História Distrust - Chantagem amorosa

Houve um tempo...
Quando eu estava com o coração tão partido
E o amor não era um amigo meu
Mas as coisas mudaram, yeah
Porque os nossos caminhos se dividiram

Aquele tipo de amor, era do tipo que mata
Escute-me, tudo o que eu quero é alguém que eu não possa resistir
Eu já sei tudo que precisava, pela maneira que fui beijada.
         
         

(Cryin/Aerosmith).

...Rio. - Tchau, meu amor.
   Adam beija-me de leve.
   Fecho a porta e não tardou para escutar o coral de "huns" pairando pelo ar e indo de encontro aos meus tímpanos.

Narração Lovato

   - Mas que melação - Dallas comenta.
   - Verdade - Miley concorda rindo. - Mas não deixa de ser fofo.
   - Ai, gente... Fazer o quê... Não consigo me controlar.
   - Não, a gente não tá julgando - Riu. - Pode continuar com a melação de vocês... Nós só estamos comentando que vocês são muito... Melosos - Dallas fala.
   - Nem tanto... - Respondo.
   - Mas que é fofo... Isso é - Dallas complementa. - Eu queria que o Eddie me tratasse assim.
   - Eu só espero que o Adam continue assim, porque ele pode se acostumar e mudar o jeito comigo.
   - Talvez... Mas o Eddie nunca foi assim comigo. Ele sempre foi um pouco frio - Dallas lamenta.
   - Mas Dallas, você precisa ver... Daqui a pouco o Adam liga pra Demi, pra dar boa noite... E claro, pra dizer o quanto ama ela - Miley falou com um meio sorriso no rosto.
   - Caramba, hem, Demi... Quem diria que você iria conseguir agarrar o bonitão - Disse Dallas. - Não que isso fosse difícil, porque você é tão linda... Mas digo isso, porque ele é... Uma celebridade - Finalizou.
   - Eu nunca imaginei que fôssemos ficar juntos... Sempre vi ele como um amigo.
   - Tudo começou com uma amizade colorida - Relata Miley.
   - Sério?! Vocês estão juntos há quanto tempo?
   - Desde ontem.
   - Mas eles só estavam de cu doce... Desde quando nós fomos lá no casamento da Babi.
   - Bem que eu percebi o modo que ele olhava pra você - Disse Dallas. - Os olhos brilhavam toda vez que ouvia o nome Demi.
   - Ele já era apaixonado por ela faz tempo.
   - A Maddie me contou que viu eles abraçadinhos no corredor lá de casa.
   - Mas a Maddie é uma fofoqueira - Falo.
   Riu. - Mas enquanto a Maddie tá no banho... Me conta... O que foi aquilo quando a gente chegou?
   - O quê? - Indago ingenuamente.
   - Aquela pegação - Miley responde pela Dallas. - É normal... Semana passada, eu acho, peguei eles no maior clima na cozinha - Falou entredentes. - E é melhor você já ir se acostumando, porque já que você vai ficar aqui essa semana, a cena que você viu hoje, vai ser bem comum.
   Sinto meu rosto corar.
   - Foi tão engraçada a sua cara quando a gente chegou - Dallas riu. - Tipo essa que você tá fazendo agora.
   - Como vocês querem que eu não fique envergonhada?! - Minha voz elevou-se três oitavas. - Depois que vocês pegaram nós naquela situação constrangedora?!
   - Constrangedora pra você, porque o Adam... Mais calmo, impossível - Dallas segurou o riso.
   - O Adam é assim: não tem vergonha de nada. E ele é um safado, pervertido... Nem era pra gente estar daquele jeito. Por culpa dele, já que é um safado.
   - Ele não tem muita cara de safado - Dallas argumenta.
   Solto uma risada pelo nariz. - As aparências enganam, porque ele é um dos homens mais safados que já conheci - Minha voz soou pesada. - Ele já transou com tanta mulher nessa vida, que já deve ter acabado com vários estoques de camisinhas por aí.
   - Ai credo - Fala Dallas.
   - Já avisei ele: se ele me trair, eu corto fora o brinquedinho dele.
   Riu.
   - E mato ele depois - Complemento.
   Maddie aparece.
   - E aí, mana - Fala sorrindo. - Você não sabe o quanto tava torcendo pra esse dia chegar - Seus olhos brilhavam.
   Sorri. - E eu não imaginava que esse dia chegaria.
   Meu celular toca.
   - Deve ser ele - Miley avisa.
   - Atende logo, Demi - Maddie fala entusiasmada.
   - É, Demi. Atende - Miley e Dallas falam ao mesmo tempo.
   Atendo. - Adam?
   - Coloca no viva voz - Miley implora.
   - Coloca, Dem!
   - Gente, para, que merda - Falo nervosa.
   - O que foi, Demi? - Adam indaga.
   - É essas loucas, intrometidas que não me deixam falar com você.
   - Mas coloca aí pra elas ouvirem. Só de sacanagem - Riu.
   - Tá - Coloco.
   - Então, amor, a Miley tava tão zoada hoje, né?
   - Hoje não. Ela já é zoada normalmente - Complemento rindo.
   Miley franze os olhos.
   - E além de zoadinha, é uma fofoqueira. Meu Deus, o James deve fumar a plantação toda de maconha pra conseguir aturar ela.
   - É tão intrometida - Falo.
   - Enxerida.
   - Eu tô ouvindo, Sr. Levine.
   - Nossa, Demi! Por que você não me avisou que tinha colocado no viva voz? - Indaga cinicamente.
   Rio.
   Miley me dá um tapa na cabeça. - Otários.
   - Eu também amo você, Miley - Adam diz cinicamente.
   Dallas e Maddie riem.
   Tiro do viva voz. - Pronto.
   - Então, amorzão...
   Sorrio. - Amorzão? - Interrompo-o. - Essa é nova.
   - Melhor eu inventar uns apelidos, antes que você invente...
   - O que tem de errado com meus apelidos? - Indago inconformada.
   - São ridículos - Riu.
   - Não são! São fofos.
   - Demi, você sabe que pra criatividade com nomes, você é péssima.
   - Mas Batman foi eu que dei. E é super criativo!
   - Mas é ridículo.
   - Não é ridículo, Adam. Você que não consegue perceber que eu sou um gênio.
   - Gênio?! - Riu. - Nunca... Você não é boa pra isso, admite.
   - Tá, tá, sabichão...
   - Então... Como tava dizendo antes de você me interromp...
   - Ai nossa... Eu te interrompo?!
