História Dirty Work - Stuped me.

“Sou estúpido, não sei como parar. Senti seu toque e agora, eu quero tudo agora. Esperando pelo telefone, implorando por uma chamada agora, séculos depois, não há nenhum som. Por que você brinca com o meu coração, por quê? Quando você sabe que eu vejo através de você?

Estúpido, você não sabe como agir certo, te dei o melhor sono que você já teve em sua vida. E tudo o que tinha que fazer era me beijar antes de dormir. Juro que um homem como eu, você não vai encontrar.

Então, por que você joga com o meu coração, por que? Quando você sabe que eu vejo através de você? Mas se você não me ama do jeito que eu te amo. E se você não me quer do jeito que eu quero você. E se você não precisa de mim do jeito que eu preciso de você, eu só tenho uma coisa a dizer para você. Estúpido é você. — Magic!”

— Bom dia, Ashley. — Falo assim que passo por ela e a mesma sorri fraco.

— Ah, senhorita Benson, eu posso falar rapidinho com você? — Ela questiona e eu concordo, já indo em direção ao meu escritório. — Antes que eu me esqueça, hoje ás 14h você tem uma reunião com o comitê da última empresa esportiva que você fechou negócio. As transições de suas ações desceram em 7%, e acho que eles querem um novo acordo ou algo do gênero. — Concordo com ela e me sento na minha mesa, já pondo os pés sobre a mesa e cruzando os braços.

— Então, o que queria falar?

— Bem, é que… Eu e o Zayn estamos em um lance sério e tudo mais. — Ela fala sorrindo toda boba, isso Ashley, ouvir sobre relacionamentos é exatamente o que eu preciso no momento, depois desse final de semana maravilhoso que eu tive.

— Sim?

— E como você o conhece bem, eu… Bem, faz mais ou menos uns 2 meses que estamos em algo mais sério, sabe o que eu posso dar de presente para ele? — Jesus, por que ainda não me tirou dessa?

— Um cadáver em uma caixa, garanto que na hora ele goza. — Falo seca e ela até se engasga surpresa.

— É sério.

— Olha Ashley, eu realmente fico feliz por você e por ele, mas tenho que repetir, eu não sou o tipo de amiga que…

— E aí amiga, a quanto tempo! — A Kayla fala, ao entrar na minha sala sem bater, ótima mania para se pegar do Louis.

— Posso saber o que você faz aqui?

— Eu fiquei de almoçar com o Louis, mas ele está ajudando o Oliver agora em uma reunião. — A pobre coitada não sabe de nada ainda relacionado as drogas, até a Ashley a encara meio nervosa.

— Ta, mas eu sou a chefe, e é suposto que eu sempre esteja ocupada, então se quer falar comigo, é só marcar horário, com ela. — Aponto para a Ashley, e a Kayla rola os olhos.

— Qual é, relaxa um pouco! Sobre o que falávamos? — Ela se senta na poltrona de frente para mim e a Ashley sorri, fazendo o mesmo.

— Nada.

— O que é um bom presente por dois meses de namoro? — A Ashley fala e eu bufo, o Zayn se duvidar não lembra nem de transar com ela, da pena cara, mas quem sou eu para estragar a felicidade alheia? Ah peraí, estamos falando de mim.

— Ashley, Kayla, fora da minha sala, agora. — Abro o MacBook e ambas bufam antes de sair, de onde veio essa ousadia toda?

— Senhorita Benson? — Eu paro ao escutar essa voz, logo engulo um seco e subo o olhar, até meus olhos se cruzarem com os dele. Senhorita Benson, sério mesmo?

— Sim?

— Aqui estão os dados que você pediu. — Ele larga na mesa várias pastas e se vira para sair, mas eu não entendo nada.

— Peraí, o que é isso?

— Os documentos sobre o seu nascimento, e tudo o que você precisa saber. — Ele fala frio, sem nem sequer mover o olhar.

— Eu falei que não queria mais saber. — Levanto pegando o material, ele simplesmente se vira e sai andando. — Payne. — E ele me ignora. — PAYNE. — Berro indo atrás dele, e assim que ele se vira, eu jogo todas as pastas em sua direção. Chamando não só a atenção de quem estava no andar, mas também dos meninos, da Ashley e da Kayla. — Quando eu te chamar, você escuta e volta, entendeu? — Fervo e ele me olha rindo.

— Quer saber? Eu to fora, tu que ache outro hacker e outro pra ficar transando contigo! — Isso aí até no Oliver eu arranjava, mas nem pensar.

