História Dirty Work - Wish i was sorry, but no, thanks.

Sim, eu posso encher um livro com coisas que não sei sobre você, baby. Você não entendeu mal, mas você tem que ir! Mentiras! Vivendo em uma fantasia. Mentiras! Nem mesmo conhece a realidade. Mentiras! Quando você começa a falar, eu começo a andar.

Mentiras! Mentiras! Mentiras!

Nem quer saber a verdade. Mentiras! O diabo tem os olhos em você, garota. Quando você começa a falar, eu começo a andar. Mentiras! Mentiras! Mentiras! — McFly.”

Já haviam se passado 3 semanas desde a morte da Carla, o enterro, e bem, essa minha fase “calma” com o Liam. Eu realmente achei que ele não ia levar a sério, mas durante todo o processo da minha perda ele ficou do meu lado, ele literalmente ficou morando lá em casa por uns 10 dias, e ele não queria nem sexo, ele só queria me deixar calma e mais tranquila, o que ainda era novo para mim. Sem contar que ultimamente eu tenho sentido essa sensação esquisita de querer retribuir isso para ele, é por isso que eu estou com essas duas no meu escritório.

— É sério Cassie, eu ainda acho que dando um trato com ele na cama, ele fica mais do que feliz. — A Kayla continua com essa ideia em mente, de que dando pra ele, ele já fica quite comigo.

— Eu não acho, você tem que ser mais romântica, sabe? — Ashley, querida e doce Ashley, eu nunca me imaginei nem nessa situação, quem dirá sendo romântica.

— Não Ash, eu realmente não sei. — Bufo e me viro para a janela, porra, alguma ideia tem que vir.

— Vocês já programaram onde vão passar o natal e o ano novo?

— Ué, eu vou passar aqui com a minha família e ele deve ir ver a dele, o que acha que nós iríamos fazer? — Desde quando existe um nós?

— Mas vocês estão juntos, então é…

— Nós não estamos juntos. — Falo seca e a Kayla ri.

— Qual é Cassie, vocês praticamente moram juntos. Ele entra aqui todo fofo, vocês ficam juntos a tarde toda, fazendo carinho um no outro na frente de todos e…

— Você nem trabalha aqui Kayla, não sei nem porque vem quase todos os dias aqui.

— O Louis me paga para vir aqui todos os dias.

— E eu te pago para trabalhar no café, então? — Eu rio sem dar bola, dar uma salário mínimo pra ela que não faz nada não me incomoda. Cruzo os braços e suspiro, pensa Cassie, qual é, eu conheço o Liam, deve ter algo que… — Que dia é o Super Bowl? — Falo já animada, ele estava louco pra ir, mas não tinha achado ingresso.

— 2 de fevereiro, mas os únicos ingressos que sobraram estão custando tanto que… Você caga dinheiro, esquece. — A Kayla parece se lembrar.

— Vou levar ele no jogo, é genial, eu sou genial. — Me sento na cadeira e as duas riem.

— Falando em presente, o que o Louis ta precisando? O aniversário dele é agora dia 24, e eu não faço a mínima ideia do que comprar. — A Kayla fala, me fazendo até rir.

— Você não tinha me dado a ideia de dar um trato no Liam? Faz isso com o Louis. — Ele rola os olhos e nega, ela ia falar mais alguma coisa, no entanto fica quieta quando batem na porta do meu escritório.

— Entra. — Falo e a porta é aberta, revelando o sensual senhor Payne, com… Isso na mão dele são flores? Jeová.

— Oi gente. — Ele fala sorrindo e eu suspiro.

— Ashley, Kayla, para fora. —  As duas sorriem para mim e fazem o que eu mando, logo fechando a porta atrás delas. Eu levanto e cruzo os braços, o encarando.

— Surpresa? — Ele sorri, estendendo o buquê, o que me faz sorrir feito uma retardada mental.

— Ah, por que as flores?

— Porque eu acho que tu nunca recebeu, e eu também acho super romântico. 

— Flores murcham.

— Assim como o meu pênis quando alguém dorme durante uma noite quente. — Ele dá de ombros, se referindo quando eu tomei os calmantes na casa dos pais dele e dormi enquanto ele estava com a língua lá embaixo, céus, adoraria isso agora. Ele sorri, me estendendo as flores e se aproximando, logo me dando um beijo na bochecha. — E a propósito, eu fiz uma programação pra gente hoje. — Ele fala e eu estranho, largando as flores sobre a mesa e o olhando, enquanto o mesmo se senta na minha cadeira e bate sobre a coxa dele, fazendo eu rolar os olhos e ir até ele, me sentando no seu colo.

