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História Disable - De dentro pra fora.


Escrita por: littlediao

Notas do Autor


Oioi, pra quem é novo aqui, seja bem-vindo <3 Eu acho que exagerei hoje, enchi o capítulo de desgraça, desculpe, é inevitável -q

Capítulo 6 - De dentro pra fora.


Fanfic / Fanfiction Disable - De dentro pra fora.

Michigan, 2016.

Era noite, Richard e Kristen ainda não tinham voltado da caçada ao Obizuth. Sarah estava em casa, Liz tinha ido comprar mais um estoque de café com a viatura de Rebecca, que também estava em casa.

– A que horas será que eles voltam? – Perguntou Sarah, que estava sentada no sofá do escritório com vários livros em volta de si, Rebecca encontrava-se em pé ao lado da janela olhando para fora, distraída.

– Não devem demorar. – Disse Rebecca, voltando a se sentar na cadeira onde geralmente Liz ficava. Sarah olhou para ela confusa, ela sabia o básico, mas tinha tantas perguntas, tanto sobre os monstros, quanto sobre outras coisas também.

Ela tinha muita curiosidade quanto a Kristen, qual motivo dela estar ali? E como era possível que ela tivesse habilidade de manipular as pessoas apenas olhando para elas? Muita coisa estranha acontecia na vida de Sarah, como saber que vampiros e demônios existem, mas isso… Isso era novo. Ela tinha medo de ser indelicada perguntando sobre isso a Kristen, pois ela não parecia confortável falando no assunto, mas talvez depois que elas se conhecessem melhor, alguma oportunidade de saber mais surgisse. Liz voltou alguns minutos depois de sair, com bastante café, e trouxe um bolo também.

Rebecca estava cansada, acabou não esperando os rapazes chegarem, Liz e Sarah também foram quando deram mais ou menos 02:30 da madrugada. Um pouco mais tarde, os dois chegaram, Richard apertou o botão que abria o portão, enquanto Kristen colocava o Cadillac pra dentro, e com toda delicadeza do mundo, derrubou duas latas de lixo que ficavam lá fora.

– Cara! São quase 04:00 da manhã!! – Disse Richard, sussurrando por algum motivo, enquanto Kristen olhava para as latas no chão com aquela cara de tacho.

– Droga, isso não tava aqui! A Rebecca vai me matar. E você ta cochichando por que? Acho que estamos dentro de um carro se você ainda não percebeu. – Retrucou Kristen, terminando de colocar o carro ma garagem.

Ambos entraram dentro de casa mortos de cansaço, Richard subiu direto para o quarto dele com sua mala nas mãos, sem fazer barulho, Kristen se jogou no sofá enquanto bocejava, ficou por lá até criar coragem para levantar, quando levantou, viu que tinha um bolo de chocolate maravilhoso sobre a mesa. Sabe a cara de cu de quem dirigiu o dia inteiro? Sumiu ao ver aquele bolo. Ela foi até lá, e colocou um pedaço enorme de bolo num prato, e voltou para o sofá, ligou a televisão bem baixo, e começou a comer o maravilhoso bolo de chocolate, o problema era que Kristen estava, literalmente, desmaiando de sono, e bom, ela acabou apagando ali mesmo.

– Vai dormir no quarto, menina. – Rebecca acordou Kristen no dia seguinte com um tapa no ombro, que levou um belo de um susto, e quase puxou a arma do bolso, mas notou que se tratava apenas de Rebecca. Eram provavelmente 07:00 da manhã, o horário que a mesma saia para o trabalho.

– Eu quase te dei um tiro. – Disse Kristen, se espreguiçando de uma forma bem desajeitada. Rebecca riu, enquanto arrumava a camisa.

– Se eu fosse você limpava esse tapete antes da Liz acordar, se não o bicho vai pegar pro seu lado. Até a noite. – Disse ela, antes de sair para o trabalho. Kristen, que estava meio desnorteada, se levantou e esticou os braços.

– Até. – Ela olhou para a porta e notou que Rebecca já tinha ido, e se deu conta só depois do que ela tinha dito sobre o tapete, Kristen olhou para o mesmo, e estava cheio de bolo. – Mas que merda! Meu bolo!

Kristen estava tão distraída com o bolo falecido no tapete, que não notou que Sarah estava descendo as escadas, ela juntou o pires que estava também caído no chão, e começou a colocar os pedaços do falecido no mesmo, até que seu telefone toca, a mesma larga o pires em cima da mesinha no centro da sala, e atende o telefone, sem ver antes quem era.

“– Pela hora é bom que seja importante.

– …

– Vai falar nada não? Alô?

