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História Dirty Work - I am Here for You.


Escrita por: stealmyziall

Notas do Autor


Hey amores, eu espero realmente que gostem desse capítulo! E peço perdão desde já por não ter conseguido reponder os comentários, mas eu to ocupada com questão de mudar daqui a uns meses, mais provas, ai fica complicado, mas juro que leio todos e amo todos demais, então muito obrigada para quem tira do próprio tempo só para comentar! Beijão e boa leitura!

Capítulo 33 - I am Here for You.


 

“Eu dei um passeio em uma noite de sábado. Névoa no ar apenas para clarear minha mente. Onde eu vou a partir daqui? Eu vejo minha respiração no ar, agitando as mãos passando pelo meu cabelo, meus medos. Onde eu vou a partir daqui? É minha a culpa? — Imagene Dragons.”

 

Cassie On

— Sim Mark, quero no mínimo 30 carros só na quadra dele, e mais o resto do perímetro deve estar cercado, eu não quero sequer uma única possibilidade dele fugindo. — Falo terminando de por meus calçados e ele concorda, já indo ao andar de baixo e indo falar com os seus homens.

— Cassie, o Liam… — O Oliver entra no meu quarto já falando isso, o que me faz estranhar e levantar depressa.

— Aconteceu algo com ele?

— Ele tava lá no James. — Na hora ele fala e eu olho pra ele bufando.

— Oliver, sem brincadeiras agora, eu to com o saco cheio e…

— É sério, na ligação o James chamou ele e ele não te falou. — Ele fala isso e a minha raiva agora aumenta, como ele ousa? Como esse maldito filho da puta realmente foi pra lá depois de eu ter dito, ou melhor, mandado, ele não ir?

— Não, ele tinha um compromisso e já ia voltar. — Falo de novo, ele não ia mentir pra mim, ainda mais em um caso assim, ele realmente não ia, caralho.

— Ele foi para conseguir mais informações com o James e tentar descobrir qual seria o próximo passo dele, mas parece que ele chegou meio tarde. — Ele fala e eu fico furiosa, eu juro que depois de matar o James, mato o Liam! Ele não só me desobedeceu, como também mentiu na minha cara, ele teve a lata de me olhar nos olhos e negar quando eu perguntava se tinha algo.

— Por que ele não me contou? Mas que porra, ele acha que ta brincando? Ele acha que o James não mata ele em um segundo se quiser? 

— Você ia ter deixado ele ir? — Ele arqueia as sobrancelhas e eu bufo, tem muita coisa na minha cabeça agora.

— Eu vou matar o idiota. — Fervo e ele ri. — Sabe qual o problema do Liam? Ele acha que é uma coisa maior do que ele é, ele só… Caralho, porra. — Acerto o abajur com raiva.

— Ta aí o porquê de ele não ter falado nada.

— Oliver, se veio aqui para me encher, pode pegar suas bolas e se mandar. — Ando até o setor de bolsas do quarto, pegando em que eu guardava algo necessário somente em momentos extremos.

— Ele fez para te ajudar, então não judia do cara.

— Oliver, por que está me falando isso agora? Logo agora que eu to puta? E não judiar? Já não basta o que aconteceu com a Carla, ainda mais… Peraí, ele ta no James agora? Junto com ele e a Carla?

— O que tu ta… Tu acha que ele tem algo haver? Cassie, puta que te pariu né! — Ele fala sério e eu nego.

— Não, eu sei que ele não ta do lado do James, mas o maldito já errou comigo, e se ele quer saber, é bom mesmo que ele tire a Carla de lá. Inútil.

— Ta, só não precisa quase matar ele quando ver ele, porque… Ele vai chegar agora e vir falar contigo, e a situação como ta, eu não sei se ele vai ter coragem ou sequer tempo de te falar, então calma porque tudo o que ele fez foi com boa intenção.

— A culpa é dele, e se ele ainda nem tiver coragem de me contar onde ta? Ele vai ficar me fazendo de burra, querendo que eu pense que ele tava resolvendo alguma porra que fosse? Nem no telefone esse merda falou algo, caralho.

— Não, a culpa não é dele. Porque ele estava fora de casa enquanto nós todos estávamos aqui, ou pelo menos saindo daqui. Fomos pegos de surpresa, e assim como você pegou o James da maneira que você achou que ia machucar ele bastante, ele resolveu fazer o mesmo.  — Eu ignoro ele e desço correndo até o andar de baixo, onde vários homens meus esperavam minhas ordens, assim como os meninos que me olhavam aflitos, eu sabia que eles também se importavam com a Carla, e até demais, ela sempre esteve aqui para nós, e agora nós teríamos que estar aqui por ela.

