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História Dirty Work - Broken Heart.


Escrita por: stealmyziall

Notas do Autor


Hey amores, eu simplesmente AMO-ODEIO esse capítulo, amo ele, mas odeio o que acontece, então espero os comentários ansiosa meus amores! Beijos na bunda e espero que gostem, desejo uma ótima leitura!

Capítulo 28 - Broken Heart.


 

“Você é tudo o que eu achava que nunca seria, E nada como eu pensei que você poderia ter sido. Mesmo assim, você vive dentro de mim, então me diga como é isso? Você é o único que eu desejo que pudesse esquecer, o único que eu adoraria não perdoar.

Eu não quero ficar sem você, amor. Eu não quero um coração partido. Não quero respirar sem você, amor. Eu não quero ter esse papel.

Há uma coisa que eu sinto que preciso dizer, mas até agora eu sempre tive medo que você nunca chegasse perto, e ainda assim quero botar isso pra fora.

 Você diz que tem o maior respeito por mim, mas ás vezes eu sinto que você não me merece, e ainda assim você está no meu coração. — Beyoncé.”

 

— Sim Liam, agora você já pode ficar parado! — Falo pela terceira vez desde que entramos no seu apartamento. — Eu não sei porque nos fez vir para cá, lá em casa sempre tem médico de plantão quando eu preciso, você…

— Será que pode parar de me xingar pelo menos um segundo? Eu to bem, é tu que ta mal. — Ele fala caminhando com dificuldade em direção ao banheiro.

— To vendo, tu ta ótimo, da até pra me foder de pé né? — Falo furiosa indo até ele e levantando seu braço, fazendo ele passar o mesmo sobre o meu ombro. Ele bufa alto de propósito, eu sigo com ele em direção ao seu quarto e sento ele delicadamente na cama. — Olha, eu vou precisar de um banho para tirar o sangue seco, algumas pomadas para dores, e inclusive coisas necessárias para curativos na minha barriga e no seu corpo, então eu vou lá em casa e…

— Eu era agente da polícia, tem tudo isso aqui. Toma um banho ali. — Ele aponta para o banheiro dentro do quarto. — E quando tu sair eu vou, se precisar de ajuda é só dar um grito. — Ele fala fechando os olhos e eu o analiso, porra, eu sei que na vida que levamos é suposto estarmos assim mal e tudo mais, mas ver ele assim não era nada bom, chegava até a ser mais doloroso.

— Tá bem mesmo? Eu… Eu não quero te deixar sozinho nesse estado, parece que você nunca levou uma surra. — Falo tentando fazer graça, e consigo, porque ele ri de leve.

— Cassie eu to bem, sério, assim que der eu já te ajudo com os teus curativos. — Ele fala e eu nego, porra, cade a arrogância desse filho da puta em momentos como esse?

— Eu consigo, só… Só fica ai parado e me espera, ta? — Questiono e ele concorda com a cabeça, fazendo eu respirar fundo e ir lentamente até o banheiro. Fecho a porta atrás de mim e suspiro ao ver o meu reflexo no espelho, porra, eu detesto admitir isso, mas eu estou péssima. Minha cara cheia de hematomas e minhas roupas sujas de sangue, que maneira ótima de “relaxar”, isso até me lembra ah… Porra, não, agora não cara.

(…)

— Mamãe, por que ele faz isso? — Pergunto enquanto a mamãe me ajudava a tirar as roupas cheias de sangue.

— Porque seu pai é um frustrado sexual, e você não tem nada que ver com isso Cassidy, essa surra que você levou foi para aprender a nunca mais demorar tanto para obedecer, ou se negar. — Ela fala e eu olho para as minhas mãos, papai tinha acabado de marcar elas com o cigarro dele, doía bastante, e pela minha experiência eu sei perfeitamente que vai doer mais ainda quando eu lavar.

— Posso perguntar uma coisa?

— Não.

— Eu só… Por que vocês me pegaram do orfanato? Ás vezes eu sinto que vocês não gostam muito de mim.

— E nós não gostamos, mas precisamos de você. — Ela fala e eu levanto o olhar, olhando para o rosto cansado da mamãe enquanto ela ligava o chuveiro.

— Mamãe, você não acha que.. Talvez você não devesse estar com o papai, ele te machuca tanto quanto me machuca.

— Ah criança, seu pai é o de menos, já passei por coisas piores. — Ela me coloca dentro do chuveiro e eu suspiro.

