afastando devagar do digimon.

- Me deixa falar Ben! Eu vou-

- Não diz meu nome! Isso é loucura! Sai de perto de mim! – Interrompeu Ben, assustado.

Foi assim, depois, que os dois se conheceram e encontraram K e Koromon; agora, há três semanas atrás, na Rússia, na cidade de Sarov em um dia nublado de tarde, Yerik estava no seu quarto, de frente para seu poderoso computador, com três monitores, digitando sem parar e sem tirar os olhos das telas. Yerik, em certo momento, parou o que estava fazendo, suspirou e se espreguiçou.

- Consegui...foi complicado, mas deu pra hackear o sistema de segurança digital da Alemanha, foi mais difícil do que o dos Estados Unidos, mas nada que eu não conseguisse fazer. – Disse Yerik, se debruçando na cadeira. – Acho vou tomar um banho agora...fiquei quase o dia todo nisso.

Yerik se levantou e foi até seu guarda roupa para pegar uma roupa diferente e, quando estava prestes a fecha-lo, encontrou seu Digivice entre suas camisas e achou muito estranho e curioso.

- Como isso está aqui? E o que é isso afinal? – Disse Yerik, pegando o dispositivo nas mãos e o observando com cuidado. – Hum...não tem nenhuma entrada de cartão de memória, ou SIM e nem mesmo entrada para carregador ou qualquer coisa parecida... Tem uma tela e uns botões, mas não é um celular definitivamente.

O rapaz tentou apertar os botões, mas o dispositivo não reagiu, isso fez com que ele ficasse mais intrigado ainda. Yerik desistiu de seu banho e voltou para sua mesa, onde estava seus monitores e toda sua bagunça digital, e decidiu estudar o Digivice direito. Ele tentou abrir o Digivice, mas nenhuma ferramenta que ele tinha fazia um arranhão sequer, tentou também desferir alguns choques leves e jogar na água, mas nenhuma mudança ocorreu.

- Interessante...nada acontece, nem mesmo parece quebrar. Então ou já está quebra ou está desativado... Prefiro acreditar na segunda teoria, mas o que pode ativa-lo? – Disse Yerik, pensativo. – E ainda...como eu não vi isso antes aqui no meu quarto? Não...eu tenho certeza que isso nunca esteve aqui antes, mas então isso apareceu do nada? Muito estranho...

Duas batidas na porta do quarto de Yerik assustaram o rapaz, ele, de má vontade, deixou o Digivice na mesa e foi até a porta, abrindo só uma fresta: do outro lado estava uma mulher, ela aparentava ser um pouco velha, mas era bonita.

- O que você quer? Já disse muitas vezes para não vir no meu quarto. – Disse Yerik, sério.

- Yerik...eu sei que não gosta muito de mim, mas você já está trancado nesse quarto por muito tempo! Desde que eu comecei a construir uma vida com seu pai e vim para cá, você não tem mais saído daí! São poucas as vezes que vejo você fora desse quarto e quando o faz nem olha para seu pai e nem pra mim, muito menos conversa! – Disse a mulher, preocupada.

- ...E o que tem isso? – Disse Yerik, desviando o olhar.

- Eu posso aceitar que não fale comigo..., mas com seu pai não! Ele te ama e está muito preocupado com você! Ele está chateado com o que você tem feito... Não foi mais para a escola, não fala com ninguém mais, só fica nessa internet e está arrumando problemas com ela! – Continuou ela. – A polícia já veio aqui algumas vezes e quase te levaram por invadir sites importantes!

- Eu não preciso ir para a escola mais, já sou muito inteligente, e mexer com tecnologia é o meu forte, gosto de hackear coisas para me divertir e testar minha habilidade. Mas você e ele não me entendem... – Disse Yerik, nervoso. – Aquele cara não está preocupado comigo, ele já desistiu de mim faz tempo... Ele não me ama e nunca amou ninguém, nem minha mãe de verdade! Se veio aqui só pra dizer esse discurso pode ir embora, eu estou ocupado!

- Sei que esses últimos tempos têm sido difíceis para você..., mas eu quero te ajudar! Me deixa tentar me aproximar de você, quem sabe um dia podemos ser uma família...

- Não vai acontecer! Não tenho mais família...e você não é minha mãe para tentar me ajudar, agora vai embora! – Disse Yerik, que fechou a porta com força no mesmo instante.

