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História Distrust - Psicopata


Escrita por: CohenWriter

Notas do Autor


Que saudade de postar 😢😢 Mas... Eu voltei \o/
Gente, perdoem-me 💔 Fiquei quase um mês sem postar , tudo por causa de um bloqueio 😒 Mas quando eu consegui voltar a escrever, acho que me empolguei demais 😂😂 Não imaginei que fosse ficar tão grande 😏

Bom... Eu gostei de escrever esse capítulo , pois finalmente a história está tomando o rumo que eu quero 🙏

Hoje sem spoilers 😏😏 Só posso garantir uma coisa: vai acontecer muuuuuita coisa, muitas revelações do Adam. (Já dei um spoiler , aff 😒😂).

Enfim... Vou deixá-los lerem ❤

Good read ❤

Capítulo 29 - Psicopata


...- Amanhã eu te recompenso - Esboça um sorriso sugestivo.
   Retribuo esse seu sorriso.
   - Tchau - Sorriu.
   Beijei-a de leve. - Tchau. Tchau Maddie.
   - Tchau, Adam.
   Abro a porta e saio pela mesma. Demi fecha a porta.


 Narração Levine

   Após Demi dar a última olhada para mim, antes de fechar a porta, um profundo suspiro desprendem-se de meus pulmões. E só depois disso, desço.
   Entro em meu carro e ligo-o.
   Que maluquice! Muita maluquice eu ter me apaixonado. Além de loucura, é esquisito. Mas é um esquisito legal. Ela está me fazendo um bem danado. Eu sou louco por ela!
   É uma sensação tão atípica. Não sei explicar. Só sei que não posso viver sem ela.