– …”

– Ué. – Kristen tirou o celular mudo do ouvido, confusa. Sarah apareceu com uma caneca atrás dela.

– Quem era? – Kristen levou um pequeno susto, dessa vez não apontou uma arma para a garota. Sarah riu ao percebeu que havia assustado-a. – Te assustei?

– Pfff, claro que não. Eu sei lá, ficou mudo, e não conheço esse número… – Disse ela, olhando para a tela do celular, Sarah olhou de canto.

– Engano, talvez? – Sugeriu ela, Kristen acenou positivamente com a cabeça, mas ainda estava curiosa. – Como foi a caçada?

– Matamos a coisa. Tranquilo. – Disse Kristen, indo até a cozinha. Sarah riu.

– Tenho até medo do que você pode considerar “tranquilo”. – Disse ela, se encostando à um armário.

– Não tiro sua razão. Tá fazendo o que acordada a essas horas? – Perguntou Kristen, colocando café na sua caneca do Bob Esponja que tinha ganhado de aniversário no ano passado de Joseph, um amigo caçador, Bob Esponja era o desenho preferido dela. Sarah não deixou de notar a caneca. – O que? Não posso ter uma caneca do Bob Esponja?

– Ah, desculpe, eu gostei dela. Eu tenho hora marcada para ir pegar uns livros na biblioteca, Liz e eu estamos procurando uma coisa. – Disse ela, disfarçando o riso.

– Hm, e pretende continuar com isso? – Perguntou Kristen, tomando café na caneca do Bob Esponja.

– Pra falar bem a verdade eu queria caçar com vocês. – Disse Sarah, olhando para baixo lembrando do dia em que caçou de verdade pela primeira vez. Kristen ficou encarando ela esperando que ela incrementasse a fala. – Botar a mão na massa sabe, eu gosto de pesquisa e leitura mas não é bem a minha praia.

– Eu entendo, mas sabe que você não vai poder sair depois que entrar nisso, não é? – Disse Kristen, coisa que muitos já haviam repetido a ela.

– Eu estou ciente disso. E confesso que, diferente de antes, tenho dúvidas sobre isso. – Respondeu Sarah, magoada por lembrar do incidente com os pais. Kristen ficou em silêncio olhando nos olhos dela, o que causou constrangimento. Sarah decidiu tentar quebrar o gelo.

– Uma coisa que eu nunca perguntei, quantos anos você tem? – Perguntou Sarah, olhando para todo canto tentando não olhar para Kristen, enquanto a mesma ainda a encarava com um olhar misterioso.

– Eu tenho 23. – Disse ela, voltando ao normal. Sarah voltou a olhar para ela. – E você?

– 19… – Respondeu a garota, que vestia uma camiseta preta larga, e um shorts jeans azul. Várias coisas se passavam pela mente de Kristen enquanto olhava para ela, não era só Sarah que tinha curiosidade sobre Kristen, Kristen também tinha sobre Sarah.

– Eu esperava pelo menos 20. – Brincou ela, enquanto terminava seu café. Sarah riu.

– 19 é quase 20. – Disse ela, colocando sua caneca no balcão. – Tenho que ir a biblioteca, como eu disse, tenho hora, sabe…

– Claro. – Respondeu Kristen, Sarah foi em direção a escadaria, ela a seguiu com os olhos, como se estivesse secando a garota, mas na verdade era mera curiosidade.

Mais tarde Sarah voltou da biblioteca cheia de livros nas mãos, Liz estava no escritório como sempre, Richard estava afiando as facas, e Kristen, bom, estava dormindo. Não havia nenhum caso para eles, tinha um ninho de vampiros mas um caçador colega estava cuidando de tudo. Um dos caçadores mais chegados da família era Joseph Tallmann, ele geralmente caçava vampiros, mas pegava também outros casos que podia resolver, de vez em quando aparecia para pedir ajuda, para dar uma visita, Joseph era um cara de altura mediana, careca, 46 anos por aí, e era chegado em rock dos anos 60. O amigo/caçador mais confiável e leal que se podia ter.

Passaram-se 4 dias, e nada de aparecer um caso, consideraram como uma folga. Kristen, aproveitando a folga, estava lavando o Cadillac ao som dos Beatles, enquanto Richard estava na sala pesquisando, a procura de algum caso, até que ouviu algum telefone tocar, era o de Kristen, que está a jogado em cima do sofá, Richard atendeu, mas ficou mudo por alguns segundos, e desligou novamente, como da outra vez. A janela da sala ficava ao lado da garagem, dava para eles conversarem pela mesma.