— E eu posso saber para onde vai me levar?

— Eu e você vamos fazer uma corrida de carros. — Eu me viro na hora, o encarando séria, de onde ele tirou isso?

— E desde quando você corre? Vai querer um dos meus carros pra isso?

— Vamos pra uma pista, com os carros de lá. E antes que tu abra a boca, já digo que é o melhor lugar da cidade, o melhor, para a melhor. — Ele ironiza e eu sorrio, passando a mão pela barba dele.

— Eu acho essa sua barba tão sexy. — Dou um beijo sobre a mesma, logo ele vira o rosto, fazendo nossos lábios se encontrarem. As mãos dele dão a volta na minha cintura, me puxando mais para ele, que sorri e invade a minha boca com a sua língua. Passo ambos os meus braços pelo seu pescoço e fico o acariciando ali, realmente sentindo o meu corpo mais quente e relaxado.

— Vamos, vou te levar pra almoçar também. — Ele dá um tapa de leve na minha bunda e ambos levantamos, logo eu o encaro e mordo o lábio.

— Tem algum motivo especial para você estar sendo todo cavalheiro? E eu teoricamente estou trabalhando, a chefe não pode simplesmente sair quando bem entende.

— No teu caso, pode sim. E não, sei lá, só to com saudade de passar tempo só eu e tu, geralmente somos nós e mais umas 7 pessoas. 

— Na cama sempre somos só eu e você. — Ele ri e segura a minha mão, me levando com ele para fora da minha sala e chamando o elevador.

— Somos só nós os dois porque é assim que tu quer, eu já falei para chamar outra mulher, tu que não… —  Eu olho tão séria para ele, que ele percebe que o melhor que ele pode fazer no momento é calar a linda boquinha.

— Pode socar a outra mulher no teu cu, no meio da tatuagem do sol que tu tem lá. — Respiro fundo, já entrando no elevador com ele e ficando quieta enquanto descemos. Assim que chegamos no saguão, vejo o Oliver, o Louis e o Harry rindo de algo no computador.

— Oliver, enquanto eu estiver fora é você quem está no comando. —  Os dois me olham sem acreditar.

— Coloca o mais novo no comando?

— Bem Harry, você é o mais burro e o Louis um dos mais temperamentais, então prefiro botar alguém que eu sei que não vai ficar enchendo a porra do meu saco depois. — Mando um beijo no ar e sigo com o Liam até a garagem. 

Logo depois do enterro da Carla, eu e o Liam acabamos ficando bem mais próximos no sentido de nos ver todos os dias e até mesmo dormir juntos, só dormir mesmo, sem sexo. E os meninos notaram isso, logo já foram me enchendo e eu ameacei eles, por isso agora eles agem como se fosse normal, porque na realidade nem eu sei ao certo o que é, nós somos chefe e funcionário, posso até nos chamar de amigos, mas… Juntos? Como em um relacionamento? Acho que não, se bem que a ideia não me parece mais tão ruim quanto antes.

— Cassie, porra. — Ele fala mais alto e só então percebo que ele esperava eu entrar no carro. Abro a porta do passageiro e subo, ele logo dá a partida e começa o percurso para um lugar do qual eu não faço a mínima ideia de qual é.

— O que vai fazer no natal? — Pergunto e ele estranha.

— Eu? O que “nós” vamos fazer no natal, é isso que tu quer saber né? — Ele sorri, passando a mão na minha coxa e eu suspiro.

— Não acha estranho nós passarmos juntos, se nós não somos tipo…

— Namorados? Bem, tu é minha namorada, eu posso não ser o teu, mas não faz mal. — Ele dá de ombros e eu o encaro.

— Liam, nós não estamos juntos tipo juntos, estamos só juntos, mas não tão juntos. — Falo e ele ri.

— Tu percebeu que o que tu falou não faz o menor sentido mesmo? Tipo nada?

— Cala a boca seu imbecil. — Dou um tapa no ombro dele, que ri e suspira.

— Podemos passar o natal com a minha família e o ano novo com a tua, não sei se vocês comemoram o natal ou o que.

— Comemoramos Liam, não somos monstros, bem, pelo menos não eles. — Dou de ombros e ele nega.

— Tu é uma monstra bem gostosa, se serve de consolo. — Ele fala e eu rio.

— Obrigada, você é um gato também de vez em quando.

— De vez em quando? Era pra ofender? — Ele fala ao ir estacionar na frente de um restaurante brasileiro, o que me faz sorrir.

