História Discovery - You are going to stay

- O que você está fazendo? – Ela perguntou quando alcançamos o corredor do seu apartamento.

- Te levando pra cama. – Respondi com Camila nos meus braços. Ela abriu os olhos lentamente, mas os fechou outra vez. Os braços ao redor do meu pescoço. 

- Preciso voltar pro trabalho. – Falou sonolenta. 

- Não. Eu falei com a Danny e você tem o dia livre para descansar um pouco. – A coloquei na cama com cuidado. Ela voltou a abrir os olhos e tomou uma respiração profunda. 

- O que? – Franziu as sobrancelhas. – Que horas são? 

- É hora de dormir um pouco, Camila. A Danny disse que as meninas podem fazer o resto do trabalho de hoje. Durma um pouco. Você precisa. – A empurrei de volta para a cama quando ela tentou se sentar. – Você tem que dormir. 

- Preciso ver o James. – Abriu mais os olhos e me encarou. 

- Não. Você vai passar o resto do dia descansando. Ele vai ficar bem. 

- Lauren, ele não tem mais ninguém pra ficar com ele. – Tentou me empurrar. Eu era a mais forte. 

- Eu vou passar a noite com ele. Você pode dormir e... 

- Eu disse que isso não é sobre você. Você mal o conhece. – Ela falou alto me empurrando novamente. A deixei se sentar. – Você não o conhece. 

- Isso está te fazendo mal. – Falei séria. Ela com uma expressão brava. – Você precisa descansar ou vai acabar passando mal. 

- Eu estou bem. – Falou firme. 

- Não, você não está e não importa o motivo de a Danny estar tão preocupada com você. Você precisa ficar aqui e descansar um pouco. Pare de ser teimosa. – Me sentei ao seu lado puxando sua mão para a minha. – É só uma noite. Eu não tenho problema algum em ficar lá por uma noite. Okay? 

- Vá embora, Lauren. – Puxou sua mão de volta depois de algum tempo. Não me olhava mais nos olhos. – Vá embora. Eu disse que não era preciso cuidar de mim. Não é nada sobre você. Vai. 

- Eu não vou embora até concordar que vai ficar aqui e descansar. – Falei tão firme quanto ela. Pelo menos foi o que eu desejei fazer. Ela me olhou com um sorriso amargo e levantou da cama enquanto puxava o meu braço. – O que está fazendo? 

- Estou te mandando ir embora. – Tentou me puxar até o corredor, mas eu não dei mais do que dois passos. – Sai daqui, Lauren! 

- Eu não vou sair! – Gritei. Ela olhou para os lados parecendo impaciente. – Eu não vou embora. 

- Se não sair agora, eu vou chamar os... – Eu me aproximei dela e segurei seu rosto. Ela parou de falar assustada com meus movimentos. Os olhos perdidos. Eu senti ela prestes a desmoronar. A beijei suavemente. – Não faça isso. 

Falou novamente quando a abracei. Seu corpo tremendo depois de alguns segundos enquanto ela caía em choro. Eu quebrando por dentro por não saber suas fraquezas. Eu não poderia a ajudar se ela não me deixasse e por hora, eu só precisava que ela se sentisse segura comigo e soubesse que eu estava ali pra ela se ela caísse. 

- Eu estou aqui agora. Está tudo bem. – Caminhei de volta pra cama com ela ainda nos meus braços. A sentei do meu lado e ela deitou a cabeça no meu ombro enquanto eu sentia minha blusa molhar pelas suas lágrimas. Suas mãos quase machucando meus braços pelo aperto forte. Talvez ela precisasse sentir que eu estava ali de verdade. 

O seu choro cessou minutos depois. Ela encarando o nada enquanto minha mão tocava seu rosto a tentando fazer olhar pra mim. 

- Camila. – A chamei. Ela não se moveu. - Camz! 

Finalmente olhou pra mim. Os olhos levemente vermelhos. Algumas lágrimas teimando em escorrer pelo seu rosto. 

- Está tudo... 

- Todo mundo sempre diz que está tudo bem quando na verdade nada está bem. – Me interrompeu. – Quando eu tinha 14 anos, meus pais e minha irmã mais nova morreram em um acidente de carro. Um homem bêbado invadiu nossa pista e bateu no nosso carro nos jogando de frente para um caminhão. Ele não sofreu nada além de alguns arranhões. Minha irmã mais nova e minha mãe morreram na hora. Eles levaram meu pai e eu para um hospital não muito longe e mesmo que eles tenham tentado o salvar no caminho, ele morreu na ambulância. Eu tinha 14 anos e tinha acabado de perder a minha família. Não aconteceu nada com o homem que causou o acidente. Ele não foi preso, não perdeu ninguém. Nós só estávamos voltando do aniversário da Sofia. 