   Eu? Adam Levine apaixonado por uma jovem de vinte anos? Alguns podem julgar, afinal, são longínquos quinze anos de diferença. Mas não importa. Nós nos amamos. Eu a amo. Só espero não a decepcionar. Isso é o que menos quero. Se eu a perdesse por burrice minha, jamais me perdoaria! Claro... Ficar em abstinência sexual, é uma coisa que está me deixando maluco. Estou enlouquecendo. Afinal, sou, como poderia dizer... Um viciado em sexo. E ficar sem ele está sendo uma experiência horrível! E por mais que meu amor seja enorme, minha vontade é maior. Não sei se vou aguentar por muito tempo. E toda vez que  coloco os olhos naquele seu corpo escultural, a vontade triplica.
   Estaciono o carro.
   Finalmente chego ao meu destino: prédio de James.
   Subo até seu apartamento.
   Toco a campainha, e segundos depois, escuto o tilintar de chaves batendo-se.
   - Adam?! - Abriu um sorriso.
   - Você é uma besta!
   - Por quê?! Eu fiz tudo que você falou.
   Adentro. - Tudo que eu falei?! Eu não falei pra você ir de Zorro! E muito menos ir naquela hora! Deu tudo errado, porque você não prestou atenção!
   - Calma, Adam... Desculpa.
   - Agora a Demi tá achando que tem um assassino atrás dela!
   - Mas você não contou que era eu?
   - Claro que não! Você quer que eu estrague a surpresa?!
   - Nossa, me desculpa.
   - Agora eu preciso pensar numa outra forma de fazer aquilo... Mas depois eu penso nisso... - Falo chateado.
   - Mas como vai as coisas com ela?
   - Bem, bem... Só tirando o fato de não ter conseguido transar com ela ainda.
   - Nossa, cara... Você precisa de tratamento... Você só pensa em sexo!
   - Agora vai ser ainda mais impossível não pensar em sexo. Ela é gostosa pra caralho! Mas parece que ela foge de mim.
   - Como assim?
   - Quando ela percebe que estamos entrando no clima, ela sempre corta esse clima.
   Negativou com a cabeça, e soltou um riso pelo nariz. - Se prepara.
   - Por quê?
   - Porque você vai ralar pra conseguir transar com ela. Você vai precisar ter muita paciência.
   - Mas isso é o que menos tenho.
   - Adam... Um conselho de amigo: cuidado pra não cair na tentação de trair ela, porque uma mulher assim, você não encontra mais não.
   - Eu não vou trair ela! - Falo indignado. - Eu amo ela!
   - Tá, você até pode amar, mas de uma coisa que você não pode fugir é: da sua safadeza.
   - Que amigo, hem... Falando na cara dura que eu sou um safado.
   - Mas você sabe melhor que ninguém que é verdade - Solta um riso pelo nariz.
   Franzo a testa. - Vai lá buscar alguma coisa pra mim beber.
   - O que você quer?
   - Qualquer coisa que tenha álcool. 
   Aquiesceu.
   Pude observar James trazendo uma garrafa de tequila, e em sua outra mão, um copo.
   Encheu um quarto do mesmo.
   - Pode colocar mais.
   Ele deixou na metade.
   Bebi tudo rapidamente.
   - Não tem nada mais forte, não?
   - Tem, mas...
   Levantei-me e segui até as bebidas.
   - Vinho, vodka, uísque... Uísque é bom - Falei enchendo o copo.
   James fitava-me indignado.
   - Achei! - Falei enquanto pegava nas mãos, uma garrafa de licor. - Esse é dos bons! - Coloquei um pouco mais da metade do copo, e respectivamente, bebi.
   - Você tá louco?
   - Eu só quero beber um pouquinho.
   - Você tá de carro. Não é bom ficar enchendo a cara.
   - Mas que chatice. Só mais um.
   James levantou-se e tirou o copo e a garrafa de minhas mãos.
   - Você não vai beber.
   Peguei um cigarro e acendi-o.
   James encara-me.
   - O que foi? Não posso fumar agora?! - Falo o debochando.
   - Adam, Adam... Deixa a Demi saber que você fica fumando, enchendo a cara...
   - James, esse cigarro não é a boca de uma puta. Então não vejo problema nenhum de colocar isso na minha boca.
   - Toma cuidado.
   - Ela é minha namorada, e não minha mãe.
   - Mas ela não vai gostar nada de saber.
   - Você tá muito chato hoje - Falo irritado.
   - Não é questão de chatice, e sim do que é certo e o que não é.
   - Agora só porque eu bebo, eu passo a ser o errado da história?! - Falo indignado.
   - Não é isso... Você pode beber, mas eu só não acho certo você ficar bêbado. Lembre-se que agora você é um homem comprometido. E comprometido com uma mulher muito bonita.
   - Eu sei... Mas eu não vou aguentar essa situação por muito tempo.
   - Que situação? As coisas não estão indo bem?
   - Estão, mas tem toda essa questão do sexo... Isso tá me deixando louco.
   - Mas você não tá nem uma semana sem transar! - Falou indignado.
   - Mas pra quem estava acostumado a transar com pelo menos uma mulher por dia, e às vezes, por mais absurdo que pareça, até três, uma semana é como se fosse dez anos!
   - Você é doente. Um ninfomaníaco.
   - Eu sou mesmo! E quando eu conseguir transar com ela, vou aproveitar cada segundo - Falo animado. - Eu preciso daquele corpo, quanto mais rápido, melhor.
   - Você é um pervertido...
   - O que foi, James? O que aconteceu com você?! Você tá querendo dar tanta lição de moral, que já tá me irritando.
   - Desculpa... É que eu tô ansioso.
   - Ansioso pra quê?
   - Amanhã sai o meu divórcio. Amanhã, serei um homem solteiro! - Falou animado.
   - Que ironia... Você sempre esteve casado e eu solteiro. E quando você fica solteiro, eu fico comprometido.
   - Mas isso não vai durar muito, porque logo, logo, volto com a Miley.
   - A melhor amiga da Demi.. Outra ironia.
   - Mas, Adam... Você acha que você e a Demi vão dar certo?
   - Claro que sim! Nós fomos feitos um para o outro.
   - É que ela é bem nova, e talvez isso abale o namoro de vocês.
   - Não tem nada a ver. Nós já conversamos sobre isso, e ela disse que sempre gostou de homens mais velhos que ela.
   - Mas será que vai dar certo?
   - Para de botar praga!
   - Não é praga... Eu só tô preocupado de você magoar ela, porque eu tenho quase certeza que você vai fazer isso.
   - Que estima você tem sobre mim, hem... - Falo ironizando.
   - Ah, Adam... Eu sou seu amigo e te conheço mais que ninguém. Mulher pra você é como um brinquedo: você usa, e quando enjoa, descarta.
   - Mas a Demi não é como as outras. Eu gosto dela de verdade.
   - Eu sei que você gosta dela... Mas eu só tô comentando sobre o seu jeito mulherengo.
   - Mas eu nunca magoaria ela! Eu amo ela. Amo muito.
   Ele olhou-me admirado. - É tão estranho te ver assim... Tão apaixonado - Falou entredentes.
   - Eu também acho estranho. Muito estranho... Mas é estranho de uma maneira legal.
   - Então faça o favor de cuidar desse namoro. Presta atenção pra não fazer merda.
   ...
   Ao sair do apartamento de James, volto para casa.
   Em meio à pensamentos, e ao som tranquilizante de The Who. Uma banda sensacional, a propósito.
   Sua música é penetrante. O som entra nos ouvidos, mas é mais que isso. Entra na alma. Uma sensação um tanto psicodélica. "Ninguém sabe como é ser o homem mau, ser o homem triste, por trás de olhos tristes". Além da melodia ser excelente, a letra não poderia ser diferente.