— Cassie. — O Liam entra correndo pela porta de entrada. Pela quantidade de gente, eu só conseguia ver a cabeça dele, e ninguém virou para o encarar, pois continuavam esperando ordens minhas.

 Quando eu vejo ele, eu sinto um misto de emoções, a questão de querer matar ele por ele ter me “enganado”, e o fato de eu querer abraçar ele, esse homem me deixa louca, e eu detesto isso, porra. Porque se fosse qualquer outro que simplesmente tivesse me mentido e desobedecido uma ordem minha, eu teria literalmente dado um tiro na cabeça, mas com ele isso não é nem uma hipótese, e além do mais… Por que eu to imaginando na minha cabeça a cena de eu abraçando ele? Caralho, mas não, posso estar assim internamente, mas vou fazer ele aprender quem manda e que não pode tentar ter esse controle sobre mim, onde eu falo algo e ele faz o oposto, achando que se não me contar e eu não descobrir, tudo ficaria perfeito.

— Depois falamos. Agora, quero todos cercando a casa dele e…

— Cassie. — O Liam chama, ainda ofegante, fazendo eu o olhar puta da cara.

— O que é, porra? Mais alguma merda pra me encher? Ou mais… — Ele aponta para a barriga dele e só então noto que ele estava sangrando. Puta que me pariu. — O que aconteceu? — Os meninos já haviam ajudado ele a se sentar no meu sofá, ele respira fundo e olha para mim.

— O mais importante agora é saber que ele não está em casa, ele fez questão de mandar o endereço. — Ele fala com dor e eu não entendo. — Eles estão em um depósito. — Ele levanta a camiseta e eu solto até um suspiro quando vejo as facadas na barriga dele. 

— Isso ai é bem feito por mentir pra mim e me desobedecer, ainda por cima…

— Cassie. — Ele fala sério e eu bufo. Caminho até ele e ele vai se virando, mostrando as suas costas que estavam com coisas escritas, sim, escritas pela faca na sua pele. —  Ele escreveu aqui o endereço. — Ele fala.

— Porra. — O Louis fala, ao passar os dedos de leve sobre as palavras escritas. O Zayn anota o endereço e eu continuo chocada olhando isso tudo, por que agora que eu vi o que fizeram com ele, a minha raiva só aumentou?

— Quero todos do lado de fora, me esperando. —  Eles concordam e se retiram de dentro de casa, deixando só os funcionários, que agiam normalmente, eu e o Liam. — Você… Como isso aconteceu?

— Eu sei que vai querer me matar, e eu até entendo, mas achei que as coisas iam sair de outro jeito, eu te desobedeci e só não me demiti, eu sei que tu ideia isso, mas…

— Você foi se encontrar com o James, eu sei disso. — Falo fria e ele suspira.

— Eu…

— Tu nada, eu te falei uma maldita coisa para não fazer, e tu vai lá e faz!

— Mas eu não achei que tu ia ficar tão brava.

— Liam, eu não falei como a porra da tua amiga, eu mandei como a estúpida da tua chefe, não vai achando que as coisas iam ser diferentes. — Falo e ele me olha chocado.

— O que?

— Eu vou matar aquele maldito. — Falo com raiva para mim mesma ao ver como esse filho da puta gostoso ta machucado. — Mas antes de matar ele, eu preciso saber exatamente o que ele fez, para o fazer sofrer bem antes de morrer. — Me agacho na frente dele, ficando de joelhos e o analisando.

— Tu só pode ser bipolar, tava puta, agora preocupada, e…

— Eu continuo puta, acredite, você vai ser mais do que castigado  punido por me desobedecer, enfim, fala de uma vez.

— Quando tu me falou que eles pegaram a Carla eu fiquei puto, ai comecei a crista com ele, dei um soco e os seguranças dele me seguraram. Ele disse que foi por isso que me chamou, porque esperou para ver a minha reação, para ver se eu ia ser leal a ele. — Ele fala e eu suspiro.

— Você é um idiota. — Falo meio triste, passo a mão pelo rosto dele e ele geme de dor.

— Cassie, por favor, toma cuidado quando for nesse depósito, se ele fez questão de mandar o endereço, é porque ele realmente vai ta te esperando com tudo. — Ele fala tentando levantar, mas eu nego e ponho a mão sobre o seu peito, para que ele continue deitado.

— Eu sempre tomo cuidado, só… Eu vou chamar o médico e ele vai vir te examinar. — Falo sem dar mais nenhuma explicação ou aviso e ele concorda, ele sabe que eu to puta, mas ele deve ta surpreso com a minha reação, porque até nisso eu não consigo ser firme com esse babaca. 

