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História Disable - Mãe? É você?


Escrita por: littlediao

Notas do Autor


Olá \o/ Os rapazes da foto são uma representação de Joseph e Montaigne, tenham uma boa leitura.

Capítulo 7 - Mãe? É você?


Fanfic / Fanfiction Disable - Mãe? É você?

Michigan, 2016.

– Mas de onde veio esse sangue? – Perguntou Liz, tirando o casaco sujo de sangue que Sarah estava vestindo.

– É uma longa história… – Disse ela, olhando para baixo, melancólica. Kristen se sentou ao seu lado, e a entregou um copo d’água. – Obrigada.

– Mas então, Sarah, o que foi que aconteceu? – Perguntou Kristen, Liz estava em sua frente, olhando para Sarah esperando uma resposta. Ela bebeu a água, que parecia descer limpando todo o sangue que estava preso em sua garganta.

– Eu vi os meus pais. – Disse ela, Liz olhou para o lado cabisbaixa. – Minha mãe me dizia coisas… Bom, foi um pesadelo.

– Encontrei aspirinas. – Disse Richard, se juntando a elas. Ele entregou a pequena cápsula para Sarah, e ela a tomou.

– Mas por que você ficou daquele jeito? – Perguntou Kristen, Liz colocou a mão na testa de Sarah para verificar se ela estava com febre.

– Eu acho que era um tipo de reação do corpo dela, sua mente estava fora de si, você estava desmaiada, e toda a angústia e a dor que você sentiu no pesadelo, se tornou real e física. – Disse Liz, dando uma explicação que fazia sentido. Sarah se levantou do sofá, na tentativa de fugir daquela assunto.

– Eu preciso descansar… Vou subir. – Disse, fraquejando ao levantar. Liz segurou seu braço, como apoio. Rebecca estava descendo as escadas, preocupada.

– O que aconteceu?! – Perguntou ela, olhando todo mundo com aquela cara não muito boa. Liz continuou acompanhando Sarah até a escada. – Sarah? Está tudo bem?

– Eu explico, leva ela pro quarto. – Disse Richard, indo na direção de Rebecca, Liz e Sarah estavam subindo as escadas.

– Mas o que houve? – Perguntou Rebecca, olhando para as duas na escada, preocupada.

– Sabe o fantasma da igreja que estávamos caçando? Ele se aprimorou bastante durante anos, e ele acabou entrando nas nossas mentes e fazendo nós vermos coisas para mexer com o psicológico… Bom, a Sarah acabou sendo afetada fisicamente também. – Disse Richard, tentando manter Rebecca mais calma.

– Oh meu Deus, por que não levaram ela pro hospital? O que foi que ela viu? – Perguntou Rebecca, num tom mais calmo.

– Nós pensamos nisso, mas íamos dizer o que para os médicos? E ela também não queria ir… Ela disse que viu os pais dela. – Respondeu ele, de braços cruzados. Rebecca passou a mão na testa, e respirou fundo.

– Isso é péssimo. Pobre Sarah. – Disse ela, olhando para um canto qualquer, pensando no quanto ela já havia sofrido, e o quanto estava perturbada agora.

Richard explicou a situação toda em detalhes para Rebecca, Kristen continuou sentada no sofá, totalmente perdida nos pensamentos. E se ela também tivesse desmaiado? O que teria acontecido? E a pergunta que não queria calar, o que realmente a Sarah tinha visto ou ouvido para causar aquilo? Eram muitas dúvidas. Dia seguinte, Rebecca já havia saído para o trabalho, pois quase não parava em casa, Liz estava no escritório com Kristen, Richard dormindo, e Sarah encontrava-se deitada de lado em sua cama, com a cabeça sobre o braço esquerdo, geralmente levantava cedo, mas ela mal havia conseguido dormir, lembrando do dia em que seus pais haviam sido mortos, e também da mais recente perda, sua tia Jane. Ela começou a se questionar: É isso mesmo que eu quero? Continuar nisso, era como persistir na dor, mesmo sendo gratificante saber que tem um monstro a menos no mundo por sua causa. Sarah se sentia vulnerável perante as coisas que caçava, no fundo ainda tinha medo, e não podia evitar, pois essas coisas tiraram tudo o que ela tinha, tudo que mais amava, e ela estava prestes a tomar uma decisão quanto a isso.