A mulher ficou em silêncio por um tempo, ainda de frente para a porta do quarto do garoto, e Yerik estava encostado na porta e de olhos fechados.

- ...Eu...vou trazer o jantar aqui depois, vou deixar na porta então não precisa mais fazer o “sacrifício” de descer... – Disse, por fim, ela se afastando da porta logo em seguida.

- Mas que droga isso... Só quero ficar em paz... – Disse Yerik, suspirando e passando a mão em seu cabelo bagunçado. – Bom, vou continuar mexendo nesse dispositivo para ocupar a cabeça...

Yerik passou dois dias inteiros analisando o Digivice e, em certo momento, ele resolveu pesquisar na internet e descobriu sobre o desenho antigo Digimon e o jogo de cartas de mesmo nome.

- Sério? Isso é de um jogo e um desenho infantil? – Disse Yerik, decepcionado. – Digivice, digimons e blá blá blá... Não me admira que não ligue, é inútil. Mas ainda sim...eu não lembro de ter comprado ou ganhado isso na vida, eu nem havia ouvido falar desse jogo de cartas e do desenho. Isso ainda é estranho, mas eu me desanimei... Vou colocar ele pra vender na internet como item de colecionador por um preço bem alto, sempre tem um idiota disposto a comprar essas coisas.

Então ele fez isso e demorou mais uns dias para um comprador surgir, um dia, quando Yerik estava para fechar negócio, o Digivice emitiu uma luz incandescente, assim como seus monitores, ele então sumiu de seu quarto e desmaiou. Após algum tempo ele acordou no meio da floresta da Ilha Arquivo, no Digimundo, Yerik ficou confuso com o que aconteceu e mais ainda por observar que estava em uma selva estranha.

- O que aconteceu comigo!? Isso...brilhou e... – Disse Yerik, confuso e olhando o Digivice em sua mão. – Será que isso aqui me trouxe para cá? Mas como...

- Ei, você não está machucado né?

Yerik olhou assustado para um arbusto e avistou uma criatura laranja, que tentava se esconder entre as folhas, e que não parava de olhar para o rapaz. Yerik ficou um pouco perplexo quando viu o digimon, ele tinha receio de que ele podia ser perigoso.

- Estou bem... – Respondeu Yerik, desconfiado. – O que é você?

- Isso é um alivio... Fiquei preocupado quando vi você desmaiado aqui Yerik. – Disse o digimon, aliviado. – Eu sou um digimon, meu nome é Tsunomon.

- Como sabe meu nome? Vem aqui e fale direito comigo, é desconfortável conversar com você escondido aí. – Disse Yerik, surpreso.

Tsunomon apareceu completamente e se aproximou de Yerik, que se agachou para conversar melhor com o digimon.

- Não sei dizer como eu sei... Eu apenas sei o seu nome. O céu brilhou muito forte e eu fiquei um pouco assustado, então ouvi um estrondo e você estava desmaiado aqui. – Disse Tsunomon, sério. – Tentei te chamar, mas você não respondia...

- Hum...entendi, o céu é? – Disse Yerik, olhando para o céu e se surpreendendo com o que viu. – Ei, ei...são dados e códigos digitais lá em cima! Praticamente uma rede... Não, tem umas diferenças da que eu estou acostumado, mas mesmo assim...é muito interessante.

- O céu sempre foi assim aqui. Esse é o Digimundo, e estamos agora na floresta da Ilha Arquivo. – Disse Tsunomon, olhando o céu também.

- Você...disse que é um digimon? E isso é o Digimundo..., então o que? Eu entrei em um desenho japonês antigo? – Disse Yerik, coçando a cabeça. – Só pode ser piada...

- Hum...eu não sei do que está falando, mas aqui é o meu lar e onde sempre vivi. Estranho aqui é você aparecer Yerik. – Disse Tsunomon.

- Há há há! Bingo, você tem um ponto. – Disse Yerik, rindo. – Isso não é um sonho com certeza...afinal eu estou sentindo a brisa, o cheiro da floresta e essa grama aqui...e...

Yerik encostou em Tsunomon, fazendo carinho no digimon, que ficou muito envergonhado e não conseguiu se mover.

- Você é peludo e bem real, não entendo como e porquê, mas estou mesmo nesse lugar estranho...e tudo graças a esse aparelho, imagino. – Disse Yerik, olhando para seu Digivice. – Vai ser complicado, mas vou descobrir o que está havendo aqui. O passo número um é...

