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História Disable - Morte cega.


Escrita por: littlediao

Notas do Autor


Olá, sejam bem-vindos. Gostaria antes de começar, dizer que a minha intenção com essa fanfic é criar uma série de TV, conto com o apoio de vocês. Espero que gostem, e por gentileza, deixem seus comentários para que eu saiba se estou fazendo progresso <3 Sobre a atualização da fanfic, pode ser que demore um mês, pode ser que demore uma semana, vai variar, me desculpem por não ter uma data certa para postagem, sabem como é, a inspiração tem que vir. Podem me chamar de Castiel, e qualquer dúvida, coloque nos comentários e será um prazer responde-la, uma boa leitura.

Capítulo 2 - Morte cega.


Fanfic / Fanfiction Disable - Morte cega.

Michigan, 2016.

 

A noite de Sarah não foi das melhores, teve dificuldades para dormir por conta dos pesadelos, mas ela conseguiu descansar o suficiente para repor as energias. Acordou olhando em volta, hesitou alguns segundos até perceber que aquele quarto não era o dela, e que estava na casa Rebecca. Ela se levantou, e trocou de roupa, Sarah adorava jeans, e vestia quase sempre. Desceu as escadas meio tímida, afinal, era tudo bem novo para ela.

 

– Bom dia, Liz. – Sorriu Sarah ao chegar ao final da escadaria, Liz estava sentada na mesa, com uma caneca em uma mão, e um jornal na outra.

 

– Bom dia, Sarah! Como foi sua noite? – Perguntou ela, ajeitando o óculos no rosto com o dedo indicador, Liz tinha o costume de fazer isso. Sarah se sentou em uma cadeira ao lado dela.

 

– Foi boa, tudo certo. – Respondeu Sarah. Em parte, era verdade. Liz levantou-se e colocou um pires e uma xícara na frente de Sarah. – Obrigada. O que é isso?

 

– Ah, isso? É o jornal de hoje, nada de interessante. – Disse Liz, deixando o jornal de lado para dar atenção a Sarah. – Bom, Sarinha, a mamãe me contou que você quer caçar.

 

– É verdade, eu quero. Você entende bastante do assunto, não é? – Disse Sarah, colocando café em sua xícara. Liz deu uma risada de leve.

 

– Na verdade, eu não saio muito para caçar, essa parte fica com os meninos. Eu fico com a parte de pesquisa, como pode ver… – Ela olhou para a mesinha da sala, cheia de folhas, livros e rascunhos. – Falsifico identidades, cartões de crédito, arquivos policiais...

 

– Tudo isso deve dar muito trabalho.

– Disse Sarah, um pouco internecida com a informação.

 

– É, mas eu me acostumei. Não é o fim do mundo. – Disse Liz, sorridente, como se aquele fosse o “emprego” mais legal que ela poderia ter.

 

Elas ouviram passos na escada enquanto conversavam, era Richard, ele estava com as chaves do carro em mãos, foi até a cozinha, brincando enquanto jogava elas para cima.

 

– Bom dia, meninas. – Disse ele, largando a chave sobre a mesa, e pegando o jornal que Liz havia deixado a pouco.

 

– Bom dia, acordou cedo, Richard. – Disse Liz, ele cumprimentou Sarah com um movimento de cabeça, ela o cumprimentou também.

 

– Então, temos alguma coisa? – Perguntou Richard, se sentando a mesa com as moças. Sarah notou que Richard tinha um ferimento fundo no pulso, pois estava com as mangas erguidas e era bem perceptível.

 

– Ah… Deve estar doendo… – Disse Sarah, olhando para o corte costurado no pulso de Richard, ele olhou para o braço tranquilo.

 

– Faz parte. – Ele sorriu. Sarah deduziu que ele tivesse se machucado em serviço, afinal, nunca dava pra voltar “inteiro”.

