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História Dispatch - Perspectivas


Escrita por: babeboo

Notas do Autor


Demorei um pouco mais porque estava fazendo uma coisa horrenda chamada PROVAS DO QUARTO BIMESTRE!
Mas to aqui, lindos
Para compensar, o capítulo está um pouco maior..
💜💜💜💜💜

twitter: babeboo614

Capítulo 16 - Perspectivas


- Kyung-ah! – Jongin gritou ao sentir a bolsa de gelo ser pressionada com um pouco mais de força – Ainda dói! – Sua voz estava extremamente manhosa, quase como uma criança tentando chamar atenção.

- Não deveria estar ensaiando as coreografias se está doendo tanto – o mais velho disse de forma simplista, enquanto segurava a bolsa em cima de seu tornozelo – Nem devia dizer por aí que está ‘’noventa por cento curado’’, isso é irresponsabilidade sua...

Jongin encarava Kyungsoo com saudade. Não ficavam sozinhos a semanas e a viagem dos membros para o Havaí foi uma data perfeita para ficarem a sós. Apesar de estar ouvindo reclamações desde o momento que o menor entrou no dormitório e o viu completamente suado pelas horas de ensaio, só conseguia se sentir feliz por vê-lo preocupado consigo. Assistia os lábios carnudos se moverem, ouvia a voz que conseguia ser suave e imponente ao mesmo tempo, mas, a única coisa que sentia era vontade de voltar no tempo para entrar no chuveiro novamente, para sentir a quentura daquela boca molhada na sua, sentir os braços do menor o puxando para mais perto, sentir a respiração acelerada, o torpor da excitação, o desejo, o amor, a água. Nada no universo se compararia a Kyungsoo deixando as barreiras caírem apenas para lhe dizer eu te amo.

- Jongin! – Kyungsoo o chamou com a voz irritadiça – Okay, esqueça - disse e se levantou da cama.

O mais novo sabia que o único motivo que manteve o menor ao seu lado até agora, durante esses simples trinta minutos, fora a imensa dor que passou a sentir no momento em que viu Kyungsoo entrar no dormitório. Se sentia egoísta por exagera tanto. Sabia que tinha que dar tempo a ele, sabia que não podia interferir em suas escolhas, mas doía muito mais sem ele ao seu lado, e, comicamente, o que menos doía no momento, era o tornozelo.

Jongin se sentou com rapidez e segurou em seu braço. A vontade de puxa-lo para si era tanta que, por um momento, teve que fechar os olhos e respirar fundo.

- Fica, por favor - Ambos sabiam o significado daquele pedido, ambos sabiam o sentimento expresso nessas palavras. Talvez por isso Kyungsoo parou, continuou de costas para o maior, mas parou. Sentia o toque do mais novo formigar em seu pulso, mas não iria conseguir desfaze-lo e se sentiu fraco, como sempre se sentia perto dele.

- Você não está com dor, pare de mentir - o menor falou com a respiração desregulada, os olhos fechados. Mentia para si mesmo. Fingia que não sabia o significado daquele pedido.

- E você me ama, pare de mentir - Jongin não queria dizer aquilo, não queria ser mais um peso, não queria pressiona-lo. Mas estava doendo. Se sentia egoísta, mas não podia evitar.

Alguns sabem quanto o amor pode ser egoísta, arrogante, esnobe. Jongin não deveria se martirizar por isso.

Kyungsoo sentiu os braços tencionarem. Seu Jongin estava ali, pedindo para ficar, afirmando o que queria esquecer, o desejando como ninguém nunca o fez e porque não jogava tudo para o alto por essa loucura que seria ama-lo?

A resposta veio com tanta facilidade que até o assustou. Porque isso podia prejudica-lo. Porque nunca iriam poder ficar juntos da maneira que queriam, e Kyungsoo não viveria sua vida entre quatro paredes, não faria com que Jongin se privasse de nada. Ambos ainda tinham uma vida inteira pela frente, e, por mais que a realidade soe cruel, não se encontra amor apenas uma vez.

