História Dissidia: Final Fantasy - O fim de uma guerra? - Encontro

      “Eu estarei esperando por você. Se vier aqui, você me achará. Eu prometo.”

      - Eu também prometi que estaria aqui. Aqui estou, mas onde está você?

      Era um lugar muito bonito a que ficava, cheio de flores, pétalas rosa voando pelo céu, com árvores no fundo. Toda aquela vegetação transpirava vida, e sol estava em forte intensidade, afinal tinha acabado de amanhecer, apesar de estar esperando ali desde o momento em que viu as estrelas e pensou nele. De fato, era um ótimo lugar pra se fazer uma promessa como aquela. A mulher de olhos e cabelos escuros esperava alguém especial, ainda com sua roupa azul para ser reconhecida. Pensava em seu estilo caladão, sério e um tanto quanto grosseiro, mas com espírito nobre e gentil por trás de tudo isso, acalmando-a e lhe dando paz em um momento ruim. Ela olha as pétalas caindo vagarosamente, mostrando a beleza que a natureza pode ter. É tudo tão calmo e tranqüilo, mas sem ele não é a mesma coisa. Estende a mão e logo depois a fecha enquanto segura firmemente uma das pétalas... Ao abrir a mão, a pétala é transformada em uma pena branca, igual à de um anjo.

      Apesar de se sentir bem, pensa o que vai fazer se Squall, o homem que considera seu par romântico perfeito (apesar de muitos discordarem), não aparecer. Pensa também no que pode acontecer se for novamente controlada pela feiticeira Ultimecia (uma bruxa que vive no futuro), afinal não seria a primeira vez, e teme pelos seus novos colegas, que ainda não a conhecem tão bem. Ela mesmo também não sabe quem são, pois pareciam terem vindo de outros mundos.

      -Rinoa! Pode vir aqui um segundo? – Uma voz feminina a chama dentro da casa branca a que estão. Pelo que se lembra, trata-se do orfanato de outra feiticeira a qual não se recorda o nome, sendo que ela estava no jardim. Apesar disso, é um lugar vazio e em ruínas, e só Rinoa e seus novos colegas que estão ali. Foi até o quarto principal, que continha uma cortina amarela com detalhes em vermelho no qual não sabia o significado (se é que tinha um), com uma cama com lençol verde e travesseiros com fronha marrom. As paredes e o chão eram todos cinza, com armários bege escuro. Tinha também um pequeno banco, esse no qual a pessoa que havia lhe chamado sentava.

      -Então, o que conta de novo, Tifa? – Rinoa pergunta.

      -Os dois estão demorando pra voltarem. Acho que talvez tenham se metido em confusão. Além do mais, a comida acabou também e... – Olhava bem para os olhos dela, pareciam pensativos – Você está com uma cara de quem estava pensando em algo... Ou alguém. Pensando no futuro com a pessoa especial?

      -Não a garantias pro futuro. Por isso que hoje, o tempo que temos agora, é tão importante. – Apesar de falar isso, Rinoa tem grandes esperanças que vai achar Squall novamente. Afinal, ela sempre foi otimista e falou isso pra ele quando em seu mundo.

      -Engraçado, as pessoas tem tantas coisas reprimidas dentro de si, coisas que elas nunca podem esquecer, por mais que queiram. Estranho, não é? – Tifa também pensava em alguém. – Enfim, acho melhor esperarmos lá fora por um tempo, e se eles não aparecerem, vamos atrás deles.

      ...

      Ainda na cidade esquecida, Sephiroth, Emperor e Cloud of Darkness se preparam para seu próximo movimento depois da batalha. Cada um com objetivos e planos obviamente diferentes, mas com uma necessidade de estarem juntos graças a algo maior, seus descontentamentos são claramente perceptíveis, tanto por movimentos do corpo, como em suas palavras ditas, especialmente as de Emperor.

      -Eu deveria saber que vocês não seriam tão poderosos assim. Conseguiram perder pra uma menina com seu dragãozinho de estimação. – Seu olhar demonstra claro desprezo pelos seus “aliados” de guerra.

      -A morte dele não é o que o principal servo de Chaos deseja. De nenhum deles por enquanto, mesmo sendo algo simples de se fazer, então o acontecimento de hoje não fará diferença. Mas estou curiosa pra ver que tipos de mortes escolherão pra si mesmo. – Cloud of Darkness responde, não se importando com os insultos de Emperor.