 

– Não me disse que tinha se machucado, deixe eu ver. – Liz puxou o braço dele para perto dela, e suspirou como se estivesse zangada ao ver o ferimento, ela se levantou. – Ah… Temos que colocar um curativo nisso.

 

– Acidentes acontecem, Liz. Tá tudo bem. – Disse ele, acalmando-a, ela pegou uma caixa de primeiros socorros no armário da cozinha. – Mas e quanto aos casos?

 

– Bom, eu encontrei algumas informações que indicam vampiros lá para o Texas, mas parece que o Mullen está cuidando deles. – Disse Liz, voltando a mesa, ela se sentou ao lado de Richard para fazer o curativo.

 

– Vampiros no Texas? – Perguntou Richard, Liz acenou positivamente com a cabeça, enquanto fazia o curativo. – Bom, se o Mullen tá caçando eles, a gente não devia se meter.

 

– Quem é Mullen? – Perguntou Sarah, curiosa. Liz terminou, e foi guardar a caixa no lugar.

 

– Um caçador amigo nosso, ele é bom. – Disse Richard, abrindo e fechando a mão, para testar se o curativo estava confortável em seu pulso, Sarah ergueu as sobrancelhas como sinal de entendido.

 

 – E tem também algumas coisas interessantes em Redmond, Washington. – Liz pegou alguns papéis que estavam sobre a mesa, e entregou a Richard, ele começou a ler. – Parece só mais uma doença comum que se espalhou pela cidade, mas os registros de óbito das vítimas relatam que todas morreram entre as 03:00 da madrugada.

 

– Todas da mesma maneira… Sem os olhos. – Richard lia atento as anotações e imagens que haviam sido presas com um clip por Liz.

 

– O que acha Sarah? – Perguntou ela, Sarah estava concentrada olhando para baixo, pensando nas informações que tinha sobre o caso até o momento.

 

– Ahn.. Espírito vingativo? – Respondeu ela, sem tanta certeza se sua resposta.

 

– É o que parece. – Disse Richard, dando os papéis para Sarah, que os pegou. – Sobre os assassinatos, algum suspeito?

 

– Nenhum. Parece que a cidade era bem tranquila, não encontrei registros de assassinatos ou suicídios que batessem com o caso. – Disse Liz, arrumando seu óculos no rosto.

 

– Foram ao total 16 mortes em um mês e meio? – Perguntou Sarah, atenta as informações que tinha em mãos.

 

– Sim, exato. Não pesquisei muito a fundo, mas parece que as vítimas não tinham relação alguma. – Disse Liz, apoiando o rosto em sua mão. Richard se levantou da mesa, deixando o olhar pensativo.

 

– Kristen ainda está dormindo? – Perguntou ele, Liz o olhou como quem diz “Não é óbvio?”. Após entender o recado, Richard subiu as escadas para acordar Kristen, assim que saiu da cozinha, Liz voltou a atenção para Sarah.

 

– Você vai? – Perguntou ela, Sarah a olhou surpresa, e deu uma risada um tanto sem graça.

 

– E-Eu não sei, quer dizer… Eu posso acabar estragando tudo sabe… – O barulho de Richard batendo (ou melhor, esmurrando) na porta do quarto de Kristen acabou interrompendo a conversa das duas.

 

– Não precisa se precipitar, eu só queria que soubesse que tem uma oportunidade boa para aprender, embora também seja perigosa… – Disse Liz, se contradizendo. Sarah ficou olhando para ela sem reação, não era como ser convidada para uma viagem legal e bacana, era como ser convidada para assistir a um tipo de exorcismo na puta que pariu com dois caçadores que ela mal conhecia.

 

– Eu acho que pode ser interessante. – Disse Sarah, por mais estranho que parecia, ela acreditava que não tinha mais nada a perder. Richard desceu novamente, com uma espingarda nas mãos.

 

– Se sujar esse sofá eu faço você limpar. – Disse Liz, Richard riu.