   Eu trabalho no meio da música, e não posso tapar meus ouvidos. Isso é um fato: o Rock está morrendo. É algo muito triste de dizer, mas o "Rock" que faz sucesso hoje em dia, não considero Rock. Rock de verdade era nos anos 60 até os 90. E é só comparar essa música, 'Behind blue eyes', e comparar com essas músicas atuais. É uma lástima.
   Estaciono meu carro, e saio do mesmo.
   Estava com uma imensa vontade de beber, então, por conta disso, subo as escadas rapidamente, com fins de chegar logo em meu apartamento.
   Durante minha subida, avisto meu tio plantado  no pé da escada. Tento regredir meus passos, mas já era tarde demais. Ele já tinha me visto.
   - Nem pense em tentar fugir!
   Dou uma profunda suspirada.
   Sigo até ele.
   - Por que você tá com essa cara, hem, tio?
   - Você ainda pergunta por quê? Que cinismo... Vem, vamos entrar. Eu preciso bater um papinho com você.
   Que os jogos comecem!
   Adentramos.
   Sentei-me no sofá.
   - Que história é essa, hem, Adam?
   - História?! Que história? - Faço-me de desentendido.
   - Sua e da Demi! - Falou sentando-se.
   - O que você quer saber?
   - Desde quando vocês estão juntos?
   - Faz quase uma semana.
   - Eu não tô acreditando nisso... Então é verdade mesmo? - Indaga desacreditado.
   - Claro que é verdade.
   - Eu não entendo... Como vocês estão namorando, sendo que eu nem sabia que vocês se conheciam?! Nunca vi vocês juntos.
   - Eu conheço ela desde o dia que começou trabalhar aqui.
   - Mas por que você tá fazendo isso? Logo com ela, que é uma moça tão boa.
   - Você acha que eu tô tentando enganar ela?! - Indago indignado.
   - Eu te conheço, Adam... E eu sei que você não procura relacionamentos sérios.
   - O que você tá querendo insinuar?
   - Insinuar? Não... Isso é um fato: você só tá querendo usar aquela moça.
   - Você não pode simplesmente afirmar algo sem ser verdade.
   - E não é verdade?! - Solta um riso pelo nariz.
   - Claro que não!
   - Adam... Eu conheço você... Então eu acho bom você terminar com ela e parar de iludi-la.
   - Tio, eu acho que você não tá entendendo... Eu amo a Demi. Eu não posso viver sem ela.
   - Mas filho, como você pode amar, sendo que você não sabe amar?
   - Eu não sei amar?! Claro que eu sei amar!
   - A Leslie não conta. Você não amava ela.
   - Claro que eu amava!
   - Parece que você não percebeu ainda... Mas não quero voltar ao assunto Leslie... - Falou em tom enojado. - Eu só quero dizer é que você não ama a Demi.
   - Como você pode afirmar uma coisa dessas?! Eu amo ela sim! Você não sabe o quanto!
   - Palavras e palavras... O mundo seria tão lindo se só palavras bastassem...
   - Eu estou provando a cada dia que eu amo ela... Isso que eu sinto por ela, eu nunca senti por mais ninguém. Eu tenho a sensação que encontrei a pessoa certa.
   - Isso tá muito estranho... Eu não vou deixar você enganar ela. Disso você pode ter certeza.
   - E você vai fazer o quê? - Indago em tom desafiador.
   - Eu vou convencer ela a se afastar de você.
   - Desculpa, tio, mas eu não vou permitir que você se intrometa na minha vida.
   - Eu não tô me intrometendo em nada! Eu só tô tentando salvar ela de você.
   - Você não pode estar falando sério.
   - Mas eu tô.
   - Se a Demi me deixar, eu nem sei o que vai ser de mim - Apelo agoniado.
   - Não se faz de vítima... Chega. Acabou a brincadeira.
   - Eu sou adulto. Não preciso de permissão de ninguém - Minha voz soa firme. - Eu só peço uma coisa... Peço não, exijo! Exijo que não se intrometa. A Demi é muito importante pra mim. E se algo der errado por sua causa... Aí sim você vai conhecer o verdadeiro Adam - Falo e levanto-me.
   - Eu vou ficar de olho em você.
   - Você devia cuidar da sua vida. Até porque, não pega bem pra um senhor de idade ficar fazendo intrigas.
   - Intriga? Você acha que isso é intriga?! - Fala indignado.
   - E o que mais seria?
   - Eu, ao contrário de você, me preocupo com as pessoas. Me preocupo com os sentimentos das pessoas. E é por isso que eu quero que você se afaste dela.
   - Tio, eu só vou dizer mais uma coisa, e espero que você entenda, e principalmente, acredite. Eu amo ela.
   - Você precisa provar.
   - Eu não tenho que provar nada pra você, e sim pra ela! - Minha voz soou um tanto rude.
   - Tá, tudo bem... - Ergueu as mãos, em sinal de rendição.
   - Agora eu tenho que ir. Esse assunto me estressou - Falo impaciente, e sigo em direção a porta.
   - Eu não queria ter...
    Saio antes que ele concluísse.
    Quem ele pensa que é pra dizer que eu não amo ela?! Ele não tem o direito de se intrometer na minha vida!
   Estava atônito. Atordoado. Pensamentos perdidos em labirintos. Onde quanto mais tentavam encontrar direção, mais perdidos ficavam. Subi as escadas sem rumo, um paradoxo.
   Abri a porta enraivecido.
   Ele é tão intrometido! Fica tempos sem me procurar, mas quando é pra apontar o dedo na cara, ele vai correndo atrás de mim. Eu não vou deixar ele estragar esse momento maravilhoso que estou vivendo com ela.
   Abro o armário, onde se encontram minhas bebidas, e apanho uma garrafa de vodca. Ela estava na metade, e por conta disso, nem tenho o trabalho de pegar um copo, e bebo direto no gargalo.
   Estava com muita sede de álcool. Pondero que o motivo dessa sede, seja o fato de estar em abstinência sexual. E isso está intensificando o meu lado alcóolatra.
   Bebo-a depressa. Então logo pego uma outra bebida.
   Eram subsequentes generosas doses.
   Em suma: enchi a cara.
   Eu já havia perdido as contas de quanto bebi. Só sei que foi muito, pois já me sentia aliviado. Uma sensação de estar flutuando sobre asas de gaviões, era a que predominava.
   Já era tarde. Mas resolvo dar uma volta. Péssima ideia.
   Ao primeiro passo, não percebo a parede na minha frente, e bato meu rosto nela. O impacto foi tão forte, que faz com que meu corpo colidir-se com o chão.
   Abro os olhos, e percebo claridade.
   O sol batia em minha janela.
   De súbito, sinto Batman subindo em cima de mim.
   Havia um grande e belo relógio de ponteiro na parede ao lado.
   Meus olhos movem-se até ela, e percebo que são um pouco mais de 10h da manhã.
   Tento me levantar, mas estagno ao sentir uma aguda dor nas costas e na cabeça.
   Não consigo levantar-me. Fico desesperado, largado no chão da minha sala.
   Após muitas tentativas, resolvo ignorar a dor e levantar-me. Céus! Que dor agoniante!
   Às vezes parece que eu não amadureci o suficiente, e ainda continuo fazendo merdas. Por que eu fui beber tanto?
   O cheiro de bebida alcoólica estava por todo o meu corpo.
   Tomo um demorado banho. Tento veementemente tirar o gosto de bebida que estava em minha boca. Afinal, vai que a Demi aparecesse aqui?! Escovo os dentes, como tudo que vejo em minha frente. Tomo café puro. E depois disso, escovo os dentes novamente. Não é possível eu ainda estar com bafo de álcool.
   Acho que isso não é mais problema. Agora só falta essa dor nas costas desaparecer.
   Pego um comprimido para dor, e tomo-o.
   Sigo em direção ao meu quarto. Batman estava me esperando na cama.
   Que decadência... Antes era uma mulher que esperava-me na cama, e hoje é um cachorro. Não é nem uma fêmea, é logo um macho. Eu tô na merda.