   - Aí! Você fez de novo! Desse jeito você não vai ficar sabendo o que eu tenho pra te contar.
   - Fala, fala - Falo entusiasmada.
   - Se você deixar...
   - Pronto... Da minha boca não sai mais nenhuma palavra.
   - Tá... Então...
   - Mas o que é, hem? - Interrompi-o.
   - Ah! Mas que porra!
   Rio. - Eu tô zoando. Pode falar, benzinho.
   - Pelo amor de Deus! Não me chama de "benzinho". Parece minha mãe chamando meu pai.
   Rio. - Eu só tô te zoando... Fica bravo não, benhê - Falei cinicamente.
   - Só de raiva, eu não vou contar aonde eu vou te levar amanhã.
   - Ah não, Adam! Fala.
   - Já era - Fala cinicamente. - Já era, chuchuzinho.
   Rio. - Que merda de apelido.
   - Inspiração Lovato.
   - Mas você não vai me falar mesmo?
   - Não.
   - Vai, Adam. Não me deixa curiosa.
   - Agora, você só vai saber amanhã.
   - Para de ser chato. Conta logo.
   - Só conto se você falar que me ama.
   - Tá... Eu te amo.
   - Faltou emoção - Sua voz soou de um modo cínico.
   - Eu te amo! Eu te amo muito, mas muito mesmo! Vai Adam, para de chantagem. Me fala.
   - Que horror! Você só diz que me ama, só pra saber o que é... Não esperava isso de você, Demi... - Finge estar ofendido.
   Rio. - Cínico.
   - Mas agora eu quero te fazer uma surpresa.
   - Espero que seja boa... Porque eu tô muito curiosa.
   - Não é nada de mais... Mas tenho certeza que você vai gostar.
   - Espero... Agora você precisa descansar, porque meu astro, minha celebridade, tem que dormir.
   - Agora eu não tô com sono.
   - Mas você não disse que não dormiu quase nada essa noite?
   - Disse, mas agora eu não tô com sono...
   - Não sei como você consegue...
   - Já tô acostumado... Mas daqui a pouco o sono vem... Até porque... Eu só dormi umas duas horas essa noite, no máximo.
   - Você precisa dormir certo, Adam. Eu fico preocupada com você.
   - Não precisa se preocupar.
   - Lógico que precisa! Agora eu vou deixar você descansar.
   - Boa noite, minha pequena.
   - Boa noite, meu amor - Um sorriso idiota floresce em meu rosto. - Eu te amo. Mesmo você não querendo me contar, eu amo você.  
   - Eu também amo você - Falou docilmente.
   - Agora vai descansar - Ordeno.
   - Tá, mãe - Debocha-me.
   Rio.
   Desligamos.
   - Tava quase dormindo de tanto esperar... - Miley finge um bocejo.
   - Achei que você nunca fosse desligar - Dallas concorda rindo.
   - Mas e aí... O que vocês falavam tanto? - Miley indaga entusiasmada.
   - Nada de mais...
   Revira os olhos.
   - Tão lindos - Maddie diz.
   - Tão fofos - Dallas complementa.
   - Meu Deus... - Rio. - Nós só estávamos conversando.
   - Mas é tão fofo os "eu te amos" que você fala - Dallas falou suspirando.
   Sorrio.
   - A minha irmã tá apaixonada! - Dallas fala eufórica.
   - E apaixonada pelo Adam Levine! - Maddie diz esganiçada.
   - Só Adam, Maddie - Falei. - Pra mim, ele não é o artista Adam Levine. Pra mim, ele é só o Adam, meu namorado.
   - E meu cunhado - Dallas fala entredentes.
   Rio. - É.
   - Amanhã vocês duas poderiam nos levar pra conhecer a cidade - Sugere Dallas.
   - Pra mim nem dá - Falo.
   - Por quê?
   - Eu vou sair com o Adam - Falo ajeitando as sobrancelhas.
   - Sair?! - Um sorriso brotara sutilmente no canto de sua boca. - E pra onde?
   - Não sei... Ele falou que é surpresa.
   - Não esquece de vestir uma calcinha bem pequena - Falou maliciosamente.
   - Dallas! Não tá vendo a Maddie aqui não?! - Falo envergonhada, e provavelmente, corada.
   Ela riu. Talvez o que motivara seu riso, fosse pela expressão do meu rosto. - Foi mal... Ai, Demi... Você não muda mesmo... - Riu.
   - Como assim? - Arqueio uma sobrancelha.
   - O seu jeito envergonhado.
   - Vocês tão com fome? - Permuto de assunto.
   - Não tenta mudar de assun...
   - Eu vou lá fazer alguma coisa - Disse levantando-me.
   - Nem ouse! - Miley ordena. - Da última vez que você foi pra cozinha, quase botou fogo no prédio.
   - Eu ainda lembro daquela sopa azul que você fez - Dallas complementa.
   - Sopa azul?! Como isso? - Miley indaga indignada.
   - Acho que deixei cair alguma coisa... Alguma linha... Sei lá... Só sei que aquela merda ficou azul.
   Riu.
   - A Demi não serve pra isso. Além de  cozinhar muito mal, ela é muito desastrada - Dallas afirma.
   - Falou a cozinheira - Ironizei.
   - Melhor que você, tenho certeza que sou.
   - Então vai lá você fazer alguma coisa.
   - Eu não... Que vá a Miley.
   - Eu também não sei.
   - Meu Deus... Como vocês sobrevivem nessa casa?!
   - Nós compramos a comida - Miley responde.
   - E por que não compraram hoje?
   - Esqueci - Responde.
   - Pode ir indo pra cozinha, Dallas - Falo entredentes.
   - Mas vocês são umas preguiçosas - Fala bufando e levantando-se.
   Rio.
   Miley levanta-se e vai em direção ao seu quarto. Após alguns segundos, chama-me.
   - Demi?!
   - O quê?
   - Vem aqui rapidinho.
   - Tá...
   Levantei-me e sigo em direção de seu quarto.
   - O que foi?
   Ela fechou a porta. - Você e o Stefan já... Você sabe...
   - Por que você quer saber do Stefan?
   - Por causa daquilo que aconteceu... Você ficou traumatizada.
   - Nada a ver... Eu não fiquei traumatizada... Eu só fico um pouco insegura...
   - Mas você transou com o Stefan?
   - Não! - Falei indignada. - Eu não gostava dele... E não tinha certeza que ele gostava de mim de verdade.
   - Mas e o Adam? Como vai ser?
   - Eu não sei... Eu tenho medo... Apesar de eu gostar dele, ainda tenho medo dele só estar querendo me usar - Falei amargamente.
   - Ainda mais se tratando do Adam, que é um mulherengo.
   - Antes de avançar essa etapa, preciso ter certeza que ele mudou.