 

– Relaxa, não vai sujar não. – Ele começou a carregar a arma com balas feitas de sal grosso, Sarah observava.

 

Richard terminou de carregar sua preciosa espingarda, e a deixou sobre o sofá, para fazer suas malas, seria outra longa viagem. Deu para ouvir Kristen reclamado no andar de cima por ter que levantar cedo. Enquanto ambos faziam as malas e carregavam as armas para viajar, Sarah pensava se ia ou não com eles, ela ainda estava muito abalada com tudo, mas talvez isso ajudasse em sua recuperação, ela também subiu, e guardou novamente algumas roupas em sua bolsa. Alguns minutos depois, Kristen desceu com uma mochila preta nas costas, Richard ainda não teria terminado de arrumar suas coisas.

 

– Não faz nem um dia que acabamos de voltar de uma caçada, qual é! – Kristen foi até a cozinha, e pegou um pacote de cookies no armário, sem ânimo. Ela colocou um dos cookies na boca, e notou que tinha uma bolsa sobre a mesa, ela o mastigou com os olhos semicerrados enquanto olhava para Liz.

 

– Você vai? – Perguntou ela, Liz olhou para Sarah sorrindo, e voltou o olhar para Kristen, enquanto levantava os óculos com o dedo.

 

– Eu acho que seria uma ótima oportunidade para ela aprender. Vai ser legal. – Disse Liz, Kristen olhou para Sarah com uma das sobrancelhas arqueadas.

 

– Ah, claro. Até por que estamos indo em uma super viagem divertida para caçar pokémons. – Disse Kristen, sarcástica. Voltando a sala, que ficava ao lado da cozinha, eram separadas apenas por uma porta de vidro grande que ficava sempre aberta.

 

– Ora não seja ignorante Kristen! – Disse Liz, logo Richard desceu também com sua mala, ele observava o clima em que a sala estava.

– O que foi? – Perguntou ele, Kristen comeu um biscoito, e falou de boca cheia.

 

– A mocinha aqui quer que levemos a Cindy junto. – Disse Kristen, que fez um movimento com a cabeça apontando para Liz.

 

– O meu nome é Sarah. – Ela estava visivelmente constrangida com a atitude se Kristen.

 

– Tanto faz. – Kristen continuou a comer seus biscoitos. Os três olhavam para Richard esperando uma resposta, era a palavra de Liz contra a de Kristen.

 

– Bom, eu não acho que seja apropriado, é perigoso… – Kristen acenou positivamente olhando para as duas com aquele sorriso sarcástico. Liz virou os olhos. – Mas se ela quiser, ela pode vir.

 

– Olha eu não quero gerar confusão, tudo bem, eu fico… – Disse Sarah, cruzando os braços, meio sem graça.

 

– A coisa não é com você garota. Isso aqui não é brincadeira. – Disse Kristen, se aproximando de Sarah. Aquilo era uma espécie de pedido de desculpa na cabeça da Kristen.

 

– Eu tenho cara de quem tá brincando? – Perguntou Sarah, olhando fixamente para Kristen, que ficou surpresa com a reação, na verdade, todos ficaram. – Desculpe…

 

– Tá bom. – Kristen riu, e saiu para fora, apanhou sua camisa no cabideiro, e saiu levando sua mochila nas costas e seus cookies, ela já tinha por natureza uma expressão sarcástica.

 

– Isso foi um “você pode ir”? – Perguntou Sarah, olhando para Liz e Richard.

 

– Isso foi um “você pode ir”. – Disse Richard, Liz sorriu para Sarah. – Eu esqueci algumas coisas lá em cima, eu já volto.

 

– Parece que aprendeu a como lidar com a Kristen desde cedo. – Disse Liz, Sarah riu. – Bom, tome cuidado.

 

– Está bem, pode deixar. – Disse Sarah, Liz a entregou um canteiro com água na cor prata, tinha uma cruz estampada no mesmo, Sarah o olhou curiosa.