— Por que eu não sou negra como vocês? Pensei que quando me adotassem eu ficaria assim. Pelo menos igual á você, porque o papai é mais branco.

— Criança burra, não é assim que funciona. — Ela fala rindo e eu sorrio com ela, era difícil a mamãe sorrir para mim.

— Acha que um dia vocês vão gostar de mim? — Ela parece bem surpresa com a minha pergunta, porque ela me olha e fecha os olhos lentamente.

— Cassidy, as nossas situações não ajudam nossos sentimentos, quer uma dica de uma mulher que já sofreu bastante na vida? Não se apaixone, porque homens podem até ser grãos diferentes, mas no final eles vem do mesmo saco.

— Está dizendo que eles tem a mesma mamãe?

— Não Cassie, estou dizendo que o meu erro foi ter me apaixonado pelo seu pai, meu erro foi ter confiado em alguém que sempre pareceu perfeito, mas que quando eu realmente precisei dele, ele não estava lá para mim.

— Não sabia que você ama o papai.

— Eu não amo mais, amei a um bom tempo atrás, e eu sei que posso ser a mãe mais vadia e imprestável do mundo, sei também que muitas vezes pareço não dar a mínima para você, no entanto… Nem que você se envolva com mulheres, mas não entregue seu coração a um homem, eles simplesmente pegam ele e o esmagam. — Ela passa shampoo no meu cabelo e eu fecho os olhos para não arder. —  Só, não caia nessa armadilha criança, homens não prestam, e bem, tem o seu pai como exemplo. Pode ser que ao longo da vida vá encontrar um homem que diga se importar com você, mas se não for pelo sexo, vai ser ou pelo dinheiro e drogas, então tome cuidado, ás vezes o certo é abrir uma armadura tão alta, que talvez um dia alguém a escale, mas eles cansam, e pelo menos a queda deles vai ser alta. — Ela pisca o olho e eu rio.

— Mamãe, eu estou gostando de você passando tempo comigo, será que…

— Vadia, cade a tua filha? — Escuto a voz do papai do outro lado da porta e respiro fundo.

— To dando banho nela, se quer usar mais vai ter que esperar, e sem mais sangue dessa vez, ela supostamente tem que sair amanhã para ajudar nas vendas, então sem chamar atenção. —  A mamãe fala aqui de dentro e depois não escuto mais a voz do papai.

— Eu tenho que ir ver ele depois? — Falo triste e ela concorda.

— Prometo por alguns calmantes na bebida dele, mas eu prefiro que ele faça isso com você do que comigo, sinto muito. — Ela fala já mais normal, ou seja, sem parecer se preocupar muito comigo.

— Mamãe? O que aconteceu quando você viu que o papai não te amava?

— O que eu fiz quando vi que ele só queria meu corpo? Uma dica criança, eu fiquei com o coração partido.

— E como curou ele?

— Coração partido se cola com porra. — Eu não entendi e fiquei a olhando. — Quando for mais velha você entende.

(…)

— Merda. — Mordo o lábio e passo a mão sobre a minha barriga que doía. Que merda eu to fazendo comigo mesma? Como eu… Porra cara, por que meus pais biológicos simplesmente não podiam ter ficado comigo? Por que até eles tiveram que me rejeitar sem nem sequer ter ficado 48h comigo? Eu só… Eu nem sequer mereço sentir isso que eu to sentindo dentro do meu peito, essa dor, esse sentimento, essa porra de preocupação por alguém que eu sei que merece algo melhor, mas não, eu sou a porra de uma egoísta que não consegue admitir merda nenhuma, não consegue admitir que o desejo de ter ele por perto é maior do que a coragem de mandar ele pra longe. Porra Payne, eu só… Isso não pode acontecer, e isso não pode ser real, porque antes a minha maior preocupação era não ser morta em missões como essas, mas a horas atrás a minha maior preocupação era saber dele, saber se ele tava vivo, e isso não é nem por causa do pênis gigante dele, no entanto, se tem algo que eu aprendi com a merda que me adotou, é que eu nascendo do jeito que nasci, e sendo criada do jeito que eu fui, eu não posso me dar o luxo de simplesmente me importar com alguém, não nessa vida, e eu realmente não sei como cortar algo que pra mim chega não só a ser necessário, mas sim essencial. 

