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História Disfarce Invisível - Aparência


Escrita por: souhamucek

Notas do Autor


Hello, hello!
Cá estamos nós de novo!
Queríamos postar essa história como oneshot, mas, como o capítulo estava ficando grande demais, resolvemos dividi-lo. Então, vamos aos avisos?
▶ Esta história não será romantizada;
▶ Imogen é obsessiva, e o Shawn, ao longo da história, desenvolverá Síndrome de Estocolmo (nutrir sentimentos pelo sequestrador);
▶ Dividimos a história em três capítulos, porém há a possibilidade de aumentá-la, se acharmos necessário;
▶ Teaser maravilhoso feito pela Anna (@annabelia) — link nas notas finais;
▶ Esta fanfic é dedicada à Dessa (@SrtaHerrera);
▶ A escrita está mais direta e rebuscada para aumentar a carga dramática da história;
▶ Capa maravilhosa feita pela Moonie do HD;
Acredito que seja tudo.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Aparência


Fanfic / Fanfiction Disfarce Invisível - Aparência

A chuva molhava compulsivamente a calçada acinzentada. Por conta do horário, a rua estava vazia. O único som a misturar-se às buzinas, quando os carros ousavam avançar os sinais vermelhos, era do melodioso vento. O frio invadia a cidade naquela noite. Para manterem-se aquecidos, todos entravam nos bares e restaurantes à espera de uma trégua dos céus. Assim como Imogen, quem estava de passagem na cidade de Bristol.

Pega desprevenida, a garota tinha os fios castanhos encharcados, bem como as roupas. A grudar no corpo, o vestido florido tornava-se pesado. A jaqueta de couro, embora grossa, permitia que o vento forte alcançasse a pele coberta. Crispando os olhos azuis, a morena conseguiu enxergar um café doutro lado da rua ainda aberto. Uniu a pouca força restante em seu corpo e disparou em direção à porta.

O sino pequenino sobre a entrada anunciou a chegada da garota. Todos os olhos das pessoas presentes rumaram à de órbitas azuladas, quem desenhava suas pegadas no chão. Assim que cederam um lugar a ela, sentou-se, trêmula, e esperou o corpo aquecer-se para iniciar seus movimentos. Todavia, antes que fosse necessário, de forma proativa e empática, o rapaz que cuidava do caixa prontificou-se a atendê-la.

Com um bloco de papel nas mãos acompanhado de uma caneta falha, Shawn aproximou-se e cumprimentou-a, a sorrir. Os olhos azuis de Imogen arregalaram-se. Numa espécie de choque, a garota de passagem congelou. O baque de deparar-se com aquele sorriso foi maior que o vento o qual atravessara sua jaqueta minutos antes. O tom rosado dos lábios remeteu-a ao do único homem por quem reuniu amor, Ronan.

— Boa noite, senhora! — a morena sorriu, ainda sob os efeitos da hipnose. — Está com frio? Quer um chá? Prefere que eu ligue o aquecedor? — as perguntas escapavam-no rapidamente, o que divertiu a garota encharcada.

— Um chá seria ótimo, obrigada. — interrompeu-o. — De hortelã, por favor.

— Trarei num instante, com licença.

Antes que ela pudesse dar-se conta do tempo, a caneca de chá fervente já estava de frente para a moça com os cabelos a secar. Embora suas mãos estivessem aquecendo-se com o calor da bebida, os olhos azuis estavam fixos no rapaz atrás do balcão. A pouca luz do local fazia-se despercebida sob o brilho daquele sorriso. Para ela, era como se Shawn iluminasse o bar com seus dentes brancos e desenhados.

De súbito, Imogen levantou-se e atravessou o saguão. Recostando-se sobre a bancada, ela observou Shawn, antes de interrogá-lo:

— Desculpe-me perguntar, mas que horas termina o seu expediente? — a voz imponente da morena chamou-lhe atenção.

— Não há mal. — ele sorriu outra vez, a causá-la mais uma tremedeira interna. — Na verdade, já passei do meu horário. Fiquei ajudando o pessoal, enquanto esperava a chuva abaixar. Por quê?

— Pode parecer um pouco estranho, mas a sua educação me transmitiu confiança... pode me acompanhar até o ponto do ônibus para Londres? Tenho medo de ficar sozinha em noite de tempestade... — pediu, em tom de choramingo.

— Seria uma honra.

Com um olhar satisfeito, Imogen assistiu o rapaz ajudar os demais clientes. Perguntava a si mesma como alguém poderia ser tão doce; ainda mais para um homem, a raça que, até então, só preencheu-lhe de decepção. Shawn havia algo de especial ao julgamento dela. Ele aparentava ser diferente dos outros, bem como seu ex-amor. Tamanha semelhança não poderia ser coincidência.