 

– É água benta, nunca se sabe. – Disse Liz, Sarah pegou o canteiro e guardou consigo.

 

Ela se despediu de Liz, e foi até a garagem, Kristen estava com o porta malas aberto, ajeitando o “arsenal” que tinha no carro, e carregando mais uma espingarda com balas de sal. Sarah ficou entusiasmada ao ver o carro.

 

– Você tem um Cadillac de 63? – Perguntou ela, enquanto olhava o carro. Kristen fechou o porta malas com força, e acenou positivamente com a cabeça, um tanto convencida. Kristen tinha um Cadillac de 1963, preto, tinha pinta de novo, e ela cuidava mais dele do que de qualquer coisa.

 

– É sim. É meu bebê. – Ela deu um leve tapa na traseira do carro, acho que era para ser uma demonstração de afeto. Sarah riu.

 

– Então, são quantas horas de carro até Washington? – Perguntou ela, Kristen riu, e colocou sua mochila nos bancos de trás, vestiu uma camisa azul quadriculada por cima de uma camiseta do Judas Priest.

 

– Uns 2 dias. – Disse Kristen, Sarah levantou as sobrancelhas surpresa.

 

– Uau. Espero que não aconteça mais nada até chegarmos lá. – Disse Sarah, Kristen pegou a bolsa dela, e colocou no banco de trás junto a dela.

 

– É, eu também. – Ambas entraram no carro, Kristen estava saindo para fora da garagem com o carro, já que Richard estava demorando. Eis que ele surge, e da duas batidas no vidro. Kristen para o carro, e quando ele vai entrar, ela avança, numa tentativa de brincadeira.

 

– Aí cara, você vai atrás hoje. – Disse Kristen, se inclinando para frente, para que Richard entrasse pela sua porta, pois o Cadillac tem apenas duas.

 

– Ninguém merece. – Richard revirou os olhos, e sentou atrás, colocando sua mochila junto a delas em um canto, para que sobrasse espaço para ele.

 

– Reclama não, que quem fez a gente esperar foi você. – Disse Kristen, fechando a porta. Sarah se divertia internamente com os diálogos dos dois, pareciam duas crianças.

 

– Você nem sequer perguntou sobre o que se tratava o caso, eu estava pegando as informações. – Richard deu os papéis para Kristen de forma brusca, eles já estavam na rua, ela jogou no colo de Sarah.

 

– O que? – Perguntou Sarah.

 

– Lê aí poxa, tô ocupada. – Disse Kristen, enquanto virava a esquina da casa deles.

 

– A educação em pessoa. – Disse Richard, com o rosto encostado na janela, entediado.

 

– Cala boca. – Retrucou Kristen. Sarah deu uma tossida, com quem diz “Calem a boca os dois”.

 

Ela explicou a Kristen sobre o caso, que também achava que tratava-se de um espírito vingativo. Depois de algumas horas de viagem, paradas em postos, brigas pra saber quem escolheria a música no rádio, Richard assumiu o volante e Kristen foi para trás. Eles iam revezar até o limite para chegarem o quanto antes em Redmond. Eram aproximadamente 00:30, eles estavam dentro de um carro a mais de 10 horas.

 

– Aí, acho que a gente devia parar pra dormir um pouco, tô caidona. – Disse Kristen, deitada, usando as malas como travesseiro no banco de trás.

 

– Conheço uma pousada aqui perto. – Disse Richard, enquanto dirigia o Cadillac.

 

Eles pararam na pousada recomendada por Richard, ele desligou o rádio, e desligou o carro também. Kristen foi na frente para locar um quarto, Sarah e Richard pegaram as coisas nos bancos de trás, e foram ao alcance de Kristen, que estava conversando com uma moça, provavelmente a dona da pensão.

 

– Quantas camas? – Perguntou a moça, que tinha um crachá no peito, seu nome era Kendall.

 

– Três. – Disse Kristen, bocejando. Richard cumprimentou a moça com um sorriso.