Three years ago, 27th October.
Hours: 7h pm, approximately.
 
   Minha cabeça estava pousada sobre um macio travesseiro. Meus olhos observavam atentamente ao teto. Um pálido e gélido teto de gesso... Pude ouvir vozes, na qual vinham do exterior do quarto em que estava. A porta estava fechada, então o som entrou com dificuldade.
   - Demi! - Gritou mamãe.
   Um suspiro profundo saíra de minhas narinas.
   Percebo a maçaneta movimentar-se.
   - O que foi, mãe? - Indago chateada.
   - Tenho novidades - Seus olhos expandiram-se e um enorme sorriso fixara-se em seu rosto.
   - O que é? - Falei sentando-me na beirada da cama.
   - Lembra da Leight?
   - Lembro... E daí?
   - Acabei de falar com ela por telefone - Disse eufórica. - Ela falou de você pro tio dela. E esse tio dela, o Sr. Carlos, é um produtor musical.
   Franzi a testa.
   - E ele quer te ouvir na semana que vem - Seu sorriso ficou ainda maior.
   Mantive a testa franzida.
   - Você não tá animada?
   - É-É-É... Cla-Cla... - Tomei o chá da gagueira. - Claro que sim! - Esforcei-me  para sorrir.
   - Que susto... Achei que você não tinha gostado da notícia - Falou aliviada. - Eu vou fazer a janta. Quando ficar pronta, eu te chamo.
   Assenti.
   Após minha mãe sair do quarto, levantei-me bruscamente da cama, fecho a porta. Sigo em passos desengonçados até o closet. Procuro por um casaco em seu exterior.
Apanho-o e o visto.
   Com minhas botinhas em mãos, sento-me na cama, calço-as e respectivamente, amarro o cadarço.
   Pego meu celular que estava em cima do travesseiro.
   Abro a porta e desço as escadas.
   - Onde você vai?
   - Eu vou na Summer, mãe.
   - Agora?
   - É.
   - Mas eu tô fazendo a janta e...
   - Relaxa... Eu já volto - Interrompi.
   - Tá... Cuidado, hem.
   Ao pousar meus pés na calçada, percebo que já estava quase escurecendo. E o vento era tão frio, que quando entrava em contato com meu corpo, fazia meus ossos rangerem.
   Summer morava perto de mim. Cerca de duzentos metros da minha casa. Então não tardou até que chegasse.
   Guio meus dedos até a campainha.
   Em questão de segundos, sou recebida pelo Sr. Lewis.
   - Oi, Demi - Falou sorrindo.
   - Oi - Sorri. - Eu vim falar com a Summer.
   - Ah... Entra - Esboçou um sorriso de canto.
   Adentrei.
   - A Summer tá no quarto dela.
   Aquiesci.
   Subo as escadas com diligência. Ao terminar de avançar os degraus, percebo que os Srs. Lewis haviam trocado a cor das paredes do corredor. Elas estavam totalmente pálidas.
   Depois de concluir minha observação, sigo até o quarto de Summer.
   Sorrio ao abrir a porta.
   - Dem! - Fala entusiasmada. - Você por aqui... Que surpresa.
   - Eu só vim dar uma passadinha... Até porque, minha mãe pediu para que eu não demorasse - Levantei rapidamente as duas sobrancelhas. - Summer, eu preciso  contar uma coisa.
   - O quê?
   - Minha mãe...
   - O que a Dona Dianna aprontou dessa vez? - Interrompeu-me.
   - Ela conseguiu arranjar um produtor musical pra mim - Falo sentando-me ao seu lado da cama.
   Seus olhos brilharam. - Sério?
   - Bom... Ele só vai me ouvir... E só depois vai ver se eu sou boa o suficiente pra indústria.
   - Isso é legal pra caralho... É uma pena que você não esteja muito animada com isso.
   - E não tô mesmo - Falo esmorecida. - Minha mãe me sufoca... Eu não quero fazer isso, mas não tenho coragem de dizer não.
   - Você precisa parar de aceitar tudo que pede.
   - Eu tenho medo que ela fique magoada comigo.
   - Nossa, Demi... Você é muito boazinha... Se fosse eu... Mas se fosse comigo... Eu mandava pra puta que pariu.
   Rio. - Eu tô desesperada - Falo melancolicamente. - Porra, eu quero fazer jornalismo, e não virar uma artista.
   - Você já tentou falar isso pra ela?
   - Eu nem me atrevo. Ela ficaria louca.
   - Sua mãe é louca - Fala rindo. - Desculpa... Eu sei que é sua mãe, mas é verdade.
   - SUMMER! - Sra. Lewis grita. - VAI ABRIR A PORTA! NÃO TÁ ESCUTANDO A CAMPAINHA NÃO?!
   - Se minha mãe é doida... A sua é o quê?! - Falei fazendo um escárnio.
   - TÔ INDO! - Gritou.  Deve ser o meu primo - Falou levantando-se.
   - O seu primo?
   - É... Desde comigo... Assim você conhece ele.
   Aquiesço.
   Nós duas descíamos as escadas. Enquanto o trajeto, ela diz: - Ele é meu primo mais velho. Ele tem vinte e cinco anos - Falou. - Ele é legal. Você vai gostar dele.
   Sorrio.
   Summer abriu a porta.
   Logo pude observar um homem adentrando.
   Ele cumprimentou Summer com um abraço. Após isso, fez com que seus olhos fossem em minha direção.
   - Essa é minha amiga.
   Ele aproximou-se. - Essa sua amiga tem nome? - Esboça um sorriso torto.
   - Demi. Eu me chamo Demi - Esboço um sorriso de canto.
   Ele mantém o sorriso torto no rosto.
   - E você? Não tem nome, não? - Esboço um sorriso satírico.
   - Harry.
   - Ai que legal - Sorrio. - Tipo Harry Potter.
   Summer arregala os olhos, e faz um sinal de negação.
   - Que foi, Summer? - Indago de uma forma simplória.
   - O Harry odeia quando comparam ele com o Harry Potter - Falou com um sorriso sem graça.
   - Por quê?
   - Porque eu não gosto de Harry Potter.
   - Como você não gosta de Harry Potter?! - Minha voz eleva-se três oitavas. - Todo mundo gosta de Harry Potter! - Falo inconformada. - E nem pense em dizer "Eu não sou todo mundo".
   Ele riu. - Não, eu não ia falar isso - Falou entredentes. - Eu sou uma exceção.
   - Responde uma coisa: qual o sentido da sua vida? - Indago indignada.
   - Álcool, maconha, mulheres... Não, mentira - Riu. - Depois que fui ficando mais velho, percebi que existem coisas mais importantes nessa vida.
   - Tipo o quê? - Arqueei uma sobrancelha.
   - Contas pra pagar.
   Rio. - Mas você devia tentar ler ou assistir o filme.
   - Já tentei. É uma bosta.
   - Não fala assim. É muito bom.
   Ele fita-me com seus belos olhos azuis. E que olhos! São os olhos mais bonitos que já vi!
   - Bom... Eu preciso ir - Falo.
   - Mas já? - A Summer indaga. - Ah é... A Dona Dianna... - Revira os olhos.
   Abraço-a. - Tchau, Summer. Tchau, Potter - Sorrio cinicamente para ele.
   Ele franze a testa.
   Summer direciona-me até a porta.
   - Até amanhã - Fala.
   - Até.
Sigo meu caminho em passos ágeis.
                    