– Aí, o seu telefone tocou. – Disse Richard, se aproximando da janela, Kristen largou a esponja, e foi ver do que se tratava.

– Quem era? – Ela pegou o telefone da mão dele, mesmo com as mãos cheias de sabão.

– Não disse nada, ficou mudo. – Respondeu Richard, Kristen contraiu as sobrancelhas, dessa vez ela tinha que retornar para saber do que se tratava, pois não ligou uma vez, e sim duas. – Conhece esse número?

– Não, mas já ligou antes, também não disse nada. Vou retornar. – Disse ela, retornando ao número, que chamou bastante, até que alguém atendeu.

“– Alô?

– Oi, quem é que tá falando?

– Você é a Kristen?

– Depende de quem pergunta.

– Eu sou caçadora, meu nome é Candace, sou amiga de Joseph, tentei ligar duas vezes mas ficou mudo.

– É eu sei. Então, Candace, o que manda?

– Joseph me contou que você é de Michigan, tem um caso por aí, eu mesma iria resolver se não estivesse tão longe…

– Ah, é? Qual é o problema?

– Uma igreja em Lansing, três frequentantes desapareceram numa missa e não foram encontrados.

– Acha que isso é caso nosso? Parece coisa de polícia.

– Foi o que eu pensei também, mas encontrei depoimento de uma freira chamada Nancy, ela afirma ter visto um fantasma levar as vítimas.

– Vale a pena dar uma olhada.

– Está bem, obrigada, boa sorte.

– A você também.”

– Quem era? – Perguntou Richard, curioso.

– Uma colega de Joseph, ela disse que tem um caso por aqui. Como a gente não sabia disso? – Perguntou Kristen, por um momento Richard se sentiu incompetente.

– Geralmente não procuro casos por aqui. Mas enfim, do que se trata? – Disse ele, ainda intrigado. Kristen jogou o telefone sobre o sofá.

– Uma freira disse que viu um fantasma levando as vítimas. – Disse ela enquanto passava a vap no carro.

 – Onde é? – Perguntou ele.

– Lansing. Eu vou terminar aqui, trocar de roupa, aí a gente vai dar uma olhada. – Disse Kristen, que estava com as roupas encharcadas.

– Tá, eu vou avisar a Liz. – Respondeu Richard, fechando o notebook, e o colocando sobre a mesinha.

Kristen terminou de lavar o carro, trocou de roupa, e Richard também se vestiu para irem até a igreja. O carro estava brilhando, dava até pena de sair com ele. Liz já estava sabendo do caso, Sarah se ofereceu para ir junto, os rapazes concordaram. Liz havia providenciado um distintivo do FBI falso descente para ela, agora não seria problema ela sair para caçar. Já na estrada, Kristen estava no volante, com um sorriso de orelha a orelha, pois o carro estava um brilho só, Sarah estava atrás, e Richard na frente.

– Sente o cheiro desse carro cara. Ele tá mais limpo que eu. – Disse ela, sorridente. Sarah estava com o notebook, procurando pistas de alguém que havia morrido na igreja.

– Dá pra parar de falar desse carro um minuto sequer? – Disse Richard, Kristen revirou os olhos. – Alguma coisa, Sarah?

– Eu não achei ninguém que tenha falecido na igreja anos atrás, mas pode ser que alguém tenha morrido lá, só não foi constado em nenhum jornal nem nada. – Disse ela, olhando para a tela do notebook. Os três estavam vestidos com os trajes de “FBI”, Richard de terno e gravata, Kristen com uma calça social preta, sapato social, e camisa verde musgo, também social. Sarah vestia uma camisa branca, uma saia social cinza escuro, e um blazer da mesma cor. Eles chegaram a igreja, era um lugar enorme, parecia um castelo vitoriano.

– Que lugar bonito. – Disse Sarah, olhando para cima, apreciando os detalhes da igreja.

– Façam cara de descentes, somos agentes. – Disse Richard, ajeitando a gravata. Era até engraçado de ver os três andando, Sarah estava no meio, e ela ficava muito pequena ao lado de Richard e Kristen.

Eles entraram na igreja, haviam algumas pessoas ajoelhadas sobre os assentos orando, o Padre notou a presença deles, e foi andando na direção dos mesmos.

– Boa tarde senhoras, senhor. Sejam bem-vindos a casa de Deus. – Disse ele, com um olhar pacífico, muito educado. Os três mostraram os distintivos.

– Boa tarde, Padre. Somos do FBI, eu sou a agente Hanz, e esses são meus parceiros Rubens e Sandler. Estamos aqui para investigar os sumiços. – Disse Kristen, Sarah olhava a sua volta as janelas com imagens de anjos.