Eu sei que ele se importa, e não posso negar para mim mesma que ele é importante pra mim, mas eu não mereço alguém, eu nem sequer saberia como ser digna de alguém que se preocupa comigo em questão afetiva. Não depois de tudo o que eu já passei e tudo o que eu já fiz, garanto que se ele soubesse minha história desde a adoção ele não ia nem me querer, porque afinal, como dizia meu pai, eu sou “suja”, e ninguém gosta de vestir, usar ou sequer ficar com coisas sujar. E sim, Payne pode até fazer o meu trabalho sujo, mas sinceramente, eu não posso ser tão egoísta ao ponto de me apegar a ele, egoísta porque sei que se ele se aproximar mais de mim, quem vai se machucar é ele, eu sou uma bomba, uma bomba relógio que está com os segundos contados até explodir e destruir tudo e todos na minha volta.

Vou me despindo devagar e gemo de dor quando tiro a camiseta e vejo a facada que eu estava na barriga, os filhos da puta capricharam legal com as feridas, e ia demorar um bom período de tempo para elas melhorarem. Ligo o chuveiro e entro nele lentamente, o banho em si foi rápido, levando em conta que nem me mexer direito eu tava conseguindo, quem dirá fazer a porra de um curativo em mim mais tarde.

— Ta tudo bem ai? — O Liam fala ao bater na porta.

— Sim, só vou me secar. — Ele concorda e se afasta da porta. Pego a toalha pendurada e me seco lentamente, olhando em volta e vendo que as minhas roupas estavam péssimas. Me enrolo na toalha e abro a porta do banheiro, olhando para o quarto e vendo que ele não estava mais ali. — Liam? — Chamo e ele entra no quarto, só de cueca e com uma caixa de primeiros socorros nas mãos. Olho o seu abdome e eu até me seguro, ele está completamente machucado, pior do que eu esperava, filho da puta do Stephan.

— Eu vou tomar um banho rapidinho. — Ele fala e eu concordo, mas quando ele vai encostar a porta eu já o chamo, o que faz ele se virar.

— Eu não tenho roupa. — Eu não sei o porquê, mas estou realmente desconfortável com isso.

— Pode pegar uma cueca minha e qualquer blusa do meu armário, fica á vontade. — Concordo, já indo em direção ao seu armário e abrindo o mesmo. Pego uma boxer preta e tiro a toalha, colocando a boxer e sentindo dor até nos peitos, porra, meu corpo em si ta doendo pra caralho. Pego uma camiseta que eu acho ser de algum pijama, passo o desodorante dele e sorrio sentindo o cheiro, até o perfume dele eu passei. Pego uma escova de cabelo que estava em cima da cabeceira e me penteio. 

— Vamos lá. — Falo para mim mesma, levantando um pouco a camiseta e segurando a bainha da mesma com o meu queixo, pego a pomada para não infeccionar e passo sobre a minha ferida na barriga. Logo passo o gel para amenizar a dor sobre os meus hematomas, que doem bastante.

— Tudo certo? — Ele questiona saindo do banheiro com apenas uma toalha na volta da cintura, eu olho para ele e concordo.

— Coloca uma cueca que eu vou passar em você. — Ele concorda, fazendo o que eu pedi e se deitando na cama.

— Adorei o cheiro, me lembra a algo extremamente gostoso. — Ele sorri malicioso e eu rolo os olhos, me sentando do seu lado e começando a passar devagar a pomada para aliviar a dor primeiro.

— Seu nariz está bem inchado, mas acho que não quebrou. — Falo me aproximando para analizar, ele logo sorri e concorda. — Acho que se tivesse quebrado eu ia ta bem pior, então o coitado foi o Oliver que certamente teve o nariz quebrado. — Ele ri fraco, me fazendo sorrir. — Tenho que ver como ele e o Harry estão.

— Olha pra ti, ele te acertou com um taco no joelho.

— E você foi chutado nas partes baixas, espero que nada de mal tenha acontecido com os meus bens. — Sorrio passando a mão de leve sobre o volume dele, o que faz ele rir.

— Quer conferir?

— Você é um babaca. — Aperto o pênis dele, antes de voltar a atenção para o seu nariz e fazer um curativo, isso depois de passar a gaze com o álcool para desinfeccionar.

— Cuidado. — Ele fala gemendo de dor, e só então noto que meu cotovelo estava apoiado sobre a sua coxa, que estava machucada também.

— Pense positivo, ah… Você matou o cara, e ele sofreu bastante. — Rio fraco, mas dessa vez ele se mantém sério.