  ...

   Miley fez-me lembrar do Harry. E para ser sincera, ainda dói um pouco relembrar tudo aquilo.
   Dallas preparara uma janta singular. Peculiar até demais, para falar a verdade.
Ficou tão estranha, que preferiria comer terra ao invés de sua comida. Bom... Acho que estou exagerando só um pouquinho... Capim é menos nojento que terra.
   Após o jantar desastroso de Dallas, resolvo ir dormir.
   Eu estava num quarto frio. A iluminação era precária.
   Lá havia uma cama. E nela, uma mulher seminua.
Seus cabelos negros balançavam conforme ela mexia quadris. Era notório o fogo que estava sentindo, pois seus músculos estavam rígidos.
   Essa mesma mulher deitara na cama. Mas deita-se de uma maneira peculiar. Era tão sexy e sedutora.
   Ela exibia seu corpo esguio e enxuto. Seu belo corpo seminu.
   Após isso, percebo a porta abrindo-se.
E para o incrível que pareça, vejo Adam adentrar.
   Ele não nota minha presença e segue em direção à cama.
   Adam começa a se esfregar naquela mulher.
   - Adam! Você é tão cara de pau assim?! Vai me trair aqui na minha frente?!
   Ele não me dá ouvidos e continua a se esfregar.
   Sinto meus olhos encherem-se d'água. - Por favor, Adam! Não faz isso comigo! Você me prometeu me amar pra sempre! - Falo entre soluços.
   Parecia que eu estava invisível. Eles simplesmente não notavam minha presença.
   Aproximei-me. E quando iria fazer a ação de tocar em Adam, eu acordo.
   Ao despertar, percebo meu corpo molhado, pescoço, braços, tórax e pernas.  E haviam lágrimas por todo o meu rosto.
   - Que sonho foi esse?! - Resmungo aflita.
   Enxugo minhas lágrimas.
   Olho ao meu redor. A claridade assolava minha janela. Então, de súbito, pego meu celular, com receio de não ter escutado o alarme do mesmo. Mas para meu alívio, faltavam dez minutos para tocar.
   Então resolvo levantar e me arrumar.
   Arrumei-me depressa. Sem delongas. E enfim, fui preparar algo para comer.
   Direcionei-me até a cozinha e coloquei a água e o pó de café na cafeteira.
   E enquanto o café não ficava pronto, resolvo arriscar minha vida: prontifico-me a fazer panquecas.
   Apanho uma tigela e pego os ingredientes, tais como, leite, ovos, açúcar, óleo, farinha de trigo, fermento, etc., pego um fouet, e após colocar a quantidade correta de cada elemento no recipiente, bato-os todos com o fouet.
   Abro meu armário e pego uma frigideira. Unto a frigideira com um pouco de manteiga, e ligo o fogo. Despejo um pouco do conteúdo na mesma.
   Quando uma ficava pronta, fazia o mesmo com a outra.
   Estava quase acabando. Quando fui colocar a última porção na frigideira, deixo cair um pouco no chão.
   - Até tava estranhando eu não ter dado nada errado até agora - Murmuro.
   Pego um papel e limpo aquilo.
   Lavo minha mão e respectivamente, enxugo-as com um pano. Mas sem perceber, o deixo ao lado de uma boca acesa do fogão.
   Ao virar as costas, sinto cheiro de fogo.
   Fico desesperada. O pano está pegando fogo!
   Quando fui pegar o pano, esbarro no cabo da frigideira, fazendo com que ela caia no chão com a panqueca totalmente crua. Ignoro por um momento aquela sujeira no chão. Meu foco era apagar o pano em chamas. Apanho-o e o jogo na pia e ligo a torneira. Após isso, dou dois passos até o fogão, com fins de desligar o fogo. Mas nesse percurso, piso na panqueca que estava no chão, e escorrego, fazendo com que sujasse toda a minha calça de massa crua.
   Bufo de raiva.
   Olho no celular e vejo que estou atrasada.
   - Ah, não! Atrasada de novo?! - Resmungo indignada.
   Adoço o café, e como algumas panquecas com creme de avelã com chocolate.
   Após isso, corro para limpar aquela bagunça. E troco de calça.
   Saio de casa apressada. Ao pisar na calçada, vejo Nick estacionando o carro.
   - Nem pense em desligar o motor! - Falo ofegante.
   - Por quê?
   - Porque você vai me dar uma carona até a minha faculdade. Eu tô muito atrasada - Dei ênfase no termo "muito".
   - Entra aí - Falou desanimado.
   - Não faz essa cara - Falo adentrando.
   - Cara?! Que cara? - Indaga cinicamente.
   - Essa que você tá fazendo agora.
   - Eu só tô cansado.
   Nick estava dirigindo muito rápido. E isso faz-me lembrar de colocar o cinto.
   - Seu trabalho é muito esquisito.
   - Normal.
   - O seu horário é muito esquisito.
   - É que meu chefe pede pra eu fazer algumas coisas...
   Nunca comentei com ninguém, mas já achei uma camisa do Nick com uma mancha de sangue. Talvez ele esteja mexendo com alguma coisa errada.
   Arqueio uma sobrancelha.
   - O que você tá querendo insinuar?
   - Nada. Eu não tô querendo insinuar nada... Eu só acho estranho eu não saber com o que meu amigo trabalha.
   - É um trabalho como outro qualquer - Fala desconfortável.
   - Espero - Arqueio uma sobrancelha.
   Ele estaciona.
   - Tchau, Demi.
   - Tchau - Falo tirando o cinto.
   Abro a porta saio.
Ao entrar na minha sala, vejo meu professor Benjamin - Bom dia, Sra. Atraso.
   Sentei-me. - Bom dia, Sr. Satírico.
   Ele sorri. - Como estava dizendo... Sabe aquelas pessoas que trocam a vírgula ou colocam no lugar errado? Existem milhares por aí. Na verdade, é o que mais existe por aí. Principalmente na Internet - Seus olhos expandiram-se. - Um dia tava eu navegando pela Internet, e me deparo com um post muito tosco - Revira os olhos. - O infeliz escreveu bem assim: "Eu vim dar, boa noite". Aí na mesma hora pensei: "Porra! Já sabia que você era gay, mas não precisava anunciar isso publicamente!". - Falou com a voz robusta. "Mas pensando bem... Passa o endereço pra mim, porque eu tô doidinho pra dar também". - Falou fazendo voz de homossexual.
   A sala riu, inclusive eu.
   - Porra! Como o infeliz tem coragem de publicar algo desse? É muita burrice! Esse tipo de pessoa... Esse tipo de pessoa não... Esse tipo de anta, devia ter a internet cortada! - Fala entredentes. - Mas uma outra coisa que me deixou com vontade de me tacar pela janela, foi isso que li: "Vendo meu filho aceito cartão". Quando li, torci que fosse mesmo um erro de português... Até porque, tráfico de pessoas é um crime muito grave.
   Ri. - E tem aquele clássico: "Minha boca na sua rola?".
   - Se você quiser... Mentira! - Riu. - É antiético.
   Rio. - Meu Deus.
   Professor Benjamin falou mais um pouco sobre a importância da vírgula, e depois, sobre o título de um texto.
   Ao término do turno, saio da faculdade e vou direto para o trabalho.
   O Nick tá me deixando muito preocupada. Quando ele arrumou esse emprego, ele ficou tão estranho. E aquela camisa ensanguentada... Me deixa ainda mais preocupada. Afinal, eu sou amiga dele, e é claro que me importo com o que ele faz. E só de pensar que ele esteja envolvido com alguma coisa errada... Me dá um medo de perdê-lo - Pensei.
   Subo as escadas com bastante mansidão. Não estava com pressa. Muito diferente de quando fui para faculdade hoje mais cedo.
   Finalmente chegara em frente a porta de Joseph.
   Toco a campainha e sou recebida pela Cassandra.
   Falar em Cassandra... Ela ficou muito sorridente ao me ver.
   - Oi, Demi - Sorriu.
   - Oi, Cass - Sorri e logo em seguida, adentro.
   - Eu preciso te contar uma coisa - Apertou os lábios.
   - O que é? - Indago intrigada.
   - Não era pra mim te contar, e sim o Joseph.
   - Você tá conseguindo me deixar curiosa - Um sorriso escapa do meu rosto.
   - Pelo que entendi, ele vai subir seu cargo.
   - Puta que pariu! - Sorrio alegremente.
   Riu. - Parece que você vai trabalhar no jornal dele.
   - Como assim?
   - Entra lá... Ele vai te explicar direitinho.
   - Tá - Sorrio.
   - Ah! Finge estar surpresa - Deu uma piscadela.
   Rio. - Pode deixar.
   Guio-me em passos lentos até o escritório de King.
   Adentro.
   - Oi, Demi - Sorriu.
   - Oi - Sorri.
   - Que bom que você chegou cedo... Porque...
   Sorri entusiasmada, como se esperasse ele dizer sobre minha promoção.
   - Porque temos muito trabalho - Finalizou.
   - Ah... - Sorri desapontada.
   - Eu queria que você desse uma revisada nesses textos aqui.

