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História Disable - Flashback - V


Escrita por: littlediao

Notas do Autor


Olá, eu estou vivo. Esse é o penúltimo flashback, talvez eu poste o último hoje, ou amanhã. Perdoem a demora (que não foi pouca) e não desistam de mim. ;-;

Capítulo 14 - Flashback - V


Fanfic / Fanfiction Disable - Flashback - V

 Naquela mesma noite, Richard saiu do bar no fim do expediente, trancando a porta atrás de si. Era madrugada, e naquele beco tinham algumas pessoas fumando cigarro e sabe-se lá mais o que. Passou por eles sem se surpreender com o fato deles estarem se drogando, já estava acostumado a passar por aquele cenário.

A rua estava ligeiramente vazia, e o frio estava mais severo que habitualmente. Colocou as mãos no bolso da jaqueta azul marinho, e abaixou a cabeça, escondendo sua boca que exalava vapor na gola alta da jaqueta, esquentando-se. Estava cansado, e tudo que queria era ir para casa. Enquanto andava, olhava para o chão pensativo, a pergunta de Kristen tinha deixado ele devidamente apreensivo quanto a decidir sua resposta.

Era um longo caminho até sua casa, o que ele não sabia era que morava duas ruas atrás da casa da garota. O bairro onde viviam era pequeno, essa coincidência nem devia ser chamada de coincidência.

Abriu a porta de casa, empurrando o trinco com força para baixo. Esse era o segredo para a porta abrir. Ele tinha feito isso para seu pai ter que ser obrigado a bater antes de entrar, mas ele não aparecia a dias. Quase uma semana. Richard entrou na casa pequena com cheiro de mofo e cerveja, e acendeu o abajur, logo antes de se sentar em meio a um longo suspiro de cansaço num sofá de couro falso preto no meio da sala estreita para tirar seus sapatos. Tinham salgadinhos jogados pelo tapete, e a louça na pia chegava a fazer uma torre. Richard trabalhava até tarde, não sobrava tempo para nada, e ele não ligava para sujeira. Tirou seus tênis, e os jogou em qualquer canto, sentindo um alívio ao conseguir mexer os dedos depois de um dia inteiro de pé. Pigarreou, levantando-se e indo até seu quarto.

A janela estava chaveada, como todas as outras janelas da casa. Ele era um rapaz esperto, com a vida que tinha, podia esperar qualquer coisa. Puxou o zíper de sua jaqueta úmida da neblina para baixo, tirando-a, e colocou a mesma no cabideiro de marfim ao lado da porta. Se sentou na beirada da cama, esfregando as mãos no rosto, tentando aliviar a tensão. Ele não admitia, mas a única faísca de esperança que restava nele, tinha se apagado ao não ver seu pai em casa. Ele podia ir pra casa, pensava Richard, nem que estivesse bêbado, jogado no sofá, pelo menos estaria ali. Pelo menos garantiria uma preocupação a menos.

Tomou sua ducha diária um pouco mais longa que normalmente, e foi para o quarto, sem vontade de comer as sobras e sanduíches que tinham na geladeira.

No momento em que deitou a cabeça no travesseiro, pensando que finalmente poderia descansar, aquela pergunta voltou a assombrá-lo. Parecia cada vez mais a melhor coisa a se fazer. Pegou seu celular sobre o criado mudo, e o fitou por alguns segundos, receoso. Ele queria ligar para a mãe e pedir sua opinião sobre a decisão de deixar o pai, pois não queria decidir sozinho. O problema é que eles não se falavam a quase dois anos. Toda vez que pensava em ligar para sua mãe, seu subconsciente o fazia desistir, lembrando de que ela tinha abandonado ele. Não merecia notícias.

Mas ele precisava dela. Ela ainda era mãe dele, a única pessoa que achava que ainda podia contar. Discou os números com pressa, pois se pensasse mais ia desistir, enquanto isso passava a mão nos cabelos, em um ato de nervosismo. Estava chamando.


“– Alô?”


Ele não teve coragem para responder. Apenas ficou ouvindo a voz de sua mãe, não tinha mudado nada. Do outro lado da linha, a mulher esperava por uma resposta, repetindo a mesma frase várias vezes. “Alô? Quem é?”. Richard desligou o telefone após ouvir a voz dela por alguns segundos, e colocou o celular no criado mudo novamente, fitando chão, como se aquilo tivesse dilacerado ainda mais seu coração. Não tinha mais o que pensar, não tinha opção melhor. Ele tinha que recomeçar, deixar o passado pra trás. Assim como ela tinha feito.