O menino mexeu no bolso de sua calça e ficou aliviado em saber que estava com seu celular, ele começou a mexer no aparelho e tentou acessar a internet; Tsunomon ficou curioso e se moveu para perto de Yerik para observar. Yerik tentou acessar a rede que conhecia, mas o celular estava sem sinal e nada abria, e os aplicativos que abriam pareciam travados, sem nenhuma mudança desde a última vez que olhou.

- Como esperava...aqui não funciona, é como se existisse um campo magnético aqui ou...uma rede completamente diferente, acredito na segunda teoria, mas não completamente. – Disse Yerik, sério.

- Por que? – Perguntou Tsunomon.

- É que eu não acredito que a rede que existe aqui é muito diferente da que eu conheço, se o código for como o que está lá em cima...então as duas redes têm muitas semelhanças. – Explicou Yerik, olhando para o digimon, que prestava muita atenção. – Isso significa que eu posso entrar nela se eu me esforçar mais um pouquinho.

Yerik, então, passou alguns minutos a mais mexendo no celular, digitando códigos, senhas e entre outras coisas tecnológicas e hackers, no fim ele conseguiu se conectar com a rede do Digimundo, ele não entendia muito bem todos os códigos, mas ao menos agora ele conseguia usar o celular dele normalmente.

- Pronto, estou dentro. – Disse Yerik, suspirando. – Que complicado, essa rede é muito estranha...nunca vi nada parecido.

- Uau... Você é incrível Yerik! É muito inteligente! – Disse Tsunomon, admirado.

O jovem ficou surpreso com o elogio de Tsunomon e, sinceramente, contente.

- Obrigado, isso é o que sei fazer de melhor... – Disse Yerik, levemente envergonhado.

O celular de Yerik apitou uma vez, em seguida o Digivice apitou sem parar e na tela mostrava um ponto branco se movendo rapidamente.

- Que barulho é esse? – Disse Tsunomon, confuso.

- Isso aqui está recebendo um sinal? Se surgiu de repente pode ser que ele seja acionado por proximidade, deve ter um raio onde ele pode cobrir e captar um sinal, mas não sei chutar o alcance... – Disse Yerik, olhando pensativo para seu Digivice que, após o ponto sumir de vista na tela, ele parou de apitar. – Agora parou. Hum...meu celular reagiu também, então pode ser...

- Pode ser o que? – Perguntou Tsunomon, curioso.

- Meu celular tem um dispositivo instalado que consegue reconhecer o sinal de outro aparelho em um determinado alcance, em uma área bem grande, então se isso apitou quer dizer que tem outra pessoa aqui com um celular ou outra coisa parecida... – Disse Yerik, voltando a mexer em seu celular. – Esse aparelho reagiu quase que da mesma forma, mas mais como um radar. Sorte minha que sou inteligente e fiz com que esse meu dispositivo no celular me permitisse acessar o aparelho de quem peguei o sinal.

- Caramba! Você é mesmo incrível! – Disse Tsunomon, espantado.

- Droga, a rede daqui está me impedindo de acessar as informações do celular que peguei o sinal... Eu posso conseguir passar por isso, mas tenho uma ideia melhor. – Disse Yerik, se levantando. – Se tem mais gente aqui além de mim, significa que eles podem estar na mesma situação que eu e acho que eles não vão gostar se eu invadir o celular deles sem pedir primeiro...

- Oh, entendi...isso seria ruim. – Disse Tsunomon, pensativo.

- Não é por ser educado nem nada, mas seria muita idiotice minha fazer dos meus, provavelmente, únicos aliados aqui inimigos... Antes de qualquer coisa tenho que saber se eu estou certo, se sim vou falar com as pessoas que achar, juntar informações e pensar em algum plano depois. – Disse Yerik, coçando a cabeça.

- Vai usar esse seu...hum...celular e esse outro dispositivo para isso, né? – Disse Tsunomon, olhando para o celular e o Digivice nas mãos do rapaz.

- Exato, mas não posso fazer muita coisa parado aqui. Vou andar pelo lugar com o meu celular ligado, esperando que ele capte mais algum sinal aqui, e vou aproveitar o modo radar desse dispositivo para seguir o que achar e ver no que pode dar. – Explicou Yerik, sério. – Você...quer vir comigo Tsunomon? Você é bem interessante, eu gostaria de analisar você melhor.