— Ele ia mesmo te estuprar, ele ainda ia fazer muita coisa antes. — Ele fala fechando os olhos com raiva, e a minha vontade era de poupar esse “sofrimento” dele e falar que na realidade já fui estuprada, e foi bem pior do que teria sido se tivesse acontecido algo lá no Stephan.

— Hey… — Chamo ele e passo minha mão delicadamente pelo seu rosto. — Eu queria agradecer. — Falo calmamente.

— Pelo o que? Eu não consegui fazer nada Cassie, absolutamente nada. Eles te bateram na minha frente, eles iam te estuprar, e eu não… — Calo ele com os meus lábios sobre os dele, ele tenta relutar, mas logo sua mão pousa sobre a minha cintura, me acariciando enquanto eu aprofundava lentamente o beijo, terminando ele sem muito esforço.

— Eu vi a raiva que você ficou e o jeito que matou ele, sei que se pudesse ter feito algo você teria, então obrigada por isso, obrigada por se importar. — Falo calmamente, ele concorda e me analisa. Era estranho saber que o fato de ele dar a vida por mim não era da mesma maneira que os meninos, eu sei que todos realmente se importa, mas eu realmente sei que é diferente, só sei que é.

— Eu só… Tem certeza que não precisa ir pro hospital nem nada?

— Já apanhei mais que isso, amanhã vou estar nova em folha. — Falo esfregando as mãos uma na outra e levantando, aquele desconforto havia voltado, não era eu estar sem graça, mas estar só com ele assim estava começando a se tornar estranho, estava literalmente começando a me deixar sem jeito, e essa porra não pode acontecer. — Ah… Onde eu coloco isso? — Falo me referindo a caixa que ele havia trazido com ele.

— Eu levo ali, ela é em cima da geladeira. — Ele fala indo levantar e eu nego, encostando no ombro dele para que ele permaneça deitado.

— Tu ta pior que eu, aquieta o cu que eu já volto. — Falo já mais normal e vou em direção a cozinha, onde coloco a caixa sobre a geladeira e olho em volta, uma bebida seria algo perfeito agora. — Liam eu… — Estava gritando e paro quando me lembro do seu problema com bebidas, eu sei que nas festas nos bebíamos e tudo mais, mas ele bebe quando as coisas estão mais feias, então não quero cagar nisso também.

— Me chamou? — Ele chega aparecendo na cozinha e eu nego.

— Você está ficando louco, mas aproveitando que está aqui, onde tem comida? To com fome. — Olho em volta e ele ri.

— A geladeira serve para algo, né? — Ele ironiza, abrindo a mesma e me deixando olhar bem para dentro dela.

— Pode ser cereal mesmo, me alcança o leite. — Falo pegando o cereal que estava sobre a bancada e ele me dá o leite, ele me dá uma tigela e coloca bastante, pondo o leite e pondo sobre o balcão, estendendo uma colher para mim e ficando com outra na mão, e logo nós os dois já começamos a comer da mesma tigela. — Isso é estranho. — Comento e ele ri, me analisando.

— Comer depois de quase ter sido morta?

— Não, essa normalidade, isso tudo. — Falo olhando em volta. — Sei lá, é estranho, na minha casa eu teria alguém agora preparando um filé nem que fosse pra mim, mas por incrível que pareça comer cereal nesse momento ta ótimo, eu só não sei ao certo como explicar. — Comento e ele ri.

— Acho que alguém ta caidinha em mim, minha opinião né. — Ele fala como quem não sabe nada e eu rio.

— Meu bem, a realidade é que você é apaixonado por mim.

— Nos seus sonhos Benson, eu sei que você é louca por mim, não sei nem como dorme sem mim para ser sincero, deve ser uma merda. — Ele dá de ombros, e eu rolo os olhos.

— 21 anos da minha vida sem homem, não vai ser de um dia pro outro que eu vou precisar.

— Sim, mas nós nos conhecemos a meses já, eu comecei a trabalhar pra ti no em julho, a gente já ta no fim do ano quase, teve mais de 4 meses quase pra ficar louca pelo Payne aqui. — Ele fala e eu rio, o clima de novo tava pesado porque eu não sabia nem o que falar, e eu nunca penso no que falar, só sai naturalmente, não to entendendo mesmo.  — Ah… Posso perguntar algo?

— Não, agora come. — Falo e ele suspira.

— Quando o Stephan tava lá fazendo tudo contigo, em nenhum momento tu mostrou fraqueza ou porra do tipo, tipo tu não…

— Ele não me machucou tanto assim. — Falo indiferente e ele me encara.