Fechou os olhos com força, querendo dormir logo e fugir daqueles pensamentos e questões que martelavam em sua mente. Mas ainda seria uma longa noite pra ele.


Enquanto isso, na casa dos Forchammer, Kristen tinha acabado de entrar no porão pela pequena janela, tinha pouco tempo até se arrumar e fingir que estava dormindo. Ouviu passos vindo da escada, e começou a olhar para os lados em aflição. Tirou a blusa e jogou num canto qualquer com pressa, e se deitou na cama, escondendo-se debaixo do cobertor para fingir que estava dormindo. Meio segundo depois alguém abriu a porta, ela não sabia se era Paul ou Bárbara, pois estava com os olhos fechados, e se deu conta de que não tinha apagado a luz. Isso poderia estragar o “disfarce”.


– Filha? – Era seu pai. Ela descobriu o rosto, olhando-o assustada, antes de suspirar aliviada. Paul entrou por completo no quarto, fechando a porta atrás de si, antes de verificar se não tinha mais ninguém do lado de fora.


– Que susto, eu pensei que era ela! – Puxou a coberta sem nenhum cuidado, lançando-a para o outro lado da cama. Após isso, se sentou na beirada da cama, enquanto tirava seus calçados. Paul a olhava com um sorriso de pai contente.


– Nossa, olha só a minha menina chegando tarde em casa. – Se sentou ao lado dela, apoiando os antebraços no joelho, de forma casual. Aquela situação tinha arrancado um sorriso sincero dele, era a primeira vez que pareciam realmente uma família normal.


– Eu tenho tanta coisa pra te contar! – Disse, em meio à um riso cômico, que contagiou o pastor. Ela levantou a cabeça após terminar de tirar seus sapatos, seu cabelo estava praticamente todo em seu rosto. Kristen os afastou, jogando-os para trás. – Não vai acreditar no que eu fiz.


– Ah é? Onde você foi? – Perguntou, entusiasmado. Ele olhava para a filha com tanto carinho, há muito tempo não via um sorriso como aquele vindo dela.


– Espera! Eu já chego nessa parte. Tem uma outra coisa que eu tenho que contar que é bem importante, eu acabei decidindo sozinha e acho que você vai gostar da ideia. – Disse ela, se levantando, enquanto fazia gestos com as mãos para lá e para cá, aparentemente contente. Paul levantou o queixo, curioso.


– Você está me deixando curioso. – Disse ele, esfregando os olhos, evitando mostrar seu cansaço. Ele tinha trabalhado o dia todo, e pregado a noite toda, mas de jeito nenhum se permitia estar cansado demais para dar atenção a sua filha.


– Então, eu conheci um cara, ele é garçom, e pelo jeito curte Pink Floyd… – Dizia, enquanto andava pelo quarto. Paul semicerrou os olhos, começando a se preocupar com o que ela dizendo, e sem deixá-la terminar, a interrompeu.


– Como assim Kristen? Você conheceu um “cara”? – Ele se levantou, direcionando o olhar direto para o chão, Paul massageou as têmporas, aflito. O sorriso de Kristen sumiu quando percebeu a reação dele. – O que eu disse sobre conversar com estranhos?


– Não pai, não é isso, a gente… – Tentou se explicar, levantando as mãos em sinal de paz, com um sorriso que expressava seu nervosismo. Paul levantou o dedo indicador, com os olhos fechados, exigindo silêncio. A garota ficou quieta.


– Onde você foi? – Perguntou ele, de forma rígida e firme. Kristen abaixou a cabeça e deu um passo pra trás, seu ânimo já não era mais visível.


– Pai eu não fiz nada de errado, eu só fiz um amigo eu pensei que… – Paul levantou o indicador de novo, e a encarou sem querer saber de suas desculpas. Kristen respirou fundo. – Eu fui até um bar.


– Um bar?! – Ele colocou as mãos na cintura, boquiaberto. A garota se encostou na parede, já sabendo que levaria uma bronca. – Como é que eu fui deixar isso acontecer.