— Não sabia que gostava de churrasco.

— Tu gosta? — Concordo e ele desce, logo mais sentamos em uma mesa e fazemos os pedidos, esperando o garçom os trazer. — Os meninos me falaram de uma racha que vai ter hoje de noite. — Então é por isso que ele está me levando pra sair e tentando me “amaciar”, porque ele sabe muito bem a minha resposta, é um idiota. Cara, eu acho que falei umas 10 vezes para cada um deles, para não abrir a boca sobre a racha com o Liam, e o que é que eles fazem?

— O Louis te falou, não é? — Ele não precisa nem confirmar, Louis é o maior fofoqueiro.

— Que horas vamos?

— Eu vou as 23h, você não vai. — Tomo da minha água e ele me olha sério.

— Por que eu não vou?

— Babe, por mais que você seja parte da gangue e mate os outros de maneiras super quentes, rachas ainda não são lugares para você. — Ele me olha como quem não acredita.

— Ta falando sério?

— Sim.

— Eu vou ir, Cassie.

— Não.

— Sim.

— Não, eu não quero ter que me concentrar na corrida e em você.

— Você corre?

— Não, por conta da empresa tenho que manter as aparências, mas os meninos correm, e hoje é o dia do Zayn, então só vou nesses eventos e não me envolvo diretamente no ilegal, pois ai se a polícia aparece não prejudica a empresa.

— Então eu fico contigo lá, não vai ter que se concentrar nas duas coisas se eu ficar colado em você.

— Não Liam, e é perigoso também, você não está acostumado a esse tipo de ambiente. — O garçom traz a nossa comida e ele continua me olhando.

— Eu vou.

— Não vai.

— Você não pode…

— Não me diga que eu não posso te impedir de ir, continuo sendo a sua chefe.

— Por que tem que ser uma vaca em alguns momentos? Não quer deixar eu ir por isso, ou pra poder ficar de gracinha com outros caras? — Eu até paro de comer depois de escutar isso.

— Ta falando sério? Meu filho, minhas pernas só se abre pra você nos últimos meses praticamente, não me venha falar sobre ficar com outros, você que é a vaca aqui. — Continuo comento e ele permanece quieto. — E já percebeu que toda a vez que estamos em uma discussão e você não tem a porra de um argumento, você fica tentando me chamar de vadia ou algo, já esta ficando bem chato. — Reforço e ele bufa, logo respirando fundo e me encarando.

— Cassie, só pra avisar que eu vou. — Ele fala por último e eu suspiro, por que eu não matei ele ainda mesmo? Ele que se foda se quiser ir também, ele trabalha pra mim, então se quiser ir e se meter em uma briga e morrer, ele que vá, eu não me importo mesmo. Né.

— Ta porra, quer ir vai, só não me enche mais. E se alguém for comprar briga com você, não venha ficar brabinho depois, lá todo mundo é de todo mundo e muitas vezes até o vencedor perde.

— Não venha tentar me dar lição de moral. — Ele fala estúpido, fazendo eu bufar, mas logo…

— Peraí, é por isso que vai me levar para correr hoje? Para treinar?

— Bem, é que…

— Não me diga que está pensando em correr, puta que te pariu Liam! — Perdão Karen.

— Eu só vou experimentar e ver como é, se eu não gostar…

— Você não vai correr, seu idiota. — Levanto já que termino e ele vem atrás de mim, deixando o dinheiro na mesa e indo comigo até o carro.

— Cassie, eu falei com o Louis já, ele disse que até conseguia uma corrida pequena pra mim, tu sabe que é muito dinheiro envolvido.

— Porra Liam, eu sei que tu saiu da polícia porque nunca ta satisfeito com a quantia de dinheiro que tu ganha, mas tu ganha mais do que bem comigo e corrida de carro tu ganha sim muito dinheiro, mas se tu ganhar a corrida, o que não vai acontecer, porque os caras que correm lá já correm a anos! — Entro no carro e ele dá a partida, pensando no que vai ou não me falar, eu odeio quando a gente discute, porque ai a gente parece a porra de um casal de merda, algo que definitivamente não somos! Ele segue em direção a pista e eu nego, eu não vou descer do carro e ajudar ele a ir para o caminho do suicídio. — Me leva até a empresa. — Falo e ele nega, simplesmente destravando o carro e descendo, o que me faz bufar e ir atrás dele, que estava na porta da entrada da pista, onde ficava como se fosse uma secretaria. — Liam, mas que porra, qual a dificuldade em me escutar cacete? — Falo e ele cruza os braços, me olhando sério.