UM DOS MAIORES ASSALTANTES DE BANCOS DOS EUA FOGE DO PRESÍDIO.

   Pierre Rocco, conhecido por ser um dos maiores assaltantes de banco do país, foge de uma maneira inacreditável de um presídio de segurança máxima.

   Pierre, mais conhecido como "Piolho", foi capturado em 2007, por ter roubado milhões de um banco dos Estados Unidos.
   Os policiais, na época, trabalharam de uma forma árdua, pois para capturar Piolho, fora um desafio e tanto. E por isso o apelido, pois Pierre é uma pessoa calva, e a utilização desse apelido, foi uma maneira de satirizar a dificuldade da apreensão do sujeito. "Foi como achar piolhos na cabeça de um homem careca", disse um policial na época.
   Piolho ficou foragido por três anos, e só foi capturado em 2007. Lembrando que Pierre planejava roubos, mesmo estando foragido. Não só planejava, como cometeu mais oito assaltos após o primeiro. Roubou cerca de 200 milhões de dólares.
  Foi preso em casa, após ter ido à uma quitanda e esquecido de usar sua peruca, que era seu melhor disfarce, na qual ficava irreconhecível só de usá-lo.
   Mas hoje, (13), Piolho foge de uma forma estupefata.
   Após sua fuga, policiais locais investigam sua cela e veem um túnel coberto por uma espécie de pôster.
   Além do túnel, foram encontradas comida, armas brancas e uma moto.
   "Não espremeram a lêndea, então o piolho nasceu. E agora vai sugar muito sangue da cabeça dos otários", afirmou Pierre, por meio de uma pichação encontrada no túnel.
   Agora, o desejo da população é a apreensão de Pierre. E que os cofres bancários sejam poupados da sede de Piolho. E não é de sangue, muito pelo contrário... E sim, de dinheiro.
   Revisei mais alguns textos. Nunca encontrei falhas. Mas King fazia questão de ouvir minha opinião. E obviamente, estava tudo excelente.
   O relógio batia exatamente às 17h da tarde.
   Só então o Sr. King matara minha curiosidade.
   - Ah, Demi. Eu queria te fazer uma proposta.
   - Do que se trata? - Fingi obtusidade.
   - Você é uma menina muito esforçada, e sei que é muito competente. Então eu queria que você fosse trabalhar no meu jornal, "New York Summary".
   - Então você é o dono desse jornal? - Falo surpresa.
   - Eu e mais uns dois sócios... Mas continuando... Você ainda continuaria sendo estagiária, mas obviamente, teria um salário maior, porque além de trabalhar lá, você também trabalharia aqui... Por menos tempo, claro - Finalizou. - E aí? Você está interessada?
   - Cla-Claro! - Dei uma leve gaguejada.
   Ele sorriu.
   - Eu só queria saber os horários.
   - Ah, claro! Os horários... - Falou coçando a cabeça. - Como você é minha estagiária, você poderá entrar no mesmo horário que entra aqui. Mas sairá às 17h30. E quando sair, virá pra cá, para continuar a fazer o trabalho que você sempre faz, só que bem reduzido.
   - Então tá tudo certo - Sorrio.
   - Ah! Eu queria levar você pra conhecer o prédio.
   - Agora?
   - Sim... Até porque, os funcionários não embora daqui a pouco, então vai dar pra mim te mostrar tudo.
   Aquiesci.
   Nos levantamos.
   Andamos em direção à porta e descemos as escadas.
   Adentramos em um táxi.
   Sr. Joseph me dissera que não estava mais dirigindo, pois desde que arrumou confusão no trânsito, Adam "proibiu-o" de dirigir. "Proibir" é um termo muito autoritário. Para eufematizar, Adam sugeriu que seu tio parasse de dirigir, pois  seria melhor para evitar situações desarmoniosas, como aquela passada.
   Foi uma confusão colossal. Joseph contou com detalhes o estopim para a briga.
   Tudo começou com uma fechada de um outro motorista. E Joseph não gostou nada, e logo ofendeu o outro senhor que lhe deu essa fechada. E esse senhor não gostou nada dos adjetivos pejorativos que  Joseph lançava aos ventos. Então o Velho Pilantra desceu ao carro e quebrou a janela de King. E ele, por sua vez, desceu do carro e quebrou o nariz do Velho.
   Moral da história? Não insulte velhos folgados, senão sairá com uma janela quebrada e com uma mão machucada, por socar o rosto de um "Velho Pilantra".
   Descemos do táxi, e logo pude observar um grande prédio. Um suntuoso prédio. Ele é tão alto. Tão bonito!
   - Os funcionários já devem ir embora... Claro, tirando aqueles que têm o horário diferente dos demais. E normalmente, é o pessoal que trabalha lá em cima que vão embora por último.
   Adentramos.