Ele andava pelo quarto, com a mão na cabeça, se culpando por algo que ele imaginava que tinha acontecido. Kristen se aproximou um pouco dele, tentando acalmá-lo.


– Pai deixa eu explicar, você entendeu errado… – Ela tentava dizer a verdade, que sua ida até aquele bar não tinha sido maldosa. Paul parecia não dar ouvidos, apenas encarava qualquer canto do quarto evitando encontrar os olhos dela.


– O que é que foi fazer em um bar? Eu já não disse que esses lugares são repugnantes? Eu sabia que era uma má ideia. – O jeito o qual ele estava falando, começou a assustar Kristen. Ela se afastou ainda mais, completamente desolada, por pensar que podia contar com ele, e receber um golpe desses.


Ambos ficaram em silêncio, durante alguns segundos. A garota estava parada em pé num canto, escorada na parede, enquanto Paul balançava a cabeça negativamente, fitando o chão.


– Você está proibida de sair de novo. – Disse Paul, pouco antes de sair do quarto, dando sua palavra final. Kristen fechou os olhos com força assim que ele saiu, e fechou os punhos numa falha tentativa de se manter séria.


O mesmo sentimento frustrante voltou a assombrá-la. Toda esperança parecia ter sido jogada ao vento, e ela já não tinha um sorriso no rosto. A noite foi longa, Kristen percebeu que seus pais foram dormir tarde pela fresta da porta, que ficava com um feixe de luz sempre que as luzes da sala estavam acesas. Ela temia que Paul tivesse contado a Bárbara que tinha deixado-a sair, mas isso seria tão ruim pra ele quanto para ela, então depois de um tempo pensando, desconsiderou a hipótese. Seus olhos ardiam por conta das lágrimas que insistiam em cair, e ela encontrava-se jogada no canto do quarto olhando para o nada, mantendo o foco em ser positiva quanto ao único plano que lhe restava: Fugir com o cara do bar. Claro que o apoio de seu pai nisso seria o principal ingrediente, mas como tudo acabou se tornando mais complicado, ela preferiu não contar a ele. E concluiu que ele também não ia querer saber de falar com ela tão cedo. Levantou-se, cambaleando, com uma forte dor de cabeça, e olhou em seu pequeno relógio sobre a cômoda, eram 02:56. O feixe de luz ainda estava por debaixo da porta, e ela pensou ter ouvido seu pai falando alto. Uma briga talvez? Suspirou sem se importar, e abriu seu armário que ficava ao lado da cama, sua mochila estava vazia posta sobre suas camisas. Ela havia deixado lá caso decidisse sumir, porque essa opção já era considerada a tempos, mas faltava coragem. Colocou apenas o que realmente precisava, deixando de fora todos os vestidos e roupas bregas que sua mãe a obrigava a usar, pensando “Ela que enfie tudo naquele lugar”. Terminou de arrumar suas coisas sem pressa, a última coisa que ela tinha era vontade de dormir naquela madrugada. Mesmo assim, deitou-se do jeito que estava, e tentou ao máximo não pensar nos contras de sumir. Parecia tão fácil simplesmente ir embora, mas Bárbara ainda era sua mãe, e Paul ainda era seu pai. Aquela era sua vida, era como ela sabia viver, era tudo o que ela tinha. Mas estava mais do que na hora de encarar os fatos, aquilo não era vida, mas era uma certeza. E não tinha como saber se aquele garçom realmente era uma boa pessoa, se ela conseguiria viver com a manipulação, se Bárbara não iria atrás dela, mas Kristen não abriria mão de arriscar.

No dia seguinte, despertou num pulo ouvindo murros na porta.


– Suba em dez minutos. – Disse Bárbara, sem entrar no quarto. Kristen piscou várias vezes por conta da vista embaçada, culpa do choro.


Ela mal se lembrava de ter dormido noite passada, mas sabia que tinha sido muito pouco graças ao cansaço pela manhã. Vestiu uma roupa qualquer, escondeu sua mochila muito bem debaixo da cômoda, e subiu se esforçando para sorrir. Bárbara estava procurando algo em sua bolsa quando viu que Kristen estava parada no meio da escada esperando seu consentimento para terminar de subir. A maior apenas fez um movimento com a cabeça para que ela subisse, e foi o que a garota fez. Ao olhar em volta da sala percebeu que algo tinha mudado, e rapidamente percebeu do que se tratava: Bárbara havia posto uma grade toda fechada nas janelas. Não tinha jeito de alguém ver o que tinha dentro da casa, assim como de dentro da casa também não podia se ver nada.