 

– Desculpe, mas nós não temos um quarto com três camas, a não ser que queiram dois quartos separados. – Disse Kendall, sorrindo.

 

– Tudo bem o Richard dorme no sofá. – Disse Kristen, Richard desviou o olhar para ela visivelmente irritado.

 

Depois de enfim terminarem o que tinham que fazer, subiram até o quarto, era meio pequeno, mas era só por uma noite.

 

– Por que não pegamos um quarto pra cada um? – Perguntou Sarah, Richard colocou sua mala no chão, cansado.

 

– Achamos mais seguro que todos fiquem juntos, e é menos solitário. – Disse ele, Sarah riu, como se ele estivesse brincando. Mas ele não estava. Richard e Kristen sempre dormiam no mesmo quarto quando saiam para caçar, pois, com o histórico “demoníaco” que eles tem, ficarem separados seria uma boa chance para algum demônio fazer a festa com seus corpos.

 

– É pro caso do bicho-papão aparecer. – Disse Kristen, sentando no sofá, com seu jeito desleixado.

 

– Digamos que é quase isso. – Respondeu Richard. – Quem quer pizza?

 

Já estava bem tarde, eles pediram uma pizza para o jantar, com o cartão fraudado que usavam sempre, afinal ser caçador não é um emprego que paga. No fim das contas, quem teve que dormir no sofá foi a Kristen. Após o “jantar”, ela recolheu as informações que tinha sobre o caso e começou a repassar, Richard estava deitado, assistindo TV, Sarah havia entrado no banho fazia um tempo. Enquanto repassava, Kristen pegou seu celular, e viu que haviam 4 ligações perdidas de Liz, ela retornou a mesma.

 

“– Kristen?

– Eai.

– Onde vocês estão?

– Em uma pousada, amanhã à noite provavelmente chegamos em Washington.

– Legal. E a Sarah?

– A Sarah tá no banho já faz um século.

– Ah, entendi. Bom, qualquer coisa é só ligar. E vê se atende essa droga!

– Tá, tá bom!”

 

Ela desligou o telefone, e o jogou em cima na beira do sofá, ainda tinha um pouco de pizza na caixa, ela pegou um pedaço, e olhou para Richard na esperança de que ele estivesse acordado, mas não estava. Sarah saiu do banheiro, e saiu também um bocado de vapor junto com ela.

 

– Pensei que tinha morrido lá dentro. – Disse Kristen, concentrada nos papéis, Sarah se aproximou dela.

 

– Fala sério, esse chuveiro é muito bom! – Disse ela, bem humorada. Logo notou que Richard já estava dormindo, e abaixou o tom de voz. – O que está fazendo?

 

– Repassando. – Disse Kristen, Sarah ergueu as sobrancelhas, e se sentou na mesa, que ficava em frente ao sofá, e começou a desembaraçar o cabelo com os dedos, enquanto observava a televisão. Ela vestia uma regata azul marinho, e uma calça branca larga, era seu pijama. Kristen ficou olhando para ela, ou melhor dizendo, para seu colar. – Qual é a desse colar?

 

– Foi um presente da minha tia, tenho desde que nasci… Ele me protege… – Ela segurou levemente o pingente em sua mão, enquanto olhava triste para o mesmo.

 

– Foi mal. – Disse Kristen, comendo pizza e ainda olhando para Sarah, que levantou a cabeça, se recompondo.

 

– Tudo bem. E quanto a sua família? – Perguntou Sarah, curiosa. Kristen balançou a cabeça, com um sorriso meio falso no rosto.

 

– Meus pais eram pastores. – Disse Kristen, Sarah notou que ela não ficava muito confortável em falar sobre. – O meu pai morreu em um incêndio, e a minha mãe… Eu não sei o que houve com ela.

 

– Eu sinto muito pelo seu pai… – Disse Sarah, ela não fazia ideia de que Kristen também já havia passado pelo que ela passou. – Você deve sentir falta da sua mãe, eu entendo.