No escritório Liz conversava com Kristen sobre o ocorrido do dia anterior.

– Acha que ela vai superar isso e ficar bem? – Perguntou Liz, que estava sentada em sua cadeira de frente para Kristen, no sofá.

– Trazer a tona depois de anos a pior coisa que já aconteceu na sua vida não parece ser tão fácil de superar. – Disse Kristen, séria. Liz hesitou alguns segundos, analisando o pós e o contra antes de falar.

– Você podia ajudar ela… Sabe… – Disse Liz, num tom mais baixo. Kristen levantou a cabeça, e a olhou surpresa. Com certeza havia entendido o recado.

– Eu não sou fã de manipulação e você sabe disso. – Disse Kristen, segundos depois da pergunta. Por um momento, Liz teve a sensação de que Kristen já havia considerado aquela possibilidade antes.

– E se você falar com ela antes, talvez ela aceite, vai ser bom pra ela. – Disse Liz, Kristen de imediato, se levantou, e foi até a cozinha, deixando a garota sem uma resposta.

Ela podia fazer com que Sarah esquecesse tudo o que viu apenas repetindo isso para a mesma, mas Kristen nunca gostou de ter esse dom, desde que nasceu, foi um enorme problema. Já faziam alguns anos que ela havia se mudado para Michigan, e desde então, não havia praticado o ato com ninguém. Mas e se aquela fosse a única chance de Sarah se recuperar de novo? Acima de tudo, Kristen tinha que tentar, para o bem dela.

Enquanto isso, Sarah havia levantado, e estava vestindo suas botas, pois ia sair para caminhar um pouco e pensar sobre o que ia fazer. Estava nevando, uma neve fina e gelada. Sem dar muita satisfação, avisando apenas Liz, ela saiu andando com as mãos nos bolsos, eram aproximadamente 10:00 da manhã, o trânsito estava calmo, e o dia nublado. Ela pegou um ônibus para longe dali, para onde ela morava com seus pais à anos atrás, e entre todos os lugares os quais ela podia ter ido, ela preferiu ir ao bosque que costumava ir com seu pai quando criança, que ficava perto de um parquinho. Geralmente, haviam crianças brincando por lá, mas hoje, não havia quase ninguém, por conta da neve, diferente das pessoas que evitavam sair de casa num dia de nevasca, Sarah gostava de sentir os flocos de neve pousando levemente sobre seus cabelos.

O que eu vou fazer? Quantas e quantas vezes ela se fez essa pergunta, haviam tantas respostas as quais ela poderia pensar, mas nenhuma que ela tivesse realmente certeza. Não era fácil viver desse jeito, sem família, sem rumo, vivendo de incertezas, procurando algo em que se encaixar, alguém em quem confiar, principalmente quando não se tem opções. O que Rebecca havia feito por ela, ela jamais poderia retribuir da mesma forma, ela deu uma segunda chance para Sarah seguir em frente, a recebeu como filha, e Liz como irmã, tamanha era a gratidão dela por isso, e com certeza ela tentou aproveitar isso da melhor maneira possível, mas certas coisas não dão para esquecer, mesmo com tudo novo, as velhas lembranças sempre voltavam, e dessa vez as coisas tinham ido longe demais para Sarah, ela não estava aguentando mais tentar se manter em pé, tentar seguir em frente, tentar mascarar a dor. Mas desistir não era uma opção. Seu telefone estava tocando, sua distração era tanta, olhando para o alto do edifício, que ela demorou para perceber.

“– Alô?

– Minha filha, que voz doce.

– ... Mãe?

– …”

Sarah tirou o telefone do ouvido assim que a ligação caiu, totalmente perplexa. Podia ter certeza de que aquela voz era de sua mãe, mas como poderia ser? Abby estava morta. Ela se levantou do banco, e continuou a olhar para o celular em estado de choque, o número era desconhecido, não tinha como retornar, foi aí que Sarah começou a perceber que tinha mais problemas do que pensava, ela estava ouvindo coisas. Antes de pegar o ônibus de volta para casa, ela passou em uma cafeteria, pois queria acreditar que o que ela ouviu fossem as consequências por quase não ter dormido, e então se encheu de café até não aguentar mais.