— Por que eu não posso correr? Se eu perder azar, pelo menos vou ter tentando!

— Vai jogar seu dinheiro fora? Sabendo que a probabilidade de você perder é muito maior do que a de você ganhar?

— Eu só vou saber se tentar!

— Você sequer já correu antes?

— Não, mas vou correr agora, nós vamos correr. — Ele fala abrindo a porta, me fazendo entrar com ele e continuar o encarando.

— Liam, tu não ta entendendo, não é tão fácil quanto parece, só um erro e tu pode acabar se matando!

— Pra ti pode não ser, mas para mim tenho certeza que dá! — Ele fala e eu o olho séria.

— Comeu merda?

— Pra ser sincero foi…

— Posso ajudar? — A mulher do caixa fala, fazendo eu suspirar.

— Queremos 3 corridas cada. — Ele concorda e eu me aproximo, eu mesma pagando e pegando as fixas. — Se eu ganhar, você não corre hoje. —  Falo ao passar por ele, que concorda e segue comigo até a parte em que pegávamos a proteção. Esse homem é um babaca, não sabe o que faz. 

Assim que já estamos prontos, nos dirigimos lentamente até os carros, ele tenta passar a mão por cima do meu ombro, mas eu dou um tapa tão forte na palma da sua mão, que ele me olha como quem não gostou. — Idiota. —  Falo séria, subindo no carro e ele sobe no que tinha vazio ao lado do meu.

— 3 voltas completas?

— Sim, e não venha chorar depois. — Assim que o relógio zera, ambos damos a partida. Durante o percurso eu não me foco só no caminho, mas também no carro dele, com medo que ele batesse e até morresse talvez. Na primeira volta eu passo tranquilamente pela frente, mas na segunda ele bate pela lateral de trás do meu carro, fazendo eu recuar um pouco para a direita, dando o espaço que ele estava querendo para me ultrapassar. Bufo irritada e acelero mais, mas vindo uma curva mais fechada eu sou obrigada a diminuir a maldita velocidade, o que deixa ele ganhar na segunda volta. Quando começamos o percurso da terceira, eu até me assusto, porque no meio da pista ele bate com a lateral do carro em um dos pneus de proteção, o que faz o carro dele dar duas voltas e o meu coração para na hora, se a porra capotar eu não sei o que eu faço. Eu desacelera o carro e continuo olhando, preparada para sair do carro caso qualquer coisa aconteça, mas  logo ele retoma o controle do carro e segue firme, passando na minha frente pela linha de chegada. 

Eu desço do carro puta da cara, tirando a porra do capacete de proteção e vendo ele que olha na minha direção enquanto sorri.

— Ah, então quer dizer que… — Ele para de falar quando eu acerto um puta tapa no peito dele.

— Você é um idiota! Poderia ter morrido com aquela merda agora pouco, não tem noção? — Eu ainda tava aqui ofegante, ele me olha surpreso e eu continuo o olhando furiosa. — Você não vai correr hoje. —  Passo por ele, que vem atrás de mim e segura o meu braço, o que faz eu me virar para ele.

— Eu ganhei a aposta, você…

— Caralho! Se não fossem a porra desses pneus de proteção tu podia ter morrido Liam, se acidentado e ficado com um trauma pro resto a vida! Por que arriscar sua vida em algo que você não tem 100% do domínio? — Pego meus pertences e ele vem comigo em direção ao seu carro, estacionado do lado de fora do estabelecimento.

— Se eu não tentar…

— Você fala que se não tentar não vai saber, mas se você tentar pode se machucar!

— Tu me deixa participar de tiroteios, missões, e inclusive sequestros! Por que algo que não é tão…

— Porque o que eu te envolvo, o risco de vida não é só seu, eu sei que se acontecer algo com você eu vou tentar ter o controle da situação e te ajudar, mas de noite no carro, é só quem dirige e a porra do carro, eu não… Não quero ter que assistir um filho da puta te acertando de propósito para você bater, ou então sei lá, você só se machucando e… — Falo nervosa e ele anda na minha direção, me olhando seriamente. — Eu só, porra meu coração não vai aguentar saber que se der alguma merda eu não vou poder fazer absolutamente… — Ele me cala com os lábios dele sobre os meus. Eu sou pega de surpresa, mas não demora muito para que eu envolva meus braços no seu pescoço e o traga para mais perto de mim, porra Payne, olha o que faz comigo. 

A mão dele acaricia as minhas costas, ao mesmo tempo que sua língua era tranquilamente pela minha boca, como se quisesse explorar cada centímetro dela.