      -Isso não importa. Todos irão se curvar diante de mim de um jeito ou de outro. Ou, ao menos, os que forem espertos o suficiente e me aceitarem como mestre. – Ele fala, sendo que Cloud of Darkness ri no mesmo instante, enquanto que Sephiroth permanece em silêncio.

      -Eu não me importo com seus patéticos jogos. Seus objetivos são como uns de uma criança mimada. – Falava, fazendo referência a Sephiroth também. – Mas no momento está na hora de avançarmos com o plano. Os servos de Cosmos ainda não sabem o que devem fazer aqui nesse mundo... Vamos refrescar a memória deles.

      -Tudo que eles se lembram é uma ilusão. Mas eu vou mostrá-los a realidade. – Sephiroth responde, e então voa até uma altura que beira o céu, o suficiente pra ver onde Cloud está e pra onde está indo. Cloud of Darkness e Emperor avançam se desmaterializando, indo na mesma direção que Sephiroth.

      ...

      -Nós... Temos mesmo que lutar? Não existe outro meio?

      -Acho que não temos outra escolha. Embora ia ser bom saber mais sobre essa luta que Cosmos vagamente falou. – Disse Tifa em resposta a Rinoa, e em seguida olhava para as varias flores daquele jardim, e por um momento se lembrou da igreja de Aerith e suas flores (mesmo que as que vê agora estejam em quantidade obviamente muito maior, afinal estavam em um jardim), conseqüentemente lembrando-se de Cloud. –... Você sabe mais sobre esse lugar?

      -Ah, não que eu me lembre. – Ela responde ao se ajoelhar e passar a mão de leve na cabeça de sua cachorrinha Angelo, que dá um breve latido pra indicar que está por perto. – Tudo que me lembro daqui é de uma promessa que fiz com alguém.

      Tifa fica um pouco quieta ao se lembrar de Cloud e de seu cabelo parecido com um Chocobo e de tudo que passaram. Mas depois de uma batalha decisiva com Sephiroth, ele ficou distante dos outros, sempre se sentindo culpado pela pessoa especial que perdeu e querendo lutar sozinho... Sente falta dele e se imagina onde ele possa estar agora e o que está fazendo.

      -Certo. Eles devem estar aqui daqui a pouco. Se não chegarem, vamos avançar até onde eles... – Diz Tifa, mas subitamente para ao perceber uma pena negra caindo do céu, a fazendo lembrar-se de Sephiroth. Ela pega a pena, e segura forte na mão, logo em seguida olhando para o céu, apesar de não ter visto nada.

      -Uma pena negra... Aqui? Nesse lugar? – Questiona Rinoa, já que aquilo a fez pensar em Ultimecia, que também tem asas negras. Curiosamente, sente uma sensação de que o castelo da bruxa fica no mesmo lugar que fez a promessa com Squall, apesar de não ter certeza disso, talvez por sua memória ainda estar falha. Ela olha para frente, achando que talvez fosse enxergar algo a mais, mas nada vê. Não sabe o que fazer diante do que sente.

      -Alguma coisa não está certa. – Anda ao redor enquanto tenta observar cada canto do lugar. O céu estava claro, afinal tinha acabado de amanhecer, então não seria difícil de enxergar, mas Tifa tem certeza que essa pena negra se trata de Sephiroth, então mesmo no claro não é fácil encontrá-lo se ele não quiser isso. Ela observa e consegue encontrar alguém, mesmo que esse não seja quem ela esperava.

      -Está procurando desesperadamente por tudo do lugar na esperança de encontrar um meio de escapar da ameaça que sabe que está por perto? Seu medo típico de insetos como você não me surpreende. – Era Emperor, apesar de ser um desconhecido total para Tifa e Rinoa.

      -Quem é você? – Pergunta Tifa.

      -Alguém com quem você deveria se preocupar ainda mais. Seus amigos cometeram o erro de me subestimar, e pagaram por isso. Será que você vai fazer o mesmo? – Ele as tenta subestimá-las já sabendo do resultado, pois nem Tifa nem Rinoa sabem da batalha que aconteceu na cidade esquecida e Laguna e Rydia ainda não tinham chegado, deixando seu argumento ainda mais forte e fazendo parecer verdade. A expressão das duas deixa claro que tinham caído no truque. – Eu recomendaria uma das duas opções: ou vocês tentam achar um meio de fugir da situação, ou vão até eles ver como estão, já que talvez ainda tenham chance de salvá-los.

