1. Spirit Fanfics >
  2. Disable >
  3. Flashback - Final.

História Disable - Flashback - Final.


Escrita por: littlediao

Notas do Autor


Cara, finalmente. Agora eu acho que vou conseguir postar mais rápido os capítulos, eu estava começando a ficar com dificuldades pra colocar em palavras as ideias pro flashback. Enfim, espero que gostem de como ele acaba \o/ Boa leitura.

Capítulo 16 - Flashback - Final.


Fanfic / Fanfiction Disable - Flashback - Final.

– Bárbara, saia de cima da minha filha. – Disse com firmeza, ainda apontando a arma para sua esposa. Bárbara o olhou como se ele hoje um completo estranho.


– Eu não acredito que você está me apontando uma arma. – A mulher se levantou lentamente, com os cabelos desgrenhados e a maquiagem borrada.  Kristen sequer tentou fugir quando viu sua deixa. Ela mal conseguia se mexer diante da situação.


– Eu não acredito que me casei com você. Eu te amei tanto que pensei que o tempo te mudaria… E veja o que você nos proporcionou! – Ele abaixou a arma enquanto enfraquecia ao falar. Bárbara foi se aproximando dele, aproveitando que ele se encontrava distraído. – Minha filha, me perdoe por passar todos esses anos mantendo você presa. Eu quero que fuja e tenha uma vida.


– Você quer que ela fuja? Quer que a arma de satanás seja jogada no mundo de vez? – Exclamou Bárbara. – É um teste! Ele está testando a sua fé e você está cedendo!


Paul fechou os olhos por breves segundos como se não quisesse abrir nunca mais. Virou-se para trás e apontou a arma para o fogão que estava vazando gás abundantemente, Bárbara o empurrou para que ele não atirasse, mas foi em vão. O tiro pegou em cheio, e houve uma explosão enorme na cozinha. Os vidros das janelas se quebraram junto com os outros móveis que voaram longe. Em questão de segundos a cozinha estava incendiada. Kristen cobriu o rosto involuntariamente com a explosão em meio a um grito de desespero. A casa foi tomada por uma fumaça escura, ela se levantou tossindo, quase que intoxicada pela fumaça. Tentou olhar em volta procurando por seus pais, mas tudo que conseguiu enxergar foi a silhueta de sua mãe se afastando da sala que estava começando a ser corroída pelo fogo, mas ela não viu seu pai se levantar. Ele permanecia no chão. Foi então que ela percebeu que a explosão tinha atingido-o.


– Pai!! – Gritou com as forças que lhe restavam. O homem permanecia imóvel, e a garota tirou a dolorosa conclusão de que seu pai estava morto.


Ouviu os vizinhos desesperados do lado de fora ligando para os bombeiros, a vizinhança toda nesse ponto já estava fora de casa observando a casa pegando fogo. Kristen estava tonta, tentou caminhar até seu pai, mas estava fora de questão alcançá-lo. O fogo já tinha tomado conta daquela parte. Seu coração apertou e toda a dor física e a falta de ar que sentia se tornou irrelevante. Paul estava morto. Ela sabia que Bárbara havia escapado por pouco, e olhou em volta procurando-a, apesar de tudo, ainda era sua mãe. Encontrou-a estirada perto da escadaria, provavelmente tentará subir mas sem sucesso, por mais que estivesse no chão, continuava usando suas forças para tentar levantar e fugir. Kristen estava ao lado da porta, e se não saísse dali em segundos, ia ser pega pelo fogo. Bárbara levantou a cabeça e encarou a filha em meio a fumaça e o fogo, seu rosto estava queimado e seus cabelos também, havia sangue em seu rosto. A garota se escorou em uma parede, e se viu encurralada. O fogo já estava por toda parte. Ela olhou para a porta que dava até a garagem que estava aberta, era sua chance de sair dali viva. Mas ela não queria sair sem sua mãe. Tossiu com dificuldade, e forçou os passos para tentar salvar sua mãe, esquecendo de todo o mal que ela tinha feito.


– Vai embora!! – Gritou a mulher de longe, exigindo que ela fosse embora. De repente, um barulho alto veio da cozinha, o telhado estava para despencar.


