História Discovering What is Love - Mansão Herondele

P.o.v Clary 

Todos na sala me encaravam. Lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto, enquanto eu terminava de contar minha história.

- Agora, meu pai me encontrou e vai fazer de tudo para conseguir fazer eu me casar com aquele nojento. E mesmo que eu conte a ele a verdade, ele nunca acreditaria em mim.

Quando terminei de relatar tudo não aguentei. Coloquei tudo o que guardei dentro de mim pra fora e me pus a chorar. Jon me abraçava e tentava me consolar como podia, mas eu sabia que por dentro ele também chorava assim como eu.

Depois do que pareceram horas eu sinto uma mão em meu ombro. Me levanto para olhar quem é, e percebo serem Izzy e Mag, meus confidentes até agora. Eu me levantei e os abracei. Logo depois vieram Alec, Simon e por último Jace. Eles me abraçaram e eu senti que tinha uma família.  

Quando minhas lágrima cessaram, meus amigos começaram a dizer palavras de consolação.

- Clary, você pode ficar tranquila. Aqui seu pai não poderá fazer nada com você. Nós somos agora sua família, e vamos te proteger. - Disse Simon.

Todos fizeram as palavras de Simon as suas. Eu sabia que podia contar com eles, sempre.

Apesar de tudo, eu percebi pelo olhar de Jace que algo não estava tão nem assim. Fiz um pedido silencioso aos meus amigos e eles entenderam e se retiraram da sala, me dando força com os olhares.

Eu me virei para Jace e esperei sua pergunta.

- Por que não disse nada? E por que mentiu sobre até mesmo seu nome? - Disse ele com uma calma que me assustava.

Eu suspirei, tentando encontrar a melhor resposta para sua pegunta.

- Eu só queria poder ser a Clary uma vez na vida. Meus pais queriam sempre a Clarissa, certinha e filha perfeita, mas eu sempre quis ser a Clary, a filha que comete erros, gosta de desenhar, pintar, dançar e tocar piano. Eu só contei a Mag e Izzy porque já os conhecia a muito tempo. 

Ele me olhou como se avaliasse minha resposta. Eu estava com um frio na barriga, esperando algo vindo dele.

Do nada ele simplesmente se joga em cima de mim, me beijando como nunca. Eu quase imediatamente abri meus lábios para poder aproveitar mais e mais. Sua língua se enroscava na minha em uma guerra sem fim. Eu conseguia sentir as mais diversas emoções, e tenho quase certeza que ele também sentia o mesmo. Amor, paixão, desejo, felicidade, carinho... a lista era enorme.

Infelizmente, o beijo teve que acabar em selinhos por causa da falta de ar. Eu levantei meus olhar para Jace, que acariciava meu rosto com o polegar.

- Eu sei que foi difícil para você fazer isso, contar a verdade assim para todos, mas quero que saiba que sempre estarei aqui para você, não importa o que aconteça.

Eu sorri e o puxei para mais um beijo.

 A semana se passou e eu continuei seguindo minha vida o mais normal possível. Ia trabalhar a tarde e voltava pra casa com Jace a noite.

No trabalho eu e Jace continuávamos a nos pegar as ''escondidas''. Como ficavamos a maior parte do tempo sozinhos, aproveitavamos isso da melhor forma possível. Ainda não estávamos namorando nem nada, apenas ficando e nos conhecendo.

Quando chegou a quarta, saímos mais cedo do trabalho para o jantar. Eu havia levado meu vestido e maquiagem para o trabalho, assim poderíamos ter mais tempo no jantar.

Meu vestido era azul marinho, com as costas abertas, saia levemente rodada e de alcinhas finas. Ele tinha uma pequena renda da mesma cor que tapava meu busto. Ele batia um pouco acima da metade da minhas coxas, mas não era vulgar. 

De maquiagem eu caprichei na máscara de cílios e no corretivo. Escolhi um batom nude e dei uma corada com blush nas bochechas. Para completar tudo, coloquei saltos nude e brincos de pérola que ficavam balançando em minhas orelhas.

Quando sai do banheiro, Jace me olhou como se eu fosse a oitava maravilha do mundo. Seu queixo ficou no chão, e eu corei por saber que era eu quem causava isso nele.

Ele foi até mim, ainda com o  terno, mas sem o paletó preto que agora estava em suas mãos.

- Você está incrível! Maravilhosa! Eu nem conheço adjetivos o suficiente para descreve-la.

Quando ele disse isso eu corei ai da mais. Poderia ser confundida com um pimentão. Ele apenas riu e me ofereceu seu braço.

Nós saimos da empresa sobre olhares matadores de Aline. Eu não me importei e continuei a ir em direção ao carro de Jace. Ele abriu a porta para mim como um verdadeiro cavaleiro.

Jace dirigiu até sua casa com um grande sorriso no rosto. Dentro do carro estávamos escutando música e eu cantava junto e de vez em quando, Jace também se arriscava. 

Paramos em frente a uma mansão enorme. Ela tinha no mínimo três andares e era de um azul - bebê lindo por fora.  Suas portas eram de uma madeira escura e continham detalhes em dourado. Na entrada do portão, estava desenhado um enorme H. Herondele.

- Srta.Fray, bem vinda a mansão Herondele! - Disse Jace como se fosse um mordomo.

Eu sorri com a brincadeira e agradeci. Esse encontro promete.