— Eu entendo que tu esteja preocupada, mas eu…

— Por favor, não corre.

— Cassie, eu…

— Por mim. Ignora que eu sou sua chefe e que você venceu a porra da corrida comigo, eu não corro como os caras lá. Se quiser mesmo correr eu prometo que obrigo o Zayn a sair contigo e te ensinar tudo certinho, mas do jeito que você está agora, é como se eu simplesmente te jogasse em uma jaula com tubarões. Você já está no nosso meio, mas tem tanto que você tem que aprender ainda. — Falo calmamente e ele suspira.

— Eu só…

— Por mim Liam, você diz gostar tanto assim de mim e se preocupar comigo, e eu sei que eu não demonstro isso tipo nunca mesmo, mas eu me importo pra caralho contigo. Hoje eu e você podemos ir na corrida, ou podemos ficar em casa, ver um filme, pedir uma comida e sei lá, só relaxar, porque passar tempo só com você também é bom, seu puto. — Falo o puto pra não deixar esse momento mais meloso do que a merda já ta sendo, ele que tenha gravado esse momento, porque essas palavras não saem mais da minha boca assim não.

— Ta, a gente… A gente pode ir ver a corrida e depois podemos ir lá em casa ou onde tu preferir, eu só queria experimentar.

— E você vai, eu prometo, mas só quando estiver pronto. — Ele ri e me dá um beijo na bochecha.

— Parece que alguém realmente se importa comigo. — Ele faz uma voz fina para descontrair e eu soco o braço dele.

— Cala a boca, imprestável. — Empurro ele, entrando no carro enquanto ele ri e dá a volta.

— “Por mim Liam”. — Ele ri, dando a partida ao mesmo tempo que imita a minha voz.

— Quer saber? Me larga lá no Harry, vou ver se ele consegue dar conta de mim. — Ironizo e ele fica já mais sério.

— Tu não tem dormido com ele, né?

— Por que? E se eu tivesse? — Falo séria e ele bufa.

— Porque ai eu já poderia ter transado com várias outras meninas, mas não fiz isso, porque sou bem genial.

— Pode transar com quem quiser. — Dou de ombros e ele ri.

— Sério? — Ele fala como quem não acredita.

— Já falei que eu e você não temos nada. — Falo indiferente e ele ri.

— Bem, então se não se importar de ir com o Harry hoje, porque pretendo levar outra acompanhante.

— Ah sim, e quem seria?

— A Samantha ta na cidade, e tinha pedido pra se encontrar comigo, e bem, pelo visto eu to livre hoje á noite. — Ele fala e eu nego.

— Não pode levar ela em coisas ilegais, e pelo que eu saiba, você detesta ela.

— Detesto, mas o sexo era bom. 

— Ah sim, para o um dia de relacionamento que vocês os dois tiveram? Devia ser fantástico mesmo, Liam.

— Ciúmes, Benson?

— Eu não, pode levar ela. — Falo dando de ombros enquanto ele entra pelos portões da minha mansão. Assim que eu abro a porta para descer ele buzina, fazendo eu até saltar com o susto e me virar para o encarar.

— Passo aqui as 22h pra te pegar, vista algo bem sexy. — Ele pisca o olho e eu fecho a porta da cara dele, filho da puta. 

Assim que entro na mansão eu vejo alguns funcionários começando a trazer as peças da sala de cinema que eu mandei botar lá atrás, ver filme pornô em tamanho grande deve ser genial, eu podia inclusive me gravar fazendo sexo com o Liam e por lá para eu ver, iria ser genial.

— Senhorita Benson? — A nova governanta da casa me chama, fazendo eu virar e a encarar.

— Sim, Grace?

— O Mark deixou esse pacote aqui mais cedo, pediu para eu entregar diretamente nas suas mãos. — Eu concordo e pego a caixa de tamanho médio, o que me faz até estranhar. Ando com ela em direção ao meu escritório, indo fechar a porta atrás de mim quando um pé trava o meu movimento para fechar a porta. Quando levanto os olhos me surpreendo ao ver o Zayn.

— Onde você se meteu? E por que não estava na empresa mais cedo? — Questiono quando ele entra e fecha a porta atrás dele.

— Vejo que não abriu ainda a entrega que eu pedi pro Mark te dar. — Ele sorri, se sentando em uma poltrona de frente para a minha cadeira.

— O que é isso?

