3:31. São exatamente 3:31 e eu não consigo dormir. O pior é ter que acordar cedo amanhã... Ou pensando bem, hoje. E o pior é que a culpa não é minha!! Minha insônia é culpa daquela pessoa que mora do outro lado do mundo, e que eu chamo todos os dias de amor. Tá, talvez não todos os dias, afinal temos os dias de briga como todo casal. Enquanto aqui e madrugada, lá é de tarde, provavelmente já deve ter embarcado no avião.
Me viro na cama novamente, mas de nada adianta. Meu nervosismo é tão grande, que não consigo dormir. Por falta do que fazer, fiquei pensando em seu sorriso, seus olhos, seu cabelo, seu corpo. E principalmente, sua voz, que já embalou tantas noites sem sono. Apesar do fuso horário de doze horas, fazíamos alguns sacrifícios para nós falarmos todos os dias.
— Ah, e pensar que tudo isso por conta do Instagram... — Disse a mim mesma.
Foi lá que nos conhecemos, eu estava entediada, procurando algo, quando por sugestão da própria rede social, encontrei seu perfil. Eu curtia as fotos e as vezes comentava. Até que em um dia, percebi que, parecia tristonha. Fui no direct perguntar se estava bem, e digamos que, fiquei muito tempo ouvindo seu desabafo. Virei uma pessoa realmente íntima, sabia de seus problemas com os pais, e na faculdade também. Apesar da diferença de idade, quinze para dezenove, quatro anos. Abuso de menor? Talvez, mas não me importo nenhum pouco.
A nossa amizade, acabou virando amor, que resistiu apesar da distância. E só de pensar que daqui a algumas horas vou vê-la, isso me deixa imensamente feliz. Mesmo anciosa o sono acaba por me dominar.
✿•✿
— ACORDE!!!
— Já tô acordada desgraça.
Dizer que consegui dormir é uma mentira, pode ser dizer que tirei um cochilo. Esta que acabou de gritar é minha amiga, Íris, com quem eu divido meu pequeno apartamento.
— Ande, ande, estou ansiosa!!
— Imagine eu.
Me levantei e fiz minhas higienes matinais, tomei café e coloquei uma roupa confortável, não quis perder tempo afinal não sabia ao certo quando chegar o voo. Saímos do apartamento pegamos o carro e e fomos aeroporto
✿•✿
— Ela está demorando muito! — Reclamei.
— Tenha paciência, vai acabar fazendo um buraco no chão.
— Parece minha mãe, credo. — Parei de fazer os círculos.
Eu olhava pessoas saiam mas nada dela... -
— Corre!
— Uh?
Sai em disparada, quase atropelei um senhor. Ela estava vindo em minha direção segurando sua mala colorida. Eu pulei em cima dela entrelaçando meus braços em seu pescoço e ficando na ponta dos pés.
— Ei, vai com calma.
— Unnie! — Eu a apertava no pescoço e ela apertava minha cintura.
Fiquei tanto tempo abraçada a ela, sentindo seu cheiro doce, que nem reparei Íris se aproximar.
— Que fofas — Sussurrou.
Eu afundei minha cabeça na curvatura de seu pescoço, me anestesiando com seu cheiro.
— Eu tava querendo um beijo sabia? — Disse.
— Tenho medo...
— De que?
— Medo de que, se eu olhar em seus olhos, eles voltem a ser aquels que eu só podia ver pela tela de um eletrônico.
— Isso não vai acontecer, eu estou aqui, amor.
Soltei-a devagar e a olhei. Seus olhos pretos puxados, sua bochecha cheinha, e seu cabelo comprido e liso. Encarei seus lábios rosados que tantas vezes sonhei em beijar. Segurei seu rosto a puxando pra baixo, para poder alcança-la.
— Baixinha.
— Cala a boca. — E a beijei.
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