   - Boa tarde, Sr. King - Uma moça falou sorrindo.
   - Boa tarde, Sol - Retribuiu o sorriso. - A propósito... Você já tá indo pra casa?
   - Daqui a pouco, por quê?
   - Porque gostaria que me ajudasse a mostrar a essa moçinha o lugar onde ela vai trabalhar.
   Olhou-me surpresa. - Você vai trabalhar aqui?
   - Sim - Esboço um sorriso de canto.
   - Ah... Esqueci de te apresentar à mais atenciosa recepcionista que eu conheço: Solange - Sorriu. - Solange, essa aqui é minha estagiária Demi.
   - Muito prazer - Falei.
   - O prazer é todo meu - Fala sorrindo.
   - Caso tenha dúvidas, pergunte à ela, porque a Solange, inacreditavelmente, sabe de tudo que se passa por aqui.
   - Certo.
   - Sol, você pode ir mostrando essa parte pra Demi? Eu preciso dar uma subida lá no último andar, e falar com o Roy.
   - Pode ir lá tranquilo. Eu mostro tudo pra ela.
   - Obrigado - Sorriu aliviado. - Eu já volto.
   Solange me mostrara tudo, absolutamente tudo. Ela conhece tanto esse lugar, como conhece ela própria. Toda vez que perguntava sobre tal objeto ou escritório, aquela mulher tinha uma história para contar. E como ela fala!
   Ela me explicou qual era minha função. Ou melhor dizendo... Quais eram minhas funções. Afinal, eu sou estagiária, e estagiários fazem de tudo, pois isso tudo que irei fazer, será um preparo para minha carreira profissional.
   - Você vai gostar de trabalhar aqui - Afirmou.
   - Tenho certeza que vou - Sorrio. - Você trabalha há quanto tempo aqui?
   -  Faz uns oito anos.
   - Ual - Falo.
   - O Joseph costumava vir trabalhar aqui, mas ele resolveu trabalhar em casa.
   - Ele é um bom chefe - Afirmo.
   - É, ele é sim - Sorri.
   Logo Sr. Joseph aparece.
   - Vamos?
   - Vamos - Respondo.
   - Hoje você será liberada mais cedo - Sorriu.
   - Então não vamos voltar ao trabalho?
   - Não. Você pode ir pra casa.
   Entramos no táxi.
   - Então eu vou ligar pro meu namorado pra avisar que não é pra ele me esperar.
   Aquiesceu.
   Pego meu celular e ligo para o Adam.
   Fico furiosa por ele não atender. Mas após cinco minutos, aproximadamente, ele retorna.
   - Oi, amor - Fala Adam.
   - Por que você não me atendeu?
   - Eu tava em reunião com a banda.
   - Com a banda? Mesmo? - Indago desconfiada.
   - É, com a banda. - Fala. - Você acha o quê? Que eu tô aprontando? - Indaga inconformado.
   - Não é isso, Adam... Eu só tô perguntando, porque eu tive um sonho muito ruim com você.
   - Nesse sonho eu não morro não, né?
   - Não! Graças à Deus, não! - Falo assustada. - Mas eu prefiro não lembrar...
   - Mas se você começou, termina.
   - Não... Não vou contar. Até porque... Você não quis me contar o que você quer me mostrar - Um sorriso sugestivo foge dos meus lábios. - Falar nisso... Eu te liguei pra avisar que meu chefe me liberou mais cedo. Então...
   - Comigo você não precisa falar "meu chefe". Ele é meu tio.
   - Eu tô com ele. Por isso.
   - Ah tá... Mas você pode contar pra ele.
   - Será mesmo? Você acha que é o momento certo? E se ele não gostar?
   - Se ele não gostar, foda-se... Eu não preciso da aprovação de ninguém. O importante é eu querer... Nós - Fez uma ressalva.
   - Eu acho melhor você contar pra ele... Eu tenho medo da reação dele.
   - Não precisa ter medo... Se a reação dele for ruim, não vai mudar nada, porque eu nunca vou terminar você.
   - Mas Adam, como eu vou falar pra ele que tô namorando o sobrinho dele? - Nesse momento, esqueço que Joseph estava do meu lado. E após falar isso, ele me olha intrigado, mas muito intrigado. Tão intrigado que chegou ao ponto de perguntar com quem estava falando.
   - É seu namorado?
   Aquiesço.
   - Ele tá perguntando com quem você tá falando?
   - Tá - Falo desesperada.
   - Nossa, Demi... Se fodeu - Riu.
   - Como é o nome do seu namorado? - Ele perguntou de uma forma séria.
   - Agora você tá completamente fodida - Adam debochou.
   - Daqui a pouco eu te ligo.
   - Tá - Falou entre risos.
   Desliguei.
   - Você tá namorando o Adam? É isso mesmo que entendi? - Indaga firmemente.
   - É - Minha voz soou frouxa.
   - O meu sobrinho? - Indaga estupefato.
   - Isso, o Adam. Seu sobrinho - Tentei passar firmeza em minha voz.
   Deixou escapar um riso pelo nariz, e respectivamente, negativou com a cabeça. - Sua imaginação é muito fértil mesmo. Você tem futuro como escritora de ficção.