Conforme a chuva diminuía do lado de fora, a dona dos olhos azuis analisava cada movimento do de olhos castanhos. Em poucos minutos, eles estariam a sós. Num pequeno intervalo de tempo, o caixa estaria a acompanhá-la, e, se tudo corresse como ela planejava, os lábios rosados estariam sob seus cuidados.

Puxando um frasco antigo de perfume pequeno da bolsa, Imogen espirrou o líquido pela extensão de seu colo algumas vezes. Olhou para o lado, a espiar as pessoas ao redor, em seguida, fisgou um guardanapo e embebeu-o com mais esguichos de clorofórmio, escondendo o papel encharcado no intervalo entre os seios.

— Vamos? — sibilou o rapaz atrás do balcão, quem, prontamente, recebeu uma assentida.

Levantou-se a de cabelos escuros e retirou-se do estabelecimento, parando em frente à porta dos fundos, enquanto aguardava Shawn sair. Não precisou esperar muito para que o garoto movesse-se para fora. E, neste ínfimo instante, em uma espécie de golpe, Imogen atirou-se em seus braços.

Devido à diferença de altura entre eles, os pés da de olhos azuis escaparam do chão. Assustado, ele segurou-a pelas pernas, impedindo que caísse. Os lábios eufóricos da garota miraram os do caixa, no entanto, com a esquivada ágil, pousaram na bochecha. A garantir que ela retornasse a salvo, abaixou levemente o tronco sinuoso.

— O que foi isso? — seus olhos castanhos estavam arregalados, porém as pupilas dilatadas retratavam luxúria.

Ela sabia que, apesar do susto, havia desejo.

— Não pense muito, mano. — as mãos pálidas da garota puxaram a gola da camisa social, trazendo-o mais para perto. — Você merece um descanso depois de um dia tão exaustivo de trabalho.

— Não acha muito rápido? Nem conversamos... — ela interrompeu-o.

— Você me acha bonita... no sentido sexy da coisa? — as bochechas dele coraram, no momento em que balançou a cabeça positivamente. — Então, pare de se preocupar com coisa desnecessária e me foda como lhe imaginei fazer assim que o vi.

A única resposta cabível, para ele, àquela altura, foi soltar a risada mais tímida guardada dentro de si, a qual foi silenciada pelos lábios carnudos de Imogen. De primeira, Shawn cogitou protestar outra vez, todavia, o gosto breve da hortelã fresca era convidativo. Como se fosse capaz de devora-lo, retribuiu o beijo com a mesma intensidade. O sabor era ainda mais forte e bom. Correspondendo às investidas, ele embrenhou os dedos nos fios compridos e trouxe o corpo da mulher para mais perto de si.

Confiante e consciente do rumo que os toques teriam, Imogen sugou fortemente a língua do rapaz e libertou-a devagar com pequeninas mordiscadas, causando-lhe um arrepio inexplicável. Para não sair por baixo, ele pressionou a cintura da garota enquanto separava ambas as bocas para migrar ao lugar que ela tanto almejava: seu pescoço.

Os lábios sábios de Shawn percorreram toda a extensão de pele despida. As respirações trôpegas misturavam-se, exatamente como a de olhos azuis imaginou. No instante em que o trajeto do rapaz decresceu, as mãos da morena afundaram-se nos fios acastanhados e arrastaram-nos cada vez mais para baixo pelo espaço de seu colo.

Assim que as narinas do caixa aqueceram o intervalo entre os seios, ela o pressionou contra o que era-lhe avantajado, e a dança, outrora fervorosa e instigante, da língua em sua pele diminuiu o ritmo, bem como a pressão da mão dele na cintura. Os movimentos foram cessando até que, sem mais forças para manter-se de pé, o atendente desfaleceu.

Imogen esperou que a pequena ruela estivesse totalmente vazia para, somente então, sair arrastando-o até um táxi que passava na transversal e acenou-o. O motorista pareceu estranhar a "bagagem" que a garota trazia. Um homem carregado por uma mulher na saída de um restaurante era no mínimo cômico. Contudo, devido ao pagamento um pouco mais farto que o necessário, ele não questionou-a, pelo contrário, ofereceu-se para acomodá-los no banco de trás. 

As coordenadas até o destino foram passadas ao taxista, e, em instantes, o veículo varria as estradas de Bristol. Satisfeita com a cabeça do jovem recostada em seu colo, a de olhos azuis acariciava-o carinhosamente nos cabelos macios, embriagando-se com o cheiro masculino tão próximo e convidativo. 

— Logo estaremos em casa, mano. — sussurrou, em forma de promessa. 

O caminho ocorreu sem turbulências até o carro temporário ultrapassasse a placa que anunciava a chegada à cidade de Manchester. Quando, enfim, estacionaram em frente à casa amarela, o peito de Imogen estufou-se em triunfo por respirar os ares de sua casa na companhia de um homem. Tudo estaria perfeito, de acordo com seus sonhos.