— Não, você não ta fora porra nenhuma, você vai continuar aqui, e se reclamar, diminuo seu cargo até não poder mais.

— Diminuir o que mais? Vai se foder. — Ele segue andando e eu vou andando atrás dele, seguro o seu braço com força e ele se vira com mais força ainda, fazendo eu recuar.

— Liam, você vai…

— Eu não vou nada, tu vai catar alguém pra ser teu capacho de merda, que se foda agora. — Ele fala com raiva se soltando e já indo pelas escadas, sem nem sequer me escutar.

— Que merda ele tem na cabeça? — Questiono para mim mesma e viro o rosto, encarando o Oliver que me olhava com uma cara nada boa. — Harry e Zayn, tragam ele de volta. — Falo séria e os dois continuam me encarando. — Agora.

— Cassie a gente não vai trazer ele a força aqui, se ele vai fora tu deve te forçado demais a barra com ele de algum jeito. — O Harry fala e eu olho pra ele puta já, quem ele pensa que é também em?

— Zayn. — Encaro ele que nega, e já pega a mão da Ashley, arrastando ela para a sala dele. — Que isso? Todo mundo tirou pra me desobedecer hoje? Fodam-se todos, eu mesma faço o que eu preciso. — Desço pelas escadas também e vou direto em direção ao térreo. Sim, são vários andares, mas até que ajudou para diminuir um pouco da minha raiva. 

Assim que eu subo no carro, começo a conduzir em direção á sua casa, mas… Por que eu queria ir para a sua casa? Eu queria era esganar ele, eu só… Que raiva, eu detesto quando simplesmente não consigo controlar as coisas. 

Troco o caminho e e fico andando sem rumo, eu só… Com quem eu poderia conversar sobre tudo isso? O Oliver já me disse o que achava, e sinceramente eu não estava gostando nem um pouco. Então eu deixo meu orgulho de lado e estaciono o carro perto do supermercado, disco o número de quem eu precisa realmente escutar.

— Sentiu falta do irmão mais velho né?

— Eaí Niall.

— Então, o que manda?

— Eu só… Acho que precisava conversar com alguém que provavelmente eu não ameaçaria de morte caso me irritasse.

— O que aconteceu?

— Digamos que eu preciso de um conselho seu, certo? Ou eu…

— O que foi, Cas?

— Sei lá Niall, isso nunca aconteceu antes comigo, eu só to na merda, é isso.

— Cassie, é o trabalho?

— Mais ou menos, meio que junta e…

— Não acha que tu ta precisando de férias? Vem pra casa.

— Qual é Niall, tu sabe que não é assim tão fácil, do tipo de simplesmente largar tudo aqui e…

— Tu não é a chefe? Não é tu que diz mandar nessa porra toda? Eu to com saudade, sério.

— Eu… Nós podíamos viajar.

— Mas eu quero que tu relaxe, não que fique se preocupando com hotel, passeio e nem merda. Faz tempo que tu não passa aqui em Londres, e eu quero que tu conheça a Sky, eu falo tanto de ti pra ela. — Ah claro, ah Sky, aquele anjo! Maldita.

— Ah Niall, eu não to afim de aguentar a mamãe e o papai.

— Cassie, faz meses que tu não vê eles, eu sei que eles irritam, mas quando tu precisou eles davam lá por ti.

— Eles não tão precisando de mim.

— Quem disse isso? A mamãe tem vezes que passa a semana toda em casa, ainda mais do… Bem, tu sabe.

— O papai ainda ta ai em casa?

— Tu acha mesmo que a mãe ia por ele pra fora? As eleições tão chegando, e cá entre nós, ela ama ele demais. — Eu realmente me sinto mal por ela, que merda cara.

— Bem, talvez seja bom para ela me ter por perto, eu nem cheguei a retornar direito quando ela me falou do caso do papai.

— Sim, mas nenhum de nós ta falando com ele direito, e se eu falo é algo bem seco. — Ele fala suspirando e eu concordo, ele foi um idiota e eu iria ter uma boa conversa com ele, e fazer ele se desculpar mais do que bem com a minha mãe.

— Bem, então… Você me pega no aeroporto hoje mais tarde?

— Hoje? — Ele fala animado e eu concordo.

— Eu preciso mesmo falar com você.

— E eu te ver, pode deixar que eu te pego. Vem sem segurança e não aluga carro ta? Vai ser uma estadia sem luxo 100%.

