História Distrust - Provocação

...Quando Miley saiu do meu quarto, eu me direciono ao banheiro para tomar banho. Após isso, me jogo em minha cama e adormeço rapidamente. 
            

 Narração Lovato 

Um ruído estrídulo invade meus sonhos, fazendo com que eu despertasse. Vejo que se trata do alarme do meu celular. Ainda com a visão embaçada, o desativo, com bastante dificuldade. Meu quarto já estava quase clareando. Por alguns instantes, fico refletindo e pensando naquilo que ocorrera ontem. 
Tudo que o Adam falou e fez, de certa forma, mexeu comigo. Claro, isso não significa que eu esteja me apaixonando por ele, não. Isso nunca! Mas não posso negar que, ser olhada e beijada por um homem daqueles, com certeza, abala as estruturas de qualquer um. Hoje eu vou ter que vê-lo... Acho que não estou preparada pra isso ainda. Eu só espero não ter que continuar mentindo pra Cassandra. Ela tem sido muito boa pra mim... Ela não merece isso que a gente estamos fazendo.
Olhei no relógio e percebi que já eram 6h. Corro pro banheiro, tiro minha roupa, mas aí, paro por um instante. Subitamente surge uma lembrança em minha mente. Por que eu acordei cedo? Eu só posso estar ficando doida. Só queria saber o porquê de eu estar com tanta pressa, sendo que hoje não tem aula?! - Pensei. - Mas que porra... - Resmunguei. 
Vesti minha roupa novamente e voltei pra cama. Abro os olhos e procuro pelo meu celular. Com ele em mãos, vejo que já são 11h30. Eu e minha mania de acordar tarde, quando não é pra acordar. 
Corro pro banheiro, tomo um banho de cinco minutos e me arrumo depressa. 
Às vezes, eu sou uma pessoa muito irresponsável, pois eu acordo tarde, justo no dia em que eu tinha que revisar um texto do meu chefe. 
Já eram 12h. Eu pego o texto e um café. A cada cinco ou mais linhas lidas, era um gole de café. E foi assim até eu terminar tudo. 
Hoje não podia chegar atrasada. Eu não queria levar uma outra bronca do Sr. Joseph. Eu corria o risco de perder até o emprego. Não estava querendo pagar pra ver. Mas como Deus é bom, consigo chegar no horário, até quinze minutos antes. Hoje, King estava com o humor melhor, graças à Deus! Toda vez que Cass entrava no escritório onde nós estávamos, ela lançava-me um olhar peculiar. A cada olhar, eu ficava cada vez mais sem graça. Quando terminei meu turno, saí de lá o mais rápido possível, pois não queria correr o risco da Cassandra me barrar e fazer um interrogatório sobre mim e Adam. Falar em Adam, eu vou ter que subir no apartamento dele. E foi isso que eu fiz. 
Fiz com que meus dedos caíssem ligeiramente na campainha. Não demorou, e logo ele abre a porta. 
   - Demi. 
Firmei um sorriso de canto no rosto. - Oi, Adam. 
   - Entra - Falou dando espaço para mim passar. 
   Entrei. - Seria muito mais fácil, se ontem eu tivesse vindo aqui direto. Evitaria tudo aquilo. 
   - Mas a culpa não foi sua. Foi minha.. Eu fui um idiota - Falou enchendo um copo de uísque e me oferecendo um. 
   - Não, obrigada. Eu não bebo. 
   - Bom... Já que você tá aqui, vamos colocar algumas regras. São só duas, não precisa se preocupar - Falou com um ar sarcástico. - A primeira regra: você não pode contar pra ninguém. E como eu costumo não acreditar nas palavras das pessoas, você vai ter que assinar um documento de confidencialidade. 
   - Aé... Você acha que todas as pessoas são como você: desonestas - Falei com um sorriso irônico no rosto. 
   - Pense o que você quiser... - Falou. - Mas você tá de acordo com a primeira regra? 
   - Se você insiste tanto... Tanto faz. 
   - Tá... Segunda e última regra: você tem que escrever com o objetivo de me agradar, e não  quem vai ler. Ou seja, tudo que eu disser pra você escrever, escreva. 
   - Tá, tudo bem... E quando a gente começa? 
   - Agora. 
   - Tudo bem. 
   - Então... Eu tô com algumas fotos aqui - Falou entregando-as. - E quero que você observe bem o que está acontecendo nesse momento e escreva. Depois que você tiver terminado, você me deixa ler, e aquilo que eu achar que não está de acordo, você reescreve. 
   - Certo - Falei observando as fotos atentamente. 
   - Você quer que eu te deixe sozinha? 
   - Seria bom - Falei ainda observando as fotos de forma circunspecta. 
Vamos, Demi. Você já fez isso antes. Como diz aquele velho ditado popular: "É como andar de bicicleta, pois você nunca esquece". 
Comecei a destrinchar a minha escrita. 
    