Em casa, Kristen havia recebido uma ligação de Joseph, o caçador amigo deles, que tinha “novidades” sobre um novo caso no Kansas, e ele não ligaria pedindo ajuda se realmente não fosse importante, tratava-se de um ninho de vampiros da pesada, que estavam causando pânico na cidade pela quantidade de vítimas que fizeram. Joseph estava no caminho para a casa deles, e levava junto um caçador novato que também ia ajudar, não se sabia quantos vampiros tinham naquele ninho, sabia-se que eram muitos, e toda ajuda seria bem-vinda. Sarah estava voltando para casa na parte da tarde, quando chegou na esquina, notou uma caminhonete verde meio suja estacionada em frente da casa, ela apressou o passo, pois não sabia do que se tratava, podia ser qualquer coisa, e o pessimismo estava tomando conta.

– Cara, que saudade! – Dizia Kristen dentro de casa, abraçando Joseph com vontade. O outro caçador estava ao lado da porta, cumprimentando Liz.

– Você cresceu em? Minha garota! – Disse Joseph, enquanto bagunçava o cabelo dela, ele era bem animado e extrovertido. Richard estava descendo as escadas, Joseph notou. – Rapaz!

– Bom te ver, Joo. – Disse Richard, que era um pouco mais alto que Joseph. Joo era um apelido que o mesmo havia recebido dos colegas mais chegados.

Sarah havia chegado, ela abriu a porta devagar, e ficou surpresa ao ver as pessoas presentes ali. Joo também ficou surpreso em vê-la.

– Ah, você voltou. Joo, essa é Sarah Reineck, era sobrinha da Jane. – Disse Liz, com as mãos nos ombros de Sarah, apresentando-a. Joseph se aproximou dela, com um sorriso no rosto.

 – Reineck.. Sobrinha de Jane, eu suponho. Éramos bons amigos, sinto muito. – Disse ele, melancólico, Sarah sorriu meio desconfortável. – Prazer, sou Joo.

 – O prazer é meu. – Disse ela, cumprimentando-o com um aperto de mão firme. Sarah notou o homem parado ao lado da porta de cabeça baixa, e sorriu para ele, mas ele não retribuiu.

– E então, vamos falar sobre o ninho? – Disse Kristen, esfregando as mãos, empolgada. Era estranho como ela reagia à situação como se fosse algo normal, e até legal.

Liz preparou um chá, e serviu a todos, enquanto Joo explicava os detalhes sobre o ninho de vampiros, Kristen não pôde deixar de notar a estranheza no olhar de Montaigne, era o nome do caçador que havia vindo junto com Joo. Ele era quieto, e ficava o tempo todo olhando para Joseph, como se a qualquer momento fosse esfaqueá-lo. O plano que eles tinham era o seguinte, Kristen, Richard e Sarah iriam com eles para casa que Joo tinha no Kansas, e então iam começar a caçar os vampiros. Rebecca saiu mais cedo do trabalho, para rever o velho amigo, ela sugeriu que fosse junto para ajudar, mas Joo afirmou que cinco caçadores era o suficiente para o trampo. Sem muitas delongas, caíram na estrada, Joo ia na frente com a caminhonete, e os três iam atrás com o cadillac.

Foi uma longa viagem até chegar no Kansas, era madrugada, a casa que Joo tinha lá era um sobrado mal cuidado, pois ele quase nunca ia para lá. A casa no total tinha 3 quartos, para 5 pessoas, havia um beliche em cada quarto, menos no quarto de Joo, ia caber todo mundo. Montaigne recolheu as anotações e mostrou a Richard, Kristen conversava com Joo enquanto Sarah visitava a casa.

– Quem é esse mesmo? – Perguntou Kristen, colocando sua mala sobre a mesa, e olhando para Montaigne.

– Ah, Thomas perdeu a esposa há 5 anos atrás… Wendigo. – Disse Joo, colocando as duas mãos na cintura, e também olhando para Montaigne. Kristen suspirou.

– Coitado. Mas o cara é sinistro. – Disse Kristen, cruzando os braços. – E onde ficam os quartos?

– Lá em cima, fique à vontade. – Disse Joseph, dando um tapa de leve nas costas de Kristen. Ela sorriu, e subiu as escadas de pinho que rangiam quando pisava.

A escada dava numa sala repleta de animais empalhados, Sarah estava de frente para uma cabeça de veado, encarando-o, Kristen se aproximou.