Amor não é como vinho preenchendo a taça, não haveria um momento em que a taça estivesse completamente cheia, não se consegue encher-se de amor. A taça se expande ao longo da vida e, em algum momento, não basta apenas vinho para preenche-la.

Kyungsoo puxou o braço e se virou com um sorriso sutil, como se olhasse para uma criança. Sabia que isso o irritaria de alguma forma. Quase vacilou ao mirar os olhos marejados de Jongin, quase.

- Está atrapalhando meu ensaio - Kyungsoo respondeu de forma doce. Era um bom ator, afinal. Os olhos escuros de Jongin mudaram, daquela forma suntuosa que o fazia ficar apaixonado. A brisa corajosa se transformava em tempestade, da mesma forma que o maior se transformava quando dançava.

Kyung sabia. Mais uma palavra do maior e ele não teria mais nenhuma desculpa. Antes que Jongin pudesse falar qualquer coisa, o menor se soltou, abriu a porta do quarto e, sem olhar para mais nada, a fechou atrás de si. Esperou alguns segundos, respirando fundo, tentando se lembrar do que deveria estar fazendo para tentar esquecer o aperto no peito.

 

 

** Atualmente **

 

Ninguém se importa se está desmaiando uma vez que está fazendo um bom trabalho.

Ninguém se importa se você tem dois minutos de linha em um álbum inteiro.

Isso que lhe Luhan disse antes de sair.

Yixing não sabia até que ponto deveria aceitar e abaixar a cabeça. Não sabia quando deveria questionar o que faziam, ou o que deveria estar fazendo, ou que deveria ser feio. Sabia que os pontos de vistas e opiniões lhe enlouqueciam a cabeça, talvez por esse motivo resolveu calar a boca e apenas engolir sua própria desordem.

Tinha consciência que estava dançando, mas em algum momento ela ia embora e os passos tornavam-se mecânicos para si, apenas para si.

Há somente alguns segundos atrás estava sorrindo, sentindo a felicidade borbulhar em seu peito, afinal, tinha lançado um álbum apenas seu. Pessoas importantes estavam lhe vendo. Estava sendo visto pela primeira vez, visto de verdade. Queria ser infantil o suficiente para gritar com toda essa satisfação, mas a massa cinzenta ao seu redor parecia impedir qualquer resquício sinceridade. Ou talvez fosse apenas os problemas que sua cabeça criava a todo momento.

Quando o cansaço começou a deixar suas pernas dormentes, percebeu que a gravação já acabara e que estava sendo levado até o carro para uma sessão de fotos de uma revista que não se preocupava com o nome.

Ouviu algumas fãs gritarem quando se sentou no banco de trás do carro escuro, mas seus olhos não demoraram muito a se fechar. Ouviu o manager falando algo sobre uma viagem depois do compromisso, mas a voz fora sumindo aos poucos enquanto o sono parecia lhe abraçar como uma mãe. Apesar de todos os problemas que sua cabeça criava, haveria um momento em que o corpo não resistiria mais, sem se importar com a sua vontade de continuar de pé.

Yixing queria ter continuado em pé no aeroporto. Não queria ter preocupado todos ao seu redor. Não queria ser fraco em frente às câmeras. Mas, em algum momento seus joelhos tremeram, sua visão ficou escura e por mais que ele tenha segurado na maldita porta do avião, seus dedos não reagiram. 

Fora apenas um lapso de sono afinal.

 

**     **     **

 

A empresa permitia que Kyungsoo usasse uma das salas de ensaio para estudar e praticar o roteiro para os doramas e filmes. O silêncio sempre lhe apaziguava enquanto repetia a mesma frase, mudando as entonações, entrando na história do personagem, dando vida a cada palavra que pronunciava. Atuar sempre seria muito mais do que fingir para ele. Agir como outra pessoa, pensar como outra pessoa era uma excelente forma de perceber que existem dois lados da moeda, que existe muito mais do que nossos olhos podem ver. Atuar mostrara para Kyungsoo que o mundo era muito maior, que as palavras tinham muito mais significados, que a vida era muito mais diversa do que se poderia enxergar de cima de um palco ou trancado dentro de um quarto. Atores e escritores vivem milhares de vidas ao mesmo tempo, se tornam eternos em seu limitado número de anos.