   Olho-o confusa. - Não, acho que você não entendeu... Eu e o Adam realmente estamos juntos.
   - Demi... O Adam não gosta de ter compromisso sério com ninguém... E além do mais, eu nunca vi vocês dois juntos.
   - Mas é verdade.
   Riu. - Eu não consigo imaginar o Adam num relacionamento sério com alguém... Logo ele.
   - Eu sei... Eu também não conseguia imaginar, mas aconteceu. Nós nos apaixonamos.
   - Eu só acredito vendo.
   Peguei meu celular e novamente liguei para ele.
   - E aí? Como foi a reação dele?
   - Ele não acredita.
   Riu. - Sério?
   - Muito sério... Por isso falei que era melhor você ter contado.
   - É sério isso? É o Adam mesmo ou você só tá brincando com a minha cara?
   - É o Adam. Quer falar com ele?
   - Por favor.
   - Amor, o seu tio quer tirar a prova real. Ele quer falar com você.
   - Tá...
   Passei o celular para o Joseph.
   - Adam? Que história é essa? É sério isso?
   (...)
   - Se você tiver fazendo o que eu tô pensando...
   (...)
   - Eu acho bom mesmo. Ela não merece isso. E eu acho bom você tratar ela com respeito!
   (...)
   - Tá, Adam. Depois eu vou pegar você pra ter uma conversa de homem pra homem. Dessa conversa você não escapa, pode ter certeza disso.
   (...)
   - Tá... Eu vou passar pra ela.
   - Adam?
   - Meu tio quer ter uma conversa séria comigo. Ele ainda não tá cem por cento seguro das minhas intenções com você.
   - Nossa, eu te liguei só pra avisar que não era pra você passar no seu tio, e deu todo esse assunto, meu Deus.
   - Por que não é pra passar lá?
   - Porque eu tô indo pra casa.
   - Ah... Então mais tarde eu passo na sua casa pra te buscar.
   - Ta bom.
   - Até mais tarde.
   - Até. Tchau, meu amor.
   - Tchau, minha linda.
   Desligamos.
   - Eu só espero que o Adam esteja com boas intenções.
   - E ele tá, acredite.
   - Espero... Porque seria tão bom você conseguir mudar ele.
   - O Adam disse que vai mudar. E eu realmente espero que seja verdade.
   - Eu gostei muito de saber que é você a namorada dele. Muito mesmo.
   Sorrio.
   - Você é um pouco nova pra ele, mas se há sentimento, a idade não importa.
   O motorista estacionou o carro.
   - É verdade.
   - Bom... É minha parada - Falou pegando sua pasta de documentos e dando o dinheiro ao motorista. - Aqui está. Deixe ela na casa dela. E pode ficar com o troco.
   - Valeu, patrão, pode deixar - O motorista respondeu.
   - Ah, Demi... - Disse Joseph. - Só um conselho: toma cuidado com o Adam.
   - Eu já tomo... Até porque, eu já conheço a peça.
   - Não, você não conhece, te garanto.
   Aquelas palavras me assustaram um pouco.
   - Tchau, Demi - Sorriu.
   - Tchau - Retribuo o sorriso.
   Após o tio do Adam sair do carro, falo meu endereço ao motorista e ele me leva até em casa.
   Subo os degraus com rapidez. E logo adentro meu apartamento.
   Ele parecia estar vazio, mas enganei-me, pois Miley aparece na sala.
   - Oi - Falou animada. - Chegou cedo hoje, hem.
   - Pois é, né... - Um sorriso enorme escapa dos meus lábios. - Eu tenho novidades.
   Seus olhos brilharam. - E o que é?
   - Eu vou trabalhar no jornal do Sr. King, o New York Summary - Minha voz soa entusiasmada. - Eu tô muito animada!
   - Que ótima notícia! - Sorriu. - Ótima não, maravilhosa!
   - Não vejo a hora de começar... Ah, Miley... O Joseph já sabe sobre mim e o Adam.
   Seus olhos saltaram. - E aí? O que ele achou?
   - Primeiro ele não acreditou... Mas depois que ele viu que era verdade mesmo, ele gostou... Mas ficou preocupado.
   - Preocupado?
   - Com a possibilidade do Adam estar querendo me enganar.
   - Às vezes eu também fico preocupada.
   - E pra falar a verdade, eu também - Falo. - Eu tenho um pouco de medo dele só querer me usar.
   - Mas agora não fica pensando nisso...
   Assenti. - Eu vou tomar um banho.
   - Vai lá.
   Tomei um demorado banho. Quis apenas relaxar, pois meu dia fora muito cansativo, e ainda estava longe de terminar, porque ainda teria que sair com o Adam.
   Após o banho, ainda com os cabelos molhados, seco com uma toalha, e faço uma rápida escova no mesmo. Depois disso, coloco uma roupa. E aproveito e já passo o perfume. 
   Miley aparece.
   - Cadê a Dallas? A Maddie...?
   - Saíram.
   - Pra onde?
   - A Dallas foi levar a Lucy no médico.
   - O que a Lucy tem? - Indago preocupada.
   - Ela tava com febre.
   - Tadinha.
   - Deve ser gripe.
   - Deve ser... Mas ela tá muito mal? 

