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História Distorcy + mitw - Vivendo com depressão


Escrita por: jaureguitarik

Capítulo 1 - Vivendo com depressão


Fanfic / Fanfiction Distorcy + mitw - Vivendo com depressão

Tarik Pacagnan P.V.O 

A depressão se arrasta sobre você silenciosamente. No início você luta contra coisa pequenas, mas normalmente escolhe ignorá-las. É como uma dor de cabeça que você insiste em dizer que é temporária, vai passar, que é só mais um dia ruim. Mas não é. Você está preso nesse estado mental. Você se acostuma a colocar uma máscara social e continua a viver em meio às pessoas, porque é isso que você tem que fazer. É isso que os outros fazem. No entanto, o problema não passa, e você luta para levantar todo dia, e começa a ficar mais difícil a cada dia. É ai que você cai mais fundo ainda e é aí que você vai aos poucos se afastando da família e amigos, às vezes isolando-se deles completamente. Toda a satisfação vai embora. As pequenas coisas que te alegravam são agora sem importância, e mesmo as tarefas mais simples tornam-se dolorosas, e é aí que começa a faltar motivação. Por que continuar tentando se nada te faz feliz? Tudo te faz sentir-se ainda pior e você se vê preso em um círculo vicioso. Subitamente você se encontra vivendo em câmera lenta. Os dias se tornam indistinguíveis. É apenas um ruído branco, apenas um peso preenchendo sua cabeça e se derramando sobre seu corpo. Você sente que nunca mais será feliz novamente. Você continua a recuar e destruir relacionamentos. Você se envergonha de tudo o que fez, e de tudo o que não fez. Há uma parte de você que quer fazer as coisas direito, uma súbita onda de positividade o faz querer sair e encontrar pessoas, mas tudo passa muito rápido, porque você sabe que não vai funcionar de qualquer maneira. Coisas que deixam seus amigos animados, o deixam indiferente e você fica ciente do imenso abismo entre vocês. Outro fracasso não é uma opção, então no fim você decide ficar sozinho na sua zona de conforto onde ninguém faz nenhuma pergunta. A baixa autoestima e falta de propósito tornam-se insuportáveis. Você finalmente percebe que não pode continuar desse jeito e duas coisas podem acontecer: ou você decide buscar ajuda, ou você pode vir a tentar suicídio.

E eu luto contra coisas pequenas, luto em continuar precisando trocar alguma palavra com alguém.

Minha vida nunca foi fácil , eu sempre tive a ausência de pais verdadeiros ou carinho. " Você só tem 17 anos ", essas são as palavras da minha mãe sobre meu caso, o engraçado de tudo é que eles meus pais, nunca moveram uma folha sequer para me ajudar. 

Todo dia ao levantar eu choro, fico parado olhando os pôsteres de cantores famosos em minha parede, me arrumo e desço , eu não frequento mais a escola e, nesse estado nem posso. Hoje eu tenho mais uma consulta com a psicóloga Natacha, ela pretende me colocar em um grupo de acolhimento, descobri isso escutando uma conversa da minha mãe e meu pai. 

Ouço leves batidas na porta, era minha mãe me chamando pra almoçar mas como sempre minha fome era 0%. 

Não respondi, ela deve ter entendido o recado pois escutei seus passos indo em direção á escada. Levantei, tomei um banho quente, optei me apoiar na parede e deixar as gotas de água escorrer sobre meu corpo, deslizo lentamente sobre aquela parede fria e acabo sentado no chão, me vejo com os braços ao redor dos meus joelhos e meus olhos já vermelhos, em minha frente havia um espelho grande aonde meus irmãos se olhavam antes de sair.

- TARIK SAI DAÍ LOGO! - Escutei uma voz afeminada gritar do lado de fora e esmurrar a porta como se quisesse arrombar a mesma.

Nada respondi.

- O mãe olha o Tarik demorando de novo - Reclamou já sem paciência 

- Deixa ele Gara - Respondeu como se quisesse que eu não ouvisse - Ele precisa do seu espaço

- Me ajudem.. - 

Sussurrei sabendo que ninguém iria ouvir e senti as lágrimas escorrerem em minhas bochechas, o sentimento de tristeza se tornou tão forte que eu poderia me matar ali mesmo, porém não fiz isso, limpei as lágrimas, desliguei o chuveiro, me levantei, enrolei a toalha em meu corpo e abri a porta dando de cara com Gara parada em pé na minha frente. 