— Ah claro, e ai em casa é o que? Luxo 99%.

— Tipo isso, mas bem, tenho uma última aula agora, te pego mais tarde. Algum dos meninos vem? O Liam? — Basta ele falar esse nome que eu simplesmente bufo involuntariamente. — Saquei já, vou até ficar com a boca calada.

— Isso mesmo, bem, então vou arrumar minha mala agora e já me mando.

— Certo, no vemos.

— Tchau fofo.

— Tchau, Benson.

Mando uma mensagem para os meninos avisando que eu ficaria uns dias fora, tempo indeterminado, e é claro que não mandei para a abestada da Payne, ele diz que não quer mais trabalhar para mim, e por mais que eu vá o forçar á isso, eu não quero mesmo correr atrás, muito menos agora que ele ta putinho comigo. Como o Zayn e a Ashley tão juntos, nada mais justo do que fazer a ser ele ir na empresa pelo menos 3 vezes na semana para ver como anda tudo lá. 

Já dou uma mensagem para a Carla, falando tudo o que eu precisaria na mala e ela faria a mesma, já me tranquilizando. Pego um café no starbucks e vou em direção a minha casa, deixando o carro estacionado aqui na frente, já iria sair.

— Mark. — Chamo já vendo ele na entrada, ele vem andando comigo até dentro de casa.

— O que precisa de mim?

— Eu vou passar uns dias em Londres com a minha família, se alguém fora os meninos perguntar onde eu esteja, não responda. E eu quero que você fique em um dos quartos de visitas aqui de casa durante o meu período fora. Tanto por causa da Carla, como se o James ou qualquer outro tente algo ao saber da minha saída.

— Certo. 

— Ah, e já acione o piloto do jato que eu vou sair dentro de meia hora. — Subo para o andar de cima e quando entro no quarto das roupas, vejo que a minha mala já estava sendo fechada. Corro para o banheiro e tomar um banho rápido. Assim que saio, coloco uma roupa mais simples, meu belo abrigo da Nike, e desço, já indo em direção ao meu carro, o qual o Mark dirigiria. — A mala está lá atrás?

— Sim senhora. — Concordo e olho para o meu celular, ele não mandou nada. Ótimo. Vamos indo em direção ao aeroporto e o caminho todo fica em silencio. Assim que chegamos, eu deixo o Mark fazer a entrada para que eu fosse até o jatinho para mim enquanto eu esperava, não estava nada afim. — Certeza que não vai querer levar nenhum segurança?

— Sim Mark, ás vezes viver uma vida mais normal é necessário.

— Quer ser normal, indo viajar no seu jatinho?

— Engraçadinho você em. Bem, fique de olho em tudo e qualquer coisa me acione, prometo que quando eu voltar, quem vai tirar férias é você. — Ele concorda e dá um tapa fraco no meu ombro.

— Uma boa viagem. — Concordo e vou indo em direção as entradas que davam té a pista de aviação, já indo em direção ao meu jatinho e os funcionários do mesmo pegam minha mala.

— Boa Tarde senhorita Benson, uma ótimo vôo para você. — A comissária fala assim que eu entro e eu sorrio concordando.

— Obrigada. — Vou precisar. Eu geralmente pediria uma bebida e esperaria o avião decolar, mas eu estou tão sei lá, encabulada? Que simplesmente tomo um remédio para dormir, e é isso que eu faço.

— Senhorita Benson? — Sinto tocarem meu ombro e eu acordo tranquilamente.

— Chegamos? — O comissário concorda e eu agradeço. Me espreguiçando e levantando. — Obrigada. — Falo para o pessoal do avião, que concorda e eu já vou indo para a parte interna do aeroporto. 

Quando eu vejo aquela cabeça loira eu sorrio mais do que esperava, porra, eu tava com muita saudade dele.

— Cassie. — Ele fala ao me abraçar, sinto o cheiro de perfume e sorrio, pelo menos essa tal de Sky não usa um perfume tão enjoativo.

— E aí, como tu ta? — Ele pega a minha mala e vamos conversando enquanto vamos em direção ao carro, onde já subimos e ele vai indo em direção a nossa casa.

— E aí eu tive que apresentar, na frente de toda a turma. — Ele fala, me fazendo gargalhar.

— Olha, melhor a cara suja de hena, do que a calça suja de gozo. — Ele concorda comigo e tenta parar de rir, para conseguir respirar. — Então, como está o clima aqui em casa? — Ele vai me ajudando com a mala e assim que fecha a porta, suspira.