ADAM LEVINE E ASHLEY COLLINS SÃO VISTOS EM CLIMA ÍNTIMO. 
 

Paparazzi local, fotografou na noite anterior, fotos do suposto casal em clima de romance. 

Adam Levine, vocalista da banda 'Maroon 5', tem causado furdunço nas redes sociais ao ter sido flagrado com Ashley, 27, num restaurante próximo à Manhattan. 
Recentemente, a modelo e socialite Ashley Collins, deixa um árduo e insosso relacionamento, na qual já tivera muitos transtornos e desavenças. "Tudo que a gente viveu e tudo o que gente construiu, desmoronou, porque tudo o que ele sabia fazer era sentir ciúme. Isso sufoca qualquer mulher, e não somente a mulher, tanto homens quanto mulheres. É muito difícil viver com tanta desconfiança. A confiança é a base de tudo num relacionamento", afirma a modelo. Mas ao que tudo indica, ela já superou seu antigo relacionamento e já está em outro. 
Testemunhas locais afirmam ter visto Adam trocando olhares e palavras peculiares, que continham grande relevância. "Os dois estavam muito animados. Eles riam bastante. Me atrevo a dizer que, se não estivessem num lugar público, os dois já teriam se beijado faz tempo. O modo como eles se olhavam fez com que eu pensasse isso", afirma uma das testemunhas, na qual quis ter sua identidade mantida em sigilo. 
De prontidão, não há como ter certeza que há algo entre eles, mas não deve tardar para que essa esotérica aparição do suposto casal seja arquivada. 
   - Adam? - Chamei-o. 
   Ele apareceu depressa. - Terminou? 
   - Terminei - Falei entregando-lhe o manuscrito. - Já vou avisando... Não sou muito boa com esse tipo de escrita. 
   - Que tipo? 
   - Fofocas - Soltei um sorriso de canto. 
   Retribuiu o sorriso. 
   Enquanto mais ele lia, mais eu ficava nervosa. Quando ela terminou de ler, esboça um semblante estranho, na qual fez eu ficar preocupada. 
   - Ficou um cu, né?! - Perguntei conformada. 
   - Demi... Como você faz isso? - Indagou pasmo. 
   - Ficou tão ruim assim? 
   - Não... Ficou ótimo. 
   Sorri. - Nossa... Por um momento, achei que você tinha odiado. 
   - Ficou realmente muito bom - Esboçou um sorriso de canto. 
   - Obrigada... Você quer que eu mude alguma coisa? 
   - Não. Tá perfeito do jeito que tá. 
   - Ai que bom que gostou. Achei que não ia conseguir, porque fiquei o dia todo escrevendo com o seu tio... Aí não vinha nenhuma ideia... - De repente, vejo meu celular vibrar. Atendo. 
   - Alô? 
   - Oi, Demi... Como você tá? 
   - Depois de tanto tempo você resolveu se preocupar com sua filha? - Perguntei alterada. Adam me olha preocupado. 
   - Demi, você sabe muito bem que eu sempre me preocupei com você. Foi você quem saiu de casa e nunca mais me procurou. 
   - Mas foi você quem disse que se eu passasse por aquela porta, nunca mais era pra mim falar com você?! Que bela maneira de se preocupar, dona Dianna - Falei debochadamente. - Mas o que você quer comigo? 
   - Eu só queria bater um papo com a minha filha... 
   - Conta outra, mãe... Pra quê você ligou? 
   - Eu só liguei pra avisar que o seu tio Jack morreu semana passada. 
   - Semana passada?! E você só me liga hoje? - Indaguei indignada. 
   - Quer saber... Eu nem ia ligar. Foi sua irmã que ficou insistindo. 
   - No dia que você realmente se interessar pela minha vida e parar de me julgar, aí sim você me liga. Da próxima vez, fala pra Maddie ou a Dallas me ligar, e não a senhora. - Falei firmemente. - Tchau, dona Dianna - Falei friamente. Desliguei o telefone. 
Adam estava confuso com tudo aquilo. Então ele me olha e corta o silêncio que estava. 
   - Problemas? 
   - Mais ou menos... Era minha mãe. 
   - Deu pra perceber que vocês se dão muito bem - Falou ironicamente. 