— Eu notei que ele te machucou, mas pelo jeito que tu lidou com a dor, deu pra ver que tu já sofreu bem mais do que aquilo, então só… Isso tem haver com algo da tua adoção antes dos Horan? — Ele fala e eu bufo.

— Por que você sempre quer se meter onde não deve, Liam?

— Porque eu sou curioso e me importo com você, porque eu sei que tem cicatrizes no seu corpo que não foram feitas enquanto você estava trabalhando. — O encaro séria e respiro fundo, esse merda realmente não vai querer se meter nisso, não agora.

— O que você está supondo?

— Se eu perguntar algo, tu responde com honestidade?

— Foda-se.

— Tua antiga família adotiva abusava de ti ou te batia? —  E quando ele fala isso primeiro eu congelo, mas logo já dou uma risada escandalosa e até me levanto, colocando a mão sobre a minha barriga.

— Payne olha a minha cara de quem deixa os outros fazerem comigo o que eu não quero. — Largo a colher sobre o balcão e mexo nos meus cabelos, para fazer um coque neles.

— Tu tem a personalidade forte agora, quando mais nova…

— Eu era pior, acredite, ninguém nunca meteria a mão em mim. — Falo convicta e ele continua me olhando. — Porra Liam, é sério, e eu fico ofendida em tu pensar isso, já pensou que essas cicatrizes que eu tenho podem ser por outras cosias? Como realmente em relação ao trabalho? Não é desde sempre que eu estive no topo, e tive que fazer muita coisa mais suja ainda para chegar aqui onde eu to, esse conforto todo que tu tem, de ter as melhores armas, melhores seguranças, melhores carros, e inclusive melhor garota, chegaram fácil pra ti que entrou agora, mas eu e os meninos ralamos por anos para chegar aqui. — Falo séria e ele concorda.

— Ta foi mal, é que como tu é misteriosa em relação ao teu passado eu sempre espero o pior, mas fico feliz que tu nunca tenha passado por coisas que não queria. — Ele fala e eu concordo.

— Liam, você ainda tem muito que aprender sabe, não sei se isso de alguma maneira pode significar um jogo para você ou o que, mas acredite, essa vida é mais do que cruel, e eu sinceramente tenho é pena de você, por ter entrado nela e não foi nem pra você, foi para pagar algo para o seu pai.

— Ou era isso agora, ou ele morto em meses.

— Você sabe que não existe cura no caso dele, apenas…

— Apenas tratamento, mas a gente prefere ter ele mais por perto assim do que simplesmente ficar contando os dias até que ele não aguente mais.

— Certo. — Ele termina o cereal e bota na pia, ficando atrás de mim e eu me viro o encarando. 

— O que é?

— Será que ta fora do momento pra eu falar que mesmo toda roxa, e ensanguentada, eu to com tesão por ti? — Ele arqueia a sobrancelha e eu rio.

— Acho que sim, ainda mais que você vai ter que se satisfazer com a sua mão, porque o meu corpo ta exausto. — Ele sorri e se aproxima de mim, passando ambos os braços na volta da minha cintura e me olhando.

— Eu podia fazer uma massagem em ti. — Ele se inclina e começa a dar beijos no meu pescoço.

— Acho que quem precisa de massagem é tu.

— Pode fazer em mim.

— Não, você faz em você mesmo. — Ironizo e ele aperta a minha cintura, levando os lábios até os meus e simplesmente colocando eles por cima dos meus lábios, ele não pede para intensificar o beijo nem nada, ele simplesmente descola os lábios dos meus e me dá um beijo na bochecha.

— Linda. — Ele fala apenas isso na mais pura sinceridade, o que me faz suspirar e olhar em volta, logo tiro as mãos dele da minha cintura e segura uma, puxando ele comigo em direção ao corredor.

Assim que entro no quarto eu penso, eu ia dormir com ele no hotel, mas isso foi antes de tudo ter acontecido, e a probabilidade de eu ter algum pesadelo vai ser bem maior, então eu prefiro não arriscar, ainda mais que o maldito ainda ficou duvidando do que eu passei antes dos Horan, parabéns Liam, deixa a pessoa nervosa e nem calmante aqui tem para me ajudar a me acalmar.

— Eu vou dormir no quarto de hóspedes, qualquer coisa é só me chamar. — Falo e ele me olha como quem não acredita.

— Por que essa dificuldade de dormir com alguém? Dormir no sentido literal da palavra, e não sexo. O que te incomoda? Eu posso ajudar. — Ele fala se aproximando e eu nego.