— Cassie, eu consigo ir com vocês, eu…

— Já fez o bastante.

— Eu…

—  Mark, quero que chame o médico para o Liam. — Ele concorda e eu ando até o Zayn, pegando o endereço e subindo no meu carro. O Harry vem comigo e vai me dando as coordenadas.

— Sabe que ele não vai estar lá, né?

— Sim, ele é um maldito covarde que foge das merdas que faz. — Acelero mais ainda, eu to cega de raiva, ele teve coragem de fazer o que fez com o Liam? E ainda por cima pegar a Carla? Se eu não matei ele antes, ele que se prepare.

— É ali. — O Harry aponta e eu concordo, parando o carro a alguns metros do deposito, e assim todos os meus homens fazem o mesmo. — Trouxe a bomba? — Abano de maneira afirmativa, pegando a mesma da bolsa e descendo com ela. Faço sinal e o Mark concorda, nos posicionamos, cada um com sua arma, e logo começamos. O Louis vai com 10 homens pelo lado esquerdo, e o Harry com mais 10 do lado direito. O Harry cerca a parte de trás com mais homens e o Oliver está aqui comigo, esperando entrarem pela entrada e logo entramos junto com eles.

— Nada. — O Zayn grita. E logo eu bufo, é claro que o covarde ia….

— BOMBA. — Alguém grita e todos nos viramos assustados. Logo a primeira explosão ocorre. Olho em volta procurando por algo, mas nada se faz presente, e logo…

— Porra. — Outra bomba explode, dando inicio a um fogo alarmante.

— Cassie, precisamos sair, agora! — O Oliver fala e eu nego.

— Não até eu achar ela. — Me solto dele e corro mais para dentro do depósito. Sinto o meu corpo começar a cansar e pingos de suor a cairem do meu corpo todo em si, mas não, ele fez de propósito, de certo ela ta em um dos últimos cômodos dessa merda.

— CASSIE! — O Louis chama e eu ignoro, procurando em todos os cômodos dessa merda. — Cassie, caralho! — O Louis me puxa, bem na hora que a terceira bomba explode a menos de 1 metro de nós, o que joga nossos corpos para longe. 

— Cacete. — O Zayn fala ao me pegar e me carregar com ele em direção a saída.

— NÃO! NÃO VAMOS SEM ELA! — Eu me esperneio e ele me segura firme, me puxando com ele enquanto eu me debato para ficar, isso que só estávamos nós e o Louis aqui dentro, e nem respirar dava mais, tava tudo em chamas. Na nossa volta tinham tantos corpos de funcionários meus, o mínimo uns 30 mortos com essas explosões de merda.

— Pega ela. — O Zayn me dá para o Mark, o qual me segura e eu nego, tossindo até não poder mais.

— A Carla está… — E quando o Louis põem o pé para fora do depósito, ele todo se explode, em mil e um pedaços. — PORRA. — Eu pulo do colo do Mark, indo em direção ao depósito, mas agora o Harry é quem me segura.

— TU NÃO VAI CORRER PRA MORTE, QUE MERDA CASSIE! JÁ ERA, ELA JÁ ERA. — Ele berra e eu nego, eu não ia chorar, eu não…

— Olha lá em cima. — O Oliver fala com dificuldade e eu arqueio a cabeça, vendo um helicóptero. James.

— FILHO DE UMA PUTA. — Falo pegando a arma e dando tiros para cima, mas nada pega nele. Ele simplesmente acena para mim e joga um saco preto do helicóptero, logo se mandando enquanto recebia vários tiros dos meus homens. Quando o saco cai no chão, eu levanto a mão e sinalizo para que todos parem com os tiros.

— Cassie. — O Harry me chama, mas eu o ignoro, já imaginando o que deve ter dentro do saco. Eu caminho em direção ao saco e o Zayn se mete na minha frente.

— Não vai. — Ele fala e eu nego, tentando passar e cheia de raiva, mas ele passa os braços na minha volta para me segurar, que caralho.

— ME SOLTA. — Berro tentando passar, mas ele nega, me arrastando para longe.

— Tu não precisa ver isso, a gente já sabe o que é. — Ele fala e eu nego.

— Zayn eu… Por favor. — Falo enquanto o Louis vai até o sacão e abre o mesmo, é muito pequeno para ser o corpo todo dela, mas podia… Ela não tava no depósito, ela… Será que ele ainda ta com ela? Ou então…

— É o coração. — O Louis fala e eu sorrio.

— Então ele não matou ela, ele só…

— A cabeça também ta aqui, Cassie. — Ele tira as mãos do saco e vejo ambas com sangue, ele havia deixado a cabeça no saco.