      -Rinoa, vá até eles e veja como estão. – Disse Tifa, preparando seus punhos para lutar contra seu oponente. Alguém tinha que lutar contra o inimigo e o distraí-lo enquanto a outra vai atrás pra ver se o que Emperor diz é verdade ou não. Sim, provavelmente era uma armadilha, mas a possibilidade dos outros já terem caído nela não é pequena, e isso as preocupou.

      -Então você vai cometer o erro de me desafiar? Ah... A vitalidade da juventude. Vamos ver quanto tempo será preciso pra trazer isso aos meus pés. – Emperor se prepara para a luta com Tifa, e deixa Rinoa, que vai correndo atrás de Laguna e Rydia.

      ...

      Estavam em uma floresta, já saindo da cidade esquecida, indo em direção ao orfanato. Laguna e Rydia não andavam devagar, mas não prosseguiam na velocidade que Cloud gostaria. Como eles o estão levando ao local onde Tifa está, então ele também mantém os passos na mesma velocidade, mesmo considerando que costuma caminhar mais depressa. Ultimamente, ele se acostumou a ficar sozinho, mesmo que não goste totalmente disso, mas isso não quer dizer que ele não sinta falta de seus amigos e companheiros que batalharam junto dele por tanto tempo. É difícil barrar, porém, seu sentimento de culpa, e isso o acabou afastando de todos. Ele está para descobrir se ainda pode ser capaz de ajudar aqueles que lhe são queridos. Infelizmente, a situação não ajudará e uma das forças do mau que lutaram com ele há pouco vai barrar seu caminho.

      Revelando-se com sua risada, Cloud of Darkness interrompe a caminhada dos guerreiros de Cosmos com sua chegada, mas sem se mostrar, aparecendo e desaparecendo pelo ar como se fosse uma nuvem. Cloud reconheceu a voz fria dela, já que tinha se encontrado com ela antes, e já sabia do que se tratava.

      -Quem está aí? – Questiona Laguna.

      -Guerreiros de Cosmos, não? Vieram com pensamentos tolos de fugirem da situação? – Emergindo no ar e revelando sua aparência física, Cloud of Darkness aparece em frente aos três que caminhavam em direção ao orfanato.

      -Opa! – Laguna se surpreende com o jeito como ela aparece – Ei, hum... Não precisa ficar ofendida, só estávamos, você sabe... Hã, fiquei sem palavras.

      -Saia do meu caminho. – Cloud fala quase que já começando a andar novamente, como se ela nem estivesse ali, como se nada fosse ficar em seu caminho.

      -Já está saindo? Tão cedo? Ansioso demais para ver a garota? – Ela o atingiu com suas últimas palavras e o deixou perplexo. Se Cloud of Darkness sabia da localização de Tifa, então Sephiroth também sabia. No mesmo segundo, considerou que os servos de Chaos talvez tivessem blefado quando falaram que não sabiam da presença dela, e isso o preocupou.

      -Onde ela está? – Perguntou, mas Cloud of Darkness apenas riu.

      -Ela está em um orfanato, uma casa branca pouco a frente daqui. Vai lá salvar sua garota. – Laguna finalmente disse algo que Cloud considerasse útil, que saiu correndo no mesmo instante. Logo em seguida, Laguna pediu para que Rydia fosse ajudá-lo. –Vai junto com ele ajudá-lo, criança. Use seu dragão. Alguém tem que dar atenção pra essa criatura aqui.

      -Viu? Ter alguns Eidolons por perto não machuca nem um pouco, não é? – Respondeu Rydia, que chama Leviathan e segue na mesma direção que Cloud.

      -Ah... Esses jovens... – Disse quando os dois já estavam um pouco mais longe.

      -E você? Também vai junto? Ao menos nos permita dar uma despedida adequada. – Cloud of Darkness se prepara para lutar com ele.

      -Desculpa, sem necessidade de ficar nervosa. Qual seu nome mesmo?

      -Não vai adiantar tentar nos atrasar.

      -É, eu também pensei o mesmo.

      -Venha. Vamos afundá-lo na escuridão.