— Eu só… Eu não me sinto á vontade.

— Qual é Cassie, tu…

— É sério Liam, eu realmente não consigo, e se consigo sempre dá merda.

— Mas a gente já dormiu junto aquela vez na tua casa.

— Que eu acordei mal ás 3h da manhã e te expulsei do quarto, acredite, estamos na sua casa, não vou te expulsar de lugar algum. — Falo pegando um travesseiro e indo em direção a porta.

— Sabe, tem travesseiros no quarto de hóspedes.

— Eu sei, só quis pegar o teu pra te incomodar. — Ou porque eu queria dormir sentindo o seu cheiro, porra Benson, ele nem é tão cheiroso assim.

— Tanto faz, se quiser algo, já sabe onde me encontrar. — Ele fala meio sério e eu concordo, já saindo do quarto. 

Vou em direção ao quarto de hospedes e assim que entro no mesmo olho em volta, por que esse é tão sem graça? Desligo a luz e me tapo com as cobertas, me abraçando no travesseiro e olhando em volta. Eu estou machucada, sem sono, com calor e de saco cheio, e ainda mais irritada com ele, não só pela conversa, mas por ele não ter insistido mais para eu dormir com ele, digo… Porra Payne, olha em que merda eu fui me meter, caralho.

 Por que eu estou aqui? Tipo… Se eu tiver um pesadelo e eu acordar, é só eu dormir de novo, não preciso necessariamente falar para ele o que aconteceu e nem o porquê disso, não é mesmo? 

Fico me remexendo na cama pelos próximos 15 minutos, e absolutamente nada mudou. Levanto e olho em volta, eu vou fazer mesmo isso? Sério isso? Jesus, olha o que ta acontecendo comigo, desde quando? 

Abro a porra da porta e meus pés vão praticamente sozinhos em direção ao seu quarto, será que ele ainda ta acordado? Eu posso me deitar mais pra beirada da cama e acho que ele nem vai sentir minha presença ali, é, eu vou fazer isso, e se ele amanhã de manhã perguntar o porquê de eu estar lá, eu digo que não sei, sonâmbula ou caralho a quatro, simples.

 Abro a porta do quarto dele e estava escuro, mas como ele não falou nada, acho que está dormindo, e o desgraçado nem roncar ele ronca, então tenho que adivinhar. Encosto a porta o mais devagar que dá e passo as mãos nervosa pelas minhas coxas, merda, isso não pode estar acontecendo, puta que me pariu, por que até suando frio eu to? Porra, eu não to entendendo nada do que ta acontecendo comigo, que merda.

— Cassie? — Ele questiona com a voz mais rouca, isso quando eu deito do lado dele já.

— Só cala a boca e fica quieto. — Bufo me deitando de lado e sentindo ele fazer o mesmo, ele larga um beijo no meu pescoço e envolve a minha cintura com ambas as suas mãos.

— Boa noite, Benson. — Ele encosta a cabeça sobre a minha, o que me faz morder o lábios pra não sorrir.

— Boa noite, Payne. — Respondo me aconchegando mais e fechando os olhos, dormindo com a maior facilidade do mundo, e não, eu não acredito que chegou no ponto onde eu to dormindo de conchinha com alguém, e esse alguém é ninguém mais, ninguém menos, que Liam Payne.

Liam on

Ta doendo pra caralho, mas to eu bem belo aqui na cozinha fazendo o café da manhã. Ter acordado hoje de manhã do lado dela foi bom pra caralho, e deu uma baita dó de sair da cama, mas vai valer a pena quando ela ver o café da manhã que eu to preparando. 

— Merda. — A porra do ovo ta podre, eu podia ter olhado antes de largar direto na frigideira né. Jogo a merda no lixo e pego outra frigideira, só faltavam os ovos, que merda. Depois de fritar direito, coloco eles em um prato pequeno, colocando na bandeja junto com as panquecas e o suco. Cara, até eu ia ficar caidinho por mim depois dessa, olha isso, um café da manhã todo caprichado pra ela. — Bom dia, flor do dia. — Falo quando entro no quarto e vejo que ela ta acordada.

— Bom… O que é isso? — Ela fala já mais séria, sentando na cama e me olhando.

— Um café da manhã ué, pode me agradecer mais tarde, quando eu estiver melhor. — Sorrio malicioso e ela permanece séria. — O que eu fiz agora? — Largo a bandeja na frente dela e ela ri fraco, já dou a volta na cama e me sento do lado dela.

