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História Dimitri the Barbarian. - Capítulo 17


Escrita por: Tetekah18

Notas do Autor


Mais um capítulo para vocês minhas raposas (e raposos?).  Estou soltando esse porque fiquei revoltada com uns negocios. Vou dar um tempo pra esfriar a cabeça e depois volto. Mas tenham a certeza, vou terminar a história que comecei.
Bem, demorei, mas cheguei. E estou aqui com a novidade incrível de que essa história ganhou um trailer fantástico. Sim, você leu certo. Tudo graças a ~yElisalp que se ofereceu. E raposas, como fiquei feliz... Está perfeito, confiram aqui nas notas finais:

Capítulo 17 - Capítulo 17


Fanfic / Fanfiction Dimitri the Barbarian. - Capítulo 17

 

-Apreciando a vida de casado?- Ivan me questiona enquanto guiamos algumas ovelhas a cavalos e com a ajuda de alguns cães. Poder montar em um deles era um verdadeiro luxo. Há dois verões passados conseguimos furtar de alguns saxões. Desde então, tentamos procriá-los como fazemos com o gado e tivemos resultados satisfatórios. Ivan sempre foi meu melhor amigo e braço direito. Fazemos parceria em nossos negócios, eu como chefe talvez não conseguisse sozinho.

-É bom ter alguém para esquentar a cama todos os dias.- ele ri da minha afirmação, mas não dou espaço para que diga nada. -E a sua?- desconversei.

-Karol está gravida outra vez.- diz com clara felicidade.

-Então desistiu das sementes.- falo rindo. Meu pai aprendeu uma técnica para não ter problemas com filhos bastardos. Não sei onde encontrou, mas trouxe uma uma fruta que se tirarmos suas sementes quando ainda estiver verde não nos permite engravidar mulher alguma.

-Ela me convenceu...- murmurou. Ele realmente ficou com medo depois de ver o sofrimento de minha irmã para ter Paul. -E você obrigatoriamente.- inverteu a situação rindo da minha cara. Apenas fiquei quieto. -Soube que algumas mulheres estão querendo ir no próximo saque?

-Sim...- suspiro. -Não há nada que impeça, mas nada que permita... Pensei em convocar uma reunião, porém logo Nathan mudaria seu foco para me cobrar ter filhos. Isso não é de uma hora pra outra.

-Não mesmo. Mas estão todos na expectativa para que tenha herdeiros.- comentou olhando o seguimentos das ovelhas.

-Espero que esse peso não recaia sobre Rose.- comento.

-Só vai depender dela agora.- afirma. -Ela parece saudável e apenas ela pode saber como levar em consideração o que falam.- apenas concordo em silêncio. -Fez bem em não fazer a reunião.- diz um tempo depois. -Muitos homens já voltaram para suas casas e estão se preparando para estocar alimentos nesse final do outono.

-Tem isso também.- levamos as ovelhas para outro pasto e percebo que o sol está alto. -Vou para casa comer e cuidar dos animais. Mais tarde tenho que ver o gado.

-Então nos vemos amanhã, fiquei de ajudar Karolina com a plantação. Mas o que acha de um treino amanhã?

-Ótima ideia e boa sorte!- disse antes de chamar os cães e direcionar o cavalo para o caminho de casa.

Liberei o cavalo dos equipamentos de montaria e o soltei na área cercada de trás da grande casa. Peguei um pote qualquer e enchi de água para pôr para os cachorros. Enquanto os dois bebiam, eu afagava seus pelos longos e macios em agradecimento ao trabalho com as ovelhas.

Senti a presença de alguém atrás de mim. Essa mesma pessoa se prostrou em pé ao meu lado. Olhei para cima e vi Rose me observando. Seus cabelos que mais pareciam negros, no sol, mostravam sua verdadeira natureza. O reflexo castanho de seus cachos presos em uma trança de lado. Desejei que estivesse com o cabelo solto, ficaria ainda mais bela. Porém, ver seus cabelos soltos seria minha exclusividade. Uma imagem que apenas eu veria desde o dia em que nos casamos, já que toda mulher casada deve prender os cabelos.