— Digamos que você tenha que agradecer a mim e ao Oliver, ah, e ao Payne pela informação. — Ele fala e eu estranho, logo abrindo a caixa e vendo uma sequencia de documentos e fotos, e céus, que pedaço de mal caminho é esse nas fotos? Era um homem que devia estar no torno dos seus 35 para cima, ele tem olhos escuros e não cumpridos, na altura das orelhas eu diria, olhos azuis tão cristalinos que eu fico aqui toda boba, e esse corpo? Por um momento ele até fez eu me perguntar que é Liam Payne.

— Quem é?

— Não conhece? Presta bem atenção. — Eu começo a olhar os documentos e vejo que na realidade ele tem em torno de 37, isso que eu ainda to com preguiça de fazer as contas direito, mas jesus, eu pegava ele sem o mínimo problema. Ele é tão charmoso, elegante e… Com certeza não deve prestar.

— Nome?

— Quero que você Cassie Benson, conheça o nosso querido e amado Ian, Ian Marshall. — Basta ele falar isso que o meu sorriso aumenta.

— Não me diga que…

— Esse sim é o filho precioso do James, e adivinha só quem vai estar na corrida hoje de noite contra mim? — Ele fala e eu fico mais boquiaberta ainda.

— Zayn, isso é genial. Você precisa deixar ele ganhar. —  E na hora ele me olha com uma cara nada boa.

— Do que tu ta falando? Tem mais de 720 mil só nessa corrida, tu ta…

— Pega do meu cartão 720 mil pra você, mas eu preciso dele perto da gente.

— Ta maluca? Eu pensei que a gente ia matar ele hoje. — Ele fala e eu nego.

— Não, não depois do que o James fez com a Carla. Eu vou fazer esse filho dele ficar como um cachorro atrás de mim, fazer ele trair o próprio pai, e ai sim, eu mato ele e entrego.

— E o que te faz pensar que ele vai cair na tua?

— Já deu uma boa olhada em mim Zayn? — Questiono já entediada.

— Cassie, não era esse o objetivo.

— Mas Zayn, pensa comigo ta? O James está na cidade faz uma semana, mas não tem nem coragem de sair, então certamente não vai ta na corrida hoje. Eu não entendi ainda o porquê do filho dele querer participar só agora, mas é a chance perfeita para eu me aproximar dele e ver se eu consigo arrancar algo, homens são fracos quando misturam prazer e trabalho.

— Assim como tu com o Payne? — Eu pego o meu belo dedo do meio e levanto para ele. — Falando em Payne, tu não acha que o Liam não vai curtir muito a ideia de tu ficar de gracinha com outro cara? Por mais que a tua intenção real não seja transar com ele.

— Eu não me importaria de transar com ele. — Respondo e ele bufa. — Mas bem pensado no Liam, ele vai ficar mais do que puto. —  Cruzo os braços e suspiro. — Bem, ele não precisa necessariamente saber, você distrai ele quando eu for falar com o Ian.

— Ou tu fala a verdade do plano pra ele, que ai se ele ver o Ian com os dedos por baixo do teu vestido ele não vai ficar tão puto.

— Vai, você não conhece o Liam. — Suspiro e ele ri.

— Ciumento?

— Você não faz ideia.

— Ta, e tu deixaria ele se a situação fosse contrária?

— Onde quer chegar, Malik.

— Se fosse ele que tivesse que se aproximar de uma mulher, ficar com ela, transar, pra se arrumar a “vingança”, tu deixaria?

— É claro que eu… — Eu o que? Deixaria? — Conto ou não conto será?

— Eu acho que tu conta pra ele, ai vai na fé. — Ele fala e eu o encaro.

— E desde quando eu recebo conselhos de você?

— E desde quando você se impede de fazer algo com medo do que um homem vai achar? Pois é Cassie, os tempos mudaram. — Ele levanta e eu suspiro.

— Não esqueça de perder a corrida hoje.

— Por que?

— Porque a gente tem que encher um pouco a bola dele, fazendo ele se achar importante.

— Mas e se ele nem souber quem tu for?

— Ai vai ser melhor ainda Zayn. — Ele dá de ombros, mostrando que para ele tanto faz. Quando ele sai, eu subo até o quarto de roupas e vejo o Tyler, Caroline e Mary me esperando, para me arrumarem. — Hoje tem que ser algo bem sexy, já vai separando algo Tyler. — Falo ao entrar no banheiro e vejo que eles concordam. Após o meu longo banho de espuma, saio do banheiro enrolada no meu roupão, sentando na cadeira e deixando que a Mary comece a secar meus cabelos.

— Bem natural?

— Sim, só com um leve volume á mais. — Ela concorda e continua, quando acaba, ela enrola meu cabelo em um coque, dando espaço para a Caroline fazer uma maquiagem mais leve. 