– Que tá fazendo? – Perguntou ela, Sarah se assustou, e deu um passo para trás. Kristen se surpreendeu por ela ter se assustado com tão pouco. – É.. Desculpa.

– Não tem nada não, estava pensando em outra coisa. – Disse Sarah, disfarçando. Ela estava pensativa sobre o que havia ouvido mais cedo, e tinha medo que acontecesse de novo. Kristen fez uma expressão confusa, e em seguida respirou fundo. – O que foi?

– Sabe, o que aconteceu ontem.. Eu sei que deve estar martelando na sua cabeça agora, se você quiser eu posso.. – Kristen abriu a boca para continuar a falar, mas a voz não saía, ela apenas ficou parada em frente à Sarah, tentando terminar a frase. Então ela apenas desviou o olhar para o pingente pendurado no pescoço de Sarah, e então ela sacou.

– Como assim, Kristen? – Perguntou ela, segurando o pingente com a mão. Kristen olhou para o lado, totalmente sem reação. – Pensei que não gostasse de manipulação.

– E não gosto. Mas eu também não quero deixar você assim, sabendo que eu posso ajudar. – Disse Kristen, voltando ao normal aos poucos. Sarah segurou os cotovelos com as mãos, como se estivesse de braços cruzados, e olhou para baixo.

– Isso me atormenta muito. – Disse ela, com os olhos cheios d'água. – Mas eu.. Eu queria tanto vê-los de novo, ouvir a voz da minha mãe, não quero esquecer, não importa a dor que eu sinta por isso.

– Sei que sente falta deles, mas isso não vai melhorar as coisas, só vai trazer tudo à tona novamente. – Kristen insistiu, chegando um pouco mais perto dela, Sarah balançou a cabeça negativamente, ainda olhando para baixo.

– Eu sei que quer ajudar, mas eu recuso. – Disse Sarah, erguendo a cabeça, com o rosto vermelho, estava prestes a chorar. Kristen não disse nada, apenas acenou positivamente com a cabeça, e passou andando ao lado de Sarah.

– Você vai me abandonar, filha? – Sarah se virou rapidamente ao ouvir a voz, era Abby, ou pelo menos era o que ela via. As mãos de Sarah ficaram trêmulas, e suas pernas bambas. Ela acenou negativamente com a cabeça para a mãe, e se aproximou com passos lentos da figura materna.

Ela ouviu passos na escada, e se virou para ver quem era, assim que voltou a olhar para a mãe, ela havia sumido completamente. Uma hora mais ou menos depois do incidente, todos estavam em seus quartos para descansar, pois o dia seguinte seria bem cheio. Eles ainda não sabiam onde ficava o ninho, e quem era o vampiro alfa do bando, e isso era o essencial para chegar até lá.

Em um dos quartos, estavam Richard e Kristen e no outro, Sarah e Montaigne. Kristen havia avisado Sarah para que ficasse esperta com o companheiro de quarto, pois de forma alguma ela conseguia confiar nele. Thomas Montaigne tinha uma barba grisalha e os cabelos bagunçados, e usava uma jaqueta de couro, assim como Joo também usava. A noite, digo, madrugada, os pesadelos começaram a atormentar Sarah como todas as vezes, ela se virava de um lado para o outro tentando dormir, mas não conseguia, ela estava na parte de cima do beliche, e o rapaz na debaixo.

– Problemas aí em cima? – Disse ele, Sarah arregalou os olhos, surpresa por ele estar acordado.

– Desculpe, eu te acordei. – Respondeu ela, Montaigne riu.

– Eu não estava dormindo. Pesadelo? – Perguntou ele, com as mãos entrelaçadas atrás da cabeça.

– É, acontece sempre. – Disse Sarah, se virando para o outro lado.

– Quantos anos você tem, senhorita Reineck? – Perguntou Montaigne, olhando para o estrado da cama de cima.

– Tenho 19, e você? – Perguntou ela, conversar com ele estava sendo bom para ela mascarar os pensamentos ruins.

– 30. Eu tinha 25 quando minha esposa morreu, devorada por um wendigo. – Disse ele, Sarah levantou a cabeça, surpresa com a confissão.

– Ah meu deus, eu sinto muito… – Respondeu ela, Sarah já tinha ouvido falar em wendigos, mas nunca havia tido azar de cruzar com um.