- Um pouco... Mas ela vai melhorar.

- Espero... - Falei preocupada. - Miley? Preciso de uma opinião.

- Pode pedir.

- Você acha que eu vou com o cabelo assim ou dou uma ondulada?

- Uma ondulada.

Aquiesci.

De repente, escutamos a campainha tocar.

- Devem ser elas - Miley disse convicta. - Eu vou lá abrir - Levantou-se e saiu de meu quarto. 

Após ela sair, passa-se alguns segundos e logo escuto Miley falar de uma forma... Qual seria o melhor jeito de eufemizar? Ela começa a falar de um forma bastante audível, digamos assim. 

- Demi! 

- A Dallas chegou? 

- A Dallas não, mas eu sim - Adam aparece no pé da porta. 

Sorrio. - Adam - Após falar seu nome, meu sorrio abre-se mais ainda. 

- Mas você tá linda demais - Aproximou-se e me beijou. 

- Mentiroso. Eu nem terminei de arrumar pra estar linda. 

- E precisa? Você é linda de qualquer jeito. 

- Mas você vai ter que esperar. 

- Tá, eu espero. 

Adam deitou-se na minha cama e ficou observando eu me arrumar. 

Eu estava realmente muito curiosa para saber o que ele tinha para me mostrar. Talvez não seja na de mais, mas só de pensar que estarei em sua companhia, faz o singelo transformar-se em suntuosidade. 

Continua...