- Claro que quero ir! Eu também achei o Yerik muito interessante, e quero aprender mais coisas incríveis com você! – Disse Tsunomon, contente.

- Certo...então vamos andando, essa confusão toda está sendo mais divertida do que pensei no começo. – Disse Yerik, sorrindo e começando a andar pela floresta, acompanhado de Tsunomon.

Algum tempo depois, Yerik e Tsunomon andaram bastante pela floresta e acabaram captando alguns sinais de celular, graças ao Digivice ele e seu digimon seguiram os sinais e encontraram todos na campina, depois da floresta. E agora, há um mês atrás, na Síria, na cidade em conflito interno de Homs, estava uma tarde nublada e, infelizmente, como era já rotineiro havia muitos prédios e casas destruídos, destroços por muitas ruas e podia-se ouvir pessoas gritando e homens armados fortemente correndo pelo lugar, tiros e bombas eram constantes nas redondezas, assim como seus sons para a população. Zeki estava escondido dentro de uma, antes da destruição, loja e estava atento para o movimento da rua, o rapaz estava com duas crianças atrás de si, assim como uma mulher e um idoso.

- Não vejo nenhum movimento por aqui... Parece seguro, venham atrás de mim, mas com muito cuidado e silêncio. – Sussurrou Zeki, sem tirar os olhos das ruas.

As crianças estavam quietas, ambas estavam bastante sujas e com alguns ferimentos, a mulher assentiu em silêncio e o idoso, que parecia bem cansado e mais ferido, fez o mesmo. Zeki avançou rapidamente, e com cuidado, pela rua e passou para outra ruina, se escondendo novamente e fazendo um sinal para que as pessoas feridas o seguissem. Feito isso, Zeki e os feridos continuaram seguindo desse jeito até se afastarem do centro da cidade, ali o rapaz se ergueu e começou a correr até um tipo de cerca que havia lá.

- Vamos atravessar isso, fiz um buraco por aqui e vocês podem passar por ele. – Disse Zeki, retirando uma lona camuflada, cheia de areia e pedras, de cima de um buraco que havia feito na base da cerca. – Passem logo, depois daqui vamos estar perto do ponto de travessia.

A mulher foi a primeira a passar, depois as duas crianças, o idoso e por fim Zeki; eles seguiram correndo até avistarem um carro militar com alguns homens armados, um deles acenou para Zeki, e o rapaz suspirou aborrecido, pois eram rebeldes e ele não queria se envolver em nenhum lado do conflito de seu lar.

- Você outra vez garoto, não sei dizer se é muito sortudo por estar vivo ainda fazendo o que faz ou idiota só. – Disse o homem, suspirando. – Conseguiu salvar só esse pessoal?

- ...Só pude trazer esses, mas deixei outro grupo escondido. Vou voltar depois para busca-los. Agora deixe a gente seguir, estamos perto do ponto de travessia e não quero passar por nenhum problema até lá. – Disse Zeki, sério.

- Devia parar com isso. Olha...sei que não quer ser um de nós e participar disso, eu entendo, afinal você é uma criança ainda, mas se arriscar todo dia para tirar os civis daqui e das cidades em conflito é muita loucura. – Disse o homem, sério. – Não só pode acabar morrendo, como também pode acabar provocando a morte de mais pessoas.

- E o que eu faço!? Só deixo todo mundo no fogo cruzado e vou fugir!? Vocês mesmo que tem como lutar não ajudam ninguém, só matam mais gente e destroem tudo! – Disse Zeki, nervoso. – Só tem uma coisa que quero fazer agora...e é tentar tirar todos dessa bagunça com vida!

- Mesmo que consiga não vai resolver nada, depois que saírem daqui eles não tem para onde ir. Nenhum país aceita mais pessoas como nós, estão expulsando nossa gente e deixando todos a própria sorte, acho que é bem pior do que o que estamos fazendo aqui. – Retrucou o soldado.

- Não fale assim! O importante é que todos saiam daqui, pelo menos até essa guerra acabar, aí todos podem voltar para casa! – Disse Zeki, preocupado com as pessoas ao seu lado, que pareciam nervosas.