A garota olhou pela última vez nos olhos de sua mãe, acreditando que talvez ali, ela ainda pudesse fazer algo pela sua mãe. Manipulou-a, com seus pensamentos – coisa que ela mal sabia que podia fazer –  Fazendo com que, se Bárbara saísse viva dali, não se lembrasse de nada. Nem dela, nem de Paul. Nada. Mesmo sem querer sair dali e deixá-la, ela deu um passo para trás entrando na garagem, ainda olhando para sua mãe. Seu rosto estava molhado pelas lágrimas que caiam sem parar. A sala estava completamente incendiada, e foi então que ela perdeu Bárbara de vista. Não conseguiu se mover diante daquilo, não se permitia fugir. Começou a se lembrar das palavras de seu pai, dizendo para que ela fugisse dali, e tentou se firmar nisso para tirar forças sabe-se lá de onde para correr para fora dali. Saiu pela porta dos fundos da garagem, ouvindo sua casa cedendo perante ao fogo que a alastrava.

Assim que saiu para fora, respirou fundo, tendo seus pulmões cheios de ar e não mais de fumaça. Mal conseguia respirar, era como se todo desespero trancasse sua garganta. Ela olhou os vizinhos para fora de suas casa observando a cena horrorizados, ninguém podia fazer nada além de esperar os bombeiros. Andou cambaleando até a parte de trás da casa, e viu que Vivian estava na janela de seu quarto olhando para o incêndio horrorizada. Kristen tirou de seu bolso o desenho que tinha feito para a menina, e decidiu que ia entregar ali mesmo. Andou até a cerca tonta, quase desmaiando. Por sorte, Vivian a viu, e pulou sua janela numa rapidez desesperada.


– Meu Deus!! Kristen!! – A garota parecia não acreditar que estava vendo Kristen novamente naquela situação. – O que aconteceu?! Minha nossa!! Você está bem?!


A mãe de Vivian não tinha permitido que ela saísse da casa para ver o incêndio, então ela observou tudo pela janela de seu quarto, temendo que Kristen estivesse lá dentro.


– Eu tenho algo pra você… – Estava recuperando suas forças aos poucos. Olhou para os lados para garantir que ninguém estava vendo, e com certeza ninguém desviaria o olhar da casa pegando fogo para notar que ela estava ali.


Vivian estava de um lado da cerca, e Kristen de outro. A maior estava escorada na mesma, conseguindo manter-se em pé com a ajuda de Vivian. Ela entregou o papel para a outra com suas mãos sujas, o papel estava molhado e levemente amassado.


– O que… – Vivian começou a chorar quando percebeu o estado de Kristen. Ela estava péssima. Pegou o papel com as mãos trêmulas enquanto o observava com a vista embaçada pelas lágrimas.


– Eu tenho que ir agora. Eu prometo que eu volto pra te ver, eu prometo. – Kristen colocou as duas mãos no rosto de Vivian, e a olhou durante alguns segundos, desejando que seus olhos fossem a única lembrança que ela tivesse daquela noite.


Vivian se aproximou, e a beijou com vontade. Ambas nunca tinham beijado antes, e aquele com certeza não era o melhor momento, mas foi essencial para que Kristen tivesse uma força positivo para continuar. Assim que se separaram, Kristen deu um passo para trás com um olhar triste, como se não quisesse ir. Vivian também deu um passo para trás, e ainda em prantos, acenou com a cabeça para que ela fosse logo. Sem esperar mais, a garota correu pelos fundos da casa, pegando a rua de trás para encontrar Richard. Ouviu a mãe de Vivian gritar por ela, e sentiu seu coração bater forte. Correu ainda mais rápido o mais longe que pode, suas pernas estavam quase cedendo por conta do turbilhão de emoções que acabará de sentir.


Richard estava arrumando suas coisas com pressa, com a respiração pesada e o coração acelerado. Tinha medo do que podia acontecer aquela noite. Assim que terminou, ouviu um barulho na porta dos fundos, e como tudo contribuía para sua paranóia, ele achou que tinha alguém ali. Deu passos lentos, e viu uma mulher parada em frente a porta, que lhe apontou uma arma em questão de segundos. O rapaz levantou as mãos em desespero.


– Quem é você? – Ela parecia não estar contente com o que via. Parecia tão confusa quando o próprio Richard.