— Não. — Falo baixinho para mim mesma e o Louis suspira.

— Já era.

— Eu… —  O Zayn me solta aos poucos e eu fico congelada no meu lugar, com todos na minha volta esperando uma ordem ou algo.

— Todos de volta para a empresa, amanhã teremos uma reunião geral por volta das 13h, podem ir. — O Oliver fala e logo todos começam a ir embora, o Mark vai organizando as coisas e percebo as sirenes dos bombeiros.

— Cassie… — O Harry chama e eu concordo, sabendo que precisamos ir, mas eu não posso, ela… Ela me criou, ela… Ela fez tudo o que uma mãe faria, ela aguentou todas as minhas merdas, ela aguentou tudo que é possível vindo de mim, e como é que eu retribui? Fazendo ela ser morta, como se não valesse nem uma moeda de 5 centavos, não era isso que eu queria para uma mulher como ela, e isso, isso é 100% culpa minha, culpa minha por me deixar levar por uma pessoa, por nutrir sentimentos por ela e fazer ela de importante para mim, porque aqui está a prova que eu ouvi já a muito tempo atrás, eu… Eu não mereço esse carinho ou preocupação, eu não sou digna disso, eu não sou nem sequer digna de me sentir mal por ela, a culpa é minha, caralho.

 Eu ando até o saco, mas o Louis segura o mesmo e nega.

— Tu não precisa e nem vai ver isso, precisamos eliminar as provas. — Ele fala e joga em direção ao fogo.

— FICOU MALUCO? — Berro com raiva e ele me ignora, indo em direção ao meu carro, e eu continuo parada. Eu não posso sair daqui e deixar ela, eu não posso simplesmente…

— Cassie. — O Zayn chama e eu nego, meus pés nem sequer se mexiam. Eu estou em estado de puro e completo choque, eu não acredito que ele realmente fez isso, eu não acredito que…

— Merda. — A Carla nunca teve absolutamente nada haver com isso. Ela tem uma filha, uma neta, ela sempre foi uma mulher trabalhadora, e como ele sequer tem coragem de matar ela assim? Ela deve ter sofrido tanto que… Não, sem lágrimas, Cassie Benson, você prometeu á você mesma anos atrás que nunca mais choraria na frente de ninguém, que nunca mais mostraria o que é ser fraca.

 É como se o meu subconsciente mandasse essa ordem, porque o fato de todos os pelos do meu corpo estarem arrepiados não é nada comum e muito menos confortável. E pela primeira vez, eu não sei que passo tomar, eu não sei que escolha fazer, e eu definitivamente não sei como realizar o meu luto, porque eu não quero realizar porra de luto nenhum, eu não quero simplesmente aceitar o fato de que ela se foi e que não vai mais estar comigo todas as manhãs para fazer o meu café, ou que não vai simplesmente me dar as merdas de “conselhos” de sempre. Aquela que sempre me espera chegar para ficar mais calma, que realmente se preocupa com o meu bem estar, aquela que foi uma mãe para mim, e por mais que eu deteste admitir, eu a amo, ou melhor, a amava, pois por causa do James, não tenho mais ela para ter no meu dia-a-dia.

Sinto meu braço ser arrastado e não faço nem questão de virar e ver quem é, só sinto o meu corpo ser colocado no carro e dão a partida, me fazendo continuar estática no banco do carro. Eu penso em como matar ele, como tortura-lo, ou como o fazer implorar pela morte, mas nesse momento? O máximo que eu consigo pensar, é que por causa MINHA, minha e de mais ninguém, uma das mulheres mais doces e caridosas desse mundo, foi brutalmente assassinada. Se ela simplesmente não fizesse parte da minha vida, nada disso teria acontecido.

— Cassie tu… —  Eu abano a cabeça de maneira negativa, eu não quero falar com ninguém agora, eu não quero nem sequer ir para casa, não para chegar lá e não ver ela. Porra cara, nem um funeral ela vai poder ter, como eu vou… Como eu vou falar para a filha dela? E meus pais? Quando eles descobrirem, eles vão ficar tão… Puta merda cara, eu nunca pensei que o James fosse ser tão baixo quanto… Quanto eu. Ta aí Cassie, a gente colhe o que planta.

Assim que param o carro, eu desço do mesmo e noto que o médico saía só agora de dentro da minha casa, eu passo por ele reto e não presto a mínima atenção nele, quero é ir para dentro, pegar uma bebida, uma maconha nem que seja, e ficar a noite do meu jeito, sem ninguém para me incomodar.

Entro para dentro de casa, e olho em volta, vendo que os funcionários faziam suas funções, menos a Carla é claro.