   Antes de deitar, passo perfume, com objetivo de tirar qualquer odor alcoólico ainda presente no meu corpo.
   Deito-me e tento tirar um cochilo, mas não consigo. A dor persistia.
   Após uma hora, mais ou menos, escuto a campainha tocar.
   Esforço-me para levantar. Caminho em direção a porta, e abro-a.
   Era Demi.
   - Oi, meu amor - Beija-me de leve. - Tá tentando me impressionar com o seu físico escultural? - Falou se referindo ao fato de eu estar sem camisa.
   - Eu consegui?
   - É... - Abriu um sorriso. - Não - Adentrou.
   Mantenho meu rosto firme.
   - Eu tô brincando - Sorriu e abraçou-me.
   Quando ela me abraçou, senti umas pontadas nas costas. - Ai, Demi, para - Falo afastando-a.
   - O que foi? Eu fiz alguma coisa? - Indaga preocupada.
   - Não... É que eu acordei com uma puta dor nas costas.
   - Ah, desculpa! Eu não sabia - Falou entredentes.
   Guio-me até meu quarto. Ela vem atrás.
   Batman fica eufórico ao vê-la.
   Deito em minha cama.
   - Eu só vim dar uma passadinha aqui, antes de ir trabalhar - Falou enquanto acariciava os pelos do Batman.
   Aquiesci com a cabeça.
   - Você deve estar mal mesmo, pra você ficar assim tão quieto...
   - Daqui a pouco passa.
   Demi subiu em minha cama, e respectivamente, fez um sinal para que eu ficasse de bruços.
   Obedeci.
   - O que você vai fazer? - Questiono.
   Ela nem precisou responder. Logo pude sentir suas mãozinhas nas minhas costas.
   - Vamos ver se isso ajuda. - Falou massageando minhas costas. - Eu nem te contei.
   - O quê?
   - Seu tio quer que eu trabalhe no jornal dele.
   - No New York Su... New York Su-Su...
   - Summary.
   - Isso... Você vai trabalhar lá?
   - Vou. E seu tio quer que eu ainda trabalhe aqui.
   - Como assim? Trabalhar em dois lugares ao mesmo tempo é impossível.
   Riu. - Ele quer que eu trabalhe lá, e quando acabar o expediente, eu volte pra cá.
   - Isso não é trabalho. Isso é escravidão!
   - Mas vai ser a mesma quantidade de carga horária. Só que eu vou vou trabalhar mais lá, e menos aqui.
   - Ah... Mas mesmo assim... Meu tio tá te explorando.
   - Mas Adam... Eu não entendo... Por que você tá tão mal, sendo que ontem você tava tão bem?
   - Não faço a mínima ideia - Menti.
   - Isso é estranho...
   - Mas vai passar. Tem que passar.
   - É... Verdade. Você não pode ficar doente de jeito nenhum.
   - Se for pra ser tratado tão bem como estou sendo tratado agora, prefiro ficar doente.
   - Ai, que horror! Falando assim, quem vê pensa que eu te trato mal. - Fala tirando o peso de suas mãos das minhas costas.
   Viro-me. - Você não me trata mal, mas só podia melhorar, né - Soltei um sorriso cínico.
   - Melhor do que eu já te trato?! Impossível! Só se você estiver querendo ter ao seu lado uma bajuladora, e não uma namorada.
   - Eu tô brincando - Falei puxando-a, fazendo com que deitasse em cima do meu peito. - Você é perfeita do jeito que é. Não precisa melhorar em nada - Acaricio seus cabelos.
   - Hum... - Olhou-me desconfiada.
   - É sério - Ri.
   Esticou seu rosto e beijou-me.
   - Eu não entendo o porquê você me odiava.
   - É simples: você é bonito, rico e famoso. E eu detesto homens assim.
   - Mas eu continuo sendo tudo isso. Principalmente a parte do bonito - Sorrio cinicamente. - E por que você mudou de opinião?
   - Porque antes, minha acepção de odiar, foi baseado num pré-julgamento de um pré-conceito que tive de você. Já ouviu falar nessa frase: "A primeira impressão é que fica"?. Então... Está errada. Eu fui errada por tirar conclusões precipitadas. Você tem muito mais conteúdo que eu imaginava. E não é aquele cara superficial que eu pensava ser.
   - Então você achava que eu era superficial?
   - Muito superficial.
   - Que bom que as pessoas mudam de opinião.
   - Que bom que eu mudei de opinião... Até porque, se eu não tivesse mudado, nós nunca estaríamos juntos.
   - Lembra quando nós estávamos na casa da sua mãe, e estávamos discutindo sobrenome que você teria, caso casasse comigo?
   - Lembro... E você riu do meu nome.
   Solto um riso pelo nariz. - É que seu nome é muito feio. Demetria Devonne. Que escroto.
   - Melhor não zoar, porque esse é o nome da sua namorada.
   - E futura esposa.
   Demi engoliu seco.
   - O quê? Você não casaria comigo?
   - Não é isso... Claro que eu casaria... Mas eu fico nervosa só de pensar nesse assunto.
   - Eu entendo... Você é muito nova, nunca casou, e por isso o nervosismo... É compreensível.
   - E você já foi casado?
   Gelei. - É... Já.
   - Por quanto tempo?
   - Sete anos. Que horas são? - Tento esquivar o assunto.
   - Como era o nome dela?
   - Demi, você não tem que trabalhar?
   - Tenho, mas ainda tenho um tempinho..  Por que não deu certo?
   - Eu acho melhor você ir. Vai que chega atrasada?
   - Não, não vou chegar. Mas me conta o que aconteceu.
   - Chega, Demi! Eu não quero falar sobre isso! - Falo em tom rude.
   - Mas Adam...
   Levanto-me e visto a camisa que estava em cima da cama.
   - Você não precisa saber sobre isso.
   - Como eu não preciso saber?! Eu tenho o direto de saber sobre ela! Eu tô aqui, dando um monte de oportunidades pra você me contar o que aconteceu, mas não... Você só diz: "Você não precisa saber sobre isso". - Falou imitando minha voz. - Quer saber? Chega. Eu sei de tudo - Falou se levantando. - Eu só queria ouvir da sua boca. Queria que você confiasse em mim - Falou se levantando.
   - Vo-Você sabe?! Como você ficou sabendo?
   - Não interessa como eu fiquei sabendo! Você não confiou em mim! Isso é o que interessa.
   - Não é sobre confiança, é sobre eu não querer contar algo tão doloroso.
   - Não - Falou com um sorriso cínico. - É sobre confiança sim. Se você confiasse em mim, teria me contado. Mas não... Eu, como sua namorada ou, como você disse, futura esposa, não tenho a necessidade de saber sobre isso. Você tá errado! Eu tenho o direito de saber! Eu preciso conhecer a pessoa com quem eu estou namorando.
   - Chega, Demi! Você não pode querer me obrigar a falar algo que não quero! - Falo irritado.
   - Tá vendo. Eu tenho razão. Você não confia em mim.
   - É claro que eu confio em você! Meu Deus! - Falo irritado.
   - Não parece.
   - O que você quer saber? - Minha voz eleva-se.
   - Tudo!
   - Eu não quero falar sobre a Leslie! Você não consegue entender isso?!
   - Não sei como pensei que isso fosse dar certo. Você simplesmente não confia em mim.
   Respiro fundo. - Eu confio em você. Agora esquece esse assunto. Se a gente continuar discutindo, vai dar merda.
   - Por quê? Você vai fazer o quê? - Levantou o rosto para mim.
   - Melhor eu nem responder. Não quero piorar as coisas. Porque tudo que eu falo, você distorce.
   - Eu distorço? - Sua voz eleva-se três oitavas. - É você que não sabe quais palavras usar. Não tem nada de distorção.
   - É impressionante... - Solto um riso pelo nariz. - Parece que eu tô discutindo com uma criança.
   - Agora eu sou a infantil?! - Levantou suas mãos, em sinal de rendição. - Desculpa... Eu só queria saber da vida do meu namorado. Só isso - Disse e foi caminhando até a porta do quarto.
   - Demi... Espera.
   Continuou a caminhar.
   Segui logo atrás dela.
   - Demi... A gente ainda não acabou.
   - Eu não vou ficar discutindo com você. Porque como você disse: "É a mesma coisa que discutir com uma criança".
   - E não é? Você não tá tendo uma atitude madura. Virando as costas e fugindo do problema.
   - Eu não tô fugindo. Eu só não quero prolongar isso, porque só vai piorar as coisas, Senhor Maturidade - Falou debochando-me. - É por isso que eu fiquei  receosa em ser namorada de um homem mais velho, porque toda vez que a gente brigar, você vai jogar na minha cara que eu não tenho maturidade suficiente.  Porra, eu só tenho 20 anos, e daí? Na hora de me beijar, de passar a mão na minha bunda, eu sou muito adulta, né?! Mas quando te convém, eu passo a ser uma "criança". Que hipocrisia.
   Ela conseguiu deixar-me calado.
   - Você é um hipócrita, omisso e cético a mim.
   - Eu já falei mil vezes que confio em você. É tão difícil entender o porquê eu não contei nada?
   - Porque você não confia em mim.
   Bufei. - Que cabeça dura! Eu... Ah, esquece! - Falo irritado.
   - Agora eu acho que já acabamos - Virou as costas. - Tchau, Sr. Maduro.
   - Tchau, Sra. Razão.
   Saiu pela porta alterada.
   Tenho a impressão que consegui tirá-la do sério.
   - Ela se acha a dona da verdade. Tudo que ela diz é o certo - Resmungo.
   Bom... Tivemos a nossa primeira discussão. Isso não é nada bom. Nós dois temos temperamentos fortes, e era óbvio que iria dar bosta. Ela é muito cabeça dura, ou melhor dizendo, na linguagem dela: dogmática. É impossível ter uma conversa civilizada com ela, porque sempre passará por cima da minha fala ou sempre dirá que estou errado.
  