-Olena me pediu para que trouxesse a comida dos cachorros.- disse se agachando ao meu lado. Após nossa primeira noite juntos, Rose foi apresentada como minha esposa e senhora dessa casa. Mais dois dias de Frigga haviam passado, mas ela permanecia muito calada. Talvez pelo fato de que brigamos a maior parte do tempo após trocarmos algumas palavras.

-Obrigado.- agradeço enquanto pego a vasilha de suas mãos para dar aos cães que já a estavam farejando.

-Por que você sai apenas com esses dois?- pergunta após um momento enquanto observa os cães gulosos finalizando a refeição.

-Eles me ajudam com as ovelhas e o gado quando preciso. Os outros são para caça.- respondo a observando calmamente.

-Você não caça?- questiona voltando sua atenção a mim. Seus olhos profundos me olham com curiosidade.

-Caço, até mesmo gosto, mas não tenho mais tanto tempo como chefe.- ela apenas assente e se cala novamente. Eu não sei bem o que fazer para mudar isso, é realmente complicado arranjar um assunto quando a maioria morre com tamanha facilidade. Me levantei e estendi a mão para ajudá-la a levantar. -Vamos almoçar?

-Claro.- responde pegando minha mão e dando um fraco sorriso. A guio para casa com minha mão na base de sua coluna. Ela fica tensa todo o trajeto. Ela não havia se entregado por inteira, por mais prazer que eu pudesse proporcioná-la.

Comemos em silêncio na companhia de minha mãe. Quando terminei, levantei da mesa e beijei o topo da cabeça das duas. Andei até o pasto onde estava algumas cabeças de gado. Sentei em uma colina e descansei enquanto cuidava do gado.

Fiquei pensando em alguma maneira de me aproximar de Rose, mas nada me vinha à cabeça. Não havia muito que pensar. Com os negócios, estava progredindo. Como chefe, estava tudo em ordem mesmo com algumas mulheres instigando outras para ir aos saques.

Voltei para casa perto do anoitecer. Lavei-me e me sentei a mesa com Rose e minha mãe. O jantar logo foi servido.

-Como foi o dia, meu filho?- Olena decide puxar assunto depois de um tempo em silêncio.

-Foi bom. Ivan me ajudou pela manhã e combinamos um treinamento para amanhã.- respondo recebendo alguns olhares disfarçados de Rose.

-Você e Ivan sempre foram os melhores da geração de vocês.- minha mãe sorria condescendente. Me senti feliz pelo orgulho dela. Senti o olhar de Rose em mim, mas quando a olhei, a mesma desviou seu foco corando levemente. Não consegui distinguir sua expressão, fiquei em dúvida do que poderia ser o brilho que vi rapidamente em seu olhar.

-Karolina falou algo com a senhora?- desviei o rumo da conversa quando percebi que não teria mais ações de Rose.

-Ainda não, era para tê-la visitado hoje. Tentamos inclusive fazer uma sugestão da Rose para a plantação. Como vocês chamam lá mesmo? Esqueci a palavra...- a mais nova levantou o rosto um tanto surpresa antes de responder.

-Rotação de solos.

-E como funciona isso?- questionei curioso.

-Consiste em dividir a terra em pelo menos dois pedaços. Um se planta grãos, outro algo de interesse. A última porção de terra irá descansar. Na próxima plantação, se alterna o que planta em cada local da divisão. Até onde sei, deixava a produtividade mais alta.- disse um tanto desconfortável evitando me olhar a todo custo.

Um sentimento quente me invade o peito. Ela realmente está se preocupando com as coisas aqui? Pode parecer besteira, mas nem mesmo algumas mulheres daqui se preocupariam em ajudar nesse quesito tendo se casado com o chefe. Me surpreende despois de tudo o que ocorreu para ela chegar onde estamos, tudo o que eu e meu povo fez no saque... Apenas ressalta o seu, mesmo pequeno, tão importante gesto.

-Parece bom. Certamente dará resultados.- comentei sorrindo. Nossos olhos se prendem por um momento.