— Lábios ou olhos?

— Acho que hoje um delineador com uma sombra não tão escura e eu batom bem vermelho, algo bem sexy. — Ela concorda e começa a fazer o seu trabalho, acabando em menos de 40 minutos. Quando solto o cabelo eu sorrio, bagunço ele um pouco e sorrio, estava muito bem.

— Eu separei esse. — O Tyler fala e aponta para o meu provador. Vejo um short preto de veludo com cós alto e que era bem curto, junto tinha um cropped junto em um tom de azul caneta, era uma regata e era um tom lindo, sendo que nos meus seios ele tinha só uma renda por cima, e de sapato, uma sandália de salto preta da Aperlai.

— Tyler, se você não fosse gay, eu dava pra você. — Entro no provador e me visto, porra, eu to incrível.

— Não esquece a bolsa. — Ele me estende uma bolsa preta pequena, fazendo eu por o celular e dinheiro dentro da mesma e me olhando no espelho, Jesus, eu to demais. 

Assim que eu desço, passo na cozinha e pego só uma barra de cereal, comendo ela com cuidado para não borrar o meu batom.

Ao escutar a buzina lá na frente, saio de casa e vejo o Liam na sua linda lambo.

— Belo carro. — Murmuro ao subir no mesmo, ele ri e passa os olhos por todo o meu corpo.

— Tu ta linda. — Ele se aproxima para me beijar, mas eu ponho a mão na frente e sinalizo o batom.

— Acabei de por. — Ele bufa e me dá um beijo na bochecha, logo dando a partida. — Ah, então… Eu precisa falar sobre algo de hoje com você.

— Sim, o Zayn me falou que tu já abriu as fotos, o filho do James vai ta lá hoje, e tem grande chance de ele não saber quem tu é. — Ele fala e eu concordo.

— Tem haver com isso, eu estava pensando né… Eu não preciso matar ele direto. — Ele estranha e abaixo o volume da música.

— Quer fazer o que então?

— Me aproximar dele.

— Pra que?

— Fazer ele trocar o pai dele por…

— Por ti? Tu acha que ele vai trair o pai?

— Qual é Liam, eu consigo fazer ele ficar do meu lado.

— Quer ficar com ele, é isso? — Ele fala e eu concordo, mas já me apresso para explicar.

— Só quero que ele pense que eu também estou interessada, eu não estou, mas só que ele pense.

— Tu quer ir te relacionando com ele?

— Eu não preciso ir para a cama com ele! Eu só…

— Qual é Cassie, não brinca comigo.

— Mas Liam, é só uma ideia, e além do mais…

— Tu pode se aproximar dele sem se relacionar.

— Liam, tu sabe que não…

— É sério, a gente vai brigar feio se tu e ele fizerem algo, eu me sentiria traído.

— Liam nós não…

— Cala a boca.

— Cala a boca tu, eu não te devo merda de explicação nenhuma, se eu quiser abrir minhas maldita pernas pra ele eu abro, e ainda por cima faço questão de esfregar na tua cara. — Coloco ele no seu lugar.

— Então dá pra ele, abrir as pernas pra um cara novo não é nada que tu já não tenha feito. — Ele fala e eu viro a minha mão em forma de punho, acertando em cheio a mandíbula dele, o que faz até ele freiar bruscamente e me encarar como quem não acredita. Me preparo pra sair do carro, mas quando ele nota isso ele tranca as portas e volta a fazer o caminho.

— Se você não abrir a porra dessa porta e parar o carro, eu… — Falo procurando minha arma e noto que sai sem nenhuma hoje.

— Tu? — Ele fala furioso e acelera, eu entendo que ele tenha ficado bravo, mas cara, não é como se eu fosse trair ele, eu nem sequer sentiria… Ta, eu sentiria prazer, mas… Ah, que se foda também, se eu pudesse eu dava para o Ian delicia, e só pelo jeito que o Payne foi idiota, ele merecia muito mais do que um soco.

Assim que chegamos, mando ele estacionar o carro mais longe e ele me ignora, estacionando onde bem entende. Tomara que quebrem o carro ou roubem, só pra aprender a não me ouvir. Quando vamos caminhando, ele entrelaça os dedos nos meus e me puxa mais para perto, e na hora eu já entendo o que ele quer, que caso o Ian nos veja, já saiba que estamos “juntos”. Eu tento me soltar e ele aperta mais minha mão, fazendo eu bufar e me esforçar para pisar com o salto no pé desse merda.

— Tu vai segurar a porra da minha mão quando eu mandar.