— O Payne ta dormindo. — O Louis fala e eu olho em direção ao sofá, vendo o Liam realmente dormindo lá.

— O médico acabou de sair, ele deve estar cansado. — Falo pela primeira vez e todos me olham. — Podem ir embora, eu estou bem.

— Não, nós não vamos. — O Zayn fala e se senta no sofá que estava vazio.

— Meninos, é sério, eu preciso de um tempo para mim mesma. — Eles me olham sérios, esperando que eu continue. — Amanhã eu vou para a empresa e vocês vão ver como eu estou bem, mas hoje eu realmente quero ficar sozinha e pensar no que aconteceu.

— Cassie, a Carla não era qualquer pessoa, e além do mais…

— E você acha que eu não sei disso? — Falo de uma maneira bem bruta para o Harry.

— A questão é, só queremos ajudar.

— Eu sei, e se querem mesmo me ajudar, vocês devem ir e realmente me deixar, qualquer coisa eu ligo.

— Não vai fazer nenhuma loucura?

— Não Louis, eu realmente vou ficar em casa e tentar processar.

— Eu vou organizar um funeral. — O Oliver fala, me fazendo rir.

— O James não foi nem capaz de devolver o resto do corpo dela. Louis, você tem certeza que…

— Sim Cassie, era ela.

— Eu vou pegar um pouco de cinzas que sobraram do depósito e enterramos com ela, mas ela merece pelo menos um enterro.

— O que sequer eu vou falar para os meus pais e para a família dela?

— Acidente de carro, o carro pegou fogo e as cinzas foram o que sobraram. — O Harry fala e eu concordo, querendo acabar logo com isso.

— Bem, qualquer coisa nos liga. — O Zayn fala levantando e vindo me dar um beijo na bochecha. Os outros fazem o mesmo e logo mais os 4 já haviam ido embora. Eu ando até a cozinha e respiro fundo vendo alguns dos funcionários.

— Todos tem o dia de hoje e de amanhã de folga, podem ir embora agora. — Eu saio sem falar mais nada, também, de uma folga eles não iam reclamar. Vou até o bar que eu tenho na sala e pego a garrafa de Whisky, não ponho nem no copo, simplesmente a viro direto goela abaixo.

— Cas? — Escuto a voz abafada do Liam, me viro o encarando enquanto o mesmo se senta melhor, passando a mão pela barriga. — Quanto tempo eu dormi?

— Acho que não foi muito, o médico saiu assim que eu cheguei. — Falo e ele parece se lembrar de algo. E ele estranha por eu ter respondido ele normal, mas agora na minha cabeça a raiva que eu tava dele não era mais o meu foco.

— Não ta mais brava comigo?

— Não. — Murmuro apenas isso, suspirando alto e tentando relaxar os ombros.

— A Carla?

— Morta. — Ele me olha com os olhos arregalados. Em um salto ele levanta e me olha. 

— Mas, tem certeza e… — Eu só concordo com a cabeça e ele esfrega uma mão contra a outra, pensando bem no que pensar ou fazer. — E como tu ta? — Eles questiona e eu dou de ombros, as palavras simplesmente não saiam, elas não queriam sair da minha boca. — Cassie. — Ele chama e eu suspiro, fecho os olhos com força e simplesmente nego com a cabeça.

— É tudo… Minha culpa. — Sai da minha boca, no entanto com a voz fraca. Ele vem até mim e tira a garrafa da minha mão, logo me analisando e colocando em seguida os braços na minha volta. Minha vontade é de o mandar a merda, assim como os outros, no entanto o meu corpo me contraria e simplesmente faz os meus braços se envolverem no corpo dele também. — Eu vou matar ele, eu juro que vou matar ele Liam. — Minha voz agora sai normal, em um tom de raiva e possessão. Eu não ia por o pé para trás e chorar feito um bebê. Eu me importava com a Carla, no entanto, o máximo que eu posso fazer agora, é simplesmente fazer vingança por ela. E é exatamente isso que eu vou fazer. Me solto do Liam de leve e o olho séria.

— O que tu ta planejando?

— Me dá o teu celular, quero ligar para ele. — Ele concorda e caminha devagar até o sofá, para pegar o telefone dele.

— Ta doendo muito? — Ele concorda e suspira.

— Ele foi bem cruel, acho que… Bem, que nesse meio tempo que ele tava me esfaqueando, tava matando ela ou sei lá.

— Eu… Deita na cama enquanto eu falo com ele. — Ele nega e bate do lado dele no sofá.

— Eu vou estar aqui pra ti, senta aqui. — Ele fala e eu nego.

