História Discovery - This is what I want

O meu relógio nunca passou tão devagar. Meus calcanhares batiam no chão subindo e descendo enquanto eu sacudia as pernas e assistia o ponteiro paralisar no mesmo segundo. A hora do almoço nunca esteve tão distante.

Camila havia resolvido parar de caminhar de um lado para o outro da editora e então passou apenas a intercalar entre sua sala e a sala da Danny. Parecia preocupada.

- Almoço? – Falei finalmente quando ela veio em minha direção.

- Eu não sei se vou ter tempo para almoçar agora. Vou no apartamento e depois volto direto para essa reunião com a Danny sobre a próxima campanha. Alguns patrocinadores estão nos dando dor de cabeça. – Falou apresada e jogou a bolsa sobre o ombro enquanto pressionava várias vezes o botão do elevador.

- Ah.. – Foi tudo o que eu disse por frustação dos meus planos. Então não iríamos mais ter tempo para fazer o que eu tinha em mente.

Na verdade, eu tinha em mente a foder tão bem no almoço que ela simplesmente concordasse em ligar para Danny e dizer que estava passando mal enquanto eu trabalhava minha boca nela. Tudo se foi outra vez.

- Precisa ir no apartamento ou prefere almoçar com as meninas? – Camila perguntou checando seu celular dentro do elevador.

- Talvez... Eu acho que... – Bateu o pé irritada com algo que leu no celular.

- Eu tenho vontade de arrancar suas cabeças fora as vezes, mas eu posso o fazer, Lauren? – Perguntou com o olhar furioso.

- Não? – Tentei sorrir e falei baixo. Camila realmente parecia irritada.

- Claro que não. Esses merdinhas acham mesmo que ganhariam algum Marketing maior sem a nossa revista? Eles estão enganados. Eu vou fuder com a bunda mole deles. – Rosnou raivosa e eu quase ri por ela ainda estar linda mesmo com raiva. Eu queria poder fuder a sua bunda grande, Camila. Seria mais bonito e divertido. Seria incrível e inesquecível. Seria... – Almoce com as meninas, é melhor. Eu não demoro.

Me deu um beijo rápido quando as portas do elevador se abriram e então saiu caminhando em velocidade máxima para fora do prédio, parando um táxi segundos depois e se enfiando dentro enquanto atendia uma ligação.

Acabei não almoçando realmente. Eu atravessei a rua para a cafeteria e pedi um café forte com uma fatia de torta de framboesa. A garota atrás do balcão me entregou meu pedido e pressionou os dedos contra os meus com uma pressão mais forte que o normal. Um sorriso agradável em seu rosto. Eu quase a olhei confusa.

Caminhei para uma das mesas do café e então me servi. Ela havia me dado um guardanapo junto ao pequeno prato com a torta. Eu estava prestes a usa-lo quando o desdobrei e encontrei números escritos no papel. Olhei para a atendente e ela piscou com um sorriso agora maior. Eu a encarei confusa então.

Balancei a cabeça em sua direção e ela fez mímica como se pedisse para que eu a ligasse. Deus, eu queria uma única pessoa na vida. Era pedir muito? Amassei o papel e o deixei jogado sobre a mesa. Comi mais rápido do que pretendia e voltei para a editora sem ao menos voltar meu olhar de volta para a garota loira.

Ainda era horário de almoço, então o andar não estava cheio como antes, mas pude ouvir uma discussão da sala da Danny. A voz da Camila foi clara, mas não ouvi resposta ou entendi sobre o que falavam. Decidi tentar adiantar algum trabalho. Julho chegaria e eu queria me ver livre de qualquer tarefa para tirar férias, mesmo que curtas, com Camila. Para isso eu estava animada e trabalharia duro.