Agiu com cautela ao tirá-lo do carro. Os efeitos do anestésico inalado chegariam ao fim dentro de algumas horas, mas não poderia arriscar que ele despertasse antes disso. Guiou-o sofregamente a uma das portas existentes na imensa casa. O braço direito do garoto inconsciente estava apoiado em seu ombro, numa tentativa de facilitar o percurso.

A porta do porão foi destrancada às pressas, apenas para depositá-lo no chão sujo. Segurou-o pela gola da blusa e encarou os detalhes de seu rosto. Sem sombras de dúvidas, Shawn era perfeito.

— Tenha uma boa noite, meu amor. — desejou, atirando o corpo robusto escada abaixo; em seguida, tornou a fechar a única passagem.

Na manhã seguinte, quando ele acordasse, poderia comemorar o sucesso de seu plano bolado em última hora. Sorriu satisfeita para a porta trancada e sussurrou:

— Será amor.

 Poucas horas depois, o corpo de Shawn perdurou estirado sobre a poeira, no entanto, seus músculos iniciaram a demonstrar reflexos. Pesados, os olhos do jovem abriram-se com lentidão, sendo envolvidos pelo breu. Forçou a vista para enxergar alguma coisa, mas tudo à sua frente era preto.

Inicialmente, julgou ter sido atingido na cabeça, por conta da testa que não tardou a latejar. Sua vista também doía, a sofrer pelo esforço feito em busca de identificar algum objeto. Reunindo suas forças, levantou-se.

Um conjunto de preocupações bombardeou-o; entre os diversos questionamentos, o rosto angelical da garota que conheceu mais cedo fez-se presente. O que teria acontecido com ela?

Shawn lembrava-se de estarem aos beijos nos fundos do café e, de repente, o restante das memórias desapareceu. Olhou para os lados tomado pelo desespero, na esperança de encontrar alguém na mesma situação, porém, nenhum outro rastro humano foi percebido. A única resposta plausível para estar sozinho era de terem-na matado.

O local, além de escuro, era extremamente quente. Aos poucos, um cheiro ruim foi invadindo suas narinas. Confuso e decidido a obter respostas, Shawn bateu suas mãos empoeiradas e, cambaleante, caminhou pela escuridão. Num ato de lucidez, lembrou-se do inseparável celular no bolso traseiro. Pegou-o e, mesmo com o aviso de bateria fraca, iluminou brevemente onde estava.

O chão era imundo, bem como as paredes. Havia uma cama enferrujada no canto com o lençol por arrumar. Uma privada sem tábua também complementava o ambiente obscuro. Rumou o feixe de luz ao alto à procura de uma janela, todavia, o único espaçamento de ar era um mínimo basculante. Para sua surpresa, acima dos pequenos degraus, estava a porta. Às pressas, direcionou-se à maçaneta.

A velha trinca estava trancada conforme aparentava. Mesmo com a porta descascada e antiga, seus chutes e socos não foram suficientes para arrombá-la.

— Socorro! — gritou. — O que está acontecendo? Tem alguém aí? — insistiu em meio ao silêncio. — Me tirem daqui! — exigiu, batendo as mãos fortemente contra a madeira. 

Empenhado numa possível fuga, o jovem retornou a pouca luz à janelinha quadrada, localizada na parte superior de uma das paredes do outro lado do porão. A decepção veio em seguida. Não havia nada para que pudesse quebrar o vidro, e, mesmo que arriscasse o punho em meio ao desespero, de nada adiantaria. A abertura não era capacitada para passar nem mesmo um de seus braços.

Em mais uma dose de esperança, lembrou-se da principal função de um celular: fazer ligações. Ele animou-se, passando a digitar os três inesquecíveis números da emergência, no entanto, assim que posicionou o polegar no espaço verde, a fúria dominou-o, quando o aparelho apagou a tela após uma breve vibração. Aquilo indicava o que ele tanto temia: a bateria chegara ao fim. Inconformado com a falta de sorte, arremessou o telefone para longe, escutando, meio à escuridão, os ruídos de seu impacto.

Gritou por ajuda incansavelmente. Bagunçou os cabelos, a perguntar quem eles eram e o que queriam, mas não obteve resposta. Chegou até mesmo a cogitar estar dormindo num pesadelo doloroso e verossímil, contudo, não demorou a concluir que aquela era a dura realidade. 

Não havia escapatória. A única opção era aceitar o óbvio: fora sequestrado.


Notas Finais


Muito obrigada por lerem até aqui ♥
Esperamos do fundo de nossos corações que vocês gostem!
Com amor,
Lali e Jéss.

► Teaser • https://www.youtube.com/watch?v=0Ju0IB7iaxY


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