— Eu preciso falar com ele, Liam.

— E vai, mas eu vou estar aqui te apoiando ao mesmo tempo. — Eu ando até ele em silêncio, eu não sei se ele ta esperando demonstração de carinho ou o que, mas eu não sei fazer isso não. Me sento do seu lado e ele segura a minha mão, começando a brincar com os meus dedos. Ele me estende o telefone, o qual já chamava, e eu ponho o mesmo no meu ouvido.

— Não apanhou o suficiente ainda, Payne?

— Acho que você se enganou. — Ele dá uma risada e eu bufo.

— Gostou do presente?

— Sabe James, é melhor você realmente cuidar da sua mamãe, porque quando eu pegar ela, eu vou é te mandar os órgãos dela assados já.

— Falsas ameaças, sabe, deu até pena da Carla antes de começar a cortar os membros dela. — E nessa hora eu levanto furiosa.

— James, eu juro por tudo que é mais sagrado, eu não vou atrás de mais ninguém, eu vou atrás de você mesmo, juro que eu te mato. 

— Benson, por que não paramos com esses jogos? Você matou minha família, eu ainda fui bondoso e fui atrás da empregada, eu podia ter matado seu irmão ou pais, fui bonzinho.

— A Carla era minha família, seu puto.

— Oh, então suponho que eu deva me desculpar?

— James, você começou um jogo do qual não terá capacidade de terminar, ou sequer sair dele vivo.

— Cassie Benson, você com 21 anos quer fazer o que eu com em torno dos meus 50 não consigo? Sinceramente, jogar com você sempre foi divertido garota, mas cansei do seu jogo, agora vou jogar ele com as minhas regras.

— James, você que me aguarde, matar a Carla foi golpe baixo, então espera até ver o que eu farei com a sua mamãe.

— Então Benson, caso queira saber, eu vou tirar umas férias e ficar uns dias fora, e claro que a minha mãe vai comigo. Então pegue esse tempo, e veja se consegue relaxar e pensar em um jeito melhor de acabar comigo.

— É o que veremos. Ah, e a propósito James, meu jogo, minhas regras. Se você não acompanha ele, deveria pular fora ou ser eliminado, mas não se preocupe, eu mesmo te elimino, só me aguarde. — E com isso eu desligo na cara do infeliz, ainda em estado de puro e completo choque. O Liam me olha e eu continuo meio estática, eu não sei o que fazer ou sequer para onde ir.

— Quer…

— Eu vou para o meu escritório um pouco, certo? — Ele concorda e eu ando até o mesmo bem lentamente, eu só preciso apagar a minha dor no momento. Faz tanto tempo que eu não sinto a dor de uma perda próxima, que a minha reação ao invés de ser de luto profundo, é de profundo choque. 

Assim que eu fecho a porta, olho em volta e me encosto na mesma. Sinto algo molhado sobre o meu seio, e quando olho para baixo, noto que era uma lágrima. 

— Porra. — Seco por baixo do meu olho e respiro fundo. — Porra, caralho. — Bato com força na parede e gemo em frustração. Pego o quadro da parede e jogo ele com tudo no chão. Olho em volta e me sinto uma estranha, olho e procuro por algo ao meu redor, não, não era algo, era a Carla. Jogo a cadeira longe e a mesma acerta a minha escrivaninha, o que faz varias coisas cairem no chão, inclusive o meu MacBook.

— Cassie? — O Liam fala do lado de fora e eu suspiro.

— O que foi? — Minha voz sai com tom de choro, o que me faz bufar de raiva.

— Posso entrar?

— Ah… Eu vou ligar para a família dela, e bem… —  Ando até a minha mesa e abro a gaveta, vendo o pó branco no saquinho, porra Cassie.

— Não quer mesmo que eu fique com você?

— Eu preciso de um tempo sozinha agora. — Não escuto mais nada, então presumo que ele deve ter ido para a sala ou sei lá o que. 

Me sento na cadeira e abro o saquinho, abrindo espaço sobre a mesa e pondo o pó lá, pegando um cartão de crédito e ajudando a enfileirar eles em 3 colunas separadas. Fazia meses que eu não cheirava, mas eu só queria mesmo me entreter com outra coisa que não levasse diretamente a sua morte, só queria uma “pausa” da rotina e de tudo. Me inclino para a frente e pressiono o dedão sobre a narina esquerda, logo cheirando o pé de maneira vertical com a narina direita.