O jantar prosseguiu de forma agradável. Rose apenas falava quando necessário, mas já não estava tão fechada quanto antes. Fiz questão de pedir às duas que me acompanhassem em beber um pouco de vinho em frente ao fogo aceso na sala. Apreciamos o suave amargor do vinho tinto apenas ao som agradável da madeira queimando. Minha esposa permanecia distante mesmo sentada na cadeira ao meu lado, porém nossos olhos se encontrassem com frequência.

Subimos para os quartos. Sentei-me na beirada da cama e comecei a retirar minhas botas, colocando-as ao lado do meu baú. Rose ficou apenas com uma camisola e foi arrumar a cama com o cabelo solto. Me levantei e tirei minha túnica.

-Vo-você realmente confia em mim?- me questiona insegura olhando para o chão com a ponta da coberta na mão. -Confia que a plantação vai dar certo?

-Por que não? É a minha esposa e creio que está tentando fazer o melhor.- falo me aproximando calmamente enquanto ela me olhava um tanto surpresa. Acabo sorrindo calmamente quando minhas mãos tocam em seus ombros cobertos pelo tecido, sem impedir que o calor passe e se espalhe por mim.

Envolvo-a em meus braços. Ela apoia a cabeça em meu peito enquanto aprecio seu cheiro característico. Sinto os músculos dela relaxar. Minha guarda está baixa, mas é um sensação boa e não de impotência. Sinto como se a paz que ela me traz conseguisse aplacar todas as mágoas que tanto tentei enterrar. Desde que a encontrei algo mudou em mim e hoje percebo mais do que nunca que foi por causa dela. Penso que por maior que seja os problemas, tendo-a em meus braços, tudo se torna mínimo e suportável.

-É melhor deitarmos, você deve estar cansada.- comento quando percebo sua respiração se assemelhar a característica de quando dorme.

Nos deitamos lado a lado, puxo-a novamente para os meus braços. Ela não apresenta resistência, pelo contrário, segue meu impulso e se acomoda em meu peitoril. Fico afagando seu cabelo macio mesmo depois que ela adormece. Começo a pensar que escolher Rose como esposa foi a mais certa que fiz em minha vida. Nunca pensei que cumprir uma promessa fosse tão fácil quanto a que ela me pediu para não cometer bigamia, eu não sentia necessidade alguma de outra mulher. Essas semanas com ela, mesmo que em alguns dias não tenhamos feito algo mais, sinto-me satisfeito.

[...]

Acordo com Rose ainda deitada sobre mim. Afasto-a delicadamente e me levanto. Visto-me e me ajoelho ao lado da cama. A observo dormir por um tempo, beijo sua cabeça e desço para comer algo antes de mais um dia de trabalho. Fui até a casa de Ivan e minha irmã abriu a porta.

-Parabéns!- disse de imediato sorrindo.

-Ivan contou, não foi?- tentou parecer irritada enquanto sorria.

-Sim, e não se preocupe, não falei para a mãe.- disse a abraçando. Karol se afastou e ficou me olhando com ternura.

-Logo você terá os seus próprios filhos...- disse acariciando meu rosto com uma de suas mãos.

-Sim...- pude apenas afirmar antes de sermos interrompidos por Paul que estava alarmado.

-Tio! Vocês vão mesmo treinar? Posso ir com vocês?- vi Ivan respirar fundo logo atrás do menino.

-O que já conversamos Paul? Você praticamente vai ficar olhando o tempo todo e sua mãe vai precisar de ajuda aqui...

-Ivan, estou grávida, não aleijada!- minha irmã exclamou ofendida.

-E que mal tem ele ver?- começo. -É bom para aprender. Além do mais, posso ensinar algumas coisas a ele...- Paul está eufórico implorando com os olhos para o pai.

-Vali pegar sua adaga.- murmurou vencido. -Sabe quem iria querer algum filhote de gato? Essa ninhada nasceram mais que o esperado...

-Não reclame tanto, a Ketta faz o trabalho dela bem feito nessa casa.- comentou minha irmã se referindo a sua gata.

-Separe algum para mim.- disse pensando em presentear Rose com ele.

-É verdade, você precisa dar um a ela.- comentou. -Você sabe, a deusa Freyja...