– Oh agentes, terrível, não é? Deus os tenha. Por favor, estou de prontidão para o que precisarem. – Respondeu o Padre, com as mãos juntas.

– Eu e a agente Sandler vamos dar uma olhada no local, se não se importar. – Disse Richard, sorrindo, Sarah ainda ficava um pouco nervosa ao fingir ser do FBI.

– Claro, eu vou chamar a irmã Nancy para acompanha-los. – O Padre olhou para o lado, a freira estava tirando pó de uma das estátuas perto do altar, ele fez um sinal com a mão a chamando, ela colocou o espanador sobre uma pequena mesa, e foi até eles. Richard olhou para Kristen, pois Nancy era a freira que afirmava ter visto os fantasmas levarem as pessoas. – Nancy querida, por gentileza acompanhe esses simpáticos agentes.

– Sim senhor, Padre. – Nancy era uma mulher já de idade, tinha um olhar assustado, provavelmente por causa do que havia acontecido.

A freira acompanhou Richard e Sarah pela igreja para procurarem pistas, e procurarem fantasmas também, eles se separaram para que Richard pudesse ligar o detector de fantasmas, Sarah continuou com a freira. Enquanto isso, Kristen conversava com o Padre.

– Então Padre, o senhor viu alguém estranho entrar aqui? Alguém que não frequentava a igreja. – Perguntou Kristen, o Padre olhou para baixo.

– Ninguém, minha filha. Somente os fiéis que frequentam a igreja. – Disse ele, parecia abalado com o sumiço das vítimas.

– E sobre as vítimas, havia alguma semelhança entre elas? Havia alguém que por ventura teria algo contra as mesmas? – Perguntou ela, eles estavam andando lentamente até a frente do altar, quando chegaram lá, o Padre fez o sinal da cruz em respeito.

– Bom agente, eu não vejo motivo para alguém querer leva-los, eram pessoas maravilhosas, tinha orgulho de recebe-los na casa do senhor. – Disse o Padre, Kristen acenou positivamente com a cabeça, e então o homem prosseguiu. – Bom, no dia em que sumiram, somente os três estavam orando aqui, era terça à noite, não sei se conta como semelhança…

 – Entendo. Padre, o senhor sentiu algo diferente? Algo estranho, como correntes de frio, luzes piscando, algo do gênero? – Kristen começou com as perguntas esquisitas, o Padre a olhou confuso.

– Não entendo o motivo destas perguntas. – Disse ele, virando-se para Kristen, que era quase da mesma altura que ele.

– Perguntas de rotina, temos que fazer. – Ela sorriu, o Padre sorriu também, ainda desconfiado.

– Eu estava em uma convenção no dia do incidente, então eu não sei dizer. – Disse ele, Kristen acenou positivamente com a cabeça.

Enquanto isso, Richard estava procurando fantasmas pela igreja, com o detector, que apitou fortemente ao passar em frente à um quarto, era o quarto de alguma freira provavelmente, ele olhou em volta para ver se não havia ninguém por perto, e abriu a porta, mas o detector parou de apitar, ele deu um passo para trás, e voltou a apitar. O fantasma não estava no quarto, e como era possível que estivesse no corredor? Sarah estava conversando com a freira sobre o que ela havia visto, Richard ouviu que elas estavam prestes a passar pelo corredor que ele estava, fechou a porta rapidamente, e guardou o detector no bolso.

– Vocês estão aí. Estava procurando-a, agente. – Disse Richard, Sarah estava com Nancy, que parecia mais assustada que antes. – Aconteceu alguma coisa?

– Nancy estava me contando o que viu naquela noite, será que poderia contar ao agente Rubens, senhora? – Perguntou Sarah, com a mão no ombro da senhora, que olhava para baixo pensativa. Richard olhou para Nancy.

– Os policiais não acreditaram em mim. – Disse ela, com os olhos se enchendo de lágrimas.

– Eu acreditei em cada palavra que disse, e sei que o agente Rubens também vai, não se preocupe. – Sarah tinha uma expressão gentil por natureza, parecia uma princesa da Disney, ela usava como estratégia. A freira olhou para ela, e depois para Richard.

– Eu senti um frio do nada, então eu fui até o salão principal ver o que era, e então eu vi… Uma sombra negra arrastar os três para dentro do chão… E podia jurar que por alguns segundos, o banco o qual eles estavam orando começou a pegar fogo, e depois ele simplesmente voltou ao normal. – Disse ela, segurando seu crucifixo e derramando lágrimas, Richard olhou para Sarah, com um olhar puderam concluir que era um fantasma, e um dos mais nervosos.