A discussão me tirou o foco outra vez. Camila deixou a sala da Danny falando alto ao celular e eu entendi o porque de não ouvir resposta da pessoa com quem ela discutia. Ela quase gritava com alguém do outro lado da linha. Entrou em sua sala feio um furacão e então bateu a porta. Respirei fundo e tentei não pensar na frustação de mais um dia sem toca-la como ela merecia. Isso daria mais dor de cabeça ao mundo inteiro se não acontecesse logo. Eu viraria uma peste.

Fim do horário do almoço. Conversa rápida com a Halsey. Entrega de documentos para Cris. Verificar imagens. Selecionar outras e editar. Incluir legendas. Sono. Café. Camila xingou alguém na sala da Danny e talvez todo o andar tivesse ouvido.

- O que está olhando? Não tem trabalho para fazer? – Gritou para um funcionário que a encarou torto quando ela deixou a sala da Danny na metade da tarde. – Façam seus trabalhos. Eu estou fazendo o meu.

Marchou firme em seus saltos de volta a sua sala e eu fiquei tonta em lembrar quantas vezes no mesmo dia ela havia andando de uma sala para a outra. As pernas alongadas, a tensão em seu rosto, o olhar furioso, ela deixaria fogo sair de seus olhos se pudesse, ela esmagaria a cabeça de alguém com seus saltos enquanto dizia foder suas bundas moles. O que eu achei? Porra, ela estava sexy e quente como o inferno. Talvez ela pudesse ser má comigo mas tarde fazendo coisas impróprias, mas eu duvidei muito, porém minha mente correu para longe e me fez imaginar tudo. Me excitei sozinha com minha mente enquanto Camila continuava seu momento de raiva em sua sala. Danny a acompanhando segundos depois. A coisa não parecia boa.

- Vamos embora. Eu não aguento mais essa merda. – Parou batendo os saltos no piso e fazendo o barulho ecoar por todo o andar. Ela encarou o nada a sua frente e engoliu forte a saliva em sua boca. Ainda não era 17h.

- Camila, ainda não terminei...

- Acabe com isso, Lauren. Deixei o resto pra amanhã. Eu estou indo embora. – Falou firme e alto olhando pra mim. Olhei para os lados e alguns funcionários no observavam contidamente. – Você vem ou não?

- Okay. – Passiva escandalosa. Era difícil não obedecer a algo quando Camila usava seu tom mais autoritário e você queria rastejar no chão a implorando para que ela não esmagasse sua cabeça com seus saltos agulha.

Ela ficou parada observando qualquer coisa enquanto eu fechava os programas no computador e pegava minha mochila. Olhou para mim apenas para se certificar de que eu estava terminando. Caminhou na frente e esperou o elevador. Tive que correr para a acompanhar quando ela entrou no elevador e não esperou ou chamou por mim.

O clima parecia tenso, não tanto quando Camila, mas ainda tenso. Pensei em falar algo, mas ela parecia uma vadia séria e arrogante com seu olhar perfurando a cabine de metal. A mandíbula apertada. Eu quis lamber seu pescoço. Lauren, apenas pare.

- Você está bem? – Perguntei no 6° andar.

- Pareço bem? – A vadia arrogante falou.

- Eu só perguntei. – Respirei fundo e dei de ombros. Eu não iria surtar por ela estar irritada com o trabalho.

Ela não falou mais nada. Deixamos o prédio, pegamos um táxi. Ela foi arrogante com o taxista. Onde estava a mulher doce e meiga que eu havia conhecido? Bem, as vezes Camila apenas era séria demais.

Entramos no apartamento e ela não deixou sua bolsa sobre a poltrona como sempre. Ela literalmente a jogou contra o sofá com força. Tirou os saltos e os jogou para o corredor enquanto soltava fumaça pelas narinas. Eu fechei a porta com calma.

- Cami...

- Agora não, Lauren. – Rosnou e caminhou batendo os pés para a cozinha. Respirei fundo outra vez. A mochila ao lado da porta.

Caminhei para a cozinha também. Camila tinha a geladeira aberta e virava uma garrafa de vinho na boca. Eu franzi as sobrancelhas e a assistir dar longos goles na bebida.