— Tu já vai ver. — Concordo e vou com ele em direção a entrada. A casa dos meus pais não é enorme como a minha, mas também não é nada simples, eles são super bem de vida e digamos que saibam investir bem nos seus bens.

— Filha! — Minha mãe coloca os braços na minha volta e eu até sorrio, passando os meus na volta dela também.

— Oi mãe, estava até que com saudades. — Brinco e ela sorri.

— Eu também, você…

— Querida. — Meu pai fala, vindo da direção do quintal. Minha mãe já se vira e volta para a sala, enquanto eu cumprimentava meu pai. — Como foi a viagem?

— Bem, foi super tranquila. Mas então… — Fico meio que sem falar nada.

— Quer ir por as coisas no seu quarto? — Concordo e o Niall que sobe comigo, pondo as coisas lá para mim.

— Vamos fazer algo hoje?

— Bem já ta tarde, vai querer sair hoje ou deixar para amanhã? Acho que seria uma boa tu conversar com o casal problema hoje depois da janta. — Concordo e ele sorri, vindo até mim e me dando um beijo na bochecha. — É bom te ter em casa. — Ele me faz ficar mais tranquila, logo sai, me deixando aqui no meu antigo quarto. Ele até que era bonitinho, claro que não era enorme e muito menos tão caro como o meu atual, mas eu me sentia á vontade aqui. Tiro meu calçado e desço, encontrado minha mãe assistindo televisão na sala.

— Eu to com fome, a funcionária ta fazendo janta?

— A lasanha que você tanto adora. — Ela sorri, baixando o volume da televisão e me olhando. — Fiquei feliz quando o seu irmão falou que você viria.

— Eu precisava ver vocês um pouco, como o clima com o papai anda?

— Ah, desde que falei com você, eu mal tenho olhado na cara dele.

— Ele ta lá fora?

— Sim, para variar.

— Vou lá falar com ele, quando a janta tiver pronta me avise. — Falo e ela concorda ainda para baixo. — Ah, e mãe, se você está com ele, é porque você quer. Você é uma mulher linda e mesmo se você se separasse, teria vários homens aos seus pés, não precisa de grudar no passado por medo do futuro. — Ela me olha e ri lentamente.

— Eu amo ele filha, é por isso que ainda estou aqui. E porque eu sei o quanto ele é importante para o Niall. — Ela fala e eu suspiro, literalmente mal por ela. Vou indo em direção ao quintal e vejo ele sentado com o Buster, porra, ele ta enorme.

— Buster! — Chamo e o labrador vem correndo na minha direção, quase me derrubando. — Eu senti sua falta cara, acredite. — Rio e ele começa a me lamber toda.

— Ele adora você. — Meu pai fala desanimado, me fazendo até suspirar. Eu venho aqui por um problema e já me dão outro.

— Sabe, você foi um idiota. — Me aproximo e me sento ao seu lado.

— É, eu sei.

— Aquela mulher lá dentro é louca por você, se ela ainda… Porra pai, vocês são casados á quantos anos mesmo?

— Em torno de 25.

— E valeu a pena jogar isso tudo fora por uma mulher que além de não te respeitar, não respeitou a sua mulher? — Ele me olha e nega.

— Filha, eu sou homem, e acontece que…

— Pai, não me venha com essa de “eu sou homem”, o que um não quer, dois não fazem. — Ele me olha e simplesmente continua me encarando, sem saber o que falar. — Pai qual é, você nem está tentando se desculpar, você nem sequer se arrependeu.

— Eu me arrependi! Tanto que eu demiti a funcionária antes mesmo de a sua mãe descobrir, acabou que… Ela não me quer perto dela, como vou falar com ela?

— Lutando por ela quem sabe? Mostre que está arrependido e que ainda a ama. Se eu fosse ela, já teria te colocado para fora a tempos, isso depois de te bater é claro.

— Filha, eu sei que não arruinei tudo só com ela, o Niall nem sequer olhar na minha cara olha, a situação toda está ruim.

— Eles te amam pai, você só… Precisa achar uma maneira de se desculpar de verdade.

— Flores? Chocolate?

— Algo mais sentimental, material não é tudo.

— Falou a menina que tem mais de 8 carros. — Encaro ele nada feliz, que ri. — Calma filha, era só pra descontrair. Mas então, qual o real motivo de você estar aqui? — E agora ele realmente me pega de surpresa.