– Okay, senhora, por acaso aqui tem algum porão ou sótão? – Perguntou Richard.

– Tem sim, guardamos os objetos que não usamos mais lá em baixo. – Disse ela, ainda de cabeça baixa.

– Está tudo bem, Nancy. Obrigado por nos ajudar, é melhor tomar uma água para se acalmar, nós damos conta daqui. – Disse Richard, sorrindo, a freira acenou positivamente com a cabeça, e deu meia volta, eles esperaram ela sair completamente para tirarem conclusões.

– Isso explica o porquê do detector ter pirado no corredor, o fantasma está la embaixo. – Disse ele, Sarah cruzou os braços.

– Acha que ele está preso à algum objeto que está lá embaixo? – Perguntou ela, ambos foram andando em direção ao salão principal, onde Kristen estava conversando com o Padre. O barulho do salto de Sarah ecoava no corredor repleto de quadros.

– Provavelmente. Vamos ver o que Kristen conseguiu. – Disse ele, ambos chegaram ao corredor principal, Kristen os viu, se despediu do Padre, e depois foi em direção aos dois.

– Alguma coisa? – Perguntou Kristen, desabotoando um botão da camisa, que estava praticamente enforcando ela.

– Bastante coisa. Nancy contou que viu uma sombra negra puxar os três para baixo do chão, depois viu o banco onde eles estavam orando pegar fogo, e segundos depois o fogo apagou. – Disse Richard, resumindo para ela. – E você, o que tem?

– O Padre disse que só os três estavam aqui orando no dia do sumiço, e ele estava em uma convenção, ou seja, só tinham as freiras aqui. E também, um pastor sumiu aqui em 1993, de acordo com ele, acharam ele só 1 ano depois, o corpo dele estava no sótão, apodrecendo, o Padre disse que não sabe o que aconteceu direito. Ele foi cremado. Será que é o fantasma? – Perguntou Kristen, os três estavam indo em direção a porta de saída da igreja, Richard acenou positivamente com a cabeça para o Padre, ele retribuiu.

– É bem provável. Mas como vamos saber o objeto que prende ele? – Disse Sarah, eles chegaram ao Cadillac, e entraram no carro.

– Sabemos que fica no porão, é só nos virmos aqui de madrugada e achar. – Disse Richard, colocando o cinto de segurança, enquanto Kristen dava a partida. Sarah abriu o notebook.

– Então o fantasma arrasta as vítimas pro porão? – Perguntou Kristen.

– Parece que sim, a freira disse que eles guardam objetos doados que não são úteis para igreja lá. – Respondeu Richard, Sarah interrompeu.

– Kristen, como era o nome do pastor? – Perguntou Sarah, com o notebook em mãos.

– Carl Johnson, ele era novo, devia ter uns 25 anos. – Disse Kristen, Sarah digitou o nome do pastor no Google, e achou informações sobre ele.

– Aqui, tem uma notícia bem antiga, ele morava em Oregon, mas veio para Lansing para ser pastor, dois anos depois ele sumiu na igreja, e acharam seu corpo no porão, ninguém sabe ao certo a causa da morte. Ele não tinha família, parece que era sozinho… – Disse Sarah, lendo um artigo.

– Tem foto dele? Ele tava usando alguma coisa? – Perguntou Richard, Sarah observou a foto atenta.

– Ele estava usando um terno azul marinho, nenhum acessório. – Respondeu ela. Kristen parou em um posto de gasolina para abastecer o tanque. – Vamos ter que procurar o que mantém ele preso.

– Mas o que será que aconteceu com ele? Assassinato? – Perguntou Kristen.

– Provavelmente, devem ter matado ele e deixado o corpo no porão. – Disse Richard, Sarah ainda estava pesquisando. Kristen desceu do carro para abastecer. – Estranho ela ter visto o banco pegar fogo…

– É, eu pensei isso também. Fantasmas causam visões? – Perguntou Sarah, curiosa.

– Parece que sim, dessa eu não sabia. Os fantasmas se fortalecem ao ficar muito tempo presos, aprendem a usar os poderes. – Disse Richard, Sarah voltou a olhar para o notebook, atenta.

As meninas super poderosas voltaram para casa, Sarah contou tudo a Liz, que afirmou que fantasmas muito sedentos por vingança, ficam mais poderosos que o normal. O plano era o seguinte, os três iam à igreja de madrugada, e invadiam o sótão para queimar o objeto que mantia Carl preso ali.