Ele realmente se sentia agradecido por estar tendo a chance de se sentir menos momentâneo.

Mas, nos últimos tempos, não importava quantas dezenas de vezes repetia suas falas, a voz de Jongin parecia ocupar cada milímetro da sua concentração.

Fica, por favor.

Não era romântico ter seu tempo roubado dessa forma. Não era lindo ver que por mais que usasse toda sua irritação, não conseguia sentir raiva, e não conseguia deixar de sentir raiva. Sua rotina se tornava um paradoxo entre pensar em Jongin e se forçar a não pensar nele, o que obviamente, acarretaria nos mesmos pensamentos e lhe deixaria nervoso por observar o quão patético parecia. Havia demorado tanto tempo construindo barreiras contra esses sentimentos, sempre fora racional demais para perder a cabeça, sempre soube que eles lhe atrapalhariam. Como Jongin as tinha derrubado sem nem mesmo ter a intenção de fazê-lo?

Quando o roteiro quase caiu de suas mãos, percebeu que estava divagando a muito tempo. Subiu com o papel até a altura de seus olhos e leu a primeira frase em voz alta, fazendo com que ela se propagasse por todo o cômodo. Fechou os olhos, respirou fundo, tentando esvaziar a cabeça, e a repetiu.

Era sua última fala antes da cena do beijo. O primeiro beijo que daria em frente às câmeras. Na verdade, o primeiro beijo que daria em uma mulher. Sorriu leve ao lembrar de seu primeiro beijo com Jongin, já fazia meses desde a última vez que se beijaram no chuveiro e praticamente um mês que não tinham uma conversa decente. O tempo corria quando os dias eram sobrecarregados, meses não pareciam tanta coisa assim para Kyung. Sentia pressa e ansiedade para acompanha-los de qualquer forma, como se não estivesse vivendo de verdade. Reconhecia que os dias tinham mais moleza quando estava com Jongin, como se cada segundo fossem estupidamente verdadeiros.

Suspirou frustrado ao perceber sua linha de pensamento e abriu os olhos, jogando o roteiro no carpete plastificado. Não costumava externar o que estava sentindo mesmo que estivesse sozinho. Tinha consciência que muitas vezes parecia insensível, mas todos tinham seus próprios problemas, deveria que aprender a lidar com os seus, ou seu único problema. Kim Jongin.

Abaixou a cabeça, apoiando as mãos em sua nuca e foi surpreendido pelo barulho da porta de correr derrapando.

- Kyungsoo? - A voz ressonou na sala com a cotidiana irritação e desleixo. O menor nunca saberia dizer se Krystal realmente passava o dia inteiro daquela forma, como se estivesse indignada e sem se importar, ou se era somente impressão.

Kyungsoo olhou para o roteiro no chão e se perguntou se a menina havia visto o porquê de ele estar ali, mas a encarou segundos depois enquanto ela ainda permanecia no batente da porta de correr, como se perguntasse para que ela veio.

- Seu manager me encontrou andando e pediu para avisar sobre sua agenda e a dos meninos, apenas para lembrar que não terá mais muito tempo aqui - Nunca tinha muito tempo de qualquer forma.

- Obrigada, Krystal - Kyungsoo sorriu estreito, e achou que ela fosse embora. Mas, depois de alguns segundos intermináveis e silenciosos, ela voltou a falar.

- Jongin me ligou a alguns minutos avisando que acabou de ser completamente liberado do tratamento com o fisioterapeuta - disse simplista - Achei que fosse gostar de saber.