– Mandei colocar ontem, é menos arriscado. – Disse sua mãe, num tom monótono, ainda procurando algo em sua bolsa. Kristen arqueou as sobrancelhas, achando aquilo um exagero. – Eu tenho que sair, vou voltar só mais tarde.


– Tudo bem. – Concordou, olhando enquanto a outra tinha dificuldades em encontrar o que tanto procurava. Kristen deduziu que eram as chaves do carro, e viu que elas estavam sobre a mesa de centro. – Ali.


Apontou para a mesa. Bárbara pegou as chaves rapidamente, e colocou no bolso, estava apressada.


– Está tudo trancado, e eu não quero que saia daqui de jeito nenhum. O almoço está na geladeira, e se o telefone tocar não atenda. Seja cuidadosa, não faça barulho, os vizinhos podem pensar que tem alguém em casa. – Explicou, indo em direção a porta. A garota pigarreou, e cruzou os braços.


– E tem alguém em casa. – Afirmou, usando o mesmo tom que sua mãe. Bárbara, que antes não tinha a encarado por sequer um segundo, lançou um olhar frio para ela.


– Não, não tem. Baixe o seu tom. – Mostrou superioridade, virando-se para ela. Kristen abaixou a cabeça, e assentiu sem dizer nada. – Fique aí.


Ela saiu pela porta vestindo vestes claras, parecia formal, provavelmente estava indo resolver algum assunto relacionado a igreja, pensou a garota. Assim que Bárbara saiu, Kristen revirou os olhos e foi indo em direção a cozinha. A casa parecia uma prisão, com todas as janelas trancadas e as portas também. Sem vontade de preparar um café reforçado, comeu apenas um cereal integral – que estava muito ruim – e começou a passear pela casa. Aquela era sua casa, mas eram poucas as vezes que ela realmente podia sair do quarto e andar por lá. Havia uma foto pendurada na parede do corredor, aparentemente recente, de Paul e Bárbara no congresso.


– Que falsa. – Disse, irônica. Observou atentamente a feição de sua mãe, parecia uma mulher tão doce quanto uma freira. E riu depois de comparar isso à verdadeira Bárbara.

Ela já tinha visitado o quarto de seus pais antes, mas ela quis ir lá de novo. Precisava procurar dinheiro para sua “fuga”, nem que fossem dez dólares para o ônibus. O quarto estava impecável, como sempre. Era um espaço amplo, e bem arejado. Kristen percebeu que ali, a janela não tinha grade, foi até lá para ver se encontrava Vivian brincando no quintal, como ela sempre fazia. Não a encontrou, e foi uma decepção. Mas ela com certeza se despediria de Vivian antes de partir, ela era uma garota boa, e a fazia querer ficar, mas infelizmente as coisas não seriam tão simples. Começou a pensar mais a fundo sobre o assunto, ela disfarçava pra si mesma, mas na verdade o fato de fugir a deixava completamente desesperada. Paul ficaria arrasado, e ela sabia disso. Mas era tarde pra desistir.

Fuçou todas as gavetas do quarto, cuidando para não tirar nada do lugar, porque sua mãe com certeza perceberia. Assim que tentou abrir a última gaveta da escrivaninha, já desesperançosa, percebeu que estava chaveada. Tinha uma escrivaninha em cada lado da cama, uma de Bárbara, uma de Paul. E a que tinha a gavetas chaveada era, aparentemente, a de Paul. Kristen se sentou no chão para se concentrar mais em tentar abrir a gaveta, porque com certeza lá dentro devia ter algo importante pra estar trancado. Depois de muito tentar abrir a gaveta, puxando-a e empurrando-a, decidiu pensar um pouco. Tinha uma fresta ao lado, mas com certeza sua mão não passaria ali. Mas talvez um pé de cabra sim. Desceu as escadas com pressa, dando a mínima pro barulho que estava fazendo, indo em direção a garagem. Foi só quando tentou abrir a porta que lembrou que estava trancada. Precisava de um plano B, e estava empenhada em fazê-lo. Pegou uma faca grande na cozinha e subiu de volta olhando para a mesma, facas lhe chamavam atenção. Kristen sempre quis ter um canivete automático, mas sabia que se pedisse isso de presente para seu pai a resposta não seria mais que certeira. Sentou-se novamente de frente para escrivaninha, começando a ficar sem paciência. Colocou a faca entre a fresta, e puxou para trás com força, na intenção de fazer com que a gaveta abrisse, mas só depois de tentar muito que percebeu que sua ideia era tosca. Nunca que aquilo ia abrir com uma faca. Eis que teve seu plano C, que surgiu perto da desistência: Tirar a gaveta de cima e tentar abrir por baixo. Bastou que ela tirasse a gaveta de cima para que desse para ver o que tinha lá dentro.