02:45 da madrugada, eles caíram na estrada, no porta malas haviam três espingardas carregadas com tiros de sal, era infalível. E claro, um galão de álcool pra queimar a coisa. Chegaram à igreja, e estava tudo escuro e fechado, os três estavam armados, havia atrás da igreja uma entrada para o sótão, Richard estourou o cadeado com um pé de cabra, e abriu a porta que ficava no chão, tinha uma escada enorme que levava até lá embaixo, e estava completamente escuro.

– Tá, quem vai primeiro? – Perguntou Richard, Sarah e Kristen olharam para ele tipo “Vai você”. – O que foi? Não vale! Dois ou um pra ver quem vai.

– É sério isso? – Perguntou Sarah, surpresa com a brincadeira infantil. Tinha uma floresta sinistra atrás da igreja, a qual podia se ouvir os grilos em toda parte.

– Se quiser ir na frente fica a vontade. – Disse Kristen, Sarah revirou os olhos. Os três colocaram o punho sobre a mão para começar a decisão. Richard saiu de primeira, com aquele sorriso sarcástico no rosto, Kristen e Sarah jogaram, Sarah saiu. – Mas que merda!

– Vai logo, a gente não tem a madrugada inteira. – Disse Richard, Kristen mostrou o dedo do meio para ele, e botou o pé no primeiro degrau, os três ligaram as lanternas para descer.

Como Kristen ia na frente, todas as teias de aranha grudaram nela, e não nos outros. Richard foi por último, Sarah no meio, como normalmente era. Tinha uma cordinha no final da escadaria, Kristen puxou pensando ser a lâmpada, e acertou a luz acendeu, mas o lugar era enorme, quase não fazia muita diferença. Estava cheio de móveis empoeirados, coisas ainda embaladas, até que eles ouviram alguma coisa estranha, parecia um choro ou algo assim. Os três se olharam.

– Tem alguém aí? – Perguntou Sarah, com a espingarda de prontidão. Kristen e Richard estavam olhando em volta procurando a fonte do som.

– Não me machuca!! Me deixa em paz!! – Era uma voz feminina, Sarah foi andando até onde a voz vinha.

– Viemos te ajudar, onde você está? – Perguntou ela, olhando em volta, procurando a moça. Ela notou algo estranho atrás de si, e se virou rapidamente.

O porão havia sumido. Ela estava num corredor gigante com apenas algumas luzes acesas, ela se virou novamente para o outro lado, e viu o outro lado do corredor. O fantasma estava fazendo um jogo com eles, fazendo eles terem visões de onde estavam.

– Kristen!? Richard?! – Gritou ela, enquanto andava pelo corredor, assustada.

Enquanto isso, Richard estava preso da mesma forma que ela, ele estava em um quadrado todo branco, não tinha jeito de sair, parecia uma caixa gigante, ele chamava pelas meninas, que não podiam ouvi-lo, já Kristen estava ali no porão mesmo, mas tudo estava em chamas, ela não tinha desmaiado como Richard e Sarah, que caíram no chão como se estivessem mortos, e estavam sonhando com as visões que estavam tendo, não era real. O fantasma era bom. Ela sacudiu os dois tentando acorda-los, e verificou se ainda respiravam, e por sorte sim, o fogo não era tanto problema, pois ela sabia que era apenas ilusão, eles não acordavam de jeito nenhum, e a luz apagou completamente. Ela pode sentir que ele estava ali, Kristen se levantou, e se virou de costas, o fantasma ia ataca-la, mas ela atirou nele, que sumiu imediatamente numa nuvem de fumaça.

– Socorro!! – A mesma mulher que havia gritado quando eles entraram ali, começou a correr na direção de Kristen, na visão dela, a mulher também estava em chamas. Era uma visão horrível.

– Você tem que sair daqui agora, onde estão os outros?! – Perguntou Kristen, tentando ignorar o fato de tudo estar pegando fogo. A mulher apenas começou a chorar em desespero, Kristen entendeu que não havia outros. Estavam mortos.

– Vai, sobe as escadas e corre o mais longe que conseguir! – Kristen a ajudou a subir, mas a porta fechou violentamente, fazendo com que ela não pudesse sair.

No sono profundo, Sarah continuava correndo pelo corredor que não tinha fim, até que começou a ver pessoas. Ela viu seu pai, estendendo os braços para ela.

– Pai? – Perguntou ela, apavorada. Ela esqueceu por um segundo que aquilo era ilusão.

– Minha filha, como você cresceu. Eu senti sua falta. – Disse ele, o corpo de Sarah começou a estremecer, ela sabia que aquilo não era real mas queria fortemente acreditar que sim. O homem continuava com os braços abertos, esperando ser abraçado. Sarah se aproximou lentamente dele, chorando.