– Tudo bem, fiz picadinho dele. E você é bem nova, por que está nisso? Quem foi que morreu? – Perguntou ele, de forma inconveniente, Sarah respirou fundo.

– Minha família inteira. – Disse ela, firme. Montaigne olhou para baixo.

– Uau, e você está aqui, deve ser durona. Então é por isso que está com eles? – Perguntou ele. – Não se sente intrusa? Porque é o que parece.

– Boa noite, Montaigne. – Sarah se virou para o canto novamente, com o coração apertado. As palavras dele ecoavam em sua mente, e fazia sentido, ela seria uma intrusa?

– Boa noite, senhorita Reineck. – Disse ele, com um sorriso sarcástico no rosto.

No dia seguinte, eram 09:00 da manhã, todos já estavam de pé, Joo havia feito café da manhã, panquecas.

– Cara, isso tá muito bom. – Disse Kristen, colocando um pedaço grande de panqueca na boca. Richard estava na porta, conversando com Liz no telefone, Sarah e Montaigne também estavam na mesa tomando café.

– Acha que eu sou bom só em cortar cabeças? – Brincou Joo, terminando de vestir o paletó. Ele e Montaigne iriam até o necrotério examinar os corpos deixados pelos vampiros à uns dias atrás, e os três iam até os locais perto de onde os assassinatos ocorreram. – Termine logo, meu amigo, temos que ir.

– Claro. – Montaigne se levantou da mesa sem terminar as panquecas, ele já estava vestido com um terno, todos na verdade estavam trajados com roupas formais, afinal o “trabalho” exigia.

Após Joo e Montaigne saírem, Richard desligou o telefone e voltou para a mesa terminar seu café.

– Rebecca? – Perguntou Kristen, falando de boca cheia.

– Não, Liz. Queria saber se tava tudo bem. – Disse, enquanto colocava calda nas panquecas.

– Hm. Sarah, então você vai com o Richard no bar perto de onde o corpo foi achado? – Perguntou Kristen, Sarah estava olhando para o prato, sem nem ao menos piscar. Richard olhou para Kristen, e depois para Sarah. – Sarah?

– O que? Desculpe. – Disse ela, desviando o olhar. Kristen e Richard estavam começando a ficar preocupados com o estado dela.

No final das contas Richard e Sarah foram para o bar fazer o interrogatório, e Kristen no salão de beleza ao lado. Enquanto isso, Montaigne e Joo estavam no necrotério examinando os corpos.

– Bom dia. – Kristen entrou no salão, onde tinha um homem meio afeminado passando o secador no cabelo de uma mulher que estava sentada numa cadeira giratória.

– Oi linda, tem hora marcada? – Disse o homem com o secador nas mãos, olhando para Kristen de cima a baixo. Tinham algumas moças sentadas nas cadeiras de espera, lendo revistas e conversando.

– Ah, eu sou do FBI. Agente Hanz. – Ela mostrou o distintivo, e então o homem desligou o secador.

– Katy, querida, dá uma ajuda aqui! – Gritou ele, uma moça vestindo um vestido rosa choque veio correndo com um salto que parecia incomodar bastante. – Termina meu amor.

– Claro, chefe. – Disse ela, pegando o secador, e sorrindo para Kristen, a mesma retribuiu.

– Agente, é um prazer, sou Richard Alois, mas pode me chamar de Rich. Qual o problema queridinha? – Disse ele, que arrumava o cabelo platinado a todo momento, era bem perceptível que ele gostava de rosa, pelas roupas.

– Ah, Rich, tudo bem. Soube do assassinato aqui perto que ocorreu à uns dias atrás? – Perguntou Kristen, o rapaz não parava de olhar o cabelo dela.

– Já pensou em arrumar esse cabelo de vez em quando, agente? – Perguntou ele, com os braços cruzados e um sorriso no rosto. Kristen não sabia o que responder. – Ah vem cá.

– O que tá fazendo cara?! – Perguntou Kristen, Rich havia puxado ela até uma cadeira em frente ao espelho.

– Vamos dar um jeito nesse cabelo né? – Disse ele, com as mãos nos ombros de Kristen. As mulheres nas cadeiras estavam olhando para Kristen com sorrisinhos pervertidos. Ela tentou levantar da cadeira.