- Finalmente, tava batendo uma ai dentro? - Zombou sorridente 

- Gara! - Ouvi meu pai a repreender 

- Desculpa, foi só uma brincadeira - Bufou e entrou no banheiro batendo a porta de madeira logo atrás de mim

Respirei fundo, alto o suficiente para meu pai vir em minha direção com uma feição preocupada. 

- Está tudo bem? - Simplesmente jogou essas palavras em minha direção 

A vontade de chorar apareceu novamente, as lágrimas em meu rosto estavam insuportáveis de segurar. Então, apenas assenti com a cabeça e sai rapidamente pro meu quarto trancando a porta. 

Não pude escutar muito bem mas meus pais conversavam alguma coisa no corredor. 

- Ele está muito mal, isso é visível 

- So mais essa consulta e se não adiantar vamos intentar ele 

- Internar o nosso filho? Está louca?!

- É o melhor pra ele 

Horas se passaram e fiquei no meu quarto olhando a chuva pela janela, o relógio no celular marcavam 12:00 e era hora de sair pro psicólogo, me levantei e sai pra evitar que minha mãe subisse e reclamasse o caminho todo dizendo que sou um folgado.

Desci as escadas rapidamente e coloquei meu capuz.

- Vamos? - Abriu a porta

Apenas sai sem dizer nada e pude ouvir ela suspirar, entrei no carro, coloquei meus fones e deixei ser levado pela música, minha mãe fez o mesmo mas colocou uma música qualquer no rádio e deu partida.

Meus pensamentos foram para o assunto entre meus pais, o que será que eles falavam? " O melhor pra mim ?  " Algo bom não era, tenho certeza. 

- Tarik chegamos - Minha mãe deu tapas no banco aonde eu me encontrava sentado, acho que era a sétima vez que ela chamava, notei isso pela marca séria que seu rosto demonstrava estar. 

Entramos naquele hospital enorme com uma placa escrita " Caps para adolescentes " , então só eram atendidos pessoas de 15 anos pra cima. Chegamos na recepção e minha psicóloga já se encontrava ali em nossa espera. 

Caminhamos até ela, minha mãe a cumprimentou e eu apenas sorri sem mostrar os dentes.

- Vou começar com o Tarik primeiro, tudo bem? - 

Sua voz doce se direcionou a minha mãe que assentiu educadamente e sentou em um dos bancos vazios daquele ambiente frio e quieto aonde só alguns médicos conversavam sobre coisas sérias. 

Era raro algum barulho aqui, só em casos quando o paciente tem sua última consulta e recebe a notícia que vai ser levado a uma clínica de reabilitação, essa é minha última consulta e eu estava bastante nervoso.

Chegamos á sala 9 e entramos, ela fechou a porta e sentou na minha frente. 

- Então , você está melhor ? - Perguntou abrindo minha ficha 

- Não - Respondi olhando em volta, tinha coisas novas 

- Esses desenhos são de um paciente que foi transferido recentemente para aquela clínica que conversamos na semana passada - Disse sorridente 

- São do Mike? - Me virei pra mulher loira em minha frente 

- Sim, como sabe? - Me fitou 

- Contém o nome em baixo de cada um deles e eu conversei com um garoto que me falou bastante sobre desenhos semana passada - Dei de ombros 

- Ah sim - Sorriu - Vamos direto ao ponto - Manteve os olhos sobre mim todo tempo - Como se sente? 

- Pior do que antes - Respirei fundo

- Posso te fazer uma pergunta? 

Assenti com a cabeça 

- Como é conviver com a depressão? 

- É algo muito ruim, parece que estou cada vez caindo mais em um poço profundo e sem volta, eu não consigo escapar dele, meus pensamentos me matam mais e minha vontade de viver não existe mais 

- Você quer ajuda? - Me olhou 

- É o que eu mais quero - A fitei com os olhos já cheios de lágrimas 

- Nós vamos te ajudar 

- Por favor - Sussurrei já com a caneva



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