– Você não é meu pai. – Disse ela, com a voz trêmula, e então atirou no contratempo que o fantasma havia posto em sua mente para contraria-la. A figura de seu pai foi reduzida a pó após o tiro de sal grosso.

Ela continuou andando, com as pernas bambas e o coração apertado, até ouvir uma voz, dessa vez era sua mãe. Ela gritava por ajuda atrás de Sarah, que continuava andando perturbada por querer olhar para trás, mas ela não podia se deixar levar. Enquanto isso, Kristen tentava achar o objeto perdido do fantasma no meio daquele monte de coisa, com a ajuda da única sobrevivente presa ali, e bendita seja a memória de Kristen, que lembrou do que Sarah havia dito: “Ele vestia um terno azul marinho.”, quando a figura fantasmagórica de Carl havia aparecido, ele não estava de paletó. O objeto era o paletó.

– Ei, procure um paletó azul marinho, e se achar queime! – Gritou Kristen, a moça acenou positivamente com a cabeça e começou a procurar ainda assustada. Ela notou que o nariz de Sarah estava sangrando enquanto ela estava desmaiada, e começou a ficar preocupada, o fantasma podia mata-los apenas com visões?

A coisa tava feia, o fantasma ficava aparecendo em volta de Kristen, que estava ficando tonta com todo aquele fogo, ela acabou caindo no chão, sua visão ficou embaçada, e ela tentava se levantar a todo custo, quando caiu no chão, ela olhou à sua esquerda, e viu um paletó azul marinho jogado dentro de uma caixa, junto a várias outras roupas, ela se levantou com dificuldade, apoiando-se na caixa.

– Eu… Eu encontrei… – Kristen tentou gritar, sua voz saiu fraca, mas foi suficiente para a moça ouvir. – Atire nele com isso se o vir!

Disse ela, a mulher sem muita opção, apanhou a arma do chão com as mãos tremendo, e atirou em qualquer vulto que visse. Sarah continuava correndo em seu sono, ela atirava para trás sem olhar, mas os gritos continuavam, sua mãe dizia que ela devia ter feito algo para salvar ela, salvar Jane, teve um momento que ela não aguentou mais, a munição acabou, ela largou a arma no chão, e caiu de joelhos.

– Mãe, me perdoe… – Disse ela, a sensação de remorso e consciência pesada que Sarah sentia era indescritível, ela sentia tanta dor no coração que não conseguia se levantar. Sentiu sua mãe tocar seu ombro levemente, e então, acordou. Ela estava quase se afogando com o sangue em sua boca, o que a fez tossir eufórica assim que acordou.

Kristen havia conseguido queimar o paletó, o fantasma tinha ido pro inferno de vez. Assim que o paletó foi queimado, as visões sumiram, e os dois acordaram, Richard estava bem, só um pouco sem ar, Sarah estava se afogando com o próprio sangue. Kristen correu até ela, e a colocou de lado, para que não se afogasse ainda mais, Richard ainda estava no chão, desnorteado.

– Sarah!! Sarah tá me ouvindo?! – Perguntava Kristen, sacudindo a garota que tossia incontrolavelmente, a expressão de Sarah era como se estivesse prestes a desmaiar de novo, com os olhos quase fechados. Enquanto Kristen tentava desafogar Sarah, a moça ajudava Richard a se levantar. – Sarah!!

– O que… – Disse Richard, voltando ao normal, a moça apontou para Sarah, que estava praticamente tossindo as tripas. – Ai meu Deus, Sarah!

Richard correu até lá, a mulher observava tudo sem reação, Kristen apoiou Sarah em seu peito, e começou a dar uns tapas nas costas dela, a tosse diminuiu um pouco, Richard tirou o casaco, e limpou o rosto de Sarah, que estava lavado de sangue.

– O que aconteceu?! – Perguntou Richard, enquanto fazia o possível para ajudar a garota. Kristen ainda batia nas costas dela, aquilo parecia ajudar.

– Vocês dois apagaram, parece que o que aconteceu no sonho dela a machucou fisicamente. Sarah? Sarah está me ouvindo? – Ela começou a voltar ao normal, olhou para cima, e viu Kristen com a roupa toda ensanguentada. As coisas começaram a fazer sentido, aquele sangue era dela.

– Sim… – Disse ela, com a voz trêmula.

– Vocês tem que tirar ela daqui, ela precisa tomar ar! – Disse a moça.

– Ela tem razão, Kristen. – Disse ele, olhando para Sarah preocupado.

