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História Distance II ATIVA - 31.01.2018 - My Apocalipse


Escrita por: misundersloki

Notas do Autor


Se você quiser, leia a nota até o final. Aqui estão algumas palavras que julgo importantes.

Vocês, que estiveram me acompanhando desde Distance I, sabem que eu sempre disse que a fanfic possuiria uma segunda temporada. Desde o começo, exatamente tudo estava planejado. O enredo de Distance I se completaria com o que está acontecendo agora, nesta segunda temporada, e seria até na mesma fanfic se eu não julgasse maçante uma história que ultrapasse uma certa quantidade de capítulos, tendo assim, nossa Distance, cortada em duas partes.
Tudo ocorreria deste jeito desde o começo. Desde o começo estava planejado de que alguns poucos anos iriam passar e mais alguém entraria na vida de Cristall. Esse alguém que, a longo prazo, foi decidido que seria Ronnie Radke, consequentemente trazendo a categoria e núcleo Falling in Reverse para dentro do universo antes apenas de Black Veil Brides.
Esta pessoa seria a peça chave para que tudo progredisse. Distance I acabou, mas deixou muitas questões sem resposta nenhuma, e a finalidade de Distance II é enfim respondê-las e deixar tudo o que passou a limpo.
Espero que vocês entendam. Nada está mudando. Seria assim desde o começo. Cabe a vocês continuarem comigo como sempre estiveram para ver as questões pendentes em Distance sendo finalmente respondidas.
Espero ter vocês ao meu lado durante essa temporada inteira. E não se esqueçam que nunca deixarei de responder um comentário sequer de vocês. Estarei sempre disponível para ouví-los.
Muito obrigada.

Capítulo 13 - My Apocalipse


Fanfic / Fanfiction Distance II ATIVA - 31.01.2018 - My Apocalipse

 

- Parece que Andy realmente sumiu.

- Como assim... Sumiu? - Me peguei roendo as próprias unhas, soltando uma risada nervosa.

- Ele não está em Hollywood. - A voz do outro lado da linha também me transmitia um tom preocupado. - Não está na própria casa, nem na sua, nem na mansão. 

- Alguma chance de ele estar na casa de outra pessoa? - Eu passava a andar de um lado para o outro, ignorando o sol quente esquentando o topo de minha cabeça.

- Quase nenhuma. É certeza que ele saiu da cidade pra se enfiar em algum lugar. - Pude ouvir um longo suspiro. - Se o Black Veil Brides continuar desfalcado assim por muito tempo, teremos problemas. 

- Christian... Me desculpe. - Parei meus passos repetidos, olhando para o chão. Parte da culpa disso seria minha. Eu tinha afastado dois integrantes da banda.

- Você não teve culpa nenhuma. Andy está causando tudo isso. 

- A banda ficou desfalcada e eu ainda levei o baixista de vocês. - Eu havia começado a me sentir culpada.

- Não tem problema... Nossa maior preocupação é Biersack. - Pude perceber que havia uma ponta de mentira nisso. - Espero que você e Ashley voltem logo para casa. Sei que você foi pro Brasil pra poder resolver as coisas que estavam erradas.

- Eu vou voltar. - Senti um toque em meu ombro, virando-me por reflexo. Ronnie estava parado atrás de mim. - Tenho que desligar, cc. - Sorri para Ronnie, que agora me encarava através de seus óculos escuros. - Sinto sua falta.

Finalizei a ligação, passando a também encarar Ronnie, que me abriu um sorriso. Eu parecia ter uma aura de tensão em minha volta, enquanto me sentia dividida entre voltar pra dentro do quarto ou entrar na van de Dave e acabar logo com tudo isso. Eu iria visitar Isis, e Ronnie havia cumprido sua promessa de me acompanhar no centro psiquiátrico. Ashley havia ficado dormindo no hotel, e disse para não nos preocuparmos com ele, já que seria ótimo ter um dia inteiro para descansar de tantas coisas.

- Estamos aqui para isso, não estamos? - Ronnie pareceu ler minha mente, voltando a colocar sua mão em meu ombro.

- Estamos. - Dei um longo suspiro, passando a ser conduzida por ele até a pequena van de Dave. - Ainda não acredito que você se dispôs a fazer isso por mim.

- Tenho que deixar de ser um babaca às vezes. - Ronnie levantou os ombros. Senti a indireta me golpeando pela frente.

- Está fazendo isso bem. - Arrisquei olhar para seu rosto novamente. Ele possuía uma expressão serena, prestando atenção no caminho em sua frente.

- É um esforço que vale a pena. - Ronnie olhou para meu rosto, tentando me transmitir confiança.