- Há há há...você é criança mesmo por achar que essa luta vai acabar, já estamos anos nessa luta e as coisas só pioram mais! Se pensa bonito assim, então porque não sai daqui e se junta a sua família que foi embora? – Disse o homem, levemente nervoso. – Assim você pode voltar com eles quando esse dia chegar...que acho que vai ser no fim do mundo só.

Antes que Zeki pudesse retrucar, os outros soldados que estavam ali se abaixaram e um dispositivo redondo foi jogando bem na frente deles, o rapaz e o soldado ficaram assustados.

- GRANADA! – Gritou o soldado, que jogou Zeki no chão, atrás do carro e fez o mesmo com as pessoas feridas, indo ao chão depois.

A explosão foi muito forte e, por consequência, o carro ficou totalmente destruído e foi jogado longe; muita poeira foi levantada e muitas pedras estavam caindo do céu por causa da força da granada. As pessoas que acompanhavam Zeki estavam apavoradas, todas deitadas no chão, e as crianças gritavam sem parar; o rapaz ergueu a cabeça para ver o que estava acontecendo e viu os soldados avançando e começando a atirar.

- DROGA! Nos acharam! Garoto, corra com essas pessoas para a fronteira! Tem um barco quase cheio e pronto para partir, vá logo antes que os inimigos cheguem perto! – Disse o soldado, fazendo Zeki se levantar e carregando sua arma.

- SIM! – Disse Zeki, que logo fez os feridos se levantarem, segurou uma das crianças que estava em choque no colo, e começou a correr para o lado oposto da confusão, seguido pelas pessoas feridas.

Depois dessa confusão, Zeki conseguiu levar os feridos até o ponto de travessia onde estava um barco muito cheio de gente, já na água e prestes a partir. O rapaz fez um sinal para que segurassem o barco mais uns segundos e, então, começou a colocar todos a bordo.

- Meu jovem, espere... Venha conosco! Sua família está pelo mundo em algum lugar...certo? Pare de se arriscar assim e volte para eles, você já fez muito! – Disse a mulher ferida, finalmente, segurando a mão de Zeki e com os olhos marejados. – Você é só um pouco mais velho que essas crianças aqui...

- Obrigado pela preocupação..., mas eu não sei para onde minha mãe e meus irmãos foram, não tenho notícias desde que eles partiram em um barco como esse... Eles podem não ter conseguido... – Disse Zeki, tristemente. – Eu prefiro fazer algo de importante e tentar salvar o máximo de pessoas que eu puder, além disso aqui é a minha casa...e eu não consigo abandonar. Desejo sorte para você e todos aí, um dia vamos nos ver de novo por aqui!

- Obrigado...muito obrigado... – Disse o idoso, chorando bastante.

O barco começou a partir, todos lá acenaram e desejaram muita sorte para Zeki, então após as pessoas sumirem no horizonte, o rapaz suspirou e se sentou no chão, exausto.

- Consegui...agora espero que eles cheguem bem em algum lugar... Vou descansar um pouco e depois vou voltar para lá, preciso pensar em um lugar diferente para passar pela cerca, vai ser perigoso seguir o mesmo caminho. – Disse Zeki, pegando sua mochila de suas costas e abrindo, retirando dela uma garrafa de água e uma barra de cereal.

Após se hidratar e comer um pouco, Zeki pegou seu celular de sua mochila e ficou intrigado ao ver que algo estranho estava dentro dela também, embaixo de suas coisas. Zeki deixou seu celular de lado e pegou o seu Digivice do fundo da mochila, e o olhou muito confuso.

- O que é isso afinal? Nunca vi isso antes e não lembro de ter pego isso por aí... – Disse Zeki, olhando o Digivice de cima a baixo. – Ah, droga...será que é alguma escuta ou arma do inimigo!?

Zeki jogou o objeto no chão, assustado, e ficou o observando de longe por um tempo, esperando que alguma coisa acontecesse, mas nada aconteceu.

- Hum...não explodiu e também não fez barulho nenhum, acho que não é nada demais..., mas ainda assim...como isso está na minha mochila? Além disso eu joguei no chão, mas continua inteirinho... – Disse Zeki, pegando o Digivice do chão, confuso. – Enfim, não tenho tempo de ligar para isso agora... Vou guardar isso e tentar vender em troca de algum suprimento ou remédio, quando eu precisar, meu estoque não deve durar para sempre.