Kyungsoo gostou de saber. O sorriso estreito de agradecimento se tornou um sorriso estreito de puro orgulho e felicidade o qual Krystal obviamente notou. Mas que não demorou muito a se esvair - apesar de a sensação continuar - quando apenas idealizou a cena de Jongin respirando forte de animação e não pensando duas vezes antes de pegar o celular e ligar para Krystal, sua namorada.

Foi tão involuntário que a vontade de se socar o fez respirar incisivo.

- Obrigada por avisar - respondeu com a voz controlada, não por rancor pela menina, mas por ódio de si por ser infantil a ponto de pensar sobre isso, a ponto de sentir ciúmes por isso.

O silencio pairou por um tempo, já que a mais nova parecia não ter o mínimo interesse de ir embora.

- Kyung... - apesar do apelido, a voz dela era séria - Você precisa se dar uma chance...

- Como?

- Você precisa se dar uma chance de errar - Krystal parecia receosa, o que era compreensível já que nunca viu o mais velho conversando sobre sentimentos e nunca pensou que um dia faria isso com Kyungsoo. Sabia o tipo de pessoa que ele era. Não se desconstrói o muro de alguém com apenas algumas palavras - Talvez errar para acertar no final, sabe?

- Do que está falando? - Fingir-se de idiota estava dando certo até agora afinal de contas.

- Sobre você e Jongin - Foi direta, como sempre.  

O mais velho respirou fundo. As palavras saíram da boca dela com tanta facilidade. Como se seu problema com Jongin fosse algo corriqueiro, algo que não estava doendo como inferno, como se não estivesse dando tudo de si para largar tudo e ir atrás do maior.

- Eu sei que parece um tiro no escuro, e é - Ela continuou, mas foi cortada antes que terminasse a frase.

- Eu não quero ser grosseiro, mas seus conselhos são as últimas coisas que eu preciso ouvir agora. Não adianta falar que sabe como é, que entende a situação. Eu não quero ouvir que entende. Ao menos que possa me dar uma solução racional que não seja ‘’viva o presente’’ ou ‘’você tem que se arriscar’’ eu não quero te ouvir. Eu não sou idiota a ponto de apenas me arriscar por ele, eu quero mais do que arriscar, quero mais do que um tiro no escuro - O menor respondeu - Se eu não posso cuidar dele, faça isso por mim. Mas, por favor, não me trate como se estivesse confuso, porque eu tenho total clareza sobre o que estou sentindo, só ainda não sei como fazer parar - Respirou fundo, fitando a menina que continuava com aquele ar desleixado.

O tempo cura, não?

- O que sente é tão grande a ponto de abandona-lo, mas não ao ponto de conseguir esquece-lo - Krystal comentou sem abalo pela resposta recebida. Alguém precisava fazê-lo pensar sob outros ângulos. Ela sabia, por isso insistia. - Devia ser tão grande a ponto de ficar com ele, não?

Silêncio.

- Por favor, saia - Kyungsoo ditou.


Notas Finais


Eu não sei se consegui esboçar as reações do Kyungsoo da forma que eu queria... Não sei se vocês vão entender da forma que queria que entendessem. Por isso, se puderem comentar dizendo o que entenderam e o que acharam eu vou realmente amar 💜💜💜💜

Tomara que tenham entendido o ''flash back'' e etc, não queria deixar nada confuso, espero que tenham entendido.

SOBRE A FOTO DO BAEKHYUN VESTIDO DE BAEKHEE NO INSTAGRAM EU ESTOU COMPLETAMENTE PASSADA PORQUE TENHO CERTEZA QUE PARK TIROU CASQUINHA DESSA PORRA COM DIREITO A LAP DANCE PORQUE SIM!!!!

BOLHAS CARALHO

Queria agradecer ao povinho que fica me cobrando, amo vocês 💜💜💜

COMENTEM BOLHAS QUEM QUER ACABAR COM A MINHA VIDA OU SEI LÁ, ME DAR UM BEIJINHO, DEEM OPINIÕES, CRÍTICAS, QUERO TUDO ~~~~~
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