Narração Lovato

  

Que raiva! Ele é um idiota! "Sra. Razão". Sou mesmo! Eu sempre tenho razão! E não esquecendo o fato dele não confiar em mim! Como pode isso?! Ele dizer que me ama, mas demostra o contrário?!
   Chego ao local onde eu começaria a trabalhar.
   Adentro no prédio e logo Solange vem em minha direção.
   - Oi, Demi - Sorriu.
   - Oi.
   - Hoje eu vou te mostrar o que você vai ter que fazer, onde você ficará...
   Aquiesci. - Aqui é muito movimentado?
   - Não muito. Só quando acontece algo que vira matérias daquelas.
   - E acontece com muita frequência?
   - Eventualmente... Bom... Eu vou te mostrar o que você fará por aqui.
   Paredes branco gelo faziam o ambiente ficar ainda mais suntuoso.
   Vidraçarias reluziam nitidez. Provavelmente foram limpas recentemente.
   Era um ambiente quadrangular. Um vasto quadrado.
   Mesas espalhadas por todo o ambiente. Com divisórias, separando um computador do outro.
   - Você ficará aqui - Disse referindo-se ao local onde eu ficaria, na qual, era no centro.
   - Certo.
   - Hoje você só vai observar nós trabalhando.
   Assenti.
   Solange explicara mais sobre o que faria.
   Ela explicou minunciosamente cada detalhe. Sr. King tinha razão... Ela sabia de tudo.
   O trabalho não seria tão diferente do que já fazia no Joseph.
   Solange fez com que eu ficara perto de um editor. Deus, por quê? Ele era simplesmente insuportável. Carter. Esse é seu nome. Um indivíduo complemente metido, leviano e pedante. Sua voz é áspera, como se riscasse um giz em uma lousa. A cada sílaba soada, uma gastura dominava meu corpo.
   Fiquei o dia todo ouvindo aquele pedante "ensinar-me".
   Ela bem que poderia ter escolhido uma outra pessoa, para analisar a forma de trabalhar.
   Ao sair de lá, volto ao meu segundo emprego.
   - O que você achou de lá? - Os olhos de King brilharam ao fazer essa indagação.
   - Eu gostei - Falei de uma forma leviana. - O lugar é bonito, mas muito bonito - Dei ênfase no termo bonito, com intuito de destacar minha sinceridade.
   Sorriu. - A Solange te ajudou?
   - Se ajudou?! Ela sabe tudo!
   - Isso é verdade - Um ligeiro riso pelo nariz escapara.
   - Foi só ruim eu ter ficado ao lado de um homem insuportável.
   Riu. - É normal... Nessa vida, você vai ter que engolir muitas pessoas desagradáveis. Fazer o quê... Mas Demi... Agora mudando de assunto... Sei que isso não é da minha conta, mas... - Percebi um certo receio em sua voz. - Você tem certeza que o Adam é o homem certo pra você?
   - O Adam tem muitos defeitos, mas muitos mesmo... Mas eu acredito sim que ele é o homem certo.
   - Eu conversei com ele ontem. E ele não gostou nada.
   - Ele é muito irritável. E ainda mais se tratando sobre nós, não é surpresa pra mim, ele não ter gostado.
   - Sabe, filha... Ontem eu falei que não acreditava no amor que ele dizia sentir por você, mas eu começo a cogitar que eu estava errado.
   - Mas às vezes, nem eu acredito - Falei carrancuda, fazendo jus a briga que tivemos hoje mais cedo.
   Olhou-me intrigado. - Vocês já brigaram? - Indaga com um meio sorriso.
   - Não foi bem uma briga... Foi só uma pequena discussão - Tento eufemizar.
   King bebe um gole de chá. - Isso não é bom.
   - O seu sobrinho é...
   Ouço a porta grunhindo.
   - Eu sou o quê?
   Viro meu pescoço. - Um omisso.
   Após dizer isso, seu semblante ficara desanimado.
   - Oi, tio.
   - Pela primeira eu tô vendo vocês juntos... É uma pena não estar muito bem um com o outro.
   - Mas é claro que estamos bem, não é?
   Meu semblante estava sisudo.
   - Eu vou esperar vocês acabarem... Depois eu volto - Disse Adam.
   - Não... Nós já acabamos. Ela é toda sua.
   Parece que Joseph estava se divertindo com a situação.
   - Mas a gente não vamos trabalhar?
   - Hoje não - Sorriu. - Você está dispensada - Sorriu cinicamente.
   Só porque não queria olhar pra cara do Adam...
   Levantei-me.
   Adam fez questão de me beijar.
   - Tchau, meninos.
   Adam esboça um sorriso de canto para Joseph.
   Nos guiamos pela porta.
   - Você precisava ter me beijado? - Indago irritada.
   - Precisava. Eu estava com saudades - Sorriu cinicamente.
   - Você é um cínico.
   - Pelo jeito, você ainda tá com raiva.
   - Mas é claro! Você quer o quê?!
   - Um sorriso seu.
   - Você tem que merecer.
   - Mas eu mereço.
   Reviro os olhos. - Tá... O que você veio fazer aqui?
   - Eu vim te buscar... Na verdade eu queria conversar com você. Pedir desculpas...
   - Eu não quero papo com você.
   - Mas...
   - Tchau - Interrompi-o.
   - Eu vou levar você.
   Desci na sua frente.
   Decidi ir, pois ele não pararia de encher o saco.
   Adam acelera o passo, com o intuito de alcançar-me.
   Ao chegarmos lá embaixo, ele abre a porta de seu carro para mim. Respectivamente, entra no mesmo.
   Coloco o cinto, e cruzo meus braços.
   Após alguns minutos sem trocarmos nenhuma palavra, Adam resolve quebrar o silêncio.
   - É tão engraçado você tentar transparecer uma imagem se brava - Riu.
   - Tentar?
   - Você não consegue - Riu.
   - É claro que eu consigo... Eu tô brava.
   - Mas com essa carinha?
   - Adam... Me deixa em paz.
   - Desculpa... Eu sei que eu não devia ter te chamado de infantil.
   - Você acha que eu tô assim por causa que você me chamou de infantil?! Sério?! Eu tô assim, porque você omitiu algo muito importante.
   - Ah, não... Aquele assunto de novo...
   - Sim, aquele assunto de novo!
   - Você pode parar de me torturar, por favor?
   - Torturar?! Você me decepcionou muito!
   Estacionou o carro.
   - Se fosse o contrário, você faria o mesmo, ao saber que eu fui casada, mas não quisesse te contar isso.
   - Eu fui casado, mas ela morreu. Pronto, contei. Feliz?
   - Não! Sabe, Adam, pra um relacionamento dar certo, é preciso de confiança, de diálogo. E você não tem isso comigo.
   - Mas eu te amo.
   Estacionou o carro.
   - Às vezes, o amor não é suficiente.
   Abri a porta do carro e saí.
   Avisto um carro familiar estacionando do outro lado da rua. Era Eddie.