Eu não havia percebido que Dave já havia descido e entrado em seu carro, permanecendo concentrado demais na monotonia do estacionamento quase vazio. Ronnie se deu ao trabalho de abrir a porta de correr para mim, me permitindo entrar primeiro na pequena van. Sentei em um dos bancos da primeira fileira, o qual me deixava ter uma visão completa do que acontecia no caminho em nossa frente, com a nuca de Dave adicionando um detalhe a mais. 
Ronnie se jogou ao meu lado, parecendo bastante tranquilo visto que o lugar que iríamos visitar não era dos um dos melhores, e com certeza lhe traria lembranças que não poderiam ser tão boas assim. Ele suspirou. Parecia deslocado de qualquer maneira, embora tentasse me transmitir o máximo de confiança para que eu fosse em frente em minha busca por respostas. Eu nunca seria capaz de lhe retribuir à altura o que ele estava fazendo por mim agora.

- Vamos logo acabar com isso. - Dave cortou o silêncio, girando a chave e fazendo o motor da van fazer um barulho alto. Antes de dar a partida, ele se virou para trás, olhando para meu rosto. - Me desculpe por isso estar sendo assim tão rápido. Sei que você preferiria ter alguns dias pra descansar aqui no Brasil antes de enfrentar essa coisa pesada mas...

- Eu te avisei em cima da hora, é culpa minha não virmos mais cedo. - Cortei a frase de Dave ao meio, fazendo-o sorrir junto comigo. - Sei que se eu não fosse hoje, o próximo dia de visitas seria só no próximo mês. Posso fazer isso, não vai me machucar. - Parei para pensar depois de ter soltado aquela frase. Será que... realmente não iria me machucar? 

Dave abriu um sorriso como resposta, finalmente passando a nos conduzir para nosso destino. Olhar para a janela parecia apenas aumentar a sensação ruim que fazia meu estômago embrulhar, então virei meu pescoço, passando a olhar para Ronnie. Ele parecia completamente concentrado em ver publicações engraçadas de seus fãs no Instagram, antes que se desse conta de que eu o encarava.

- Obrigada. - Sorri, lhe fazendo bloquear o celular e o colocar dentro de seu bolso.

- Pare com isso. - Ronnie deu uma pequena risada, desviando seu olhar de meu rosto. - É como você se sentisse obrigada a me agradecer por eu estar fazendo isso. - Ele parecia ler minha mente. - Eu estou aqui por livre e espontânea vontade, Cristall. Não considere isso como um favor. - Ele levantou sua mão, tocando em meu queixo. Senti como se uma onda de choques elétricos estivessem atravessando todo o meu corpo.

- É que... Eu pensei que isso tudo poderia te afetar de alguma forma. - Ronnie arqueou as sobrancelhas, esperando uma explicação de minha própria frase. Eu queria apenas tentar entender o motivo de me sentir nervosa por ter o olhar de Ronnie em mim. Isso sempre foi algo normal. - Te... Te trazer más lembranças do passado por causa do tipo de lugar que vamos. - Talvez eu tivesse medo de não saber como ele encarava as coisas que haviam acontecido em sua vida. 

- Não se preocupe com isso. - Ele sorriu, parecia realmente não se importar. - Não sou o tipo de pessoa que procura ficar sempre mexendo nas coisas que aconteceram há um tempo atrás. Não tenho tanta coragem quanto você. Prefiro deixar os sentimentos em relação a isso de lado. 

- Tanta coragem quanto eu? - Soltei uma gargalhada curta. - Estou procurando por respostas alguns anos depois das coisas acontecerem. Sei que não tiveram a mesma gravidade que as suas coisas. 

- Passei a encarar a questão da prisão e o vício em drogas como uma coisa natural depois de tantas vezes ser obrigado a falar em entrevistas. - Ronnie realmente falava sobre isso sem esboçar nenhum sentimento. - É uma situação diferente. Não é como se as coisas que vivi necessitassem de uma resposta. O meu passado não me assombra. Ele só está lá para me lembrar de não fazer mais nada de errado novamente. 

- Já o meu... É como se ele fizesse parte de um trajeto que eu fui obrigada a passar para conseguir conquistar o meu presente. - Olhei para baixo. Aquilo foi mais um pensamento meu, solto em voz alta. 

- Você finalmente pegou o espírito da coisa. - O sorriso com os dentes perfeitamente brancos de Ronnie apareceu em seu rosto novamente. - Sei que assuntos mal resolvidos possam te rondar. Você está fazendo o certo. Não tenha medo. 