Era um revólver. Seu coração ficou acelerado de repente, aquilo a deixou em estado de choque. Ela pensou em milhares de coisas que pudessem estar ali dentro, e uma arma com certeza não estava entre elas. A observou por alguns segundos, ainda surpresa, e olhou para trás para se certificar mais uma vez de que estava sozinha, pois o medo de ser pega havia triplicado. Na gaveta, havia também uma caixa preta e um livro muito parecido com uma bíblia antiga muito estranha, que ela não quis mexer. Pegou a caixa com cuidado, evitando tocar na arma que estava bem perto da mesma. Dentro da caixa haviam alguns boletos, dois cartões de crédito, e um cheque. Kristen ficou boquiaberta com o valor do cheque. Um quantia realmente muito alta, e ela entendeu​ o porquê daquilo estar escondido depois de ler o nome que estava escrito no cheque. “Klaus Forchammer”, seu falecido avô, pai de Paul. Ele tinha falecido a pouco tempo, e Paul se culpava por não ter dado valor ao seu pai, e isso também era culpa de Bárbara, que cortou toda a relação que Paul tinha com sua família, para não haver desconfiança sobre o fato de Kristen ter “sumido”. Ainda curiosa, ela pegou os dois cartões, e viu que um deles estava em seu nome. A garota olhou para um ponto fixo qualquer com aquele cartão e cheque em mãos, processando todas as informações que tinha pego de uma vez em segundos. Uma arma, um cheque, cartões de crédito em seu nome. Ela tentava entender o que tudo isso significava, Paul talvez estivesse planejando algo que exigisse muito sigilo, e isso envolvia uma arma e envolvia a ela. Respirou fundo, e colocou o cheque e os cartões de volta na caixa com as mãos trêmulas, e olhou para a arma, completamente confusa. As informações foram tão chocantes que ela se esqueceu de qual era seu verdadeiro objetivo: Arrumar dinheiro para fugir. E era exatamente o que tinha encontrado. Um cheque, para ser mais claro. Pegou o cheque novamente, e guardou no bolso da calça rapidamente, como se fosse ser pega de surpresa a qualquer momento. Sua respiração estava pesada, e uma outra dúvida surgiu. “Eu devo ou não pegar essa arma?”, perguntava-se. Nunca em sua vida tinha visto uma arma de perto e muito menos tocado em uma. E por que ela estava ali? Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho de um carro estacionando em frente a sua casa. Ela correu até a janela num pulo, para ver se não era sua mãe. Era uma mulher de meia idade, era difícil ver sua aparência de longe, ela vinha na direção da porta. Kristen entrou em desespero ao ver que ela estava indo até lá, voltou até a escrivaninha, e antes de colocar a gaveta no lugar, pegou o revólver. Arrumou tudo em questão de segundos, e desceu as escadas segurando a arma de um jeito desajeitado. Rapidamente, desceu até o porão, e fechou a porta já sem fôlego.


– Meu Deus. – Falou sozinha, como se a qualquer momento fosse explodir. As perguntas ecoavam em sua cabeça e o desespero ficava cada vez mais gritante.


Ela olhou para o revólver em sua mão e ouviu a moça bater na porta da frente. Lembrou-se de Bárbara dizendo que de jeito nenhum ela podia sair, então o que lhe restou foi ficar ouvindo as batidas contínuas na porta sem poder fazer nada. Suas mãos suavam e suas pernas estavam bambas, ela tentava processar tudo o que acabara de acontecer​, por mais difícil que fosse.



Notas Finais


Eu quis escrever tudo nesse capítulo, mas ia ficar muito grande. Então, espero que estejam gostando, e até o próximo capítulo \o/


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