- Sabe, Lauren... – Começou a falar após descer a garrafa e enxugar a boca com a mão. A porta da geladeira ainda aberta. – Eu odeio trabalhar com certas coisas. Eu preferia sentar a porra da minha bunda todos os dias onde estava antes e apenas me fuder para apresentar boas matérias, mas não. Fui gananciosa e quis apresentar a campanha inteira. Eu não quero ter que ir em reuniões com essas bostinhas bundas mole para resolver problemas com patrocínio. Um inferno e que se fodam eles. Quem perdeu foram eles. Essa será a maior revista de Nova Iorque. Anote o que estou dizendo.

Mais longos goles. Dessa vez eu quem não disse nada. Ela estava tentando aliviar o estresse de mais cedo e eu a deixei beber até a última gota. A garrafa estava na metade quando ela a pegou da geladeira.

- Eu queria enfiar essa garrafa no...

- Camila. – A interrompi e ela me encarou por segundos. Gargalhou sozinha. – Está tudo bem.

- Não está tudo bem, garota. Eu tenho a porra de uma reunião amanhã e eu não quero ir. – Ela iria jogar a garrafa na parede. Eu estava esperando ouvir o barulho. – Eu não quero essa porra toda. Eu... Eu deveria ter deixado o James se foder nessa promoção. Ele estaria com o meu estresse agora. Eu preciso...

Respirou fundo. Bateu a porta da geladeira. Colocou a garrafa vazia sobre a pia e girou os calcanhares na minha direção. Caminhou rápido. Eu dei passos falsos até bater as costas na parede. Camila a centímetros de mim. Os olhos castanhos escuros nos meus. Engoli com dificuldade. Ela bufou. Os braços ao lado do meu rosto.

- Camila...

- Me foda, Lauren. Me foda forte e duro. Eu preciso que me foda o mais forte que conseguir. Pode fazer isso? – Perguntou séria. O mesmo tom de voz. Ela não alterou nada.

- E-eu... – Grande hora para engasgar e perder a fala. Ótima ideia, Lauren. A mulher do banheiro no ano novo estava te pedindo para a foder o mais forte que você conseguisse. A dê alguma resposta.

O meu cérebro não agiu rápido com as palavras, mas meu corpo literalmente atacou o seu. Ela gemeu ao toque forte das minhas mãos apertando seu corpo e a empurrando contra o balcão. Eu estraguei os botões da sua blusa. Minha boca atacou a dela e ela gemeu outra vez quando nossas línguas se encontraram.

- Me foda bem forte. – Autoritária enquanto desci beijos quentes para o seu pescoço. – Me foda no balcão. Eu..

- Eu vou te foder na cama, Camila e quando eu terminar, vou te foder de novo e de novo até você se arrepender de ter pedido para ser fodida com força. – Falei quase apertando os dentes. Havia me afastado para a encarar os olhos. Ela não parecia mais tão autoritária agora. Baixou a inclinação alta da sua cabeça. A veia do seu pescoço saltou. Ela respirou forte. Molhou os lábios pronta para devolver algo, mas não o fez. Seu olhar perdeu para o meu. O controle era todo meu e eu agradeci ao universo por ter me dado tanto poder no olhar. – Você está pronta para mim? Porque eu passei a semana planejando ser má com você. Eu não sou ser boa como sempre fui, Camila. Eu vou ser dura. Vou fazer forte. Bem forte. Você aguenta?

- Eu não tenho...

- Aguenta, Camila? Você está pronta? – Falei mais alto a cortando. Seu olhar vacilou e ela se entregou tensa as minhas ameaças. Eu queria sorrir tão forte por ela estar tão fraca agora. Eu teria o que queria. Eu sempre disse. Os Jauregui conseguem sempre o que querem e agora, eu iria foder Camila forte e duro. Era isso que eu queria.