 

– Ah, não. – Kristen suspirou. Sarah parecia curiosa para saber mais. – Ela destruiu minha vida. Não sinto falta dela. Eu perdi a conta de quantas vezes ela me chamou de demônio, e de quantas ela já tentou me matar.

 

– Ela tentou te matar? Por que? – Perguntou Sarah, abismada. Kristen olhou para ela por alguns segundos, em silêncio.

 

– Ah, deixa isso pra lá. – Kristen começou a rir, tentando disfarçar. Ela não sabia se era uma boa hora para contar a Sarah, mas como ela agora era uma companheira de caça, tinha que saber.

 

– É por causa daquilo que você faz? – Perguntou Sarah, Kristen olhou para ela sem entender muito bem. – Ah, quer dizer… A Liz comentou um pouco sobre a sua habilidade com a mente das pessoas e tudo mais.

 

– Habilidade? Sério que foi esse o termo que ela usou? – Kristen começou a rir, e agora quem não entendia era Sarah.

 

– Pelo que eu entendi você pode manipular as pessoas, e isso é… – Sarah começou a falar um tanto entusiasmada, e notou que Kristen estava olhando para ela como se ela fosse louca. – Sei lá, eu não acho que seja um defeito, é mais como um… Um dom…

 

– Não manipulo as pessoas. Eu crio ilusões na mente delas. – Disse Kristen, voltando o olhar para os papéis.

 

– É um tipo de manipulação. Mas eu não entendo porque sua mãe… – Ela parou de falar quando percebeu que estava sendo inconveniente. – Me desculpe eu não deveria perguntar essas coisas.

 

– Ela dizia que eu não era filha de Deus, que eu era filha do diabo. Me deixou presa a vida inteira naquele quarto… Minha mãe não ligava se o que eu fazia podia salvar a vida das pessoas, ela não era fiel de verdade, era uma egoísta. – Kristen parecia sentida enquanto contava os fatos a Sarah.

 

– Você tem um dom, ela não soube lidar com isso. – Disse Sarah, olhando fixamente para Kristen.

 

– Eu não sei, às vezes é como se eu fosse uma aberração. – Disse ela, olhando para baixo séria. De repente mudou de expressão. – Passado é passado.

 

– É. – Sarah sorriu meio sem graça.

 

A conversa ficou por ali, Sarah foi para cama, e Kristen começou a ficar pensativa sobre seu passado, ela realmente não sabia o que tinha acontecido a sua mãe, ela poderia estar morta, ou não.

No dia seguinte, eles levantaram cedo para chegarem o quanto antes em Redmond. Horas e muitas horas de viagem. Finalmente chegaram em Redmond, pararam em uma outra pousada, e tiraram um cochilo, pois o dia seguinte seria um dia cheio.

 

Washington, Redmond, 2016.

 

– Bom dia. – Disse Richard, que havia acabado de levantar, Sarah já estava acordada, ela tinha um jornal em mãos.

 

– Bom dia. O demônio atacou de novo enquanto estávamos vindo para cá. – Disse ela, colocando o jornal sobre a mesa, a primeira manchete tinha o retrato de uma garotinha de uns 8 anos, que havia sido outra vítima do demônio. Demônio é o termo que usamos quando não sabemos com o que estamos lidando.

 

– Ah, droga! – Richard se levantou intrigado, pegou sua roupa que estava jogada em cima de uma cadeira, e foi até o banheiro trocar-se. O barulho da porta batendo acordou Kristen.

 

– O que foi? – Perguntou ela, com os olhos semicerrados de sono. Sarah jogou o jornal para ela em cima do sofá, Kristen o pegou ainda sonolenta. – Desgraçado.

 

Os três terminaram de se aprontar, e foram para o Cadillac. A décima sétima vítima se chamava Geena, e tinha 8 anos de idade, havia sido encontrada embaixo de sua cama, morta, sem os olhos.