— Merda. — Sinto a ardência no meu nariz e dou a primeira fungada, porra, fazia tempos que eu não sentia isso. Faço o mesmo com a segunda fileira e sorrio, essa merda não faz porra de efeito nenhum, e não mesmo tirar a perda da Carla, tudo o que eu consigo pensar, é em como eu vou matar o James. Levanto ainda furiosa e olho em volta, procurando o telefone. —  Caralho, tu consegue Cassie, liga e fala que foi um acidente de carro e tu sente muito, simples. — Falo para mim mesma feito uma retardada e respiro fundo. Pego o meu celular e disco para o segundo número que a Carla havia me dado, para algum caso de emergência.

— Alô?

— Oi, ah… É a Beatrice, filha da Carla?

— Sim, sou eu. Quem fala?

— Aqui é a Cassie, a chefe da sua mãe. —  Limpo a garganta e me aproximo da mesa, segurando com força uma das estatuetas sobre a mesma, para ser mais especifica a do Buda, que me custou bem caro, mas foda-se, porque jogo ela no chão e quebro.

— Aconteceu algo com ela?

— Bem, é sobre isso que eu queria falar. A sua mãe sofreu um…

— Shh… Só um segundo, Cassie. — Ela fala enquanto tentava acalmar um bebê que chorava descontroladamente, porra cara, a neta da Carla. Como é suposto eu ser tão sangue frio á esse ponto? — Pronto, pode continuar.

— Sua mãe morreu. — Falo de uma vez e a linha fica muda, porra, é suposto que ela fale algo.

— Isso é algum tipo de piada ou…

— Ela sofreu um acidente de carro, eu… Eu apenas estou aqui passando a mensagem, não havia nada que ninguém pudesse fazer.

— Mas… Quando? — A voz dela é de choro, eu não aguento isso caralho.

— Hoje. Eu liguei para falar, e para avisar que eu vou arcar com todas as despesas do funeral, quero saber que dia você pode vir para cá, para que possamos realiza-lo.

— Por que não me ligaram do hospital? Eu sou o contato de emergência dela. — Ela fala fungando e eu respiro fundo.

— Eu não sei.

— E… Eu posso chegar amanhã cedo e pelo menos dar banho nela para o enterro? Ou então…

— Só sobraram cinzas, o carro pegou fogo 100%, foi até um milagre identificarem a vítima.

— E se não for ela? E se… — Ela para de falar por conta do choro, me deixando mal.

— É ela, e bem, eu tenho realmente que me ocupar com algumas coisas, então amanhã antes de sair da Inglaterra, me dê um toque e avise quantos quartos de hotel você e sua família precisarão, eu reservarei no hotel e esperaremos vocês para que no dia seguinte, possamos enterrar ela.

— Certo Cassie, muito obrigada mesmo por tudo, a sua boa vontade é de grande ajuda.

— Eu não faço mais do que o meu dever. — E com isso eu desligo a ligação. E não faço mesmo, se não fosse eu, ela ainda ia ta viva e ia ter a chance de acompanhar o crescimento da neta.

 Abro a porta do escritório e ando séria em direção a cozinha, onde vejo o Liam com uma garrafa de bebida na mão, a mesma pela metade já, e eu definitivamente não tinha aberto ela antes.

— Benson. — Ele fala sério e eu suspiro, porra eu to com vontade de chorar, e eu não sinto isso á anos, e com ele assim não ajuda nada, que porra.

— Me dá a garrafa. — Falo e ele nega, dando mais um gole. 

— Sabe, eu também gostava muito da Carla. —  Ele já ta meio alterado, como ele bebia muito e ele deve ter ficado muito tempo sem ingerir bebida pura, agora deve ta fazendo efeito direto.

— É diferente, ela foi uma parte da minha criação.

— E mesmo assim não gostava da vida que tu levava, mas tava aqui pra ti. — Eu não sei que porra ele ta querendo fazer.

— Liam, por mais que eu deteste admitir, ainda mais na sua frente, eu não estou em um bom momento. Então só me dá a garrafa e por favor, fica quieto. — Pego a garrafa da mão dele e ele bufa.

— Quer fazer o que?

— Ir para o quarto. — Falo apenas isso, subindo para o meu quarto e escutando seus passos atrás de mim. — Vou tomar um banho rápido, bebe uma água gelada ou algo que te deixe mais calmo. — Falo sem nem o olhar e já entrando no chuveiro que eu quase nunca uso, por conta de ser aqui do meu quarto mesmo. Assim que entro no banheiro, eu já jogo minhas roupas no chão e entro no box, fechando os olhos e tentando relaxar. 

Teve tanta merda rolando esses dias, que por um breve momento eu pensei que sei lá, ia ter uma pausa ou uma brecha, mas ai tudo já começa a piorar quando vejo o Liam com marcas na barriga dele, até com esse merda eu me importa, eu to me deixando levar demais.