   Adam sai do carro.
   Aproxima-se. - Tudo bem... Se você quer saber tanto sobre isso, eu te conto.
   Meus olhos brilharam ao ouvir suas palavras.
   - Adam! - Eddie exclamou animado.
   Aproximou-se.
   - Oi, Demi - Abraçou-me.
   - Oi - Sorri.
   - A Dallas me contou que agora o Adam é nosso cunhado.
   - É, ele é - Tentei sorrir para Adam, mas ainda estava chateada para fazê-lo sincero.
   - Mas o que você está fazendo aqui na cidade? - Indaga Adam.
   - Eu vim buscar minha mulher e minha filha.
   - Mas vocês já vão embora? - Adam indaga chateado.
   - Não. Só na semana que vem.
   - Vamos, gente. Vamos subir - Pego na mão de Adam.
   Eddie nos acompanha.
   Abri a porta, e lá estavam elas.
   - Eddie! - Dallas saltou do sofá.
   Observei Miley toda produzida.
   - Aonde você vai, Miley? - Indago.
   - Depois eu te conto... O Adam tá aí...
   - Pode falar... Eu confio nele - Falei olhando cinicamente para ele.
   - É, Miley. Pode falar - Adam olhou-a cinicamente.
   - Eu vou sair com o James.
   Levantou rapidamente as suas sobrancelhas. - Eu já sabia.
   - Como já sabia? - Miley indaga estupefata.
   - Ele me contou.
   - Então ele também confia em você - Digo de forma cínica.
   - Vocês estão bem? - Miley questiona confusa.
   - Estamos. Melhor, impossível - Ironizei.
   - Oi, Adam - Maddie disse em tom animado.
   - Oi, Maddie - Tocou em sua mão.
    Miley me puxou para o quarto dela.
   - Vocês brigaram?
   - É... Tivemos um pequeno desentendimento, mas já nos acertamos.
   - É, tô vendo - Ironizou.
   - Só um pouco... Quando você chegar, te conto tudo. Mas e aí... Resolveu amolecer o coração? - Sorri descaradamente.
   - Sabe como é, né... Eu não resisto homens divorciados - Sorriu entusiasmada.
   Abri um sorriso. - Então ele já se divorciou?
   - Já, finalmente!
   - Mas pra onde vocês vão?
   - Vamos jantar, e depois... Só Deus sabe - Sorriu maliciosamente.
   - Hum, safada - Retribuo seu sorriso.
   Riu. - Vamos voltar para a sala.
   Concordei.
   Ao voltar para a sala, vejo Maddie animada.
   - Ah, amor, eu vou com o Eddie no meu estúdio, e vou levar a sua irmã junto.
   - Tá.
   - Vem com a gente, Demi - Maddie pediu.
   - Ah, não, Maddie... Eu tô cansada.
   - Por favor - Insistiu.
   - É, Demi, vem - Adam pediu.
   Que cínico.
   - Tá, eu vou...
   Maddie sorriu.
   Eddie despediu-se de Dallas.
   Descemos as escadas.
   Ao entrar no carro, decido ir no banco detrás com a Maddie.
   Antes de Eddie entrar, Adam diz:
   - Depois a gente tem que terminar aquele assunto.
   Não respondi, apenas gelei.
   Eddie adentra.
   Adam acelera, e seguimos em direção de seu estúdio.
   Chegamos questão de minutos.
   Ele estacionou o carro.
   Descemos.
   Enquanto guiávamos até a porta de entrada, desacelero meus passos.
   Todos entram, e Adam encostado na porta, me esperando.
   - Se eu fosse você, melhoraria essa cara - Fala.
   - Minha cara tá normal.
   - Eu não gosto quando você fica emburrada. Tudo bem que você fica bem mais sexy toda irritadinha...
   Não pude conter um pequeno riso.
   - Mas eu prefiro você sorrindo... Tipo agora.
   Engulo meu riso.
   - Olha, Demi, eu já disse que vou te contar tudo, eu prometo. E não quero que tenha mais nenhum segredo entre nós.
   - É tudo o que eu mais quero... Mas só espero você conseguir não esconder mais nada de mim.
   - Eu prometo.
   - Só quero ver - Falo friamente.
   Adentro e o deixo falando sozinho.
   Adam mostra o estúdio todo para nós. Inclusive uma parte que desconhecia do mesmo.
   Após isso, vou com Maddie do outro lado do estúdio.
   - Demi!
   - O quê?
   - Me ensina a tocar piano?
   - Você quer aprender a tocar piano?
   - Quero.
   - Que orgulho da minha irmãzinha... Se interessando por música - Sorrio. - Bom... Vem aqui - Sentei-me no banco, e Maddie sentou-se ao meu lado.
   - É assim que você tem que você não vai ter que fazer: você vai usar seu dedo um, dois e cinco. Nós vamos aprender a montar o acorde de dó. Mas vamos esquecer esse lance todo de nome de acorde, de nota, porque pra quem tá começando, essa coisa de teoria é uma merda. Isso desanima muito. Por isso prefiro ensinar na prática. A teoria vem automaticamente.
   - Tá.
   - Você tá vendo essas duas teclas pretas?
   - Estou.
   - Então... Você vai colocar o polegar nessa tecla branca, que fica atrás dessa preta.
   Maddie estava com dificuldade para posicionar seus dedos.
   - Faz o símbolo do rock.
   Ela fechou a mão e levantou o dedo indicador e mindinho.
   - Agora levanta o polegar junto.
   O fez.
   - Agora posiciona nas teclas - Guiei suas mãos nas telas.
   - Agora só vamos mudar o dedo polegar e o indicador.
   Após ensinar esses dois acordes para Maddie, a deixo sozinha treinando-os.
   - Já volto.
   Caminho por um corredor extenso, avisto uma porta e vou em sua direção. Abro essa porta e dou de cara com um ambiente completamente diferente.
   Havia, como se fosse uma parede de vidro dividindo o ambiente. Eu não sei o nome desse tipo de material, só sei que abafa o som. E eles, provavelmente, estavam fazendo um puta som alto.
   Avisto uma mesa de som, e nela havia um fone, que provavelmente serviria para ouvir o outro lado.
   Coloco os fones. E sim, eu tinha razão: esses fones serviam para ouvir o outro lado. E sim, eles estavam fazendo um puta som alto.
   Parou de tocar. - Mas eu tenho um grande problema com escalas  - Eddie disse frustrado.
   - Escala é a coisa do desenho. O desenho no braço. Pra mim é fácil, porque eu visualizo mais notas no braço da guitarra. Tendo isso em mente, você pode improvisar partindo de qualquer parte do braço - Pegou uma outra guitarra que havia lá. - Por exemplo, vamos pegar a nota Fá, meio tom, Mi; mais um tom Ré; de novo Mi, Fá, Sol, Lá, Si bemol - A partir do Si bemol, Adam começou a solar pelo braço todo da guitarra.
   A raiva que estava sentindo dele, está começando a ir embora. O único sentimento que poderia sentir agora é orgulho. Tão orgulhosa dele ser tão bom no que faz.