 

– Pra onde vamos? – Perguntou Sarah, colocando o cinto de segurança. Kristen ligou o carro.

 

– Eu vou falar com a mãe da garotinha, vocês dois podem procurar informações com os habitantes. – Disse ela, Richard acenou positivamente com a cabeça, embora não fosse da natureza dele concordar com Kristen.

 

Eles foram até a casa da família Forks, para algumas perguntas, Kristen estacionou o carro, e abriu o porta luvas, que ficava em frente ao banco do passageiro, e retirou duas identidades falsas de policial que eles tinham, guardou a sua no bolso, e deu a de Richard para ele.

 

– E eu? – Perguntou Sarah. Richard olhou para ela, que estava no banco se trás.

 

– Não esquenta. – Disse ele, sorrindo.

 

Kristen foi até a casa dos pais da falecida Geena, Richard e Sarah foram até uma lanchonete próxima para tentar ter alguma informação sobre o caso. Ela bateu na porta da casa dos Forks, uma moça de uns 28 anos de idade, com fundas olheiras, abriu a porta para Kristen.

 

– Sim? – Perguntou ela, Kristen sorriu gentilmente.

 

– Ah, com licença, eu sou do departamento de polícia, policial Hanz. – Ela mostrou o distintivo, e apertou a mão da senhora que tinha um olhar triste, afinal havia acabado de perder a filha.

 

– Entre, por favor. – Ela se afastou da porta para que Kristen entrasse.

 

– Então, senhorita Forks, o que houve? – Perguntou ela, com as mãos nos bolsos. A senhora estava de braços cruzados.

 

– Bom, ontem Geena e eu havíamos acabado de voltar do cinema, meu marido estava trabalhando até tarde, eu dei banho nela e a coloquei na cama. – Os olhos dela começaram a se encher de lágrimas, ela colocou a mão na boca tentando disfarçar. – Eu fui para cama também, assim que eu deitei eu a ouvi gritar… Eu fui correndo para o quarto dela, eu não a encontrei na cama, mas havia sangue vindo debaixo da cama dela...

 

– Eu sinto muito pela sua filha. – Disse Kristen, chateada com a história. – Senhorita, Geena relatou alguma coisa estranha? Como ter visto algo, ouvido, qualquer coisa.

 

– Bom… Ela comentou algo sobre sentir muito frio, o que é estranho porque estava quente. Mas não acho que seja relevante. – Disse ela, Kristen balançou a cabeça como sinal positivo.

 

– E então, algum sinal de arrombamento, algo quebrado, janelas? – Perguntou Kristen, olhando em volta pela casa.

 

– Nada. A janela do quarto da Geena estava trancada, e as portas da casa também. – Disse a moça, enchugando as lágrimas.

 

– Entendo. E então, onde fica o quarto da Geena? – Perguntou Kristen, a moça a levou até o quarto da garotinha, que ficava no segundo andar. As coisas dela estava em ordem, a mãe dela provavelmente devia ter limpado tudo pois já esperava a visita de policiais.

 

– Foi aqui. – Ela ficou parada na porta, encostada, enquanto observava tudo ainda chorando. Kristen olhou bem em todo quarto, e não encontrou nada, a não ser uma coisa estranha que chamou sua atenção: As botas de Geena tinham respingos de enxofre.

 

– Tenho tudo o que preciso, senhorita Forks. Muito obrigada. – Disse Kristen, a moça sorriu ainda abalada.

 

– Policial… O que acha que aconteceu a minha filha? – Perguntou ela, Kristen gostaria de poder ser sincera com a moça, mas isso causaria um trauma ainda maior. Ela apoiou a mão no ombro da moça.

 

– Vamos descobrir, não se preocupe. – Disse Kristen. A moça sorriu, ela havia sido preenchida por um pouco de esperança.

 

Kristen saiu da casa da moça, e ligou para Richard.