O rapaz guardou seu Digivice de volta na mochila e partiu para sua cidade novamente, assim, um mês depois, Zeki estava correndo pela cidade destruída, fugindo dos soldados inimigos que o haviam avistado, e pretendia chegar a um lugar onde ficou sabendo que estavam muitos civis escondidos, mas ele não esperava que os inimigos estivessem de olho nas redondezas e acabou sendo visto.

- Isso é péssimo... Eu fui muito descuidado, que imbecil! – Disse Zeki, ofegante e se escondendo atrás de uma casa destruída. – Como vou fazer agora!? Se eu chegar perto do lugar que descobri...as pessoas podem morrer, mas não tenho como lutar contra eles também! Droga!

Zeki ouviu muitos tiros perto de si e se abaixou mais ainda, colocando suas mãos nos ouvidos, para proteger sua audição; os inimigos estavam muito perto dele e se espalharam por quase todos os lugares. O jovem decidiu mudar de lugar e correu para um buraco em outra ruina, que parecia ter sido feito por uma bomba, e se apressou em abrir sua mochila e pegando seu celular de lá, com a pressa seu Digivice acabou caindo em seu colo sem ele perceber.

- Vai...vai...vai! Preciso de uma rota de fuga ou algum lugar para onde eu possa ir e me esconder! – Disse Zeki, nervoso e acessando a internet de seu celular, buscando no aplicativo de mapa e GPS um caminho para seguir.

- ACHO QUE VI O GAROTO! ESTÁ PARA LÁ!

Os soldados inimigos começaram a se juntar e a se aproximar do lugar onde Zeki estava escondido, o rapaz ficou assustado e não sabia o que fazer; no mesmo instante o seu Digivice começou a brilhar forte, assim como seu celular, assim ele desapareceu de lá e foi parar no Digimundo, inconsciente. Após algum tempo Zeki começou a acordar, ele abriu os olhos e viu uma criatura roxa na frente de seu rosto, ele parecia muito preocupado.

- Zeki! Acorda! Por favor! – Disse o digimon, preocupado.

Assustado, ele levantou seu corpo muito rápido e se sentou no chão, começando a olhar para todos os lados.

- Mas...onde estou!? O que aconteceu comigo!? Cadê...aqueles caras!? – Disse Zeki, nervoso e confuso.

- Você acordou! Ainda bem! Zeki, você está bem? – Disse o digimon, contente.

- ...Eu estou, acho..., mas o que é você? Que lugar é esse e como vim parar aqui? – Disse Zeki, se acalmando aos poucos.

- Me chamo Dorimon, estou muito feliz em te conhecer! Eu sou um digimon e aqui é o Digimundo, mas não sei como você chegou aqui... Só me lembro de ver o céu brilhar forte, depois um barulho e então você estava aqui desmaiado. – Disse Dorimon, contente. – Fiquei preocupado quando te vi assim, mas que bom que você está bem Zeki!

- Hum...isso aqui brilhou também quando eu apaguei, assim como meu celular... – Disse Zeki, olhando para seu Digivice e seu celular, guardando este na mochila em seguida. – Digimundo e digimon...que tipo de lugar eu vim parar? Bom...Dorimon, como você sabe meu nome? Eu tenho a leve impressão te já ter te visto antes, mas devo estar errado...

- Sinto o mesmo, mas...eu não sei. Eu só sei que sei o nome do Zeki! E estou muito feliz! Vamos ser amigos! – Disse Dorimon.

- Parece que está tão perdido quanto eu... – Disse Zeki, coçando a cabeça e suspirando. – De toda forma eu estou definitivamente fora de casa, agora preciso andar por aí e ver o que encontro. Só espero que esse lugar não seja tão perigoso quanto o lugar em que vivo...

- Vai ficar tudo bem Zeki! Eu vou com você! – Disse Dorimon, determinado.

- Você vem? Bom, tudo bem por mim, mas é melhor tomarmos cuidado andando por aqui. Não quero mais emoções fortes hoje... – Disse Zeki, colocando seu Digivice no bolso e se levantando. – Vamos lá Dorimon?

- Sim, vamos lá! – Disse Dorimon, sorridente e acompanhando Zeki.

Algum tempo depois, esses dois acabaram se encontrando com Ben, K e seus digimons, em seguida ainda com todo o restante. Foi dessa maneira que Ben, Yerik e Zeki começaram a grande aventura de suas vidas e conheceram os digimons e o Digimundo. 



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