   - Eu nunca me dei bem com ela. Na verdade, eu já me dei bem com ela, mas isso faz muito tempo. Ela não queria de jeito nenhum que eu fizesse jornalismo. Ela queria que eu vivesse o sonho dela. Aí eu falei pra ela que ia fazer o que eu quisesse fazer, aí ela começou a fazer a minha vida um inferno. E foi depois disso que eu resolvi sair de casa... Antes que ela me expulsasse - Falei melancolicamente. 
   - Se ela ler o que você escreveu pra mim, com certeza ela te apoiaria - Esboçou um sorriso de canto.
   -  Mas eu já nem ligo mais em receber o apoio e a aprovação dela... Também... Depois de dois anos. 
   - Faz dois anos que você não fala com ela? - Indagou indignado. 
   - Não mais, porque acabei de falar com ela - Esbocei um meio sorriso. 
   - Mas você tá bem, né? - Perguntou preocupado. 
   - Tô sim - Sorri. - Bom... Eu acho melhor eu ir. 
   - Eu vou te levar, já tá tarde. 
   - Se não se incomodar. 
   - Claro que não - Esboçou um sorriso de canto. 
   Descemos, e quando chegamos na rua, tenho uma surpresa muito agradável. Avisto Stefan encostado em sua moto. Ele estava me esperando. Ele solta um sorriso de canto ao me ver. Começo a dar passos rápidos, e isso fez com que deixasse Adam para trás. Quando estou quase perto do Stefan, corro e o abraço e respectivamente, o beijo. Eu estava com muita saudade dele. Parecia que não o via há uma semana. Ele me abraça e eu escondo o meu rosto em seu tórax. Continuo abraçada até sentir Adam se aproximar. 
   - Acho que não vou precisar mais te levar - Esboçou um sorriso de canto. Suas palavras soaram sutilmente melancólicas. 
   - Ah, ele é o Stefan, meu namorado - Olhei e sorri para Stefan. - Stefan, ele é o Adam. 
   - Oi - Falaram cumprimentando-se. 
   - Então você é o famoso Adam... E o que salvou a minha Demi - Falou me abraçando. 
   - Sua Demi?! - Falou resmungando e debochando. - E você é o Stefan... - Falou em tom antipático. - Engraçado... A Demi nunca me falou de você - Olhou-o sarcasticamente. 
   - Claro que falei. 
   - Talvez tenha falado tão pouco, que eu nem me lembro. 
   - Mas o importante é que ela falou - Falou o encarando. E depois que o encarou, fez questão de me beijar. O clima estava ficando tenso. Talvez, Stefan estivesse com ciúmes. 
   - Vamos, Stefan... É melhor a gente ir... - Tchau, Adam - Falei e sorri. 
   Adam encarou Stefan e me abraçou. Parece que os dois estavam se provocando. 
   - Tchau, Demi. 
Ele vira as costas e refaz seu caminho. Quando ficamos sozinhos, Stefan fala: 
   - Como ele é inconveniente. 
   - Mas você também não ajudou, né... 
   - Mas ele tava me provocando - Falou frustrado. 
   - Ele é assim mesmo.. Até você se acostumar com o jeito dele. 
   - Mas eu não fui com a cara dele. 
   - Ele é legal. Eu te garanto. Você só precisa conhecer melhor ele. 
   - Pra mim, o que importa é a primeira impressão - Falou ranzinza. 
    Stefan me deu um capacete. Ele vestiu o seu e eu subi na garupa. Confesso que odeio andar de moto. Eu tenho pavor. 
Fui o caminho todo de olhos fechados. Quando chegamos em frente ao meu prédio, nós dois descemos. 
   O beijei e logo em seguida, o abracei. 
   - Nos vemos amanhã? 
   - Eu não sei. Eu tô com tanto trabalho, que provavelmente nem vou poder te ver. 
   - Então só sábado? 
   - Pelo jeito, é só sábado mesmo.. Eu tô cansada. Eu vou subir, tomar um banho e dormir. 
   - Não esquece de me ligar antes de dormir, pra mim poder te dar boa noite - Sorriu beijando minha testa. 
   - Não vou esquecer - Sorri e o beijei. - Tchau. E toma cuidado andando nisso aí - Ri. 
   - Eu sempre tomo - Sorriu. 
               

 Continua...