História Distracted Souls - Dúvidas

                                                                                     [Park Hani on]

1 ano se passou, eu e Suga iriamos entrar na faculdade, minha carta de admissão chegaria hoje, eu já não tinha mais unhas de tão nervosa. -Calma Hani! Assim você vai fazer um buraco no chão. -Suga me observava com os olhos enquanto estava deitado na cama comendo pipoca. 

-Pra você é fácil falar, já recebeu a carta e já sabe que foi aprovado. -Ainda roendo as unhas eu andava de lá pra cá, sem parar. De repente ouvi a campainha tocar. Parei de andar por alguns segundos e fitei Suga, o mesmo fez um gesto que eu deveria ir atender a porta, saí correndo do quarto, quase caindo nas escadas, quando cheguei, minha mãe já havia atendido. 

-Muito obrigada. Bom trabalho. -Ela se curvou, pegando as correspondências. 

-E aí? Tem alguma coisa pra mim? -Corri até ela, retirando as cartas de suas mãos e passando uma por uma procurando apenas uma com meu nome. 

-Era a primeira coisa que eu ia fazer, mas você... -Interrompi ela.

-ACHEI! -Gritei, jogando as outras cartas na mesinha e me joguei no sofá, rasgando o papel, ouvi passos na escada, olhei pro lado, era Suga parando nos últimos e observando, sua curiosidade estava quase maior que a minha. 

"Senhorita Park Hani, seja bem-vinda à Korea University. Lhe desejamos boa sorte, as aulas começarão na próxima semana (15/02). Meus parabéns e até lá. -Diretor Parang"

-Eu passei... -Ainda sem acreditar, não falei alto suficiente. -EU PASSEI, EU ENTREI NA FACULDADE! -Levantei do sofá e um entusiasmo que acabou por contagiar minha mãe. 

-Eu sabia que conseguiria. Deixa eu ver isso! -Ela pegou o papel da minha mão e começou a ler. Alem da mensagem de eu ter passado, ainda tinha mais muitas coisas escritas, como normas e essas coisas clichês.  

                                                                                               [...]

-Ainda não acredito que tô dentro. -Me joguei na minha cama, Suga entrou por último no quarto e encostou a porta.

-Sua reação foi melhor que a minha quando recebi a carta.-Ele se deitou ao meu lado.

-Suga, você nem se quer sorriu quando recebeu, só disse "Eu já sabia" você não tem graça nenhuma. -Virei pra ele e o fitei, enquanto ouvia minhas palavras rindo das mesmas.

-Isso porque não preciso me preocupar. -O garoto ficou olhando pro teto, com o braço esquerdo embaixo da cabeça.

-Omo! Pelo menos eu consegui passar. Veja pelo lado bom,estudaremos na mesma faculdade. -Me sentei na cama, dando um sorriso satisfeito. 

-Porque não comemoramos esse milagre do nosso jeito? -Olhei pra trás, percebi que ele me olhava de um jeito malicioso.

-O que você quis dizer com "esse milagre?" -Franzi a sobrancelha o fuzilando com os olhos. 

-Deixa pra lá. -O mesmo se sentou. -Mas vamos? -Ele se aproximou do meu rosto. Não respondi nada, Suga apenas me empurrou na cama, me fazendo deitar, logo ele veio por cima de mim, me beijando intensamente, uma mão estava na minha cintura e a outra se apoiava entre minha cabeça. Percebi que a mão que estava na cintura, começou a descer para minha calça,  na mesma hora, parei o beijo e  saí debaixo dele. -O que aconteceu? -Ele me olhou com uma expressão de dúvida. 

-Suga me desculpa, mas... -Fiquei de costas um pouco pra ele. -Eu não me sinto preparada pra isso. -Finalizei a frase, fechando os olhos com força e mordendo o lábio inferior, esperando uma bela patada dele.

-Você não se sente pronta ou acha que eu não sou o cara certo? -Com um tom de voz curioso e ao mesmo tempo desanimado, ele se levantou da cama, ficando de braços cruzados. 

-N-não é isso Suga. -Me virei, ficando frente à frente com ele, seu rosto continha uma expressão indecifrável. -Eu só tenho medo de fazer isso e me arrepender depois. -Com um pouco de receio, abaixei a cabeça e evitei olhar pra ele. Não demorou muito, o mesmo me abraçou e suspirou fundo.

-Respeito sua decisão. -Ele se pronunciou, ainda me abraçando. -Mas não pense que vou desistir. Quando achar que estiver pronta, é só me falar. -Aquele assunto me fez ficar um pouco corada, mas logo ele me soltou, se abaixou pra ficar da minha altura e sorriu. -Não precisa se sentir mal. -O mesmo bagunçou meu cabelo. -Mas agora vou pra casa. Amanhã eu venho aqui pra gente dar uma volta, tá bom? Se cuida, até mais. -Ele me deu um beijo na testa e voltou à sua postura normal, indo em direção a porta, mas antes de sair eu segurei em seu braço. 

-Não está chateado? -Perguntei, sem levantar muito a minha cabeça. 

-Porque eu estaria? -Ele perguntou, dando um sorriso fraco. -Não estou. -Soltei seu braço e ele foi embora. Eu sabia que ele tinha ficado chateado, mas eu sinceramente não queria fazer aquilo... agora. 

                                                                          [...]

-Ele o que?! -Yerin ficou boquiaberta quando eu terminei de contar o que tinha acontecido. 

-Shh, fala baixo! -Coloquei o dedo indicador na frente da boca. -Eu não queria, então cortei na hora. 

-Omo! Como assim? -Ela me olhou incrédula, parecia querer me matar por ter feito isso. 

-O que? Eu não iria fazer algo que eu não queria pra agradar ele. Além disso, isso é uma escolha minha, ele tem que entender, ficando chateado ou não. -Cruzei os braços, olhando pra janela da sorveteria. -Se bem que já faz um ano que estamos juntos e ele nunca tentou algo assim antes. -Fiz uma expressão pensativa e dei um suspiro longo. 

-Você não acha que é o sentimento que está acabando? -Ela perguntou, tomando mais um pouco do sorvete.

-Ahn? O que? Não claro que não! De onde tirou isso Yerin?! -Parei de olhar pra janela e passei a olhar pra ela sem acreditar no que ela tinha acabado de falar. -Suga e eu estamos muito bem e não vai ser por causa de um "não" que o sentimento estaria acabando. -Fiquei um pouco incomodada com o comentário dela. 

-Aigo! Desculpa. Só foi uma sugestão. Mas menina, relacionamentos tem essas coisas, se não ter, fica sem graça. Pensa bem nisso, talvez você acabe mudando de ideia sobre. -O celular de Yerin começou a vibrar. -Espera aí... -Ela atendeu. -Alô? Arram. Tô aqui na sorveteria. Tá bom, aish, tá tá, já vou. -Seguido de um suspiro, ela desligou o celular. -Hani me perdoa, mas vou ter que ir pra casa, minha mãe precisa da minha ajuda. -Yerin se levantou, pegando a bolsa dela e saindo. -Deixa que eu pago a conta, pensa direitinho na nossa conversa e vê o que você decide. 

O pior é que eu realmente não sei o que eu vou fazer...