Após me lavar e tudo mais, me enrolo na toalha e vou para o quarto, onde encontro o Liam sentado na minha cama, com meu pijama e roupas intimas sobre a minha cama.

— Eu não sei qual que é o pijama que tu gosta, mas esse foi o primeiro que eu achei. — Ele fala e eu concordo, me secando e me vestindo mesmo á sua frente, eu não tava com paciência para nada.

— Suas feridas? — Questiono enquanto escovo o cabelo e ele tira a camiseta, me mostrando os curativos.

— Ainda dói um pouco, mas nada que amanhã já não esteja bom. — Ele tenta soar forte, no entanto eu sei que ele está louco para chorar também.

— Ah bom. — Abraço a mim mesma e ele me olha com tristeza, eu detesto esse olhar, mas logo ele levanta e me olha.

— Vem aqui. — Ele abre os braços, fazendo com que eu praticamente corresse para os seus braços, um dos lugares que eu definitivamente gosto, e demais até.

— Você sabe que a porra dessa situação toda só aconteceu por culpa minha, e…

— Cassie, só… Pode chorar, eu prometo não olhar. — Ele fala rindo para amenizar e eu nego, levantando o rosto e o encarando.

— Eu não estou com vontade de chorar, eu nunca choro.

— Ah, qual é babe. — Babe? — Tu é humana, e eu sei que esse corpo ai aguenta muita coisa, mas excesso de lágrimas guardadas ao longo dos anos faz mal.

— Eu to bem. — Suspiro e ele nega.

— Como você se nega a se abrir comigo, por que não vai á um psicólogo? 

— Ah claro, e vou falar o que?

— Stress do trabalho, é a realidade. — Ele acaricia a minha cabeça, me fazendo até rir.

— E ai falar o que? É que eu saio por ai matando geral, ai quando mataram uma das pessoas com quem eu realmente me importava eu fiquei puta. Eu fui uma vaca, então o James foi a minha versão masculina, Liam. — Ele se senta na cama e me puxa com ele.

— Você não merecia que isso acontecesse com você, você realmente se importava com aquela mulher. —  Eu concordo e fecho os olhos.

— A pior parte foi falar com a filha dela, foi…

— Calma, podemos falar disso depois, mas agora tu realmente precisa dormir. — Ele fala e eu concordo. Ele se levanta e levanta a coberta para que eu me deite, e é isso que eu faço, o que era estranho, porque pelo menos nessa casa, ninguém quase nunca fez isso para mim, apenas a Carla. —  Qualquer coisa que precisar, eu vou estar no quarto do lado. — Ele me dá um beijo na testa e anda em direção a porta, logo desligando a luz e indo fechar a mesma.

— Liam? — Chamo, já sentindo o arrependimento no meu corpo.

— Sim?

— Fica comigo aqui hoje? — Questiono com os olhos fechados, porque mesmo no escuro, to sem coragem até para ver o vulto do corpo dele. Eu espero um comentário sarcástico ou então algo que envolva sexo, mas ele simplesmente entra e fecha a porta. Logo mais eu sinto o seu corpo se deitando ao lado do meu, ele se tapa e as nossas peles por baixo do cobertor se tocam, ele passa a mão pela minha cintura e me puxa para ele, onde eu encosto minha cabeça no seu peito.

— Sempre que você quiser que eu fique, eu vou ficar. — Ele fala e eu me arrepio mais ainda, apertando meus braços na sua volta, porque é isso que me assusta, desde quando eu quero que alguém fique? E por que de repente, eu tenho assim tanto medo que ele vá embora?

CONTINUA...


Notas Finais


Gente desculpa, mas eu tive que matar ela, só pra fazer a história mais interessante e não tão perfeita, pq a Cassie não pode ganhar sempre né!
Gente, ela realmente ficou brava com o Payne, mas muito o contrário do que a maioria de vocês achava, nos comentários vi que uns achavam que ela ia pensar que ele tava do lado do James e não sei mais o que, mas não, ela ta C-A-I-D-I-N-H-A por ele, o que faz ele conseguir quebrar o coração dela mais rápido, se ele quiser né kkk
Gente ela ficou tão mal com a morte, sério, ela não sabia nem sequer como reagir, e o que ele sente é sempre o OPOSTO do que ela mostra por outros, entra novamente, ESSA MULHER É FODA!!!
Bem, espero ter surpreendido e que tenham gostado, não sei se retratei bem as emoções, mas espero realmente que sim! Amo muito todos e novamente eobg por todos os comentários, nas notas iniciais expliquei melhor pq não to conseguindo responder, mas leio TODOS!!!!

All the love. H


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