— O que você não fez, você quis dizer né? 

— Ah?

— Por que fez um café da manhã? E ainda por cima trouxe para a cama, isso está parecendo… — Ela para de falar quando levanta nervosa.

— Parecendo o que?

— Parece até que temos algo sério! — E agora quem levanta puto sou eu.

— Cara, qual é o teu problema? — Coloco até a mão na barriga, essa porra ainda ta doendo de ontem.

— O meu? Você age por ai como se…

— Como se eu me importasse com você! O que não deixa de ser verdade! — Eu falo e ela me olha séria.

— Liam…

— Não Cassie, escuta eu…

— Não continua o que você vai falar, acredite, vai ser pior para…

— Como vai ser pior eu admitir o que eu sinto por você?

— Jesus. — Ela põem as mãos na cabeça e eu suspiro.

— Tu sabe, e tu também sente o mesmo.

— Eu não sinto porra nenhuma, pode ir parando por ai! Eu sinto prazer contigo e eu sinto até uma alegria em ás vezes te ter por perto, mas logo você começa a me irritar e essa alegria vai embora.

— Cara, não precisa agir como se não tivesse coração, eu vejo o jeito como tu se preocupa comigo, da tua maneira, mas se preocupa!

— Liam para com isso, olha o que tu ta falando! Puta que me pariu.

— Não vou parar, porque tu sabe o que eu quero dizer.

— Cala a maldita boca, esse é o problema Liam, não sei se tu é carente ou o que, mas quando as coisas entre nós tão indo bem, tu sempre quer mais, mais e mais!

— Eu? Cassie, o que tu quer sempre vem em primeiro, segundo e terceiro lugar, ai depois vem o que os outros querem, tu não dá uma porra pra ninguém, mas se diz tão durona, a ponto de vir até aqui pra ver como eu tava e ainda ficar fazendo meu curativo, por que porra tu não admite? Mostrar sentimentos não te faz fraca caralho, faz com que tu seja forte o suficiente e consiga admitir e assumir eles.

— Eu não me… Eu vou embora! — Ela fala caminhando com dificuldade pelo quarto e tentando pegar as roupas dela, eu bufo e dou a volta mais rápido ainda, parando na sua frente e segurando ambos os seus braços enquanto olhava no fundo do olho dela. — Payne, me solta. — Ela ta desesperada com a situação, porque é algo que ela não consegue ter o controle e nem nada do tipo, ótimo Cassie, custa mesmo admitir caralho? — Liam, eu não entendo o que mais você quer de mim, eu durmo com você, passo o dia com você e outras coisas, e nunca é suficiente, e eu sinceramente não posso te dar esse luxo de achar que eu me importo, porque no final das contas quando eu tiver que enterrar o seu cadáver, você vai ser só mais um. — Ela fala e eu consigo ver a mentira estampada na cara dela, ela quer que eu fale o que eu quero? Beleza.

— Eu gosto de você, e não é gostar como chefe ou puta fixa, eu gosto mesmo de ti. Eu gosto da tua companhia, da tua presença, dessas discussões de merda, mas principalmente eu gosto quando tu deixa essa tua armadura toda cair e age com naturalidade, da maneira que tu é de verdade. Quando eu te conheci eu só conseguia pensar em transar contigo e nada mais, mas depois tudo mudou, tudo mesmo. Tu me mostrou que tu não é assim tão fria e calculista quanto parece ser, que ai dentro dessa pessoa “durona”, tem uma mulher que já sofreu muito na vida e até hoje não se sente á vontade para compartilhar isso com ninguém. — Eu falo e ela me olha com os olhos arregalados, se eu comecei eu vou terminar né. — Eu realmente quero ficar contigo, quero dormir contigo sempre, quero poder te beijar quando eu quiser e onde eu quiser, sem me importar com quem vai ta na volta, eu… Nem que seja pra ir pra porra dos lugares que tu curte, desde puteiro a evento beneficente, eu vou, onde tu quiser eu vou estar. Quer ir pra festa e fazer o que bem entender a gente faz, quer que eu mate por ti, eu mato. Se tu quiser até que sei lá, eu fume mais, beba mais ou faço o que for pra ser um cara do teu “patamar”, eu faço. Porque eu definitivamente quero isso, quero que tu tenha tanto orgulho de mim quanto eu tenho de ti. Eu não to caidinho por ti, eu to praticamente morto por ti, porque se precisar eu me meto na frente não só de uma bala, mas de várias por ti. Tu pode ser o que é, traficante, assassina, puta, caralho a quatro, vingativa, doentia, obsessiva ou…

— Liam… — Ela fala congelada e eu respiro fundo pra conseguir sequer chegar ao meu objetivo e terminar o que eu quero.