   Tiro os fones e saio dessa sala. Volto para onde Maddie estava.
   - E aí?
   - Ai, Demi... É difícil.
   - Você acha? É só uma questão de praticar.
   - Mas eu acho melhor praticar em casa - Sorriu sem graça.
   Rio. - O pior é que eu sei que você nunca mais vai triscar num piano.
   - Mas eu vou sim.
   - Duvido... Eu vou um pouco lá fora. Você vem comigo?
   Aquiesceu.
   Nós duas seguimos até o lado de fora, mas ao descer os poucos degraus que lá haviam, percebo a presença de uma espécie de envelope.
   Abaixo-me e o pego.
   - O que é isso? - Maddie questiona.
   - Não sei... Vamos descobrir agora.
   Abro aquele envelope, e ao ler o que havia nele havia escrito, quase caio dura no chão.
   Você não sabe quem sou, mas sei muito bem quem você é. Eu sei muito bem o que anda fazendo.
   Junto disso, haviam fotos minhas. Fotos onde eu caminhava na rua. E eram de hoje mais cedo.
   - Olha isso, Maddie - Entrego o envelope trêmula.
   Seus olhos foram expandindo-se a cada palavra lida. E as fotos foram o estopim para o arregalar de olhos. - Meu Deus! Quem faria isso?
   - Eu não sei - Falo trêmula.
   - Vamos entrar, Dem. Melhor a gente não ficar moscando aqui fora.
   Aquiesço.
   Adentramos novamente.
   - É melhor mostrar isso pro Adam, né?
   Não consigo dizer nenhuma palavra, só havia expressão corporal. Então, aquiesço.
   Maddie vai correndo atrás dele.
   Sento-me no sofá e apoio meus cotovelos em minhas coxas, e meu rosto em minhas mãos.
   - Demi - Adam diz preocupado.
   Levanto o olhar para ele.
   - O que aconteceu com você? A Maddie disse que você recebeu uma carta muito esquisita.
   Logo Maddie e Eddie aparecem no ambiente.
   - Só vê isso - Entrego o envelope.
   Após ver seu conteúdo, seu olhar esboçava fúria.
   - Estão me seguindo.
   - Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você! - Falou sentando-se ao meu lado.
   - Como se fosse fácil assim.
   - Eu vou matar o desgraçado!
   - Adam, não tem como saber quem foi. O filho da puta foi esperto em não usar sua letra.
   - Como você sabe que não é a letra dele?
   - É simples: observa essa letra "A", dessas outras palavras. Elas vão se deteriorando. Está um pouco tremido. Essas letras M, F, O e E. Elas estão diferentes das palavras que têm a mesma letra. É óbvio que é uma caligrafia forjada.  Eu já estudei um pouco sobre isso.
   - Caralho... Mas eu acho que a gente devia ir na polícia.
   - Ele tem razão, Demi - Eddie concorda. - Isso é muito estranho.
   - Eu ainda não quero envolver a polícia nisso.
   - Porra, você tá sendo vigiada! - Adam diz alterado. - Eu não vou me perdoar se algo acontecer com você - Fala extremamente alterado. Ele parecia estar mais nervoso do que eu.
   - Mas se acontecer, a culpa não vai ser sua.
   - Mas não vai acontecer! - Fala afobado.
   Ele abraçou-me fortemente.
   - Eu vou levar vocês de volta, e depois, eu e a Demi vamos na delegacia. A polícia tem que fazer alguma coisa.
   Levantou-se e me puxou pela mão.
   Ao sairmos, Adam trancou tudo e olhava insistentemente para todos os lados, como se procurasse alguém.
   Envolveu sua mão em minha cintura.
   Ele parecia meu segurança particular.
   Colocou-me no banco da frente. Respectivamente, adentra no carro, juntamente de Eddie e Maddie.
   Adam dirigiu velozmente. Seus olhos estavam agitados enquanto dirigia.
   Ele deixou eles em casa.
   - Adam, por que você tá tão nervoso? Você tá mais tenso que eu.
   - Você ainda pergunta o porquê?! Você tá sendo seguida! Eu não posso deixar essa história se repetir. De novo não - Fala amargamente.
   Talvez fosse impressão minha, mas sua voz estava um tanto trêmula.
   - Isso não pode acontecer! E se esse maluco resolver te matar?! Não! Eu não vou deixar. Dessa vez, vou fazer diferente.
   - Como assim, "dessa vez"?.
   - Isso faz parte da história com a Leslie... Quando você disse que já sabia da história toda, eu sabia que isso era impossível... Talvez você tenha visto em alguma notícia antiga que minha mulher morreu num acidente aéreo... Mas não... - Ficou alguns segundos em silêncio. - Ela foi... - Respirou fundo. - Sequestrada e morta.
   Quando ele concluiu sua fala, pude ter certeza que ele realmente estava com a voz trêmula.
   Estacionou o carro.
   Levou suas mãos até o rosto.
   Ao fazer isso, pude realmente sentir sua dor.
   - Adam... Eu não vou te achar menos homem se você estiver com vontade de chorar.
   - Eu não vou chorar na sua frente.
   - Para de ser machista - Aproximo meu rosto do seu.
   Sua respiração estava quente.
   Num movimento súbito, Adam desce do carro.
   Desço atrás dele.
   - Eu admiro cada dia mais você.
   - Não deveria... Eu sou a pior pessoa que existe.
   - Não fala assim! Você é incrível! É por isso que eu amo você.
   - E é por isso que eu não posso perder você - Fala me beijando. - Eu não aguentaria.
   - Você não vai - Abraço-o.
   Andamos até a delegacia.
   Não demorou tanto até sermos atendidos.
   Mostramos o envelope, e fiz um boletim de ocorrência.
   Pela primeira vez não reconheceram o Adam... Graças à Deus. Ou fingiram não reconhecer.
   Saímos da delegacia depois de uma hora e meia, aproximadamente.
   - Pelo menos você conseguiu.
   - Mas eles não vão poder fazer nada - Falo desanimada.
   - Quem sabe... Vem, eu vou te levar pra casa. Pra minha casa.
   - Não, Adam. Eu não posso ficar na sua casa.
   - Mas você vai.
   Abriu a porta do carro para mim.
   - Eu não vou te incomodar?
   - Você e essa sua mania chata de achar que me incomoda... Você vai ficar lá e pronto. E eu não vou deixar você andar sozinha por aí.
   - Mas...
   - Mas nada.
   Ri. - É tão fofo você com toda essa proteção.
   Sorriu. - Eu não posso evitar de tentar te proteger.
   Ri. - Ah, a gente tem que passar em casa primeiro.
   - Eu sei.
   Adam parecia mais relaxado. Isso tranquilizou-me. Afinal, eu preciso de um homem estável, para mim manter-me estável também.
       ... 