– Senhor, eu estou trabalhando. – Disse ela, de pé, forçando um sorriso, Rich empurrou ela de volta para a cadeira.

– Respondo suas perguntas se deixar eu dar um jeito nisso. – Disse ele, Kristen bufou, e pensou consigo mesma “eu mereço”.

Já no bar, eles haviam acabado de abrir, Sarah estava conversando com as garçonetes, enquanto Richard falava com o gerente do lugar.

– Então ninguém estranho passou aqui naquela noite? – Disse Richard, colocando o braço sobre o balcão, tentando intimidar o gerente que parecia mentir.

– Aí cara, muita gente aparece aqui. Eu não sei de nada. – Respondeu ele, secando um copo com um pano branco. Richard colocou uma nota de $50 sobre o balcão disfarçadamente.

– Tem certeza? – Perguntou Richard, o homem revirou os olhos, e pegou o dinheiro, logo colocou no bolso.

– A garota saiu daqui com um cara, era alto, uns 30 anos. Ele vem aqui às vezes. – Disse ele, Richard acenou positivamente com a cabeça.

– Viu o carro? – Perguntou ele.

– Não, eu acho que ele não veio de carro. – Disse o homem, terminando de secar o copo. Sarah se aproximou de Richard, e sorriu para mostrar que tinha terminado o interrogatório.

– Ok senhor, obrigado. Se ele voltar, me ligue. – Richard deu o cartão para o homem, e saiu com Sarah do bar.

Richard e Sarah esperaram Kristen no carro, enquanto conversavam sobre as poucas informações que tinham sobre o cara. Depois de alguns minutos, Kristen entrou no carro, logo os dois começaram a encarar ela.

– Isso é cheiro de shampoo? – Perguntou Sarah, se segurando para não rir, Kristen colocou as mãos no volante, fula da vida.

– O gay do salão quis arrumar meu cabelo. Olha eu não tinha escolha tá bom ele me obrigou! – Disse ela, com o cabelo arrumadinho. Richard começou a rir. – Engraçado, né, idiota? O nome dele era Richard também, vocês têm duas coisas em comum.

– Duas? – Perguntou ele, ainda rindo.

– Os dois são gays. – Ela deu a partida, Richard parou de rir na hora, e deu um soco no ombro de Kristen.

Montaigne e Joo conseguiram uma pista boa com os cadáveres, nas roupas de um deles, foi achado um cartão com um endereço marcado, essa evidência ainda não tinha sido enviada para polícia. Os dois seguiram o endereço, e chegaram à um galpão abandonado, eles andaram até a porta dos fundos, armados, Joo apontou com a arma para esquerda, indicando para que Montaigne seguisse pela esquerda, e então eles abriram a porta com um clips, assim que a porta se abriu, viram uma garota amarrada numa cadeira, com um pano amarrado na boca, ela os viu e começou a gritar desesperadamente, Montaigne estava com a arma apontada para ela, Joo já havia guardado.

– Thomas, procure por aí. – Disse ele, indo até a garota para solta-la. Montaigne virou se para trás, e deu de cara com um homem, que deu uma coronhada em sua cabeça, o fazendo cair. – Thomas!!

Joo soltou a garota, e apontou a arma para o homem, pensando que seria um vampiro. Mas o homem também apontou a arma para ele, e se fosse um vampiro, teria atacado e não sacado uma arma.

– Quem é você? – Perguntou Joo, ainda mirando a cabeça do rapaz.

– Eu é que tenho que perguntar. – Disse o rapaz, se aproximando dele com a arma. Joo se afastou.

– Abaixe a arma! – Ele destravou o calibre e estava pronto para atirar. Thomas acordou, e deu uma rasteira no homem, fazendo o mesmo derrubar a arma no chão.

Joseph rapidamente mostrou a saída para que a garota saísse dali, e então voltou para lá, Montaigne estava no chão, e o homem o qual havia apontado uma arma para ela, enfiou um saco na cabeça dele, em seguida de um forte soco no rosto que o fez desmaiar. Mal havia tido tempo de reagir, Montaigne estava tonto, viu apenas o homem carregando Joo para fora do galpão. E depois não viu mais nada.


Notas Finais


Esse capítulo vai ter continuação, e talvez não demore muito pra eu postar, espero que gostem o/


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