— Vim ver vocês.

— Sim, você veio porque precisa de algo, ou pode ter tido algum problema na empresa. — Ele levanta ao ouvir que a janta ta pronta.

— Quem sabe, não é? Mas o que importa é que estou aqui.

— Sim, fico feliz que mesmo distante, você ainda perceba que estamos aqui para você. — Ele toca no meu ombro e vai para dento de casa, porra, são nesses momentos que eu lembro o porquê de não vir muito aqui. 

(…)

— Sim Mark, eu tenho certeza.

— Mas senhorita Benson, por que não pede para um dos meninos ir e…

— Mark, nenhum deles pode saber disso, e o que eu estou pedindo não é nada demais.

— Benson, você está me mandando arrombar o apartamento do Payne, só para ver se ele está lá, e principalmente, com outra mulher! Isso não é nada demais?

— Tá Mark, falando assim até parece algo sério. Mas enfim, ele te conhece, não pode ser você! Eu preciso que mande algum dos seus homens de rua, que ele não conheça e tudo mais, mas sem machucar ele, só para ver se ele continua na cidade.

— Ele se demitiu, por que não liga para ele e…

— Mark, querido e fofo Mark, não me faça ter que te ameaçar para que algo positivo aconteça, certo? Apenas faça o que eu mandei, e… Tire fotos, certo? — Coloco a unha na boca e escuto ele bufando.

— Certo, e se ele tentar reagir? Achando que é um assaltante?

— Bem, aí o problema não é meu, o sujeito que aguente. Mas se ele encostar um dedo no Payne, eu mesma mato. — E com isso, eu desligo a ligação.

— Ta pronta, Cassie? — O Niall fala ao entrar no quarto, e eu já concordo.

— Já vou.

— Com quem tu tava no telefone?

— Ah, o Mark.

— Aconteceu algo?

— Não, só para ver como as coisas estavam.

— Tudo bem, vou te esperar lá embaixo, e não demora, a Sky já ta nos esperando. — Concordo e ele sai. Bom, vou dar uma chance para a menina, se achar que ela não presta, eu vou simplesmente colocar ela em algum ponto e pagar alguém para atropelar, pelo menos assim o meu irmão não pode me culpar de cara né. No entanto tenho quase certeza que ela está com ele por puro e simples interesse.

— Tchau mãe, tchau pai! — Pelo menos hoje os dois estavam aqui na sala. — Ah, eu fiz uma reserva para vocês os dois, hoje lá no D’Grand Lepit, então se aprontem e cheguem antes das 21h. — Já fecho a porta antes que ele possam falar qualquer coisa que seja, se eles não vão por bem, com a minha ajuda pelo menos.

— E então, falou com ele hoje? — O Niall fala, assim que eu subo no carro.

— De quem está falando?

— Qual é, eu ouvi você falar Payne quando fui te chamar. E aí, como foi?

— Bem, eu não falei diretamente com ele, mas sim sobre ele.

— Como assim? — Ele dá a partida e eu suspiro de leve.

— Temos mesmo que falar sobre isso?

— Sim, o que rolou?

— Mandei verem se ele tá em casa, só isso.

— Ta preocupada? — Ele faz uma voz mais fina, fazendo eu acertar a coxa dele em cheio.

— Cala a boca.

— Qual é Cassie, não pediu pra conferirem se ele já comeu, ou algo do tipo? — Ignoro ele e decido até mesmo mandar uma mensagem pro Mark. O Liam tem problema com bebida, ele saindo da empresa deve ter se estressado e não quero que ele entre em crise de novo ou porra do tipo, ele pode acabar bebendo tanto do jeito que é, que não duvido entrar em coma alcóolico.

“Confira o estoque de bebida dele, da última vez que eu fui haviam em torno de umas 8 garrafas de bebidas diferente, 5 abertas, mas nenhuma com menos do que a metade. Me avise, e caso estejam acabando, as jogue fora.”

Mando só isso, o Mark não precisa de mais explicação nem nada do gênero.

— Niall? — Ele me olha de lado e sorri.

— O que é?

— O que você acha dele?

— Fisicamente?

— Não seu puto, mas como pessoa?

— Bem, ele é definitivamente o menos cruel dos meninos e o que parece ter menos problemas em mostrar sentimentos.

— Além de ser o melhor na cama. — Mordo o lábio e ele faz um som de nojo ao imaginar a cena.

— Isso não convém, mas sei lá… O que tu sente perto dele?