      -Pois é, sinto dizer que vou ter que passar essa. – Laguna prepara sua arma para lutar contra a criatura.

      ...

      Começando avançando rapidamente com um golpe desviado por Emperor com seu bastão, Tifa continua a luta dando mais uma seqüência de golpes com as mãos, seguido de um chute, sendo que nenhum desses golpes foi defendido. Terminado os golpes de sua oponente, o guerreiro de Chaos aproveita os milésimos de segundos para atacar antes que ela faça novamente. Ele levanta seu bastão e a acerta com força, a jogando para trás, e no mesmo segundo já lançava minas de energias que explodiriam caso alguém tocasse. Não dando trégua para seu inimigo, Tifa não chega a cair no chão, virando em pleno ar, e já pulando no momento que encosta o piso, desviando das minas e seguindo com um chute em cima de Emperor. Ele desvia dando um pulo pra de trás dela, mas não esperava sua velocidade em atacar antes mesmo que terminasse seu pulo, e recebe um soco que o joga direto nas minas que ele mesmo lançou, explodindo. Antes que pensasse em defender o próximo ataque, recebe outro golpe que o leva pra dentro do orfanato, na sala principal.

      Dentro do orfanato, Tifa continua sua seqüência de ataques, avançando pronto pra dar um chute, mas Emperor consegue desviar, se esquivando. Sua oponente é rápida, e já tenta atacar logo em seguida, mas ele desvia com seu bastão, que dispara energia e imobiliza Tifa por alguns segundos, tempo suficiente para que ele ataque. Dando uma seqüência rápida de golpes, todos com energia em sua arma, ele faz isso até ela ser jogada na parede. No mesmo segundo, Emperor dispara uma esfera laranja que vai até Tifa, que pula pro lado rapidamente, antes que a esfera explodisse nela. Em um golpe inesperado, ela pula até ele e o segura, caindo no chão e logo em seguida pulando pra, levando a luta pra fora do orfanato novamente.

      Fora do orfanato, os próximos golpes de energia de Emperor são tão intensos que faz com que as flores começam a sair do chão, voando por todo o ar. Nos próximos intensos segundos, Tifa vai desviando de cada um de seus golpes, procurando pela primeira oportunidade pra voltar a atacar. Essa oportunidade, porém, não chega, e em um dos golpes no qual tenta desviar com a mão, ela é lançada para o teto do orfanato, que faz um impulso na parede tão forte que faz com que as pétalas das flores comecem a cair. Os dois guerreiros se olham rapidamente diante das pétalas caindo, com Tifa demonstrando sua grande coragem em enfrentar um oponente como Emperor, e ele com seu olhar que demonstra sua vontade em destruí-la de uma vez. A luta estava chegando a um alto nível de intensidade, e tinha que terminar isso. Em um rápido pulo, aproveitando a parede a qual foi lançada como impulso, Tifa vai com tudo pra cima do servo de Chaos, agarrando seu rosto e o jogando pra cima, fazendo com que sua arma caia. Continuando seu golpe, ela pula e o pega para logo em seguida jogá-lo novamente contra o chão com intensidade. A terra se espalha pelo seu corpo, que não desistindo da luta e mesmo caído no chão, segura o pé de Tifa e a joga pra longe, para que tivesse tempo de pegar seu bastão.

      -Eu devo admitir: estou impressionado. Você tem habilidade na luta corpo a corpo... Mas ainda não passa de um mero inseto comparada a mim. Eu dei a você alguns minutos a mais de vida para ver se iria me proporcionar uma luta decente, mas agora já está na hora de acabar com isso.

      -Tifa! – Era Cloud, que vinha correndo junto com Rydia até ver Tifa e Emperor.

      -Cloud! – Responde Tifa, animada em vê-lo.

      -Ah, então seu pequeno herói veio lhe salvar. Que esperado. Vocês acham que duas baratas juntas podem sobreviver ao piso de uma bota? Veremos isso. – Emperor começa a se preparar.

      -Está na hora de vocês entenderem o que é desespero em uma luta. Eu lhes darei isso. – Penas negras começam a cair do céu novamente. Os três guerreiros olham todos para o alto. Emperor dá um leve sorriso, enquanto Tifa e Cloud, sabendo da ameaça que se tratava ao vê-lo, se preparam para a difícil luta que sabe que vão ter.

      -Sephiroth. – Diz Cloud.

      ...