Kristen tentou ajudar Sarah a se levantar, mas ela não conseguiu, então a mesma a pegou no colo, a mulher a qual eles ainda não sabiam o nome ajudou abrindo a porta do porão para que elas saíssem, Richard saiu logo atrás. Kristen a levou até o carro, e colocou a mesma no banco de trás, ela estava se recuperando.

– Você tá bem? Fala comigo! – Perguntou Kristen, preocupada. Richard abriu o porta malas, e pegou um galão de água benta que tinha lá, servia para apagar o fogo, afinal, era água.

– Eu vou apagar aquele fogo lá embaixo, volto já. – Richard foi correndo até o porão apagar o fogo, Kristen acenou positivamente com a cabeça, enquanto Kristen ajeitava Sarah no banco de trás.

– Eu estou bem, só me sinto cansada… – Disse Sarah, a dor que ela sentia já não era mais física, era sentimental. Lembrar de tudo o que sua “mãe” havia lhe dito estava destruindo-a por dentro, mesmo sabendo que não era real.

– Ta bem, olha, fica acordada, o Richard já vem, vamos levar você pro hospital. – Disse Kristen, fechando a porta do carro. – Venha, eu vou levar você com a gente pro hospital, não deve estar bem.

– Está tudo bem, na igreja deve ter um telefone, eu peço um táxi, vocês têm prioridades, afinal já salvaram minha vida. – Disse a moça, sorrindo. Kristen respirou fundo, e sorriu de canto.  – Obrigada de verdade, a propósito, meu nome é Ana.

– Eu sou Kristen. Sabe que não pode dizer o que aconteceu para polícia não é? – Disse Kristen, enquanto olhava a cada segundo para o carro, vendo se Sarah ainda estava acordada.

– Eu digo que um maluco nos prendeu ali e depois de matar aquelas pessoas, fugiu. –  Kristen a olhou de cima a baixo, preocupada com a moça. – Não se preocupe com isso, a irmã Nancy vai me acolher, levem ela logo para o hospital.

– Se cuida, Ana. – Disse Kristen, dando um tapa de leve no ombro da moça. Richard já havia voltado.

– Vamos? – Perguntou Richard, quase sem ar por ter feito tudo de pressa.

– Ana disse que vai pedir um táxi com a irmã Nancy. – Disse Kristen, dando a volta no carro, até o banco do motorista. Richard olhou para ela para ter certeza de que estava tudo bem, Ana balançou a cabeça positivamente.

Ambos entraram no carro, Ana foi até a porta da igreja, e tocou a campainha, eles esperaram alguém abrir pra ter certeza de que ela ficaria bem, Nancy a convidou para entrar, e então Kristen acelerou.

– Não precisa de hospital, é sério, eu estou bem. Foi só um susto. – Disse Sarah, já com uma voz melhor que antes.

– Você tava tossindo as tripas garota!! Como assim não precisa?! – Disse Kristen, visivelmente irritada, mas no fundo era preocupação. Richard virou-se para Sarah.

– É melhor ir, Sarah. – Disse ele, Sarah tirou o cabelo do rosto, e sentou direito com um pouco de dificuldade.

– Acreditem em mim, está tudo bem, só uma dor de cabeça. É sério, sem essa de hospital. – Disse ela, Kristen olhou para Richard.

No final eles foram para casa, ao ver que ela realmente estava bem, eram pelo menos 04:00 da madrugada quando chegaram em casa, Kristen estacionou o carro, e eles acabaram fazendo muito barulho quando entraram em casa, pois Sarah ainda não estava conseguindo andar muito bem, Kristen e Richard tinham que ajudar ela andar, eles a colocaram no sofá, deitada, a porta acabou ficando aberta, Liz acordou com o barulho, e ao chegar nas escadas, viu Sarah ensanguentada no sofá, e correu até lá.

– Meu Deus!! O que aconteceu?! – Perguntou ela, Richard estava procurando aspirinas para dar a ela, enquanto Kristen pegava um copo d’água.

– Tá tudo bem, Liz. Não é nada. – Disse Sarah, Liz procurava o ferimento nela, mas não achava, pois não sabia que o sangue vinha de dentro e não de fora.

(Continua)


Notas Finais


Eu gostaria de fazer um desabafo aqui. Ando escrevendo bastante, faço pesquisas para sempre colocar informações corretas na história, sempre dou o meu melhor, poucas pessoas estão lendo minha história, mas isso já significa muito pra mim. Queria agradecer a você que está aqui acompanhando a fanfic, peço desculpas por qualquer erro, e vou fazer o máximo para passar o melhor conteúdo pra vocês <3


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