— Não sei, ás vezes eu penso que é cólica, pode ser diarréia. Só sei que de repente eu vou escutar uma porcaria de música e do nada a merda da letra começa a fazer sentido. — Comento e ele ri.

— Tu ta fodida.

— Por que?

— Porque quando eu penso na Sky, eu fico exatamente do mesmo jeito. — E ele me faz rolar os olhos.

— Isso é ridículo.

— Porque eu a amo?

— Não, porque eu tenho certeza que deve ser diarréia, o perfume dele me enjoa. — Dou de ombros e ele para o carro na frente de uma casa, da qual uma menina morena já esperava na frente. — Eu não vou sentar atrás, já aviso, tenho 21 e ela 19, ela que me respeite. — Ele me ignora, descendo do carro e indo em direção á ela. Bem, ela era mais baixa que eu, mas continuava sendo alta. Cabelos em um tom de castanho escuro, quase preto, que iam até um pouco abaixo dos ombros. Não tinha muita bunda, mas tinha peitos normais. O sorriso dela é bonito, deve ter feito clareamento nos dentes umas duas vezes, inclusive a pinta que ela tem do lado do lábio inferior já ta me irritando. Olhos castanhos e sobrancelhas grossas, mas nada fora do normal. Após ela se separar do Niall, ela olha em minha direção e sorri, porra, to com a janela aberta.

— Eu sou a Sky, é um prazer. — Ela me cumprimenta pela janela mesmo, e eu por livre expontânea pressão, sorrio para ela.

— Sou a Cassie. — Ela concorda e sobe atrás, logo o Niall já dá a partida.

— Vamos tomar café onde?

— Onde quer ir, amor? — O Niall fala isso, e eu juro, juro que involuntariamente eu bufo aqui de boas, fazendo os dois me olharem. — Não liga amor, ela ta em negação porque o cara que ela gosta largou de mão. — Quando ele fala isso eu não acredito.

— Niall James Horan, eu não creio que você…

— A Sky estuda psicologia e eu confio muito nela, vai ser bom se abrir com a gente. — Ele fala e eu bufo, ele não pode estar fazendo isso, sério mesmo mesmo.

— Querido, se fosse para falar com um psicológo, eu ia em um formado já. — Falo e ele ri sem graça por ela.

— Podemos ir com calma, eu estava cheia de problemas e seu irmão me ajudou bastante.

— Se é tão boa, por que não ajudou o Niall com a situação que os meus pais estão lá em casa? — Falo já fervendo e o Niall estaciona.

— Te falei que ela é meio temperamental. — Ele se explica pra namorada. Desço do carro e me dirijo até a parte interna do café, me sentando na primeira mesa vazia que eu vejo. Os dois se sentam comigo e logo começamos a ver o cardápio.

— Eu quero um croissant de chocolate e café gelado de baunilha. — O garçom concorda anotando e anota os pedidos deles também.

— Então Cassie, quer falar o que aconteceu?

— Não Sky, eu realmente não quero. — Falo brincando com os saquinhos de açúcar sobre a mesa. 

— Cassie, pode falar. — O Niall fala e eu rio.

— Eu não tenho o que falar, e foi exatamente isso o que aconteceu, ele me falou algo e eu fiquei sem reação, então simplesmente…

— Você falou o que? — A morena tenta e eu suspiro.

— Que coração partido se cola com porra. — Os dois me olham incrédulos.

— Ele falou que tava gostando de ti?

— Sim Niall, foi isso, e o que eu fiz? Bem, vocês já sabem o que eu fiz. — A minha querida “cunhada” me olha e respira profundamente, antes de por a mão sobre a minha.

— Cassie, não é só porque temos medo do futuro, que temos que nos prender no presente ou muitas vezes no passado. — Essa foi a maldita frase que eu falei pra minha mãe ontem, mas escutando ela assim, não quero nem saber.

— O passado eu passo, muito obrigada. — Nos entregam os pedidos e eu começo a comer já.

— Cassie, tu gosta dele.

— Não Niall, eu sinto atração, apenas isso, e é atração física ainda por cima.

— Muitas vezes a atração…

— Sky, eu vim aqui para conhecer você, e não para que vocês os dois cuidem e dialoguem sobre a minha vida, ta? Mas enfim, já descobri que você estuda psicologia, o que mais faz da vida? — Falo e os dois se olham, percebendo que é melhor deixar esse assunto de lado, pelo menos com essa garota aqui, o Niall ás vezes come merda né, só pode.