— Para com isso. — Ele fala naquela pose de foda e eu bufo, poderia até arrebentar ele, ou tentar, aqui e fazer todos verem que não estamos bem, mas tudo bem, ele vai ter o que merece logo logo, afinal, eu sempre fui de jogar sujo, e no caso especial de hoje a noite, vou ter que jogar bem sujo mesmo com ele.

— Benson, Payne. — O Oliver fala e ambos sorrimos, já olhando em volta e vendo tanto a quantidade de pessoas que já estavam aqui, mas que também estavam chegando.

— Onde está o Zayn?

— Ali. — Ele aponta para trás de mim, logo me viro e vejo ele vindo em nossa direção com a Ashley.

— Cassie, o mesmo esquema de antes? — O Zayn pergunta e todos nos olham, principalmente o Liam.

— Algumas modificações, mas a parte da corrida sim. — Eu não posso deixar que o Liam e esses ciúmes de merda atrapalhem todos os meus planos, eu teria que dar um jeito. — Eu já volto. — Vou me soltar do Liam, mas o mesmo segura a minha mão mais forte ainda. 

— Onde?

— Caralho, eu to indo pro banheiro, que trocar a porra do meu absorvente também? — Ele solta a minha mão e eu bufo, eu não sei nem se tem banheiro aqui, mas eu precisa ligar para o Harry antes que ele saísse da casa para trazer o que eu preciso, sinto muito Payne, situações extremas pedem medidas extremas. Talvez tudo o que ele precise seja… “Relaxar” e apagar um pouco, só pra não se estressar e deixar eu fazer o meu trabalho, afinal, não estou mentindo.

Liam on

— Hey cara, tu escutou o que eu falei? — O Zayn pergunta e eu concordo. — Então qual prefere?

— O vermelho. — Falo e ele se surpreende, por eu realmente ter prestado atenção nele enquanto procurava pela Cassie. Já haviam se passado 10 minutos e nada dela, decido então que eu teria que procurar pelo tal Ian, mas vi que não precisaria, pois ele aparece bem do lado do Zayn, tocando no ombro dele e fazendo ele se virar, para o encarar.

— Então, Zayn Malik? — Ele concorda, estendendo a mão pro filho da puta.

— Vamos correr agora?

— Sim, eu acho que já ta na hora de dar um show pra essa galera. — Ele fala e eu bufo, o ego dele é grande, o que até poderia impressionar a Cas, mas quero ver o pênis depois.

— Vamos lá então. Liam, Oliver, de olho na Ashley. — O Zayn fala, depois de dar um beijo na nela e sair com o Ian em direção aos carros. O Zayn ia correr com a ferrari dele, e eu não faço a mínima ideia de qual era o carro que o mauricinho ia correr, se bem que nem ele deve saber, afinal sempre teve tudo de mão beijada na vida, não sabe o valor das coisas.

— Finalmente cheguei, foi mal pelo atraso. — O Harry fala, aparecendo ofegante do nosso lado.

— O que aconteceu cara? — O Oliver pergunta e o Harry dá de ombros.

— Nada, eu só não queria vir mesmo. Cadê a Cassie? — Ele fala mexendo com o copo na mão dele.

— Não sei, mas vou ir procurar. —  Vou caminhando e ele segura o meu braço.

— Eu vou contigo, ah… Só segura o meu copo que eu vou ir lá mijar rapidão. — Ele fala meio que sem jeito e eu concordo, segurando o copo plástico enquanto ele ia mijar. Espero uns 8 minutos e nada dele, caralho né Harry, dou um gole na bebida dele e estranho o sabor, mas decido beber toda pra não ter que ficar segurando essa merda enquanto procuro por ela no meio dessa gente toda.

5. 10. 15. Já se passaram quase 20 minutos, e porra, cadê ela?

— Porra cara. — Um cara fala quando eu dou com o ombro no dele, e o problema é que eu nem fiz de propósito, é como se o meu corpo agisse de uma forma e o meu cérebro de outra, porra, o que ta acontecendo?

— Foi mal. — Falo e começo a caminhar mais devagar, olho para a pista e vejo que o carro do Playboy ultrapassa o do Zayn, isso que ele supostamente é o melhor corredor dos meninos né. Eu me apoio em um carro e respiro fundo, mas eu perco as forças nas pernas, fazendo eu cair de joelhos e começar a vomitar só água, mas que merda o Harry tinha naquela bebida? Sinto os meus olhos irem se fechando, e em menos de 5 segundos, eu caio duro na porra do chão.

CONTINUA...