 - Talvez eu possa te entender em uma coisa. - Tentei levantar o astral do momento, procurando não fugir daquele assunto. Conversar com alguém sobre isso, sem que a pessoa passasse a dar pitacos abusivos, era algo realmente bom. - Ser traído por um integrante da sua própria banda não é algo que esquecemos muito. 

- Ah... Você deve ter razão. - Ele riu, ajeitando-se no banco de modo que ficasse de frente para mim. 

- Eu gostaria de ter notado alguma coisa diferente desde que Isis entrou na banda. Tudo bem que ela era a nossa integrante mais recente, não estava na banda tanto tempo quanto a gente... - Cocei minha cabeça. Falar daquele assunto ainda era um pouco difícil para mim. - Isis não foi nossa primeira baixista, mas tinha sido a última a entrar na banda antes de Eleonora. Se eu tivesse percebido que algo estivesse mudando ela, eu poderia ter evitado muita coisa.

- A sociopatia pode esconder muitas coisas. - Ronnie parecia realmente interessado no assunto, procurando uma explicação que se encaixasse em tudo aquilo. Eu sorri, mesmo estando tão difícil de fazer isso. - Nada foi culpa sua.

- Eu continuo achando que se eu tivesse aberto meus olhos muito tempo antes, muitas coisas poderiam ser evitadas. - Desviei meu olhar para a rua de novo.

 

FLASHBACK ON

O clima daquela tarde estava completamente agradável para um dia de shows debaixo de um céu aberto. Esse festival era um dos mais famosos de São Paulo, e costumava acontecer em todos os anos, e, no da edição de 2008, ano em que estávamos, The Outcasts havia sido chamada para ser uma das bandas principais depois da apresentação de muitas iniciantes que disputavam por uma demo.
Aquilo era uma honra para nós, já que a banda estava finalmente conquistando seu espaço no novo rock brasileiro, e receber um reconhecimento em um momento difícil como aquele que passávamos era algo gratificante.
Estava realmente difícil fazer algum show com a The Outcasts, mas resolvemos não deixar aquela oportunidade passar assim. Nossa baixista da formação original havia acabado de deixar a banda, pois teria que se mudar com seus pais para o exterior. Nossa solução, então, foi deixar o baixo com Karina, deixando a guitarra para eu conciliar com os vocais.
Aquela não era uma situação provisória, mas deveríamos segurar as pontas até que conseguíssemos finalmente uma baixista para a banda. Inscrições foram abertas, mas eu não estava conseguindo encontrar alguém que me inspirasse confiança o bastante para que eu cedesse o posto de baixista.
Nós havíamos acabado de terminar nosso show, com um público médio de 880 pessoas que se espremiam por um lugar onde pudessem ver o palco não tão grande montado naquele espaço de eventos. Eu e as três meninas passávamos pelo corredor que nos levavam para as tendas de backstage, quando, passei por uma garota que se encolhia em uma cadeira de plástico, com a cabeça baixa.
Parei no lugar onde eu estava, fazendo Karina e Heloísa se virarem para trás, olhando para meu rosto e me perguntando com o olhar o que eu fazia ali. Aquela garota não me era estranha, mas, com a cabeça baixa e os cabelos grandes escondendo seu rosto, eu não conseguia a identificar.

- Eu já vou. - Falei baixo, sorrindo para Karina e Heloísa, que me devolveram o sorriso e viraram-se de costas, continuando seu caminho.

Me abaixei na frente da garota que parecia ainda não ter percebido minha presença ali, e toquei seu ombro, esperando que ela levantasse a cabeça. Para minha surpresa, ela não estava chorando, mas deu uma fungada ao ver quem estava em sua frente. Me surpreendi. Aquela garota era uma velha conhecida minha.

- Isis? - Abri um sorriso ao vê-la, percebendo que ela continuava olhando para mim sem esboçar nenhuma reação. 

- Oi, Cristall. - Ela finalmente me devolveu o sorriso, voltando a se sentar normalmente na cadeira. Continuei ajoelhada em sua frente. - Você teve um bom show hoje. 

Eu havia conhecido aquela garota há muito tempo atrás, quando éramos apenas garotas líderes de bandas sonhando com um futuro promissor, disputando pequenos shows em lugares repugnantes. The Outcasts, diferente da banda dela, havia alcançado uma diferente posição no mercado musical brasileiro, enquanto a banda de Isis havia ficado estagnada na posição de bandas amadoras.

- Posso dizer o mesmo de você. - Sorri. 

- Obrigada. - Ela deu um suspiro arrastado, parecendo estar desconfortável com alguma coisa. - Esse foi nosso último show.

- Sério? - Eu não sabia como reagir a alguma notícia dessas, então preferi apenas fechar o meu sorriso. Talvez agora eu estivesse entendendo o motivo de ela parecer de tão mal humor largada naquele corredor.