— Bem, eu sou filha única, e… — Ela vai falando e eu realmente vou escutando, e bem, nada parece suspeito nela, menos mal. Após ficarmos aqui 2h eu decido que já estava na hora de ir embora, e o Niall até convida ela para ir lá em casa, mas acho que ela percebe que eu queria falar só com ele mesmo, por isso pede para largarmos ela na casa dela.

— Onde os nossos pais tão?

— Eu arrumei uma janta pra eles, eles devem ter saído mais cedo pelo visto. — Falo e me jogo no sofá da sala, o qual ele senta na ponta e põem meus pés sobre as pernas dele.

— O que achou da Sky? — Ele fala com animação e eu até sorrio.

— Por mais que eu deteste admitir, ela está aprovada, escolheu bem em Horan. — Brinco e ele concorda.

— Ela é linda, e é super inteligente.

— Ela parece se importar mesmo com você, fico feliz com isso tudo. Porque se alguém for bater em você, tem ela pra se defender. — Ironizo e ele me joga uma almofada.

— Mas então, não quis falar por causa dela, mas sabe que pode falar de tudo comigo. Se tu gosta dele, por que não ta investindo? Cassie tu tem 21 anos, e nem quando era adolescente namorava, tu… Tu nunca conversa sobre isso comigo.

— Eu só tenho um problema de confiança com as pessoas Niall, tu sabe.

— Ta, mas por quê?

— Nada Niall, você me conhece quase a vida toda e…

— Quase, mas eu não sei o que já aconteceu contigo antes de tu vir morar com a gente. Eu me lembro Cas, me lembro que tu só conseguia dormir com a luz e televisão acesa, tinha que ter algum barulho e tu não gostava nunca de se sentir sozinha, o que aconteceu com essa menina?

— Ela cresceu, meu bem.

— Cassie.

— Eu tenho medo Niall, que merda. Eu tenho medo de confiar nele e ele me decepcionar. Medo porque eu não to acostumada com essas coisas, e eu sei que nunca vou conseguir dar á ele o que ele quer. Medo porque vai chegar um momento que ele vai cansar de mim e eu vou cansar dele, eu só não quero me envolver em algo que eu sei que não vai dar certo. — Falo e ele para me analisando.

— Se tu der 100% de ti, definitivamente tem como dar certo.

— Eu não quero que dê certo, e acho que nem ele. Ele… Ele até se demitiu, que merda cara. — Me sento direito e passo as mãos pelo cabelo.

— E tu não queria que ele tivesse se demitido, não é?

— Cala a boca Niall.

— É sério, só tu não vê, mas tu gosta dele e o problema é que tem medo por conta de algo que já te aconteceu. Explica para ele tudo, e vocês se resolvam. Mas vocês já fazem parte um a rotina do outro, seria mesmo bom se resolverem nem que seja só para serem amigos. — Ele fala e eu suspiro. Eu quero ele por perto, mas não posso ter absolutamente nada certo e fixo, então se ele trabalhar para mim sem nos envolvermos, pode ser que dê certo. Não é?

— Vou tentar isso de amizade, acho que pode dar certo. — Isso se ele quiser não é.

Eu e o Niall passamos a noite juntos vendo filmes, e assim que eu recebo a ligação do Mark, eu digo que vou dormir e já vou direto para o quarto, atender a mesma.

— Benson?

— O que descobriu?

— Ele ainda está na cidade, mas não estava sozinho no apartamento.

— Quem estava com ele? Como ela é? — E escuto a sua risada do outro lado da linha.

— Acho que seu namorado não vai gostar muito de saber que me mandou ir espionar ele.

— E sua mulher também não vai gostar de saber sobre o caso que você teve á 3 anos atrás e até hoje ela não sabe.

— Eu me arrependi.

— Pois bem, eu também vou me arrepender se tiver que contar para ela. Quero que volte para o apartamento e…

— Já tirei fotos, e já enviei para o seu celular também. — Ele fala e eu coloco a ligação em espera, olhando as mensagens e eu não sei porquê, mas suspiro mais do que alto ao ver que quem está em casa com ele é a Ruth.

— Ta tudo bem Mark, não precisa matar ela. — Falo já mais entediada.

— Mais alguma coisa?

— Quero que mande dois seguranças ficarem rondando o prédio e me avisarem se mais alguém chegar. E também que prestem bem atenção na rotina dele, se ele procurou um novo emprego ou algo.