 – Quem é você?! O que faz aqui?! – Perguntou ele, assustado. A mulher abaixou a arma quando percebeu que ele não era uma ameaça, e se aproximou dele lentamente.


– Segure isso, ou eu te mato. – Ela tirou uma caneta de prata do bolso, e estendeu para que ele pegasse. A essa altura ele não estava entendendo mais nada.


Sem pensar muito – afinal, ela estava armada – segurou o objeto com as mãos suadas. A mulher guardou a arma no cinto e suspirou, desapontada. Richard estava para ter um ataque cardíaco de tanto desespero.


– O que você quer? Eu não tenho grana. – Disse ele, sua única alternativa era que aquela mulher era uma ladra louca. A mulher loira fechou os olhos e respirou fundo, parecia menos ameaçadora.


– É um engano, está bem? – Levantou as mãos em sinal de paz, porém Richard ainda permanecia em choque.


Enquanto isso, Kristen ainda corria, a chuva estava cada vez mais forte, e ela acreditava que com isso o fogo iria se apagar, e sua mãe ainda poderia sobreviver. Ela olhava para trás a todo momento assustada, com medo de alguém estar indo atrás dela. Ouviu o barulho da sirene dos bombeiros não muito longe dali, e preferia fingir que não sabia o motivo da presença deles, focada simplesmente em sumir dali o mais rápido possível. Ela havia parado de correr por falta de fôlego, mas caminhava rapidamente em direção ao ponto de encontro. De repente, passou em frente a uma casa com a porta escancarada, e observou com atenção. Richard estava lá dentro junto a uma outra mulher. Durante alguns segundos ela tentou analisar a situação, mas sem pensar muito, se dirigiu até a casa apreensiva. Assim que parou em frente a porta ofegante, ambos olharam pra ela, Richard suspirou aliviado, já a mulher a olhou desconfiada.


– Graças a Deus. Como achou minha casa?! – Richard estava tão desesperado quanto ela. Kristen olhou para a mulher também desconfiada, e depois desviou o olhar para o rapaz. – Calma, ela é policial, acabou de aparecer aqui com informações sobre onde meu pai pode estar… O que houve com você?


– Minha casa pegou fogo... – Disse baixinho, encarando um ponto fixo enquanto chorava. A mulher descruzou os braços e se aproximou surpresa.


– Onde você mora?! – Perguntou ela, com os olhos arregalados. Kristen se afastou um pouco da moça, apreensiva.


– No sobrado branco, esquina da rodovia. – Disse, sua voz estava falhando, e ela tossia um pouco. A mulher olhou para fora, parecia estar se lembrando de algo.


– A casa a qual eu fui ontem, e que eu bati e não fui atendida… – Sussurrou. Richard e Kristen a olharam como se ela fosse louca. – Certo, temos muito o que conversar. Você chamou os bombeiros?


– Os vizinhos fizeram isso… Mas quem é você? – Perguntou ela, em dúvida. A mulher respirou fundo mais uma vez, e colocou a arma que tinha no cinto sobre uma pequena mesa na sala para mostrar que não os faria mal. Kristen se assustou ao ver a arma.


– Calma, sente-se aqui. Pegue um copo com água para ela por favor. – Disse a moça, Richard estranhou a reação dela, mas percebeu que realmente Kristen estava muito mal e precisava se sentar. – Qual seu nome?


– Você vai me prender? – Perguntou a garota, em sua inocência. Enquanto isso, Richard buscava o copo com água. A moça se sentou ao lado de Kristen enquanto analisava seu estado. – Se você é da polícia cadê sua farda?


– Eu sou da polícia, mas não é bem por este fato que estou aqui… Mas eu vou ajudar você e seu amigo está bem? – Ela passou as mãos no rosto como se nem em se último pensamento, pensaria que seria possível passar por aquela situação. Richard voltou com o copo e entregou a Kristen.


– Tá, me explica uma coisa, cadê sua viatura? – Perguntou ele, desconfiado. Kristen bebeu a água, e sentiu como se tivesse limpado sua garganta de toda fumaça.


– Certo, preciso que confiem em mim. Meu nome é Rebecca, e sou uma caçadora, estou em Kissimmee atrás de um metamorfo, e eu acredito que seu pai tenha algo a ver… – Ela olhou para Richard que estava de braços cruzados com o cenho franzido. – Mas isso é irrelevante agora. Eu já contei quem eu sou e o que faço aqui, agora é a vez de vocês.