- Sim. Estávamos todas achando que essa banda não teria mais futuro e decidimos cada uma ir para o seu lado. - Isis passou as mãos por seu rosto, olhando para cima. - Ótimo para elas, que já tinham planos paralelos na vida. Estou perdida agora.

- Você é uma baixista e vocalista maravilhosa, Isis. - Eu sorri, me esquecendo de que eu estava abaixada no meio de um corredor onde, a quase todo momento, algum staff se apertava para conseguir passar. - É muito raro encontrar quem faça essas duas coisas em uma banda. 

- Não importa, eu continuo perdida até então. - Ela parecia realmente desapontada, me deixando de alguma forma triste com o que estava acontecendo. Me coloquei no lugar dela, imaginando se um dia isso acontecesse com a The Outcasts.

De repente, um estalo em minha mente me fez levantar de súbito, assustando Isis com minha ação inesperada. Peguei em meu bolso um pedaço aleatório de papel, junto com uma caneta que eu havia usado para uma pequena sessão de autógrafos com alguma dúzia de fãs que me encontraram na grade atrás do local do show. Isis continuava me olhando sem entender alguma coisa, enquanto eu anotava meu número de telefone no papel.

- Eu te conheço tempo o bastante pra saber dos seus talentos. - Lhe estendi o pedaço de papel. Isis o pegou desconfiada, passando alguns segundos encarando o número ali escrito. Ela levantou sua cabeça para mim novamente, sem falar nada. - Me ligue para conversarmos sobre algumas coisas. Dizem que algumas oportunidades podem cair do céu.

FLASHBACK OFF

[...]

O lugar era tão horrível que parecia emitir uma energia ruim a partir do momento em que coloquei meu pé naqueles corredores. Poucas pessoas estavam naquele dia de visitas, já qeu ele só era liberado para pacientes não tão graves assim. Tudo o que eu já havia ouvido falar sobre centros psiquiátricos e prisões pareciam ser provados na frente de meus olhos, me fazendo estremecer cada vez que passávamos por algum lugar diferente, enquanto uma espécie de policial nos guiava por aqueles lugares cinzentos.
Ronnie parecia perceber o que eu estava sentindo, me abraçando e confortando com seus braços ao meu redor. Aquilo de certa forma me ajudava a lembrar que eu não estava ali sozinha, me fazendo andar de olhos fechados. Pessoas vestidas de branco, possivelmente enfermeiros, iam e vinham pelo corredor.

- Aqui é o setor 1, de casos não tão extremos. - O homem em nossa frente falou, sua voz preenchia o corredor repleto de portas fechadas. Ronnie apenas olhou para meu rosto, claramente sem entender nenhuma palavra daquilo. 

- Aqui é o setor de casos que não são extremos. - Sussurrei em seu ouvido, fazendo-o soltar um "ah" baixo, enquanto voltava a olhar para a frente.

- Creio que seria um pouco traumático até pra mim ver casos extremos de... gente louca. - Ele olhou para meu rosto, parecendo um pouco aliviado de não ter que olhar para o espaço em sua volta. 

- Tenho um exatamente do meu lado agora. - Tentei espantar meu nervosismo, soltando uma pequena risada. Ronnie apenas olhou para baixo, rindo também.

Fomos tirados de nosso próprio foco quando o homem que nos guiava parou na frente de uma porta. A porta era branca, e parecia extremamente cheia de trancas, embora enfermeiros entrassem e saíssem de diversas portas do corredor silencioso. Puxei um pouco de ar ao ver a última tranca sendo aberta, vendo o homem empurrar a porta com um grande esforço, revelando, ao contrário do que imaginei, um grande quarto branco e aconchegante.
Ele não possuía nenhuma janela, mas parecia extremamente limpo e confortável, com cores claras e uma cama preenchendo todo o espaço que parecia estar no vazio. Mas, outra coisa que estava ali no quarto fez meu coração disparar tanto que senti que iria perder a sustentação de minhas pernas. 
Virada de costas, sentada na cama, enquanto balançava as pernas em um ritmo marcado, Isis parecia completamente concentrada na parede branca em sua frente. Seu cabelo, antes na altura dos ombros, agora era tão longo que mostrava o tanto tempo que não via uma tesoura. Congelei na frente da porta, enquanto Ronnie ainda me abraçava fortemente.

- Olá. - Me assustei quando Isis virou-se para trás, esboçando um sorriso irônico enquanto saudava aqueles que estavam em sua frente.
 


Notas Finais


Fanfic em processo de saída de hiatus! Estarei organizando as coisas para regularizar as postagens mais uma vez <3


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