   Ao chegarmos no meu apartamento, Dallas levanta-se aflita do sofá, e abraça-me.
   - Meu Deus! Você tá bem?
   - Tô sim... Na medida do possível.
   - Eu tô tão preocupada com você. Quem será o infeliz que tá fazendo isso com você?
   - Eu tenho minhas suspeitas...
   - E quem?
   - O Stefan.
   - O Stefan?
   - É... Ele ficou um pouco atordoado quando terminamos.
   - Mas se foi ele mesmo, eu mato - Adam disse furioso.
   - Gente, eu vou tomar um banho, porque daqui a pouco eu vou pro apartamento do Adam.
   - Essa hora da noite? - Dallas indaga.
   - Ela vai ficar essa noite comigo.
   Dallas lançou-me um olhar malicioso.
   - Hum...
   Reviro os olhos.
   Sigo até o banheiro e tomo um demorado banho.
   Após isso, apanho algumas roupas, como por exemplo, meu pijama. E mais algumas coisas necessárias.
   Saí do quarto e lá estavam Eddie e Adam conversando.
   - A Miley chegou? - Indago.
   - Não. E acho que ela nem volta hoje - Disse Dallas.
   - Que pena... Bom... A gente já pode ir.
   - Vamos - Adam levantou-se.
   - Tchau, Demi - Dallas abraçou-me. Respectivamente, Maddie fez o mesmo.
   - Cuida bem da minha irmã - Dallas disse ao Adam.
   - Pode deixar.
   Adam despediu-se de todos. E só assim pudemos ir.
   Quando descemos, Adam fez o mesmo que tinha feito horas atrás ao sairmos do estúdio: olhou para todos os lados.
   - Você parece mais preocupado.
   - E eu tô... E muito - Acelerou.
   - Mas se for mesmo o Stefan, e eu tenho quase certeza que é, ele não fará nada... Esqueceu que ele é um idiota?
   - Os idiotas são os piores... É por isso que eu quero que você tome muito cuidado.
   - Daqui a pouco você vai querer me pôr numa gaiola.
   Riu. - Até que não é uma má ideia.
   - Ah, Adam... Como eu sou desnaturada... Nem perguntei como está suas costas?
   - Bem melhor. Também, depois que você colocou suas mãozinhas poderosas nela.
   Ri. - Eu não entendo... Por que tudo relacionado a mim, você trata no diminutivo.
   - É porque você é pequenina.
   - Aí... Você fez de novo.
   Riu. - Não consigo parar.
   - Nossa... O Batman tá sozinho!
   - Ele já se acostumou.
   - Você é tão ingrato com o nosso cachorrinho.
   - "Cachorrinho" - Riu.
   - Diminutivo...
   - Agora ele não vai ficar mais, porque  nós chegamos - Falou estacionando o carro.
   Adam abriu a porta para mim, como sempre fazia.
   Subimos as escadas apressadamente.
   Adam pega suas chaves e abre a porta.
   Acendi a luz. Logo pude ver Batman correndo em minha direção. Ele pulava em minhas pernas.
   O peguei no colo.
   - Quando você tá aqui, ele nem liga pra mim.
   Rio. - Você tá com ciúmes do Batman? É isso mesmo? - Solto uma gargalhada.
   Franziu a testa. - Não é ciúmes... É indignação.
   Rio. - Sei... Vai lá com o pai. Ele ficou chateado com você.
   Riu. - É engraçado demais você conversando com ele.
   Ri.
   - Eu vou tomar banho. Tô morto - Falou bagunçando seu cabelo.
   Aquiesci brincando com o Batman.
   Para falar a verdade, eu também estava cansada. Afinal, havia acordado cedo, ido pra faculdade, fui para o trabalho. Depois fui para o apartamento do Joseph. Tive que ir no estúdio do Adam. Recebi aquela correspondência assustadora, e fui parar numa delegacia. E agora estou aqui: cansada.
   Com Batman deitado em meu colo, encosto minha cabeça na almofada.
   Sem perceber, adormeço no sofá.
   Era um sono bom. Não era profundo, mas mesmo assim, foi capaz de me transportar à outro mundo.
   - ACORDA! - Ouço um grito invadir meus sonhos.
   Dou um salto do sofá.
   - Filho da puta! - Dou-lhe um tapa.
   Riu.
   - Mas que caralho! Eu não posso nem dormir, que você vem igual a um maluco berrar no meu ouvido.
   - Foi engraçado - Riu.
   - Vai ser engraçado quando eu meter um socão na sua cara.
   - Que violência - Falou segurando o riso.
   - Você não viu nada - Falo em tom malicioso.
   - E por que você não me mostra? - Esboça um sorriso sugestivo, enquanto faz com que nossos corpos ficassem colados, por meio de suas mãos, na qual estavam em minha cintura.
   - Ainda não é o momento - Devolvo o sorriso sugestivo. - Tá... Agora eu preciso tirar essa roupa - Falei soltando-me de si.
   - Eu me prontifico como voluntário - Esboça um sorriso sacana.
   Junto os olhos. - Safado...
   - Eu vou ficar te esperando.
   Aquiesço.
   Ao colocar meu pijama, estagno receosa na entrada da porta de seu quarto. Apenas coloco o rosto. Lá estava Adam.
   - Se você rir, você vai ver - Falo.
   - Eu não vou rir - Falou prendendo o riso.
   - Mas você já tá rindo! - Falo inconformada. - Você nem viu e já tá rindo!
   - É que eu já tô imaginando...
   - Não ri.
   Vou em passos lentos até sua cama.
   Adam não se controla. - Que porra é essa? Você tem cinco anos de idade?!
   - Para. É fofo.
   - Mas pelo menos você ficou mais gostosa do que normalmente - Falou referindo-se ao short curto, com estampa de ovelha que estava usando.
   Puxou-me e fez com que caísse em seu colo.
   - Gostosa pra caralho - Falou e beijou-me.
   Apoiei os joelhos na cama e fiquei numa posição de quase sentando em seu colo.
   Ao cansar daquela posição, sento em seu colo. Estava literalmente em uma posição sexual. Admito que aquilo me deixou um pouco excitada. E logo percebo que Adam também estava ficando.
   Sinto seu membro ficando rígido. E aquilo deixou-me ainda mais excitada.
   Sua respiração estava mais agitada do que habitualmente.
   Nosso beijo estava ficando muito intenso, mas como sempre, foi interrompido. Alguém ligara para ele.
   Saio de cima dele, e vou para o lado.
   Ouço ele dizer que é um tal de Marlow.
   - Você não acha que é um pouco tarde pra me ligar?
   (...)
   - E você só me avisa agora?!
   (...)
   - Ah, mano, vai se foder!
   (...)
   - Eu vou... Fazer o quê...
   - Você vai pra onde, Adam?
   (...)
   - É minha namorada.
   (...)
   - Tá... - Desligou irritado.
   - Aonde você vai?
   - Amanhã eu vou ter que sair da cidade.
   - Pra...?
   - Pra uma entrevista. E o pior... Eu vou ter que sair cedo.
   - Muito cedo?
   - Muito cedo... Provavelmente, quando você acordar, eu não vou estar aqui.
   - Celebridades...
   - Melhor já ir se acostumando, porque minha vida é muito corrida.
   Olhei-o desanimada.
   - Não faz essa carinha - Falou e beijou-me suavemente. - Eu ainda tô aqui com você.
   Viro-me para o lado.
   Adam abraçou-me e beijou o canto da minha boca.
   Ele apaga a luz.
   Em suma: adormeci com os braços de Adam envoltos a mim.

  
  


Notas Finais


As coisas estão ficando tensas, não? Quem será essa pessoa que enviou o envelope?
Até o próximo capítulo ❤
P.S- Prometo não demorar a postar ❤

Eae, gostou do capítulo? Então o que está esperando pra favoritar logo, vacilão 😎


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