-Sim, eu sei...- a interrompi. Era algo repetitivo, as esposas sempre ganham filhotes, sejam gatos ou cães. Freyja tem sua carruagem puxada por gatos e Frigga por cães. Porém, já há cães o bastante em casa e o essencial é que suas esposas tenham gatos e o de minha mãe morreu antes da temporada de saques. -É melhor já levá-lo, melhor não chegar em casa de mãos vazia.- digo rindo e Paul logo chega.

Ivan pegou um dos filhotes e deixou o filho cuidando enquanto treinávamos. Às vezes parávamos para ensinar ao menino um novo golpe, tanto na glímia quanto com espadas. Seu olhar fascinado e atenção a cada movimento sutil me faziam ter orgulho do meu sobrinho. Eu realmente espero ter um filho como ele. Poder ensiná-lo a arte da luta...

-Posso tentar algo com vocês?- me questionou o garoto enquanto estávamos sentados ao seu lado para um descanso.

-Tudo bem.- disse enquanto passava levemente os dedos na cabeça do filhote adormecido. Paul deixou o gatinho com o pai enquanto pegou a espada do mesmo para tentar treinar. Dei dicas enquanto lutávamos.

-Paul, faça a técnica e não apenas força.- Ivan gritou pela terceira vez e o menino perdeu a paciência. Seu ultimo golpe acabou cortando minha túnica e ferindo meu braço direito o qual empunhava a espada. O sangue começou a molhar o tecido azul escuro. O garoto ficou imóvel e pálido, olhando-me assustado.

-Me desculpe... Tio, não foi minha intenção... Eu só...

-Não se preocupe,- eu o interrompi e dei um pequeno sorriso. -foi um bom golpe. Apenas precisa trabalhar o controle nele.- olhei o corte em meu braço, estava ardendo, mas totalmente suportável. -Acho que já está na hora de forjar uma espada para ele.- disse rindo e olhei para Ivan que estava com uma cara fechada. -Paul, por que você não limpa a espada na grama e guarda na bainha?- ele logo foi fazer o que pedi, guardei a minha espada e fui pegar o filhote das mãos do meu amigo. -Tente não ser tão duro, sabe que está se esforçando. E olha como a espada é pesada demais para ele.- disse com o filhote nas mãos enquanto olhávamos para o garoto guardando a espada de um jeito estranho quase deitada que fazia pesar menos.

-Desculpe.- disse Ivan após respirar fundo. -Estou preocupado com a gravidez da Karol. Já soube que duas mulheres morreram no parto esse mês de Haustmánaðr¹.

-Não tem que se preocupar com isso, minha irmã é forte. E você devia pedir desculpa a outra pessoa.- disse quando Paul retornou. Me despedi e segui para casa com o gatinho em mãos.

Ao entrar na construção de pedra, apenas avistei uma serva. Mandei chamar minha esposa enquanto me sentava em minha cadeira em frente ao fogo com uma pequena bola de pelos no canto deitada.

-Mandou me chamar?- questiona.

-Sim.- respondo me levantando sem o animal.

-O que houve com seu braço?- pergunta em tom preocupado antes que eu prosseguisse. Me recordo do machucado enquanto ela marcha em minha direção. -Tire a túnica.- disse firme logo que tocou perto da ferida.

-Não é nada demais...- relutei inutilmente.

-Apenas tire a túnica e sente.- quase ordenou com o olhar afiado saindo do cômodo. Tirei o cinto e a vestimenta superior. Rose voltou com água e um tecido em mãos enquanto me sentava na ponta da cadeira. Ela molhou o pano e hesitou por um momento antes de limpar minha ferida. O tecido, mesmo um pouco áspero, tocou com leveza em minha ferida. Fiquei observando seu rosto com traços de preocupação. Quase sorri abertamente em ver todo seu cuidado comigo. Aquele sentimento quente voltou a me inundar.

-Você é teimosa, não é nada demais...- murmurei enquanto ela observava o ferimento já limpo.

-Se não é nada demais, por que não posso limpar?- perguntou com um olhar afiado se levantando com o pano e a água. Segurei seu braço antes que ela desse algum passo.

-Espera, preciso falar com você.- disse quando nossos olhos se encontraram.

1- Haustmánaðr: meado de setembro. Apenas coloquei para que se situassem.


Notas Finais




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