– Essa mulher é louca. – Disse Kristen, a encarando boquiaberta. Richard engoliu o seco como se já soubesse de algo. – Que porra é uma caçadora? Que porra é um metamorfo?!


– Deixa ela explicar, Kristen. – Richard sabia da existência de caçadores devido a experiências anteriores. Ele acreditou nas palavras de Rebecca. Kristen arregalou os olhos completamente perdida, como se os dois fossem loucos.


– Eu explico tudo, mas antes quero que me contem o porquê disso tudo. – Ela se referia a situação em que se encontravam. Richard tomou frente, percebeu que Kristen ainda não confiava na mulher.


Ele se sentou ao lado delas depois de fechar a porta, e começou a explicar tudo desde o começo. Desde que Kristen tinha aparecido no bar, até a parte do incêndio. Rebecca ouvia tudo incrédula, e agradecia a Deus internamente por ter esbarrado com aqueles dois antes que os metamorfos esbarrassem. Seriam vítimas fáceis. E também, a polícia não acreditaria numa história daquelas de jeito nenhum, e os dois acabariam em um orfanato. Ela ofereceu abrigo em sua casa até que eles se estabilizassem, nesse ponto, ambos não tinham mais opções. Ou confiavam na mulher que se dizia caçadora, ou iam para um orfanato. Depois de muita conversa, tomaram uma decisão: Confiar em Rebecca.


  

Geórgia, 2017.


Sarah estava boquiaberta com a história que acabara de ouvir. Não tirou os olhos de Kristen um segundo sequer enquanto ela contava a história. Assim que a mesma terminou de contar, respirou fundo e olhou para a outra.


– Os seus pais… – Ela não teve coragem de terminar sua pergunta. Mas foi o suficiente para que Kristen entendesse.


– Meu pai morreu aquela noite, mas a minha mãe não. Ela foi levada ao hospital com queimaduras graves. Rebecca me levou no dia seguinte para vê-la… – Dizia, melancólica. – Eu olhei nos olhos dela e ela não me reconheceu.


– Meu Deus… – Sarah falou entre um suspiro. Era bastante coisa para processar. – E vocês vieram pra cá com a Rebecca? O que houve com o pai do Richard?


– Nós viemos, e acabamos ficando, Rebecca cuidou da gente como se fosse uma mãe. – Sorriu, dando mais um gole em sua garrafa de whisky. – O pai do Richard também morreu, um metamorfo pegou ele.


– Nossa… Por isso ele sumiu… – Ela encarou a frente, com seus pensamentos a mil. – E-Eu não fazia ideia de que uma coisa assim tinha acontecido com vocês.


– É, agora você sabe. – Kristen tentava disfarçar sua tristeza mas era difícil. Sarah parou durante alguns segundos e começou a pensar sobre aquilo, seus olhos encheram de lágrimas. – Ah qual é, para.


– Desculpe é que… Eu nem sei o que dizer. Obrigada por compartilhar isso comigo, sério. – Disse ela, passando as mãos no rosto, disfarçando. Kristen acendeu outro cigarro. No decorrer das história, já tinha acendido vários.


– Foi bom lembrar das coisas. – Suspirou. Sarah tinha várias perguntas para fazer a Kristen, e elas estavam tendo uma conversa saudável.


Ficaram por horas ali, Kristen esclareceu coisas que ela queria saber, e Sarah também falou um pouco mais sobre sua infância. Foi essencial para as duas que se conhecessem, para de fato terem uma opinião formada uma sobre a outra. Em meio a isso, o “desentendimento” que tinham presenciado antes com o interrogatório se tornou irrelevante. Sarah agora entendia as coisas, e se sentia parte importante por fazer parte daquela família que se formou de uma forma tão diferente. Baseada em confiança e amor. 


Notas Finais


Pois é. Desculpe se ficou dúvida em alguma parte, fique a vontade para perguntar viu? Estou bem feliz de ter terminado esse flashback, tenho essa história em mente a anos e só agora consegui postar ela inteira! Obrigado a você que acompanhou, e até o próximo capítulo <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...