Vivia a vagar sozinho por ai. Temia ser visto por quem quer que fosse, por conta de sua aparência, um tanto quanto, desagradável. Andava e – oh, não! Tem alguém vindo? Corra e se esconda!
Era isso que ele fazia, – mas é claro que faria isso, e se o vissem e caçoassem de sua existência horrenda? Seria pior – realmente, o melhor era esconder-se como um rato, e chorar. Sim, ele chorava.
Chorava por ter de viver de forma tão solitária e, – como diziam mesmo? – oh sim, ele era feio. Porém... O que é feio? E o que é bonito? Quem definiu este padrão? Ah, com certeza não foi ele, porque se não houvesse padrões, sua existência não seria tão solitária e infeliz.
Oh, não! Engula esse choro, agora! Alguém o ouviu, e está vindo a sua procura! Squonk correu desengonçadamente para trás de um arbusto, não havia muitos lugares para se esconder naquela floresta. Embora, ele só tenha ido até lá, porque ninguém nunca o havia incomodado enquanto esta por ali.
Tentou conter seu choro, porém, era inevitável. O encontrariam e zombariam dele novamente. Humanos são os piores, eles sempre o maltratavam mais, fazendo-o quase chegar ao ponto de dissolver-se.
Mas o que é que ele fez para merecer isso?
Um rosto. Pele escura, olhos igualmente escuros, grandes bochechas, pés descalços, estatura baixa, decididamente, um humano. Porém, havia algo estranho... Ele chorava. E os dois choravam juntos pelo mesmo motivo.
Um garoto negro – ou melhor, apenas um garoto – que não entendia o porquê de ser odiado. Apenas pela cor de sua pele? Ele realmente não compreendia.
Squonk, uma criatura concebida para sofrer por conta de sua aparência.
Mas, afinal, o motivo do sofrimento de ambos, não era o mesmo?
Squonk sentiu-se acuado por ter outra criatura tão infeliz quanto ele, que acabou dissolvendo-se.
Squonk dissolveu-se.
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