- Cami... 

- Eles tentaram me levar para morar com minha tia no México, mas eu deixei a instituição e... Eu encontrei essa família que me ajudou por algum tempo. Quando fiz 17, fui embora outra vez e então eu tinha esses 3 empregos enquanto juntava dinheiro para a faculdade e ninguém nunca mais precisou me ajudar, porque eu me afastava toda vez que alguém parecia querer cuidar de mim. Quando eu conheci o James, ele era um cara legal e então seus pais também morreram em um acidente igual os meus e eu o ajudei a superar algo que eu sempre soube o quão difícil era. Nós entendemos a dor um do outro, mas ele mudou porque talvez não quisesse se machucar com mais uma coisa e virou o pior cara do ano. Foi quando eu terminei com ele no Natal porque ele bebia e falava besteiras como se nada mais importasse a não ser ele mesmo tentando bloquear sua dor. Ele desmoronou agora e eu disse que estaria lá para ele sempre caso algo acontecesse. Não quero perder mais ninguém. Eu não posso. 

- Eu sinto mui... 

- Eu sei.. Todo mundo sente muito. Todo mundo diz que sabe o quão difícil isso é, mas vocês todos estão mentindo. Você não entende a minha dor, você não sabe como eu me sinto e você não sabe se tudo vai ficar bem, então por favor, não me diga que está tudo bem quando na verdade não está. – Ela estava chorando de novo. Enxugou as lágrimas e levantou da cama. – Queria saber sobre o porque de a Danny estar preocupada? Ela confiou em mim de fazer um bom trabalho quando tudo o que eu tinha era o nada. Ela me salvou com esse emprego. Ela tem sido a minha fada madrinha. Agora você já sabe. Tem algo mais para perguntar? 

- Desculpa, eu não queria... – Minha mente ficou vazia por algum tempo. Camila ainda me encarando em pé. – Eu acho que devo ir embora. 

- Não. Você quis ouvir minha história? Eu te contei. Agora você vai ficar aqui. – Falou séria. Seu olhar me dando certo receio. Eu engoli minha saliva enquanto era engolida pelos seus olhos. – Você deve saber que eu não sou a melhor pessoa do mundo sempre. Então... Ainda vai querer cuidar de mim, garota? 

Ela fez questão de dizer garota vagarosamente e com o tom mais firme e sério que eu já a tinha ouvido falar. Seu olhar podendo causar calafrios em alguém, mas Camila também não me conhecia ainda. Eu não tinha medo, seguia minha vida pela curiosidade. Eu sempre tive a necessidade de descobrir sobre as coisas e agora saber sua historia, foi como um tiro na minha mente enquanto meu cérebro era explodido em pedaços seguindo para todos os lados. Talvez eu a quisesse antes, talvez eu achasse que gostava dela antes, agora, eu tinha completa certeza de que precisava dela também. Camila tinha medo de ser cuidada e então perder alguém. Eu não a deixaria nem se ela quisesse. 

- É a única certeza que eu tenho agora. – Levantei também. Nós frente a frente. Ela mostrou sua confusão por 3 segundos, então voltou a me encarar séria. – Sinto muito por sua família, mas não estou com pena de você. Você não precisa que as pessoas sintam pena de você. Sabe que pode conseguir suas coisas sozinhas e Camila, você me perguntou mais cedo sobre o porque de eu gostar de você, bem... É exatamente por tudo isso. Essa sua confusão, o seu mistério, a sua mente, seu corpo, seus olhos que me devoram todas as vezes que me olha. Eu gosto de você porque você me faz querer descobrir cada coisa nova sobre tudo e então dessa coisa nova que eu já sei, eu quero descobrir tudo o que vem por trás de tudo. Você me faz... 

Camila me interrompeu antes de eu terminar minha fala. Ela enfiou a mão entre meu cabelo na nuca e puxou meu rosto contra o seu para então me beijar como ela nunca havia beijado antes. Ela me beijou como se me mostrasse tudo o que eu sentia vontade de descobrir. Ela me fez questionar a existência e o início do mundo. Deus era real? De onde nós viemos? Existem vida em outros planetas? Por que eu estava caindo tão fundo por ela? Camila era real? Isso estava acontecendo? 

Suas mãos trouxeram minha blusa para cima quando ela se afastou e me olhou nós olhos buscando a certeza que eu tinha agora. Eu a queria de volta e não poderia esperar. Desceu minha calça exatamente como ela havia feito outro dia, mas dessa vez, seus olhos não saíram do meu, me mostrando exatamente o que viria a seguir. Me empurrou sobre a cama. Meu coração voltando a bater contra meu peito tão rápido que talvez eu fosse sufocar. Ela se despiu tão suavemente. Não precisou ser rápido. Não houve mais desespero. 