— Certo. Já pensou em… Esquece. — Ele fala e eu bufo.

— Fala Mark.

— Por que não liga para ele? Tenho certeza que vocês conseguem se resolver, vocês sempre o fazem, e sabe, é o que pessoas normais fazem.

— Certo.

— E além do mais, ele… O que?

— Vou ligar para ele. E não esqueça, se algum dos meninos ficar sabendo disso, eu e você teremos problemas, e com problemas, quero dizer a sua cabeça sendo jogada no atlântico, certo? 

— Sim senhorita. — E nessa hora eu desligo, coloco o meu pijama e amarro o cabelo. Penso em pegar o telefone do Niall para ligar, ele não conhece o número e pelo menos não desligaria direto, como quando visse meu nome. Mas eu quero que ele veja que eu liguei e tudo mais, vai dar tudo certo. 

Disco o número dele, até essa merda eu sabia de cor, e vai chamando. Ele não atendeu. Mas tudo bem, vou ficar insistindo. Liguei mais duas vezes e nada, tento mais uma e logo ele atende, mas então a ligação fica em silêncio, bem, acho que vai ter que ser eu a falar primeiro, não é? Maldito orgulho atingido, e ele que saiba que esse momento nunca mais vai se repetir, buceta.

— Olha, eu entendo que você não queira falar e muito menos me escutar, escutar minha voz no momento, mas você vai ficar bem calado e escutar toda a merda que eu tenho pra falar. Eu só… Eu quero que você entenda que isso tudo é muito difícil mesmo para mim, e que sinceramente eu sempre me fechei para todos os caras com quem eu ficava, para não me meter em situações como essa. Eu… Acho que pela primeira vez na vida eu não sei nem o que falar, nem ameaçar você de morte adianta mais, mas eu só… Eu não quero que você saia, eu sei que eu fui uma idiota e posso ter machucado você, mas se eu não quero ficar com você, é pelo seu próprio bem, sabe? Você merece algo melhor, acredite, e eu não posso realmente te dar o que você merece, e precisa sabe. Então só… Eu sei que eu sou uma pessoa difícil de lidar, e que muitas vezes você tem vontade de me matar, mas eu me importo com você e sua segurança, posso não transparecer isso, mas eu realmente me importo, afinal sou uma mulher que é louca pelo seu pênis, saber do estado físico dele é essencial pra mim. — Rio fraco e não escuto nada, legal Payne, eu continuo então né. —  Me importo em saber se você está bem, até se comeu direito, eu… Se você andou bebendo e tudo mais. Eu tenho problemas com o meu passado e sabe, nunca compartilhei com ninguém, mas várias vezes penso e penso sobre contar ele á você, porque sei que você se importaria e me abraçaria, dizendo que tudo ficaria bem, porque é isso o que você faz, você me traz a paz que eu preciso e o carinho que eu nunca tive, e sim, eu sou idiota o suficiente para largar isso, porque eu não sei como lidar, e mais ainda, não sei como retribuir. Eu não me imagino dormindo todas as noites abraçada em você, te abraçando forte, ou sequer saindo para esses encontros românticos. Então tudo o que eu queria, além de pedir desculpas, é que você pense em voltar para a empresa, eu preciso de você lá, e eu sei que…

— Pega pra mim. — Entro em choque quando escuto a sua voz embriagada, quase falando isso de fundo. Ele está quase bêbado e não é ele no telefone, então…

— Com… Com quem eu to falando? — Falo entanto soar mais séria e escuto uma respiração mais tranquila.

— É a Mandy. — A voz enjoada fala e eu até afasto o telefone do ouvido por alguns instantes.

— Mandy? Por que diabos uma vagabunda como você está com com o Liam? 

— Ele sempre me chama quando precisa de ajuda, e acredite, no momento ele precisa bastante. — Ela fala maliciosa e eu não consigo nem acreditar.

— E a irmã dele?

— Já está dormindo, mas deixamos ela no apartamento dele  e viemos para o meu, onde temos mais privacidade. — Ela fala mais arrastado, privacidade o cu dele, eu… Por que eu quero esquartejar ela em mil partes?

— Ah sim, bem… Aproveitem bastante, a propósito, ele ama que peguem um alicate e esmaguem as bolas, até sentir as lágrima sabe? Pode apertar bastante. — Só consigo falar isso, logo eu desligo a ligação e o telefone involuntariamente cai da minha mão. Eu sou uma estúpida.

CONTINUA...