— As pessoas na tua volta só vem o que tu faz, o teu status, elas observam o ruim em ti porque é isso que tu permite que elas enxerguem, mas eu sei que ai dentro tem muito mais bem do que qualquer um dos meninos ou sequer eu consegue enxergar. Tu tem prazer em matar? Tem, mas isso é a tua maneira de lidar com a situação, mas pra mim tu se abre, e não falo só da porra das tuas pernas, tu se abre por completo. Tu age com naturalidade e deixa que eu seja o sortudo que pode enxergam o bem em ti, Cassidy. A cada dia que passa, eu me apaixono mais e mais por ti Cassie, e tu sabe disso. E machuca, machuca saber que tu nunca vai olhar pra mim, da mesma maneira que eu olho pra ti. Porque eu sei que se eu continuar do jeito que eu to, pelo menos em relação á ti, só tem um jeito de eu sair dessa situação, porque tu nega tudo que sente não só pros outros, mas pra mim. Tu ameaça minha família, me ameaça e era suposto eu querer te matar, mas não, esse teu jeito de ironia e tudo mais é uma barreira que tu mesma criou, e eu definitivamente queria conseguir quebrar essa barreira, mas depois de meses já vi que não tem como, porque como eu disse, só tem um jeito de eu sair dessa nossa “relação”, sendo ela profissional ou não, e o jeito de eu sair é com o coração partido. — Termino de falar e solto os braços dela, ela me olha como quem não acredita e eu fico parado, simplesmente esperando que ela fale algo, mas não as palavras que seguiram. Os olhos dela pareciam como o azul do mar, um simples átomo perdido na imensidão do mar, sem saber para onde ir, onde seguir, sem ter rumo ou direção. Eu sei que ela nunca passou por isso, e que o propósito de eu ter ido trabalhar com ela nunca foi esse, porra cara, eu sei tudo de errado que ela já fez, tudo mesmo, e mesmo assim consigo realmente gostar dela e da companhia dela, não era suposto isso sequer acontecer. Eu trabalhei pra ela porque era uma obrigação minha, porque eu precisava do dinheiro que eu ia receber, mas não, o mundo deu a maior volta e resolveu brincar com a minha cara. Meu trabalho nunca foi me aproximar e gostar dela, e o simples fato de eu gostar dela, torna tudo mais difícil. Não só agora vendo que ela ta sem chão olhando pra mim, mas pra um futuro que eu não sei sequer se tem a chance de existir um “nós”.

Continuo olhando pra ela, que fecha os olhos e logo respira fundo, e quando ela abre aquele sorriso irônico, eu sei muito bem que vai vir merda, merda de uma mulher que não consegue simplesmente admitir o que sente, ou se sequer sente pelo visto.

— Quer uma dica? Coração partido se cola com porra. — Ela fala isso e se vira, saindo as pressas do meu quarto. Ela realmente falou isso depois de tudo o que eu acabei de falar? Ela ta gozando com a minha cara, só pode.

CONTINUA...


Notas Finais


GENTENEYYYYYYY
Querem aprender a estragar um capítulo fofo de maravilhoso e perfeito apenas com 9 palavras? Cassie Benson ensina isso muito bem.
Tipo gente, ela não se acha sequer digna de sentir algo, ela pensa que ela não merece e isso é triste,e porque ela não machuca só a ela com isso, mas os outros, como o pobre Liam que agora não deve nem saber pra onde ir, sério, to com muita dó mesmo!
Não sei o que vai rolar agora, como vai ser o trabalho ou nada do tipo, só sei que ele se assumiu todo, falou exatamente o que qualquer um de nós pagaria pra ouvir, e ai da isso.... "Coração partido se cola com porra", maldita porra que vai ter que colar esse coração.
Bom gente, agora resta é esperar e ver onde esse casal vai parar, um admitindo até não poder mais e o outro se negando e negando a ele mesmo, porque não se acha digno, isso chega a doer, porque mesmo se sentindo assim ela continua com a armadura e tudo mais, para ninguém sequer desconfiar de como ela se sente e tudo mais.... Aguardo ansiosa os comentários e espero do fundo do meu coração que tenham gostado amores <3

All the love, H.


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