- Você tem certeza? – Perguntou quando deitou também nua sobre meu corpo. Os olhos ainda fixos aos meus. Eu desmoronei por dentro, mas não de um jeito ruim e sim do melhor possível. Sorri nervosa. Afirmei com a cabeça. - Diga, Lauren. Eu preciso ouvir. 

- Sim, Camila. Eu tenho certeza. – Minha voz soou firme. Ela sorriu de volta. Me beijou novamente. Eu me perdendo um pouco mais entre o seu beijo e o calor do seu corpo me aquecendo. Minhas mãos a tocaram e eu quase morri por finalmente ter a certeza de poder afirmar o quão macia sua pele era por baixo das roupas. Era com se os meus sonhos estivessem todos de volta a minha mente e ela me puxasse de volta para a realidade quando me tocava outra vez. 

Camila passou a beijar meus ombros, meu pescoço, meu queixo e então minha boca uma última vez antes de descer com seus lábios pela pele do meu corpo. Eu sentia arrepios por todos os lados. Minha coluna inclinava em sua direção em busca de mais. Eu queria que ela me tivesse um pouco mais. 

Me percorreu o corpo com a boca como em um sonho. Ela foi suave, me beijava cada centímetro como se afirmasse sua paixão de volta pra mim. As mãos me tocando como se me dissessem que eu deveria ser dela naquele momento e eu fui. 

- Camila... – Gemi jogando a cabeça mais forte contra o colchão quando ela finalmente moveu a boca para onde eu mais precisava. Ela me beijou ali também. A olhei só para me desmanchar por dentro com a visão dos seus olhos em mim. Não havia apenas excitação no seu olhar. Ela estava me tratando com carinho. Me beijou outra vez e então me chupou fazendo eu delirar por dentro e por fora. Eu pareci tão necessitada e realmente estava. Gemi outra vez. 

Não soube dizer se ela já tinha feito isso antes com alguma mulher, mas se não, Camila havia nascido para isso. Ela soube exatamente o que fazer comigo. Me deixava beirar um orgasmo então me jogava de volta até a borda e parava para fazer tudo outra vez. Ela não me testava porém. Se certificou de que eu estivesse sentindo prazer. 

Não pude controlar mais quando minha respiração pesou mais forte e seus dedos foram mais fundo enquanto ela tinha a outra mão no meu seio e me olhava com um sorriso perfeito. Eu vim sem que ela precisasse permitir. Sua mão saiu do meu seio e ela segurou minhas pernas abertas enquanto meu corpo tremia pelo orgasmo forte por ela ter usado toda a minha resistência. Um sorriso vitorioso agora em seu rosto. 

Voltou a beijar minha barriga enquanto eu ainda respirava com dificuldade. Desceu os beijos sem que eu esperasse e sua boca me provou. Ela deixou meu gosto em sua boca enquanto eu sentia meu sangue aquecer outra vez pela visão de tê-la novamente entre as minhas pernas. 

Subiu beijando meu corpo. Sorriu ao encontrar meus olhos. A beijei sentindo meu próprio gosto em sua maldita boca. Eu não poderia estar mais certa sobre ela. Camila era a minha única descoberta. 

- Eu também gosto de você, baby. – Sussurrou contra os meus lábios um pouco antes de eu a girar sobre a cama e tê-la agora abaixo do meu corpo. Ela suada. O clima frio lá fora foi totalmente esquecido quando nós quase queimamos o quarto. – Você sabe o que fazer? 

- Não tenho 16 anos, Camz. – Ela sorriu de novo. A beijei o pescoço com mais força. Meu beijo com uma pressão maior do que os seus pelo meu corpo. Ela gemeu apenas ao toque dos meus lábios em sua pele. Não fui a única necessitada naquela tarde. 

Ela estava tão quanto ou ainda mais molhada do que eu quando lhe toquei o sexo. Seu gemido baixo e rouco no meu ouvido. Meus dedos deslizando para seu calor vagarosamente enquanto ela me recebia tão bem. 

Entrei e saí. Camila segurando meu braço com uma mão enquanto a outra se perdia no meu cabelo quando ela me puxou para outro beijo. Eu quis estar no comando, mas foi ela quem me guiou o caminho todo. 

Me indicou quando eu deveria ir mais rápido, quando eu tive que ir mais fundo, fazer mais forte, continuar, não parar, a fazê-la derramar sobre os meus dedos. 

Sua resistência foi menor que a minha. Eu sorri a beijando o pescoço quando suas unhas machucaram as minhas costas me arranhando. 

Nunca senti meu coração tão rápido na vida, apenas por tê-la ali comigo. Eu estava explodindo por dentro outra vez. Ela tentou me beijar apenas para gemer entre os meus lábios. Droga, eu não estava caindo por ela. Eu já estava no chão.