 

“– Eai, alguma coisa?

– O cara da farmácia disse que houve um sumiço, o filho do delegado, há uns 30/40 anos atrás, foi no mesmo mês que estamos.

– E?

– Não encontraram o corpo do garoto, só os olhos, que estavam quase soterrados na neve. 

– E como ele morreu?

– O pai disse que foi um acidente de esqui.

– Bom, será que é o espírito?

– Eu não sei, Sarah está conversando com um borracheiro aqui, ele pode saber de alguma coisa. E você, alguma coisa?

– Achei enxofre no quarto da garotinha, mais nada.

– Já é alguma coisa. Tenho que ir.

– Tá bem, encontro vocês no estacionamento.

– Até mais.”

 

Após desligar o telefone, Kristen pegou um papel em seu bolso, com o endereço da penúltima vítima, e resolveu verificar também. Enquanto isso, Richard e Sarah procuravam informações com os cidadãos de Redmond.

 

– E então, o que ele disse? – Perguntou Richard, assim que Sarah voltou da conversa com o borracheiro.

 

– Ele não sabe de nada que já não sabemos. – Disse ela. – E a Kristen?

 

– Encontrou enxofre no quarto de Geena. – Disse ele. Sarah cruzou os braços, e suspirou.

 

– Acha que o espírito do garoto está se vingando por alguma coisa? – Perguntou ela, Richard olhou para baixo pensativo.

 

– Vai ver que ele só não aceita o fato de ter morrido. – Disse ele.

 

Os dois passaram num mercado para comprar o que precisavam para despachar o espírito, sal, e gasolina. E como plano B, eles teriam que invocar o maldito, então compraram alguns materiais que usariam.

 

– Tem certeza que não precisamos de uma toalha de altar pra realizar esse trabalho? – Perguntou Sarah, carregando uma sacola, Richard carregava duas sacolas.

 

– E se eu te contar que já fiz isso com uma toalha da Dora Aventureira? – Disse Richard, Sarah começou a rir.

 

– Pensei que essas coisas exigissem tudo certinho. – Disse ela, enquanto ambos atravessavam a rua, indo até o estacionamento.

 

– E exigem, mas sabe como é que é. – Ele olhou para ela com aquela cara de sapeca, ela balançou a cabeça rindo.

 

Eles chegaram ao estacionamento, Kristen já estava no carro, com o braço para fora, segurando um cigarro, o som estava alto. Richard deu duas batidas fortes na traseira do carro, assustando-a.

 

 – Aí da próxima vez eu te dou um tiro! – Ela estava prestes a tirar a arma do bolso. Richard e Sarah entraram no carro, rindo do susto.

 

– Temos tudo. – Disse Richard abaixando o volume do som, após isso, se ajeitou no banco de trás.

 

– Legal. Eu fui a casa da esposa do Gary, o outro cara que morreu, e eu encontrei mais enxofre. E tem mais, ela me disse o mesmo que a mãe de Geena disse, os dois reclamaram de muito frio antes de morrer. – Disse Kristen dando uma última tragada antes de jogar o cigarro para fora do carro.

 

– O menino não morreu andando de esqui na neve? – Perguntou Sarah, Richard acenou positivamente com a cabeça.

 

– É, tá óbvio. Foi fácil achar o culpado, agora quero ver achar os ossos pra queimar. – Disse Richard. Sarah suspirou.

 

– Disse que encontraram os olhos do menino né? – Perguntou Kristen, Richard concordou com a cabeça. – E se for isso, os olhos dele…

 

– Mas e o resto do corpo? – Perguntou Sarah, curiosa.

 

– Bom, a gente tenta queimando os olhos, e se não der certo, a gente vai ter muito trabalho. – Disse Kristen, ligando o carro. 


Notas Finais


Eai, gostou? Tem suas teorias pro próximo capítulo? Conta aí. Eu espero de coração que tenha gostado, até o próximo capítulo! <3


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